🔴 ONDE INVESTIR EM OUTUBRO? MELHORES AÇÕES, FIIS E DIVIDENDOS – CONFIRA AQUI

Felipe Miranda: Mudança de narrativa — rumo ao trade da recessão

A esta altura, parece mesmo improvável que consigamos escapar de uma recessão nos EUA, ainda que não seja possível desenhar sua extensão e profundidade

10 de abril de 2023
18:04
Guerra na Ucrânia pode levar à queda do império americano? EUA queda
Imagem: Shutterstock

Mudamos de novo a narrativa: agora estamos no “trade da recessão”. Investidores batem nas commodities (exceção feita ao petróleo, por conta do corte de produção da Opep) e em outros cíclicos globais para comprar o que pode se beneficiar da queda das taxas de juro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Há tempos já vivemos um mercado muito temático. Veio a pandemia e só o combo “stay at home” (fique em casa) tinha valor. De repente, as vacinas estavam a caminho e, então, era a hora de comprar a abertura. Empresas ligadas ao e-commerce se multiplicaram por 3x, para depois cair 85%. 

Mais recentemente, arrisco dizer que tudo dentro de 2023, fomos do “soft landing” para o “no landing”, até chegar ao atual “hard landing”.

O pouso suave e a recessão

Começamos com a ideia de um pouso suave; então, fomos surpreendidos por bons dados de atividade com sinais (ainda que incipientes) de inflação abrandando.

Um pouco mais tarde, a turma resolveu olhar os PMIs e os ISMs no detalhe, seguidos de um relatório Jolts mostrando uma tendência ruim para o emprego norte-americano, que viria a ser corroborada pelo ADP Employment e suas poucas vagas criadas no mercado de trabalho privado.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A esta altura, parece mesmo improvável que consigamos escapar de uma recessão nos EUA, ainda que não seja possível desenhar sua extensão e profundidade. Nem me arrisco.

Leia Também

Acho que as pessoas perdem muito tempo tentando antecipar a realidade futura, uma tarefa impossível por definição, e se dedicam pouco a tentar mensurar como os vários cenários potenciais podem impactar seu portfólio e sua vida. 

Caímos de novo na máxima de Nassim Taleb: X não é F(X). X é a realidade. F(x) é como essa realidade impacta seu portfólio.

Muitas vezes é bem mais difícil desenhar o mundo do que vislumbrar como seus investimentos vão se comportar à frente. Exemplo elementar: se você está quase integralmente exposto a títulos pós-fixados brasileiros, não precisaria se preocupar tanto com o futuro do PIB dos EUA. Já se está lotado de Petrobras e Vale a coisa muda de figura. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Eis o ponto preocupante: enquanto os mercados se mostram bastante preocupados com uma recessão futura nos EUA, o apreçamento dos índices de ações por lá, sobretudo quando se pensa em termos agregados, parece não condizer com a realidade objetiva.

Em outras palavras, em se confirmando o cenário de recessão norte-americana e se a história pode servir de guia, o S&P 500 oferece uma combinação risco-retorno pouco atraente nesses níveis.

Dito ainda de uma maneira diferente, investidores parecem muito otimistas com o futuro dos juros nos EUA, enquanto não vislumbram um impacto tão relevante da recessão sobre os lucros corporativos.

  • Já sabe como declarar seus investimentos no Imposto de Renda 2023? O Seu Dinheiro elaborou um guia exclusivo onde você confere as particularidades de cada ativo para não errar em nada na hora de se acertar com a Receita. Clique aqui para baixar o material gratuito.

Em relatório recente, o Bank of America Merrill Lynch escreveu: “as pessoas estão muito otimistas com fortes quedas de juros e pouco pessimistas com a recessão.”

