Reforma do imposto de renda: para arrecadar mais, governo deve propor fim dos juros sobre capital próprio (JCP) e mudança nos fundos exclusivos já em agosto
Reforma do IR só deve ser encaminhada no fim do ano, mas essas duas propostas serão adiantadas para engordar o orçamento de 2024

Com a reforma tributária dos impostos sobre o consumo encaminhada no Congresso, o governo federal agora se volta para a reforma do imposto de renda.
E embora o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tenha dito ontem (18) que essa etapa seria apresentada ao parlamento apenas no fim do ano, duas propostas devem ser enviadas antecipadamente, ainda em agosto: o fim dos Juros sobre Capital Próprio (JCP) e a mudança na tributação dos fundos exclusivos.
A informação foi passada à Reuters por três fontes da equipe econômica com conhecimento do assunto. A antecipação dessas medidas teria o objetivo de ajudar o governo a aumentar a arrecadação o quanto antes para atingir a meta de déficit primário zero em 2024, diz a agência de notícias.
As duas mudanças mais a regulamentação da cobrança da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) sobre benefícios fiscais concedidos por estados dariam amparo ao Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) de 2024, que deve ser enviado ao Congresso até o fim de agosto.
“Quando for enviado o PLOA, têm que ser enviadas também as medidas de receita para cumprir as metas, algumas dessas medidas já vão aparecer no PLOA”, disse à Reuters uma das fontes sob condição de anonimato. “A ideia é que isso seja discutido já ao longo do próximo semestre”. Procurado pela agência, o Ministério da Fazenda não comentou.
VEJA TAMBÉM — Nome no Serasa: sofri um golpe e agora estou negativado! O que fazer?
Mudanças afetam diretamente o investidor pessoa física
As alterações na tributação dos fundos exclusivos afetarão os investidores pessoas físicas mais abastados, que são os que costumam se valer deste instrumento para gerir seus investimentos e fazer planejamento sucessório.
Leia Também
Foco em educação: Potencia Ventures faz aporte de R$ 1,5 milhão na UpMat
Hoje, os fundos exclusivos – aqueles que só tem um cotista ou um punhado deles, geralmente da mesma família – só são tributados quando distribuem rendimentos aos seus investidores.
Assim, famílias de grande patrimônio podem passar anos a fio sem pagar imposto sobre os rendimentos gerados pelos investimentos que compõem a carteira do fundo, caso este não faça nenhuma distribuição de rendimentos.
- Aconteceu entre 2016 e 2019 e tem tudo para se repetir a partir de 2023: conheça o plano estratégico que pode multiplicar o seu dinheiro em até 5x com o bull market da bolsa brasileira – em apenas três anos. [CLIQUE AQUI PARA ACESSAR]
A ideia inicial do governo é submeter os fundos exclusivos ao mecanismo de come-cotas, modelo de tributação de boa parte dos fundos abertos ao público geral, como os de renda fixa, cambiais e multimercados.
O come-cotas é uma cobrança de imposto de renda semestral, paga em cotas, sempre que o fundo tiver ganhos no período, ainda que não distribua rendimentos ou sejam feitos resgates.
Já a eliminação do JCP é algo que afeta mais negativamente as empresas que distribuem esse tipo de provento aos seus acionistas. Os juros sobre capital próprio são tributados em 15% para quem os recebe, mas são dedutíveis do lucro tributável para as empresas que os distribuem.
- Leia também: Quer surfar a alta da bolsa sem ter trabalho e pagando barato? Veja quais são os melhores ETFs para seguir o Ibovespa
Tributação de dividendos vem aí
Mas o fim dos JCP não significa que os investidores em ações passarão a receber apenas proventos isentos das empresas das quais são acionistas.
Ainda não deve ser em agosto, mas a tributação dos dividendos deve ser proposta pelo governo no final de 2023, junto com o restante da reforma do imposto de renda, que inclui a correção da tabela progressiva e a desoneração da folha de pagamento das empresas.
Hoje, dividendos distribuídos por empresas a seus acionistas são isentos de imposto de renda, mas o governo deseja voltar a tributar esses proventos, que seriam os únicos existentes, após o fim dos JCP.
*Com informações da Reuters
Que telefone vai tocar primeiro: de Xi ou de Trump? Expectativa mexe com os mercados globais; veja o que esperar desta quinta
Depois do toma lá dá cá tarifário entre EUA e China, começam a crescer as expectativas de que Xi Jinping e Donald Trump possam iniciar negociações. Resta saber qual telefone irá tocar primeiro.
