Após IPO que emperrou com a piora do mercado, 2W Ecobank mira no varejo e explora universo dos serviços financeiros
Nos próximos anos, a 2W Ecobank quer oferecer energia para empresas e também pessoas físicas, oferecendo ainda soluções para os clientes de olho nos temas ESG

A lista de empresas que cogitaram um IPO nos últimos anos mas decidiram esperar um momento melhor do mercado não é pequena. Enquanto a maré não melhora — ou melhor, os juros não abaixam — o jeito é buscar novos caminhos, tanto de negócios quanto para de financiar. Foi assim que a antiga 2W Energia virou 2W Ecobank, enquanto acompanha o humor dos investidores para uma capitalização futura.
Desde 2020 a 2W concentra boa parte de seus esforços no chamado "varejo" do setor de energia. Ou seja, consumidores de pequeno ou médio porte, quase sempre representados por comércios e fábricas menores. Esse tipo de consumidor gasta, em média, R$ 30 mil por mês de conta de energia, conta Cláudio Ribeiro, CEO da companhia.
Estamos falando da padaria do seu bairro ou daquela farmácia que fica logo ali na esquina. É nesse tipo de consumidor que a 2W está mirando não somente na hora de fornecer energia, mas também serviços financeiros — daí a mudança para 2W Ecobank.
- Ainda tem dúvidas sobre como fazer a declaração do Imposto de Renda 2023? O Seu Dinheiro preparou um guia completo e exclusivo com o passo a passo para que você “se livre” logo dessa obrigação – e sem passar estresse. [BAIXE GRATUITAMENTE AQUI]
É o modelo de banco como serviço (banking as a service na tradução para o inglês), que aconteceu graças a uma parceria com o Itaú, que faz a mágica acontecer e tudo funcionar.
Além da energia
De olho em pessoas físicas e microempresários, a empresa oferece acompanhamento do consumo de energia desse cliente, faz comparações com o consumo e economia observados no mercado restrito — ou mercado cativo, no jargão do setor, quando um cliente é obrigado a fechar contrato com a Enel, por exemplo — e telemetria.
Outras ideias também foram sendo incorporadas, como a instalação de totens para carregamento de carros elétricos e elaboração de inventário de carbono, para aquele cliente que quer certificar seus consumidores de que possui práticas ecológicas — ou ESG, como falam — no dia a dia de seu negócio.
Leia Também
Para ter presença no Brasil inteiro, a solução foi contar com consultores próprios e também parceiros, em busca de atrair mais clientes para o que o mercado chama de "mercado livre de energia", ainda bastante desconhecido no Brasil.
Afinal, o mais comum é que uma pessoa feche automaticamente seu contrato de fornecimento com a empresa que atende sua região, sem saber que para empresários é possível acessar outras empresas em busca de melhores preços.
"Para falar com a gráfica lá no interior de São Paulo, eu tinha de oferecer uma plataforma que falasse além do assunto ‘energia’. O consumidor tem medo, então queríamos explicar tudo para ele e ainda trazer conveniência e conforto", afirma Ribeiro.
Hoje, a 2W deseja atender tanto o seu tanto essa gráfica pequena quanto as companhias do "mercado de atacado", as grandonas de seus setores. E, assim que a legislação permitir, ela quer atender você. Sim, você mesmo.
2W na tomada da sua casa
Imagine que você acabou de mudar de apartamento e precisa escolher a internet que vai instalar na sua nova casa. Você pesquisa quais empresas atendem o seu bairro, lembra de uma experiência meio ruim com uma antiga operadora, recebe um folheto de uma outra que nunca ouviu falar, compara os serviços e escolhe aquele que melhor te atende, conforme o preço e suas necessidades.
A próxima onda que a 2W quer surfar é essa, mas com o mercado de energia. Tudo ainda depende do andamento do o Projeto de Lei 414/21, que vai abrir o mercado de energia brasileiro alterando o marco regulatório do setor. A ideia é oferecer mais opções e garantir maior competitividade entre as empresas.
No modelo atual, apenas quem ultrapassa uma demanda mínima de consumo é que pode acessar o mercado e contratar a 2W, por exemplo, ou alguma concorrente sua. Ou seja, apenas empresas acabam tendo acesso e, por consequência, a possibilidade de pagar o preço que for melhor e também trocar o serviço quando não estiver mais feliz com ele.