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O mesmo banco lembrou um alerta importante: em 8 das últimas 10 recessões, o S&P 500 sofreu quedas superiores a 20%. O gráfico abaixo resume o argumento:

Fonte: BofA Global Research; Global Equity Derivatives Strategy Team. Data from 1927 to Mar-2023

Outro ponto relevante: ainda que, de fato, os juros menores justifiquem, mesmo ex-ante, múltiplos maiores para as ações (o chamado re-rating), essa dinâmica, na verdade, reflete uma economia em pior situação, com lucros à frente.

E a coisa fica ainda pior porque não há garantia de que o Fed vá mesmo cortar sua taxa básica já neste ano, porque a inflação é persistente e o mercado de trabalho como um todo ainda gera mais de 200 mil novas vagas por mês. O Fed quer ver a taxa de desemprego acima de 4% e isso deve acontecer mais à frente. 

Quais estratégias funcionam bem?

Se a recessão está mesmo a caminho, qual o play book a seguir? Quais estratégias podem funcionar bem?

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

1. Mantenha uma posição importante de caixa. Ele tende a ter uma performance acima da média até que haja clareza, de fato, sobre os cortes do Fed. Não subestime o maratonista CDI: no Brasil, você é muito bem pago para esperar, tem liquidez diária e nenhuma volatilidade.

2. Ouro também costuma ser um bom ativo para o início das recessões. O dólar tende a se enfraquecer no mundo e o metal precioso é o hedge clássico contra o “greenback”. 

3. Um dólar fraco também costuma ser bom prenúncio para mercados emergentes, embora, aqui, tenha de se ter cuidado com o cíclico global. Crescimento defensivo, como farmácias e supermercados, pode ir bem. 

4. Venda o que está sobrecomprado, como big techs americanas e consumo de luxo na Europa.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

5. Tenha o dedo no gatilho. No momento em que a recessão estiver clara e os juros começarem a cair, será a hora exata para comprar cíclicos a preços de distressed, fundos imobiliários sensíveis ao aperto monetário e small caps a preços de banana. 

No final do dia, a economia vive de ciclos. Estamos terminando um deles. Sempre prefiro um fim terrível a um terror sem fim.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: No news is bad news

8 de outubro de 2025 - 19:59

Apuração da Bloomberg diz que os financistas globais têm reclamado de outubro principalmente por sua ausência de notícias

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Pão de queijo, doce de leite e… privatização, e o que mexe com os mercados nesta quarta-feira (8)

8 de outubro de 2025 - 8:10

No Brasil, investidores de olho na votação da MP do IOF na Câmara e no Senado; no exterior, ata do Fomc e shutdown nos EUA

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O declínio do império americano — e do dólar — vem aí? Saiba também o que mexe com os mercados hoje

7 de outubro de 2025 - 8:26

No cenário nacional, investidores repercutem ligação entre Lula e Trump; no exterior, mudanças políticas na França e no Japão, além de discursos de dirigentes do Fed

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O dólar já não reina sozinho: Trump abala o status da moeda como porto seguro global — e o Brasil pode ganhar com isso

7 de outubro de 2025 - 7:37

Trump sempre deixou clara sua preferência por um dólar mais fraco. Porém, na prática, o atual enfraquecimento não decorre de uma estratégia deliberada, mas sim de efeitos colaterais das decisões que abalaram a confiança global na moeda

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Lições de uma semana em Harvard

6 de outubro de 2025 - 20:00

O foco do curso foi a revolução provocada pela IA generativa. E não se engane: isso é mesmo uma revolução

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Tudo para ontem — ou melhor, amanhã, no caso do e-commerce — e o que mexe com os mercados nesta segunda-feira (6)

6 de outubro de 2025 - 7:54

No cenário local, investidores aguardam a balança comercial de setembro; no exterior, mudanças de premiê na França e no Japão agitam as bolsas

DÉCIMO ANDAR

Shopping centers: é melhor investir via fundos imobiliários ou ações?

