Agora todo mundo odeia as fintechs. Mas a ação de uma delas pode ser a próxima “oportunidade da vida” na bolsa
Apesar dos desafios para as fintechs de meios de pagamentos, ‘desastre’ parece incorporado aos preços absurdamente deprimidos do setor
Olá, seja bem-vindo à Estrada do Futuro, onde conversamos semanalmente sobre a intersecção entre investimentos e tecnologia.
Até hoje me espanto com o quanto foi possível gerar retornos excepcionais investindo nas empresas mais acompanhadas do mundo nestes últimos 12 meses.
Como empresas do porte de Meta (Facebook), Microsoft, Google e Amazon sofreram com tanta volatilidade desde 2022?
Em algum momento entre 2021 e 2022, formou-se um consenso de mercado de que as Big Techs eram caras e fadadas a ver seus resultados piorarem por anos a fio.
Esse breve consenso criou uma das oportunidades de investimentos que só pode ser classificada como uma oportunidade de uma vida.
Neste momento, eu acredito que há outro setor na bolsa americana vivendo um momento parecido.
Leia Também
As lições do Chile para o Brasil, ata do Copom, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje
Chile vira a página — o Brasil vai ler ou rasgar o livro?
O pêndulo do mercado
Num dos livros mais influentes já escritos sobre o mercado financeiro, chamado "Dominando o Ciclo de Mercado", o gestor da Oaktree, Howard Marks, escreve sobre o que ele chama de "pêndulo" do mercado financeiro.
Como nos mercados carecemos da precisão de outros campos, como a física, a realidade é a de que qualquer notícia pode ser lida como boa ou ruim.
Por exemplo: "Evergrande: gigante de incorporação chinesa entra com pedido de proteção contra falência nos EUA".
A maior incorporadora chinesa está em vias de quebrar. As notícias (sempre confusas) que vêm da China indicam que ela não é a única.
Isso é uma notícia ruim, certo?
Agora, em conjunto com ela, o Partido Comunista cortou novamente os juros e tem atuado com estímulos para o setor imobiliário, tentando evitar uma crise.
Essa é uma notícia boa, certo?
Sobre essas duas notícias (e suas derivadas), um consenso de mercado precisa ser formado: o resultado líquido é bom, ruim ou indiferente para os ativos financeiros?
O copo está meio cheio ou meio vazio?
Responder a essa pergunta é entender em que extremo se encontra o pêndulo do mercado.
Num mercado forte, tomador de risco, em que as ações veem meses consecutivos de boa performance, o mais provável é que o copo esteja meio cheio.
Já no cenário contrário, em que os juros estão subindo, as ações caem quase todos os dias e o investidor está avesso ao risco, o mais provável é que o copo esteja meio vazio.
Como é impossível prever o futuro, é o sentimento para com o presente que orienta o preço dos ativos de risco no curto prazo.
Como isso se aplica ao setor de tecnologia
Em 2022, o pêndulo estava próximo do seu extremo de pessimismo que as Big Techs negociaram a preços tão absurdos que talvez nunca mais voltemos a presenciar.
Enquanto todo o mercado se recuperou em 2023, há um segmento dentro de tecnologia onde o pêndulo me parece absurdamente pessimista: as fintechs.
Todo mundo odeia as fintechs
Após a divulgação dos seus resultados, as ações do PayPal caíram cerca de 15%.
O crescimento está baixo, há perdas no portfólio de crédito que não existiam há dois anos, o número de usuários está estagnado e a empresa está num momento de transição entre seus principais executivos.
Além disso, o crescimento de concorrentes como o Apple Pay e o Google Pay mostra o quanto o gigante de pagamentos vem perdendo participação de mercado.
Mais detalhes sobre PayPal você pode encontrar nesta coluna, que escrevi há algumas semanas.
Mas, o PayPal não é o representante solitário de um setor em ascensão. Pelo contrário.
A Adyen, provavelmente a fintech mais bem sucedida da Europa, caiu cerca de 45% após a divulgação dos seus resultados.
A Adyen é rentável (e muito), bem gerida e ainda cresce mais de 20% na comparação com 2022. Mesmo assim suas ações simplesmente implodiram após os números mostrarem uma desaceleração no crescimento de receitas.
A Square, dona da maior operação de POS dos EUA e do famoso CashApp — a wallet mais popular do país também — negocia num patamar de preços similar aos de 2017, depois de cair mais de 80% das suas máximas.
No setor de fintechs de pagamentos, toda notícia nova é um copo meio vazio.
Para você que não está com tanta sede assim…
Como escrevi em minha coluna recente sobre PayPal, há desafios estruturais para o setor de pagamentos, especialmente no que tange a competição.
Nos próximos anos, os fees ficarão menores e, com eles, encolherão também as margens das principais fintechs.
Esse desastre, porém, parece muito bem incorporado nos preços absurdamente deprimidos do setor.
Em certa medida, o setor de meios de pagamentos em 2023 se assemelha às Big Techs em 2022.
Na minha opinião, o setor merece uma pequena aposta.
Na Empiricus, mantemos recomendação de compra para as ações do PayPal em nosso portfólio Investidor Internacional.
- Além de PayPal (PYPL34): veja outros 5 BDRs que os analistas da Empiricus Research recomendam para quem busca lucrar com as melhores empresas do mercado internacional. Relatório gratuito disponível aqui.