Dividendos e JCP: Vibra (VBBR3) aprova a distribuição de R$ 1,63 bilhão em proventos; confira os prazos
Empresa de energia não é a única a anunciar nesta quarta-feira (16) o pagamento de dividendos bilionários
Taxa das blusinhas versão Trump: Shein e Temu vão subir preços ainda este mês para compensar tarifaço
Por enquanto, apenas os consumidores norte-americanos devem sentir no bolso os efeitos da guerra comercial com a China já na próxima semana — Shein e Temu batem recordes de vendas, impulsionadas mais pelo medo do aumento do que por otimismo
Como declarar ações no imposto de renda 2025
Declarar ações no imposto de renda não é trivial, e não é na hora de declarar que você deve recolher o imposto sobre o investimento. Felizmente a pessoa física conta com um limite de isenção. Saiba todos os detalhes sobre como declarar a posse, compra, venda, lucros e prejuízos com ações no IR 2025
Respira, mas não larga o salva-vidas: Trump continua mexendo com os humores do mercado nesta terça
Além da guerra comercial, investidores também acompanham balanços nos EUA, PIB da China e, por aqui, relatório de produção da Vale (VALE3) no 1T25
Dividendos e JCP: Santander (SANB11) anuncia o pagamento de R$ 1,5 bilhão em proventos; veja quem mais paga
Acionistas que estiverem inscritos nos registros do banco no dia 17 de abril terão direito ao JCP
Países do Golfo Pérsico têm vantagens para lidar com o tarifaço de Trump — mas cotação do petróleo em queda pode ser uma pedra no caminho
As relações calorosas com Trump não protegeram os países da região de entrar na mira do tarifaço, mas, em conjunto com o petróleo, fortalecem possíveis negociações
Taxa sobre taxa: Resposta da China a Trump aprofunda queda das bolsas internacionais em dia de ata do Fed
Xi Jinping reage às sobretaxas norte-americanas enquanto fica cada vez mais claro que o alvo principal de Donald Trump é a China
Prazo de validade: Ibovespa tenta acompanhar correção das bolsas internacionais, mas ainda há um Trump no meio do caminho
Bolsas recuperam-se parcialmente das perdas dos últimos dias, mas ameaça de Trump à China coloca em risco a continuidade desse movimento
Equatorial (EQTL3): Por que a venda da divisão de transmissão pode representar uma virada de jogo em termos de dividendos — e o que fazer com as ações
Bancões enxergam a redução do endividamento como principal ponto positivo da venda; veja o que fazer com as ações EQTL3
Dividendos e JCP: mais de R$ 5,6 bilhões serão pagos aos acionistas destas empresas até o fim de abril — veja quais e em que datas
Itaúsa, Telefônica Brasil, B3, Lojas Renner e outras 16 empresas pagarão proventos aos acionistas até o fim deste mês; veja valores e o calendário
Tarifas gerais de Trump começam a valer hoje e Brasil está na mira; veja como o governo quer reagir
Além do Brasil, Trump também impôs tarifa mínima de 10% a 126 outros países, como Argentina e Reino Unido
China não deixa barato: Xi Jinping interrompe feriado para anunciar retaliação a tarifas de Trump — e mercados derretem em resposta
O Ministério das Finanças da China disse nesta sexta-feira (4) que irá impor uma tarifa de 34% sobre todos os produtos importados dos EUA
Um café e um pão na chapa na bolsa: Ibovespa tenta continuar escapando de Trump em dia de payroll e Powell
Mercados internacionais continuam reagindo negativamente a Trump; Ibovespa passou incólume ontem
Trump Day: Mesmo com Brasil ‘poupado’ na guerra comercial, Ibovespa fica a reboque em sangria das bolsas internacionais
Mercados internacionais reagem em forte queda ao tarifaço amplo, geral e irrestrito imposto por Trump aos parceiros comerciais dos EUA
Trump-palooza: Alta tensão com tarifaço dos EUA força cautela nas bolsas internacionais e afeta Ibovespa
Donald Trump vai detalhar no fim da tarde de hoje o que chama de tarifas “recíprocas” contra países que “maltratam” os EUA
Se cuida, Elon Musk: nem os milionários vão escapar de Trump
Se a lua de mel do presidente norte-americano com Wall Street parece ter chegado ao fim, o casamento com os donos de grandes fortunas nos EUA também beira uma crise — e não é a dos sete anos
Nem tudo é verdade: Ibovespa reage a balanços e dados de emprego em dia de PCE nos EUA
O PCE, como é conhecido o índice de gastos com consumo pessoal nos EUA, é o dado de inflação preferido do Fed para pautar sua política monetária
Dividendos e JCP: Multiplan (MULT3) e Porto Seguro (PSSA3) vão pagar quase R$ 400 milhões em proventos
Valores serão depositados nas contas dos acionistas até março do ano que vem; saiba quem tem direito a receber os proventos
Esporte radical na bolsa: Ibovespa sobe em dia de IPCA-15, relatório do Banco Central e coletiva de Galípolo
Galípolo concederá entrevista coletiva no fim da manhã, depois da apresentação do Relatório de Política Monetária do BC