🔴 AÇÕES PARA INVESTIR EM JULHO: CONFIRA CARTEIRA COM 10 RECOMENDAÇÕES – ACESSE GRATUITAMENTE

Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

AÇÕES EM ALTA

Na Natura (NTCO3), o plano é dar um glow up nas operações após a venda da Aesop — e sem se desfazer de mais marcas

As ações da Natura (NTCO3) chegaram a subir 7% na abertura, em resposta à venda da Aesop. Conheça a estratégia da empresa a partir de agora

Victor Aguiar
Victor Aguiar
4 de abril de 2023
11:09 - atualizado às 12:51
Fachada de loja da Natura (NTCO3) com propagandas de promoção do dia dos namorados
Fachada de loja da Natura (NTCO3) com propagandas de promoção do dia dos namorados - Imagem: Divulgação/Natura

O tão aguardado "movimento transformacional" da Natura finalmente saiu: a empresa acertou a venda da Aesop para a L'Oréal, por US$ 2,52 bilhões — pouco mais de R$ 10 bilhões. Uma operação que, a princípio, agradou o mercado e faz as ações NTCO3 subirem quase 5% nesta manhã, aparecendo acima dos R$ 14,20. Mas... e agora?

É claro que ainda é cedo para falar em impactos materiais para a Natura, até porque o pagamento só será realizado quando a transação for concluída (e, no melhor dos cenários, isso deve acontecer só no terceiro trimestre deste ano). Mas a companhia não hesitou em vir a público para falar sobre os seus planos para o futuro.

"O foco, no momento, está na fusão das operações entre a Natura e a Avon na América Latina", disse Fábio Barbosa, CEO da Natura, em teleconferência com analistas e investidores — algumas sinergias já foram capturadas na região, com testes sendo realizados em países como Peru e Colômbia, mas o processo tende a ser acelerado a partir de agora.

A ideia é bastante direta: enxugar a estrutura operacional na região e reduzir os custos e despesas, de modo a melhorar as margens no continente. E, em linhas gerais, a teleconferência pós-venda da Aesop serviu para reforçar a ideia de mudança de planos por parte da Natura.

Sai a dominação global e a expansão desenfreada por novas geografias, entra a busca por eficiência nos mercados em que a gigante brasileira dos cosméticos já está inserida com alguma de suas marcas — Natura, Avon Internacional e The Body Shop. E a companhia fez questão de deixar uma mensagem bem clara aos participantes da teleconferência:

Não, não vamos mais vender nenhum ativo. A ideia é seguir a estratégia e fazer investimentos que entendemos ser necessários, com disciplina financeira

Leia Também

Guilherme Castellan, CFO e diretor de relações com investidores da Natura
  • O Seu Dinheiro acaba de liberar um treinamento exclusivo e completamente gratuito para todos os leitores que buscam receber pagamentos recorrentes de empresas da Bolsa. [LIBERE SEU ACESSO AQUI]

Natura (NTCO3) sem Aesop: dinheiro no bolso

Os R$ 10 bilhões que serão capturados a partir da venda da Aesop servirão para a Natura (NTCO3) dar um belo glow up em diversas frentes do negócio: além de simplificar as operações, a transação também terá um papel crucial na melhora do perfil de endividamento da companhia.

Ao fim de 2022, por exemplo, a Natura tinha R$ 13,4 bilhões de dívida bruta e pouco menos de R$ 6 bilhões em posição de caixa e equivalentes, o que representa um endividamento líquido de R$ 7,4 bilhões. O dinheiro a ser levantado com a Aesop, assim, trará um belo alívio nesse front.

A dinâmica da dívida da Natura era um dos pontos que vinha trazendo preocupação ao mercado nos últimos meses: as dificuldades operacionais vistas ao longo de 2022 derrubaram o Ebitda da companhia e, com isso, as métricas de alavancagem da empresa dispararam para níveis desconfortáveis.

Gráficos de linha mostrando a evolução da alavancagem da Natura (NTCO3) desde o quarto trimestre de 2021, segundo diversos critérios. Veja como todas as linhas passam por uma elevação significativa na virada do terceiro para o quarto trimestre de 2022. Fonte: Natura

"Um dos focos será a redução da dívida bruta após o fim da transação", disse Castellan, destacando ainda que uma das prioridades da Natura é o custo da dívida e a melhora do fluxo de caixa em relação aos períodos anteriores. "Prazo de vencimento e custo de dívida, do ponto de vista de fluxo, serão os pontos principais da estratégia".

