Lula escolheu Brasil de “gastos”, mas arcabouço fiscal evita que país trilhe caminho da Argentina, diz Zeina Latif
Sócia da consultoria Gibraltar Consulting, Zeina Latif participou do episódio #50 do Market Makers e revelou as perspectivas para o panorama geral da economia brasileira

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou uma decisão clara ao substituir o finado teto de gastos pelo novo arcabouço fiscal: aumentar as despesas do governo. Essa opção pode não ser a melhor para a economia, mas isso não significa que o país caminha para repetir o fracasso da Argentina.
A visão é de Zeina Latif, doutora em economia e sócia da Gibraltar Consulting. Ela participou do episódio #50 do Market Makers e revelou as perspectivas para o panorama geral da economia brasileira.
Mesmo em conversas de bar ou almoços de família, não é incomum ouvir alguém dizer que “o Brasil está a passos de se tornar uma Argentina”. A situação econômica nos “hermanos” está por um fio, e as medidas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não são lá reconfortantes.
“Você tem um governo que fez uma escolha por um modelo de regime fiscal que não considera, pelo menos não agora, políticas para conter o crescimento de gastos”, afirmou Zeina.
Para ela, é preciso aceitar que o país terá um equilíbrio macroeconômico de pior qualidade no governo Lula.
Para escutar a conversa na íntegra, basta dar play aqui:
Leia Também
Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora
O Brasil vai virar uma Argentina?
Mesmo assim, a economista não enxerga o Brasil percorrendo os mesmos caminhos conflitantes de vizinhos como a Argentina, uma vez que os brasileiros são uma “sociedade que não aceita inflação e, portanto, há limites para o gasto público.”
“Algum tipo de amarra pelo arcabouço precisava ter, e não é para agradar a Faria Lima. É porque nós somos uma sociedade que não aceita a volta da inflação. A gente não é a Argentina”, destaca.
Na visão de Zeina Latif, apesar de o arcabouço fiscal não ser perfeito, ao menos o instrumento dá algum norte sobre o futuro econômico do Brasil.
“[O Brasil] Não vai para uma situação descontrole, porque o Lula não é Dilma e porque as instituições de hoje não são as mesmas do passado. Mesmo que a Dilma voltasse, ela não conseguiria reproduzir o que fez lá atrás. Hoje, a gente tem instituições mais fortes que estão monitorando muito mais os excessos.”
Entretanto, em conversa com os apresentadores Renato Santiago e Josué Guedes, a economista afirma que Lula perdeu a chance de fazer ajustes na regra do teto de gastos sem precisar abrir mão dela.
Segundo Zeina Latif, o governo decidiu politizar a regra após os furos da gestão anterior — e se prejudicou por isso.
“Poderia ter não ter tido que gastar tanta energia agora com o arcabouço”, destaca. “Não se fez isso porque se demonizou tanto a regra do teto que ficava inviável na política, mas eu acho uma pena isso essa coisa de ter que recomeçar.”
Ouça aqui o bate-papo completo:
O Brasil insiste em erros
Não bastasse as questões envolvendo o arcabouço fiscal e o tamanho dos gastos de Lula, Zeina Latif vê outros empecilhos para a economia brasileira.
Para a economista, é como se o mercado internacional fosse um grupo de amigos passeando pelas ruas da cidade — e, nesse caso, o Brasil seria a pessoa que fica para trás na calçada.
Entretanto, o atraso do país em relação aos colegas não é por ser deixado de lado em conversas, mas sim pois “o Brasil é especialista em perder grandes oportunidades”.
“O Brasil fica insistindo em erros e perdendo oportunidades”, afirma Latif. “A gente podia ser mais ambicioso. Podíamos ter sido mais ambiciosos no governo Bolsonaro e não fomos. E também podíamos ser mais ambiciosos agora.”
Segundo análise de Zeina Latif, o Brasil tem condições de se beneficiar do cenário global atual de polarização. “A gente tem condições de capturar bons ventos e boas oportunidades de investimento dos vários polos aqui. Se a gente vai conseguir, eu já não sei, porque a gente perde muitas oportunidades”
De acordo com a economista, o Brasil gasta tempo com políticas que não funcionaram no passado e acabam por adiar agendas pró-crescimento.