Em breve, qualquer consumidor pessoa física vai poder comprar energia da empresa que quiser, incluindo a 2W. Também vai ser possível escolher fontes mais limpas de energia, como a solar ou a eólica.
A ideia é que esses planos sejam possíveis a partir de 2024 para os consumidores de alta tensão e em 2026 para o restante da população. Trata-se de um mercado represado de quase 90 milhões de consumidores, que podem movimentar R$ 400 bilhões por ano.
Hoje, a empresa já conta com 3 mil clientes, sendo 700 deles no perfil de "atacado".
"São pelo menos 200 mil empresas que vão poder acessar o mercado livre já em janeiro do ano que vem, endereçando todo um novo mercado. Isso impulsionou o nosso plano de negócios", diz Cláudio Ribeiro.
Geração de energia
Nascida como comercializadora, outra área que a 2W decidiu explorar é a de geração de energia, saindo do básico das comercializadoras que apenas compram e vendem. Olhando para as atividades que já executavam e as capacidades do time, a empresa percebeu que era possível entrar neste tipo de negócio também.
O movimento já havia sido dado também por outras companhias do setor em busca de diversificar sua receita, como a Delta, a Safira e a Capitale, num modelo que permite contratos de mais longo prazo e competitividade entre si.
Assim, a 2W investiu mais de R$ 750 milhões no parque eólico Anemus, localizado em Currais Novos e São Vicente, no Rio Grande do Norte. O complexo conta com 33 geradores e capacidade instalada de 138,6 MW, capazes de produzir mais de 60 milhões de kWh por mês.
Um outro investimento foi feito na construção do complexo eólico Kaipós, localizado em Icapuí, no Ceará. Com capacidade instalada de 261 MW, exigiu um investimento de R$ 1,5 bilhão.
Para financiar tudo isso, o caminho foi acessar o mercado de dívida e utilizar debêntures, além de contar com R$ 275 milhões do Banco do Nordeste (BNB), que serão pagos em 24 anos.
Anteriormente, a empresa já havia captado R$ 147 milhões com o banco para o complexo Kairós. Também foram necessários mais R$ 228 milhões, que vieram via equity.
Vem IPO por aí?
A 2W encaminhou seu IPO (oferta pública inicial de ações na sigla em inglês) em 2020, mas não concluiu o projeto por conta das dificuldades trazidas pela pandemia e que atingiram o mercado e a confiança dos investidores.
De lá para cá, a pandemia deixou de assombrar, mas outras questões como eleições, crise econômica e risco fiscal fizeram o mercado de capitais emperrar e simplesmente nenhuma oferta parece estar nem perto de ser feita.
A possibilidade de um IPO continua no radar, diz o executivo, mas ele prefere ainda ir sentindo a temperatura antes de tomar esse passo. Hoje, a 2W considera essa oferta tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, além de não descartar um aporte privado de capital. No total, o CEO estima que seria necessário levantar entre R$ 1 bilhão e R$ 1,3 bilhão.
"O IPO vem por conveniência ou necessidade e a necessidade nós não temos. Olhamos o mercado aqui e lá fora, mas no exterior as ofertas são maiores, o que nos traz preocupação com a liquidez do papel. Mas estudamos todos os cenários", afirma o CEO.
A dificuldade mesmo parece ser enxergar uma luz no fim do túnel do mercado de capitais, que seja capaz de abrir espaço para novas ofertas.
VEJA TAMBÉM - A Dinheirista: Fugi do país para escapar de uma montanha de dívidas, meus credores podem me perseguir?