O perfil da dívida em si não é particularmente problemático: dos R$ 13,4 bilhões de endividamento bruto da Natura ao fim de 2022, apenas R$ 331 milhões tinham vencimento no curto prazo — cerca de 2,5% do saldo total (a companhia, no entanto, não deixa claro o que é considerado como 'curto prazo').

Mas uma análise do resultado financeiro da empresa deixa claro que o endividamento faz um peso relevante sobre a estrutura de capital. Apenas no quarto trimestre, as despesas financeiras chegaram a R$ 1,7 bilhão; no acumulado de 2022, a linha totalizou R$ 7,3 bilhões.

Ou seja: reduzir o custo da dívida, seja pelo pagamento antecipado ou pela substituição por outras ferramentas mais baratas, é um jeito de amenizar o baque vindo do resultado financeiro — e, quem sabe, gerar uma dinâmica menos pressionada para a última linha do balanço.

Natura, Avon e The Body Shop: a estratégia

Bom, se a gigante dos cosméticos não pretende mais se desfazer de ativos, então o que esperar de Natura, Avon e The Body Shop, as três marcas que permanecerão em seu portfólio?

Um dos pontos principais da companhia no curto prazo, como ressaltado no início do texto, é a integração entre a Natura e a Avon na América Latina, de modo a capturar benefícios de sinergia cada vez maiores e aumentar a lucratividade na região — os trabalhos de fusão devem começar no Brasil entre setembro e outubro.

A questão é que a Avon tem uma atuação global (apenas as atividades nos EUA, que foram cindidas do restante do grupo, não pertencem à Natura). E, no que diz respeito aos demais mercados da marca, os planos são mais modestos.

"Há uma dezena de países em que a empresa está indo bem, com crescimento bom", disse Castellan, sem citar nominalmente quais seriam esses mercados. "Queremos nos consolidar neles, expandir a Avon ou a The Body Shop [para novas áreas] não está no nosso mapa de médio prazo ainda".

O foco, em linhas gerais, se dará em países com perfil emergente — os executivos deram a entender que, em determinados mercados em que as condições de crescimento estão mais duras, pode haver até algum tipo de reestruturação da estratégia, incluindo a eventual saída de geografias menos rentáveis.

Quanto à The Body Shop, a Natura já encerrou o braço 'at home' da marca nos EUA; o foco continua sendo a estabilização da linha de frente do negócio principal e a expansão das margens, de modo a apoiar a geração de caixa do grupo como um todo.

"Temos três marcas que estão passando por momentos diferentes, e trabalharemos de jeitos diferentes no curto e médio prazos", disse o CFO. "Ainda tem muita coisa a ser feita na América Latina, mas continuaremos a investir em outros países também, para dar apoio à Avon e a The Body Shop".

O que o mercado achou?

A venda da Aesop era amplamente aguardada, mas os termos acertados junto à L'Oréal agradaram os analistas de grandes bancos. E, nesse front, destaque para o JP Morgan: o banco americano, que já tinha recomendação de compra para as ações NTCO3, também passou a ver com bons olhos os títulos de dívida da companhia.

Em relatório, o JP Morgan lembra que a Aesop foi comprada por pouco mais de US$ 100 milhões em 2012 e, assim, o ganho de capital após a venda será da ordem de US$ 2,4 bilhões — descontados impostos, os recursos líquidos a entrarem no caixa podem chegar a US$ 2 bilhões.

"Destacamos que a venda não resolve os problemas estruturais da Natura, e ainda há riscos de execução relacionados à reestruturação do negócio", destacam os analistas do banco. "No entanto, a operação traz um necessário alívio à posição financeira da companhia, ao mesmo tempo que dá à Natura mais tempo para resolver seus problemas".

Linha semelhante é adotada pelo Goldman Sachs: a venda da Aesop é considerada positiva pela instituição, uma vez que aliviará a pressão sobre a estrutura de capital da Natura e permitirá que a empresa invista na reestruturação da Avon e da The Body Shop.