“Se a gente tivesse uma agenda do lado fiscal, não só no sentido de controlar a dívida pública, mas de melhorar a qualidade da ação estatal, óbvio que colocaria o país em outro patamar.”
Confira a conversa na íntegra:
Governo confirma 2ª edição do “Enem dos concursos” com mais de 3 mil vagas; inscrições acontecem em julho
O Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) amplia oferta de vagas federais com foco em democratização, inovação e fortalecimento da máquina pública
Para Gabriel Galípolo, inflação, defasagens e incerteza garantem alta da Selic na próxima semana
Durante a coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024, o presidente do Banco Central reafirmou o ciclo de aperto monetário e explicou o raciocínio por trás da estratégia
Bolsa de Metais de Londres estuda ter preços mais altos para diferenciar commodities sustentáveis
Proposta de criar prêmios de preço para metais verdes como alumínio, cobre, níquel e zinco visa incentivar práticas responsáveis e preparar o mercado para novas demandas ambientais
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Agenda econômica: Balanços, PIB, inflação e emprego estão no radar em semana cheia no Brasil e no exterior
Semana traz IGP-M, payroll, PIB norte-americano e Zona do Euro, além dos últimos balanços antes das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos de maio
Agenda intensa: semana tem balanços de gigantes, indicadores quentes e feriado
Agenda da semana tem Gerdau, Santander e outras gigantes abrindo temporada de balanços e dados do IGP-M no Brasil e do PIB nos EUA
Prio (PRIO3): Conheça a ação com rendimento mais atrativo no setor de petróleo, segundo o Bradesco BBI
Destaque da Prio foi mantido pelo banco apesar da revisão para baixo do preço-alvo das ações da petroleira.
Negociação grupada: Automob (AMOB3) aprova grupamento de ações na proporção 50:1
Com a mudança na negociação de seus papéis, Automob busca reduzir a volatilidade de suas ações negociadas na Bolsa brasileira
Evasão estrangeira: Fluxo de capital externo para B3 reverte após tarifaço e já é negativo no ano
Conforme dados da B3, fluxo de capital externo no mercado brasileiro está negativo em R$ 242,979 milhões no ano.
Smart Fit (SMFT3) entra na dieta dos investidores institucionais e é a ação preferida do varejo, diz a XP
Lojas Renner e C&A também tiveram destaque entre as escolhas, com vestuário de baixa e média renda registrando algum otimismo em relação ao primeiro trimestre
Ação da Azul (AZUL4) cai mais de 30% em 2 dias e fecha semana a R$ 1,95; saiba o que mexe com a aérea
No radar do mercado está o resultado da oferta pública de ações preferenciais (follow-on) da companhia, mais um avanço no processo de reestruturação financeira
Primeiro ETF de XRP do mundo estreia na B3 — marco reforça protagonismo do Brasil no mercado de criptomoedas
Projeto da Hashdex com administração da Genial Investimentos estreia nesta sexta-feira (25) na bolsa de valores brasileira
Se errei, não erro mais: Google volta com o conversor de real para outras moedas e adiciona recursos de segurança para ter mais precisão nas cotações
A ferramenta do Google ficou quatro meses fora do ar, depois de episódios nos quais o conversor mostrou a cotação do real bastante superior à realidade
Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%
Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)
Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo
Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles
Lucro líquido da Usiminas (USIM5) sobe 9 vezes no 1T25; então por que as ações chegaram a cair 6% hoje?
Empresa entregou bons resultados, com receita maior, margens melhores e lucro alto, mas a dívida disparou 46% e não agradou investidores que veem juros altos como um detrator para os resultados futuros
CCR agora é Motiva (MOTV3): empresa troca de nome e de ticker na bolsa e anuncia pagamento de R$ 320 milhões em dividendos
Novo código e nome passam a valer na B3 a partir de 2 de maio