Flávio Day: veja dicas para proteger seu patrimônio com contratos de opções e escolhas de boas ações
Veja como proteger seu patrimônio com contratos de opções e com escolhas de boas empresas
Flávio Day nos lembra a importância de ter proteção e investir em boas empresas
O evento mostra que ainda não chegou a hora de colocar qualquer ação na carteira. Por enquanto, vamos apenas com aquelas empresas boas, segundo a definição de André Esteves: que vão bem em qualquer cenário
A busca pelo rendimento alto sem risco, os juros no Brasil, e o que mais move os mercados hoje
A janela para buscar retornos de 1% ao mês na renda fixa está acabando; mercado vai reagir à manutenção da Selic e à falta de indicações do Copom sobre cortes futuros de juros
Rodolfo Amstalden: E olha que ele nem estava lá, imagina se estivesse…
Entre choques externos e incertezas eleitorais, o pregão de 5 de dezembro revelou que os preços já carregavam mais política do que os investidores admitiam — e que a Bolsa pode reagir tanto a fatores invisíveis quanto a surpresas ainda por vir
A mensagem do Copom para a Selic, juros nos EUA, eleições no Brasil e o que mexe com seu bolso hoje
Investidores e analistas vão avaliar cada vírgula do comunicado do Banco Central para buscar pistas sobre o caminho da taxa básica de juros no ano que vem
Os testes da família Bolsonaro, o sonho de consumo do Magalu (MGLU3), e o que move a bolsa hoje
Veja por que a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à presidência derrubou os mercados; Magazine Luiza inaugura megaloja para turbinar suas receitas
O suposto balão de ensaio do clã Bolsonaro que furou o mercado: como fica o cenário eleitoral agora?
Ainda que o processo eleitoral esteja longe de qualquer definição, a reação ao anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro deixou claro que o caminho até 2026 tende a ser marcado por tensão e volatilidade
Felipe Miranda: Os últimos passos de um homem — ou, compre na fraqueza
A reação do mercado à possível candidatura de Flávio Bolsonaro reacende memórias do Joesley Day, mas há oportunidade
Bolha nas ações de IA, app da B3, e definições de juros: veja o que você precisa saber para investir hoje
Veja o que especialista de gestora com mais de US$ 1,5 trilhão em ativos diz sobre a alta das ações de tecnologia e qual é o impacto para o mercado brasileiro. Acompanhe também a agenda da semana
É o fim da pirâmide corporativa? Como a IA muda a base do trabalho, ameaça os cargos de entrada e reescreve a carreira
As ofertas de emprego para posições de entrada tiveram fortes quedas desde 2024 em razão da adoção da IA. Como os novos trabalhadores vão aprender?
As dicas para quem quer receber dividendos de Natal, e por que Gerdau (GGBR4) e Direcional (DIRR3) são boas apostas
O que o investidor deve olhar antes de investir em uma empresa de olho dos proventos, segundo o colunista do Seu Dinheiro
Tsunami de dividendos extraordinários: como a taxação abre uma janela rara para os amantes de proventos
Ainda que a antecipação seja muito vantajosa em algumas circunstâncias, é preciso analisar caso a caso e não se animar com qualquer anúncio de dividendo extraordinário
Quais são os FIIs campeões de dezembro, divulgação do PIB e da balança comercial e o que mais o mercado espera para hoje
Sete FIIs disputam a liderança no mês de dezembro; veja o que mais você precisa saber hoje antes de investir
Copel (CPLE3) é a ação do mês, Ibovespa bate novo recorde, e o que mais movimenta os mercados hoje
Empresa de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, a Copel é a favorita para investir em dezembro. Veja o que mais você precisa saber sobre os mercados hoje
Mais empresas no nó do Master e Vorcaro, a escolha do Fed e o que move as bolsas hoje
Titan Capital surge como peça-chave no emaranhado de negócios de Daniel Vorcaro, envolvendo mais de 30 empresas; qual o risco da perda da independência do Fed, e o que mais o investidor precisa saber hoje
A sucessão no Fed: o risco silencioso por trás da queda dos juros
A simples possibilidade de mudança no comando do BC dos EUA já começou a mexer na curva de juros, refletindo a percepção de que o “jogo” da política monetária em 2026 será bem diferente do atual
Tony Volpon: Bolhas não acabam assim
Wall Street vivencia hoje uma bolha especulativa no mercado de ações? Entenda o que está acontecendo nas bolsas norte-americanas, e o que a inteligência artificial tem a ver com isso
As lições da Black Friday para o universo dos fundos imobiliários e uma indicação de FII que realmente vale a pena agora
Descontos na bolsa, retorno com dividendos elevados, movimentos de consolidação: que tipo de investimento realmente compensa na Black Friday dos FIIs?
Os futuros dividendos da Estapar (ALPK3), o plano da Petrobras (PETR3), as falas de Galípolo e o que mais move o mercado
Com mudanças contábeis, Estapar antecipa pagamentos de dividendos. Petrobras divulga seu plano estratégico, e presidente do BC se mantém duro em sua política de juros
Jogada de mestre: proposta da Estapar (ALPK3) reduz a espera por dividendos em até 8 anos, ações disparam e esse pode ser só o começo
A companhia possui um prejuízo acumulado bilionário e precisaria de mais 8 anos para conseguir zerar esse saldo para distribuir dividendos. Essa espera, porém, pode cair drasticamente se duas propostas forem aprovadas na AGE de dezembro.