O Goldman, no entanto, também ressalta que as operações restantes do portfólio da Natura seguem enfraquecidas e podem representar riscos de baixa para as projeções financeiras; o banco ainda diz que os US$ 2,5 bilhões a serem pagos pela L'Oréal ficaram em linha com as expectativas do mercado.

O BTG Pactual fala em destravamento de valor; o Santander, em início de uma nova fase positiva para a Natura; a XP avalia que, com a venda da Aesop, as ações NTCO3 estão muito baratas para serem ignoradas; o Itaú BBA afirma que vai revisitar seu modelo para refletir os impactos positivos do anúncio, apesar dos riscos à tese de investimento.

O tom "cautelosamente otimista" é resumido por um gestor de uma asset em São Paulo que pede para não ser identificado: para ele, a venda da Aesop é um bom começo, aliviando o balanço e reduzindo a complexidade da empresa. "Mas ainda tem muito chão pela frente, muito ativo ruim e mal gerido espalhado pelo mundo..."

Veja abaixo um resumo das recomendações e preços-alvo de alguns dos principais bancos e casas de análise que acompanham a empresa:

NTCO3 em 3/4: R$ 13,57RecomendaçãoPreço-alvo (R$)Potencial de alta/baixa
JP MorganCompra24,00+76,9%
Goldman SachsNeutro14,00+3,2%
BTG PactualNeutro18,00+32,6%
SantanderNeutro12,20-10,1%
XPCompra22,00+62,1%
Itaú BBACompra18,00+32,6%
UBS BBNeutro17,00+25,3%
Bradesco BBICompra16,00+17,9%

As ações da Natura (NTCO3) acumulam ganhos de quase 30% desde o começo de 2023; em um ano, no entanto, os papéis ainda amargam perdas da ordem de 50%.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
BUSINESS AS USUAL

ESG ainda não convence gestores multimercados, mas um segmento é exceção

11 de julho de 2025 - 15:23

Mesmo em alta na mídia, sustentabilidade ainda não convence quem toma decisão de investimento, mas há brechas de oportunidade

VEM AÍ

Méliuz diz que está na fase final para listar ações nos EUA; entenda como vai funcionar

11 de julho de 2025 - 15:03

Objetivo é aumentar a visibilidade das ações e abrir espaço para eventuais operações financeiras nos EUA, segundo a empresa

CARRO SUSTENTÁVEL

Governo zera IPI para carros produzidos no Brasil que atendam a quatro requisitos; saiba quais modelos já se enquadram no novo sistema

11 de julho de 2025 - 12:03

Medida integra programa nacional de descarbonização da frota automotiva do país

CASAMENTO POSTERGADO

CVM adia de novo assembleia sobre fusão entre BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3); ações caem na B3

11 de julho de 2025 - 10:58

Assembleia da BRF que estava marcada para segunda-feira (14) deve ser adiada por mais 21 dias; transação tem sido alvo de críticas por parte de investidores, que contestam o cálculo apresentado pelas empresas

FUSÕES E AQUISIÇÕES

Telefônica Brasil (VIVT3) compra fatia da Fibrasil por R$ 850 milhões; veja os detalhes do acordo que reforça a rede de fibra da dona da Vivo

10 de julho de 2025 - 20:01

Com a operação, a empresa de telefonia passará a controlar 75,01% da empresa de infraestrutura, que pertencia ao fundo canadense La Caisse

ATENÇÃO ACIONISTAS

Dividendos e JCP: Santander (SANB11) vai distribuir R$ 2 bilhões em proventos; confira os detalhes

10 de julho de 2025 - 19:25

O banco vai distribuir proventos aos acionistas na forma de juros sobre capital próprio, com pagamento programado para agosto

REAÇÃO À PRÉVIA OPERACIONAL

Moura Dubeux (MDNE3) surpreende com vendas recordes no 2T25, e mercado vê fôlego para mais crescimento

10 de julho de 2025 - 19:17

Com crescimento de 25% nas vendas líquidas, construtora impressiona analistas de Itaú BBA, Bradesco BBI, Santander e Safra; veja os destaques da prévia

MAIS UMA DERROTA

Justiça barra recurso da CSN (CSNA3) no caso Usiminas (USIM5) e encerra mais um capítulo da briga, diz jornal; entenda o desfecho

10 de julho de 2025 - 18:04

A disputa judicial envolvendo as duas companhias começou há mais de uma década, quando a empresa de Benjamin Steinbruch tentou uma aquisição hostil da concorrente