MRV (MRVE3) resolve estancar sangria na Resia, mesmo deixando US$ 144 milhões “na mesa”; ações lideram altas na bolsa
Construtora anunciou a venda de parte relevante ativos da Resia, mesmo com prejuízo contábil de US$ 144 milhões
ESG ainda não convence gestores multimercados, mas um segmento é exceção
Mesmo em alta na mídia, sustentabilidade ainda não convence quem toma decisão de investimento, mas há brechas de oportunidade
Méliuz diz que está na fase final para listar ações nos EUA; entenda como vai funcionar
Objetivo é aumentar a visibilidade das ações e abrir espaço para eventuais operações financeiras nos EUA, segundo a empresa
Governo zera IPI para carros produzidos no Brasil que atendam a quatro requisitos; saiba quais modelos já se enquadram no novo sistema
Medida integra programa nacional de descarbonização da frota automotiva do país
CVM adia de novo assembleia sobre fusão entre BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3); ações caem na B3
Assembleia da BRF que estava marcada para segunda-feira (14) deve ser adiada por mais 21 dias; transação tem sido alvo de críticas por parte de investidores, que contestam o cálculo apresentado pelas empresas
Telefônica Brasil (VIVT3) compra fatia da Fibrasil por R$ 850 milhões; veja os detalhes do acordo que reforça a rede de fibra da dona da Vivo
Com a operação, a empresa de telefonia passará a controlar 75,01% da empresa de infraestrutura, que pertencia ao fundo canadense La Caisse
Dividendos e JCP: Santander (SANB11) vai distribuir R$ 2 bilhões em proventos; confira os detalhes
O banco vai distribuir proventos aos acionistas na forma de juros sobre capital próprio, com pagamento programado para agosto
Moura Dubeux (MDNE3) surpreende com vendas recordes no 2T25, e mercado vê fôlego para mais crescimento
Com crescimento de 25% nas vendas líquidas, construtora impressiona analistas de Itaú BBA, Bradesco BBI, Santander e Safra; veja os destaques da prévia
Justiça barra recurso da CSN (CSNA3) no caso Usiminas (USIM5) e encerra mais um capítulo da briga, diz jornal; entenda o desfecho
A disputa judicial envolvendo as duas companhias começou há mais de uma década, quando a empresa de Benjamin Steinbruch tentou uma aquisição hostil da concorrente
A Petrobras (PETR4) vai se dar mal por causa de Trump? Entenda o impacto das tarifas para a estatal
A petroleira adotou no momento uma postura mais cautelosa, mas especialistas dizem o que pode acontecer com a companhia caso a taxa de 50% dos EUA entre em vigor em 1 de agosto
Nem toda boa notícia é favorável: entenda por que o UBS mudou sua visão sobre Itaú (ITUB4), mesmo com resultados fortes
Relatório aponta que valorização acelerada da ação e preço atual já incorporam boa parte dos ganhos futuros do banco
Azul (AZUL4) dá mais um passo na recuperação judicial e consegue aprovação de petições nos EUA
A aérea tem mais duas audiências marcadas para os dias 15 e 24 de julho que vão discutir pontos como o empréstimo DIP, que soma US$ 1,6 bilhão
A acusação séria que fez as ações da Suzano (SUZB3) fecharem em queda de quase 2% na bolsa
O Departamento do Comércio dos EUA identificou que a empresa teria exportado mercadorias com preço abaixo do normal por quase um ano
Uma brasileira figura entre as 40 maiores empresas com bitcoin (BTC) no caixa; confira a lista
A empresa brasileira tem investido pesado na criptomoeda mais valiosa do mundo desde março deste ano
Em um bom momento na bolsa, Direcional (DIRR3) propõe desdobramento de ações. Veja como vai funcionar
A proposta será votada em assembleia no dia 30 de julho, e a intenção é que o desdobramento seja na proporção de 1 para 3
Nvidia (NVDA34) é tetra: queridinha da IA alcança a marca inédita de US$ 4 trilhões em valor de mercado
A fabricante de chips já flertava com a cifra trilionária desde a semana passada, quando superou o recorde anteriormente estabelecido pela Apple
Cyrela (CYRE3) quase triplica valor de lançamentos e avança no MCMV; BTG reitera compra — veja destaques da prévia do 2T25
Na visão do banco, as ações são referência no setor, mesmo com um cenário macro adverso para as construtoras menos expostas ao Minha Casa Minha Vida
Ações da Braskem (BRKM5) saltam mais de 10% na bolsa brasileira com PL que pode engordar Ebitda em até US$ 500 milhões por ano
O que impulsiona BRKM5 nesta sessão é a aprovação da tramitação acelerada de um programa de incentivos para a indústria petroquímica; entenda
Tenda (TEND3): prévia operacional do segundo trimestre agrada BTG, que reitera construtora como favorita do setor, mas ação abre em queda
De acordo com os analistas do BTG, os resultados operacionais foram positivos e ação está sendo negociada a um preço atrativo; veja os destaques da prévia o segundo trimestre
Mais um acionista da BRF (BRFS3) pede a suspensão da assembleia de votação da fusão com a Marfrig (MRFG3). O que diz a Previ?
A Previ entrou com um agravo de instrumento na Justiça e com um pedido de arbitragem para contestar a relação de troca proposta, segundo jornal