Quer ganhar dinheiro na bolsa? Foco no longo prazo não basta. Veja quais são os 3 elementos fundamentais
Não é preciso ser um expert para saber que, por mais que o tempo ajude, um vinho porcaria engarrafado hoje continuará sendo uma porcaria daqui 20 anos – o tempo ajuda, mas não faz milagre. O mesmo vale para investimentos.
"Investir é para o longo prazo". Você já deve ter cansado de ouvir essa máxima ao buscar informações ou conselhos sobre investimentos.
Mas você já se perguntou quanto tempo demora para o tal do longo prazo chegar? Além disso, será que ganhar dinheiro na bolsa é tão simples quanto comprar uma ação e apenas esperar o longo prazo chegar?
Na coluna de hoje, vamos aproveitar o aniversário de cinco anos do Seu Dinheiro para tentar entender melhor o que é o longo prazo e, mais importante, quais são as chances de você ganhar dinheiro nos próximos cinco anos se começar a investir agora.
Qual é o prazo do longo prazo?
Antes de mais nada, é importante esclarecer que não existe uma definição para o tal do longo prazo. Alguns dizem se tratar de uma janela de um ano, outros acham que o longo prazo demora dois anos, três… até dez anos eu já ouvi.
Seja qual for a definição que você encontrar por aí, o importante é entender que, quando estamos falando de longo prazo, não estamos falando de meses.
No meu caso, eu gosto de pensar no longo prazo como um período de 5 anos, porque entendo que essa é uma janela suficiente para contemplar diferentes governos, ciclos econômicos diversos, juros altos, juros baixos, algumas crises e euforias, e por aí vai.
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A ideia aqui é: se uma empresa é realmente boa, os 5 anos serão um prazo suficiente para mostrar isso para o mercado, mesmo que dentro desse período surjam alguns fatores que pesem contra a tese.
Bolsa: Tempo não basta
Eu confesso que não sou um bom entendedor de vinhos, mas não é preciso ser um expert para saber que, por mais que o tempo ajude, um vinho porcaria engarrafado hoje continuará sendo uma porcaria daqui a 20 anos – o tempo ajuda, mas não faz milagre.
O mesmo vale para investimentos. O tempo ajuda a maturar as boas teses, mostrar como elas sobrevivem às crises e se fortalecem nos períodos favoráveis. Mas uma empresa porcaria, com gestão ruim, cultura fraca e sem vantagens competitivas muito provavelmente continuará sendo ruim daqui cinco anos.
Neste caso, o tempo pode até ser prejudicial, já que a cada ano que passa os resultados vão piorar, o endividamento vai aumentar e a falência também estará mais próxima.
Por isso, muito cuidado com a máxima "não se preocupe com o prejuízo atual, pense no longo prazo".
O tempo ajuda, mas não faz milagre. Se a empresa listada na bolsa que você estiver investindo for uma porcaria, há grandes chances de o longo prazo só piorar as coisas.
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Tempo e qualidade também não bastam
O longo prazo e a qualidade da empresa são pilares fundamentais para o bom resultado do seu investimento. Mas há um outro fator determinante: o preço.
Por melhor que seja o negócio e por mais que você esteja disposto a ficar anos com as ações, se você investir quando elas estiverem com múltiplos muito elevados, provavelmente vai perder dinheiro.
Para deixar isso mais claro, eu dividi a última década em duas janelas de cinco anos: 2010 a 2014 e 2015 a 2019.
A primeira metade da década começou com muita euforia para o nosso mercado, com o Brasil crescendo bastante enquanto o resto do mundo ainda sentia os efeitos da crise de 2008.
Com esse otimismo todo, o Ibovespa iniciou a década negociando por 17x preço/lucros, um patamar bastante salgado de preço. Cinco anos depois, estávamos numa crise danada, com os múltiplos em apenas 11x preço/lucros e o Ibovespa tendo derretido -28% no período.

A segunda metade da década começou como terminou a primeira: um mau humor enorme, mas com um múltiplo de apenas 11x preço/lucros, que já embutia uma expectativa ruim.
Obviamente, os cinco anos seguintes foram muito melhores em termos macro, mas os preços baixos foram fundamentais para que o mesmo Ibovespa se valorizasse 138%.

E os próximos cinco anos na bolsa?
É por esse motivo que eu tenho boas expectativas para os próximos cinco anos para o mercado de ações brasileiro.
Sim, o macro não tem ajudado, com perspectiva de mais altas de juros lá fora e preocupações fiscais por aqui. Mas também temos que lembrar que os múltiplos hoje estão bastante atrativos de maneira geral.

Uma carteira de empresas sólidas, pagadoras de dividendos e que estejam negociando por preços atrativos, como a Telefônica Brasil (VIVT3) e todas as outras empresas presentes na série Vacas Leiteiras, tem boas chances de trazer um retorno interessante para você quando estivermos comemorando o aniversário de dez anos do Seu Dinheiro.
- Telefônica Brasil (VIVT3) é apenas uma das 5 melhores ações para investir agora em busca de bons dividendos, segundo Ruy Hungria. Confira quais são as outras quatro recomendações neste relatório gratuito.
Um grande abraço e até lá!
Ruy
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