NA LINHA DE FRENTE

A Petrobras (PETR4) vai se dar mal por causa de Trump? Entenda o impacto das tarifas para a estatal

10 de julho de 2025 - 13:14

A petroleira adotou no momento uma postura mais cautelosa, mas especialistas dizem o que pode acontecer com a companhia caso a taxa de 50% dos EUA entre em vigor em 1 de agosto

PONDERAÇÃO PARA INVESTIDORES

Nem toda boa notícia é favorável: entenda por que o UBS mudou sua visão sobre Itaú (ITUB4), mesmo com resultados fortes

10 de julho de 2025 - 10:17

Relatório aponta que valorização acelerada da ação e preço atual já incorporam boa parte dos ganhos futuros do banco

LUZ VERDE

Azul (AZUL4) dá mais um passo na recuperação judicial e consegue aprovação de petições nos EUA

9 de julho de 2025 - 19:02

A aérea tem mais duas audiências marcadas para os dias 15 e 24 de julho que vão discutir pontos como o empréstimo DIP, que soma US$ 1,6 bilhão

PRÁTICAS IRREGULARES

A acusação séria que fez as ações da Suzano (SUZB3) fecharem em queda de quase 2% na bolsa

9 de julho de 2025 - 17:54

O Departamento do Comércio dos EUA identificou que a empresa teria exportado mercadorias com preço abaixo do normal por quase um ano

MAIORES DETENTORES DE BITCOIN

Uma brasileira figura entre as 40 maiores empresas com bitcoin (BTC) no caixa; confira a lista

9 de julho de 2025 - 16:45

A empresa brasileira tem investido pesado na criptomoeda mais valiosa do mundo desde março deste ano

PROPORÇÃO 1 PARA 3

Em um bom momento na bolsa, Direcional (DIRR3) propõe desdobramento de ações. Veja como vai funcionar

9 de julho de 2025 - 16:07

A proposta será votada em assembleia no dia 30 de julho, e a intenção é que o desdobramento seja na proporção de 1 para 3

VALE MAIS QUE CANADÁ E MÉXICO

Nvidia (NVDA34) é tetra: queridinha da IA alcança a marca inédita de US$ 4 trilhões em valor de mercado

9 de julho de 2025 - 13:14

A fabricante de chips já flertava com a cifra trilionária desde a semana passada, quando superou o recorde anteriormente estabelecido pela Apple

PRÉVIA OPERACIONAL

Cyrela (CYRE3) quase triplica valor de lançamentos e avança no MCMV; BTG reitera compra — veja destaques da prévia do 2T25

9 de julho de 2025 - 11:33

Na visão do banco, as ações são referência no setor, mesmo com um cenário macro adverso para as construtoras menos expostas ao Minha Casa Minha Vida

DESTAQUES DA BOLSA

Ações da Braskem (BRKM5) saltam mais de 10% na bolsa brasileira com PL que pode engordar Ebitda em até US$ 500 milhões por ano

9 de julho de 2025 - 11:31

O que impulsiona BRKM5 nesta sessão é a aprovação da tramitação acelerada de um programa de incentivos para a indústria petroquímica; entenda

REAÇÃO À PRÉVIA OPERACIONAL

Tenda (TEND3): prévia operacional do segundo trimestre agrada BTG, que reitera construtora como favorita do setor, mas ação abre em queda

9 de julho de 2025 - 10:31

De acordo com os analistas do BTG, os resultados operacionais foram positivos e ação está sendo negociada a um preço atrativo; veja os destaques da prévia o segundo trimestre

NOVO OBSTÁCULO

Mais um acionista da BRF (BRFS3) pede a suspensão da assembleia de votação da fusão com a Marfrig (MRFG3). O que diz a Previ?

9 de julho de 2025 - 10:31

A Previ entrou com um agravo de instrumento na Justiça e com um pedido de arbitragem para contestar a relação de troca proposta, segundo jornal

PLANO EM ANDAMENTO

Jeff Bezos vende mais US$ 666 milhões em ações da Amazon (AMZN34); saiba para onde está indo esse dinheiro

8 de julho de 2025 - 20:07

Fundador da Amazon já se desfez de quase 3 milhões de papéis só em julho; bilionário planeja vender cerca de 25 milhões de ações até maio de 2026

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar