Dívidas podem tirar o sono de quem não as pode pagar, pois ficar com o nome sujo - isto é, ter o CPF inscrito em cadastros de inadimplentes, como o Serasa - pode dificultar bastante a vida.
A restrição do nome torna mais difícil para o devedor obter crédito e, quando este se encontra disponível, normalmente tem juros ainda mais elevados do que as linhas tradicionais oferecidas aos chamados “bons pagadores”. Até para, por exemplo, alugar um imóvel, a coisa fica mais complicada.
Mas o que fazer para limpar o nome? Há alguma forma de tirar o CPF dos bancos de dados dos birôs de crédito, tradicionalmente consultados por bancos e empresas, sem ter que quitar a dívida?
Quem já passou por isso talvez já tenha ouvido um passarinho lhe dizer que, depois de cinco anos, a dívida “caduca”. Mas isso quer dizer que é só esperar cinco anos que a dívida some?
A dúvida respondida pela Dinheirista nesta semana tem a ver com isso. Caso você tenha alguma pergunta sobre finanças e investimentos e deseje enviá-la para a gente responder, basta enviar um e-mail para [email protected]. Vamos lá:
Estou devendo para o Nubank há mais de três anos. Meu nome está no Serasa. O que acontece se meu nome ficar mais de cinco anos lá? Não pretendo pagar tão cedo.
De fato, após cinco anos, a maioria das dívidas - como é o caso dos empréstimos contraídos em bancos - prescreve, o que faz com que seja obrigatório que o seu CPF seja retirado de cadastros de inadimplentes.
Então, realmente, seu nome passa a ficar limpo, sua nota de crédito melhora e pode ser que fique mais fácil para você obter crédito no mercado.
Só que a dívida continua existindo e permanece sujeita à incidência de juros. Ela não pode ser cobrada judicialmente, mas ainda pode ser cobrada de maneira informal pelo credor - por exemplo, por meio de ligações.
Além disso, o credor continuará mantendo o registro da dívida não paga, então pode ser que junto a ele você não consiga obter crédito novamente, mesmo depois de cinco anos, a menos que quite as suas obrigações.
Finalmente, no caso das dívidas bancárias, como a sua, a situação ganha um complicador, pois ela continua presente na base de dados do Banco Central. Isso significa que pode, eventualmente, ser visualizada por outras instituições financeiras, o que pode pesar na sua avaliação de crédito, mesmo que o seu CPF não esteja mais negativado.
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No entanto, existe sim uma forma de limpar seu nome e voltar a ter acesso ao crédito sem ter que quitar a dívida em atraso toda de uma vez: basta renegociá-la com o credor.
Sei que nem sempre é fácil, mas os credores também estão interessados em receber. Então, se você tentar negociar um alongamento da dívida com redução das parcelas, um desconto para pagamento à vista ou uma redução nos juros, é possível obter condições bem favoráveis. Aqueles feirões limpa-nome promovidos por birôs de crédito como a Serasa e o SCPC podem ajudar.
Uma vez renegociada a dívida, seu CPF deve ser retirado do cadastro de inadimplentes, ainda que você não tenha começado a pagar sob as novas condições. Mas é importante que você seja capaz de honrar o novo compromisso, pois se ficar inadimplente de novo, pode voltar a ser negativado e será mais difícil renegociar novamente.
A segunda pergunta respondida no vídeo desta semana é a dúvida de um credor que ficou a ver navios ao colocar dinheiro na mão de um parente:
Meu primo pegou um total de R$ 67 mil reais de mim e da minha família dizendo que ia investir na bolsa. Dois meses depois ele disse que perdeu tudo e não vai nos pagar nada. O que posso fazer? Não fizemos nenhum contrato.
Confira a resposta para esta e outras perguntas no vídeo a seguir, a partir do minuto 2:10:
A Dinheirista, pronta para resolver suas aflições financeiras (ou te deixar mais desesperado). Envie a sua dúvida para [email protected].