5 de outubro de 2025 - 8:00

Na última semana, foi divulgada alteração na MP que trata da tributação de investimentos antes isentos. Com o tema mais sensível retirado da pauta, os FIIs voltam ao radar dos investidores

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A volta do campeão na ação do mês, o esperado caso da Ambipar e o que move os mercados nesta sexta-feira (3)

3 de outubro de 2025 - 8:06

Por aqui, investidores ainda avaliam aprovação da isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil; no exterior, todos de olho no shutdown nos EUA, que suspendeu a divulgação de dados econômicos

SEXTOU COM O RUY

Tragédia anunciada: o que a derrocada da Ambipar (AMBP3) ensina sobre a relação entre preço e fundamento

3 de outubro de 2025 - 7:03

Se o fundamento não converge para o preço, fatalmente é o preço que convergirá para o fundamento, como no caso da Ambipar

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

As críticas a uma Petrobras ‘do poço ao posto’ e o que mexe com os mercados nesta quinta-feira (2)

2 de outubro de 2025 - 8:04

No Brasil, investidores repercutem a aprovação do projeto de isenção do IR e o IPC-Fipe de setembro; no exterior, shutdown nos EUA e dados do emprego na zona do euro

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Bolhas de pus, bolhas de sabão e outras hipóteses

1 de outubro de 2025 - 20:00

Ainda que uma bolha de preços no setor de inteligência artificial pareça improvável, uma bolha de lucros continua sendo possível

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um ano de corrida eleitoral e como isso afeta a bolsa brasileira, e o que move os mercados nesta quarta-feira (1)

1 de outubro de 2025 - 7:59

Primeiro dia de outubro tem shutdown nos EUA, feriadão na China e reunião da Opep

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Tão longe, tão perto: as eleições de 2026 e o caos fiscal logo ali, e o que mexe com os mercados nesta terça-feira (30)

30 de setembro de 2025 - 7:53

Por aqui, mercado aguarda balança orçamentária e desemprego do IBGE; nos EUA, todos de olho nos riscos de uma paralisação do governo e no relatório Jolts

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Eleições de 2026 e o nó fiscal: sem oposição organizada, Brasil enfrenta o risco de um orçamento engessado

30 de setembro de 2025 - 7:18

A frente fiscal permanece como vetor central de risco, mas, no final, 2026 estará dominado pela lógica das urnas, deixando qualquer ajuste estrutural para 2027

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: O Fed e as duas economias americanas

29 de setembro de 2025 - 20:00

Um ressurgimento de pressões inflacionárias ou uma fraqueza inesperada no mercado de trabalho dos EUA podem levar a autarquia norte-americana a abortar ou acelerar o ciclo de queda de juros

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

B3 deitada em berço esplêndido — mas não eternamente — e o que mexe com os mercados neste segunda-feira (29)

29 de setembro de 2025 - 7:54

Por aqui, investidores aguardam IGP-M e Caged de agosto; nos EUA, Donald Trump negocia para evitar paralisação do governo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Pequenas notáveis, saudade do que não vivemos e o que mexe com os mercados nesta sexta-feira (26)

26 de setembro de 2025 - 8:07

EUA aguardam divulgação do índice de inflação preferido do Fed, enquanto Trump volta a anunciar mais tarifas

SEXTOU COM O RUY

A microcap que garimpa oportunidades fora da bolsa e vem sendo recompensada por isso

26 de setembro de 2025 - 6:02

Há ótimas empresas fora da bolsa, mas não conseguimos nos tornar sócios delas; mas esta pequena empresa negociada na B3, sim

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Mais água no feijão e o que sobra para os acionistas minoritários, e o que mexe com os mercados nesta quinta (25)

25 de setembro de 2025 - 7:54

Por aqui temos prévia da inflação e reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN); nos EUA, PIB do segundo trimestre e mais falas de dirigentes do Fed

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: O amor pode estar do seu lado

24 de setembro de 2025 - 20:00

Não serei eu a querer estragar o story telling de ninguém, mas o (eventual) rali eleitoral no Brasil sequer começou

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar