A Apple reviveu o metaverso: o impacto do Vision Pro, o mais potente óculos de realidade virtual já produzido
O Vision Pro e suas funcionalidades muito mais avançadas que as vistas em produtos semelhantes, colocam a Apple na vanguarda mais uma vez

Olá, seja bem-vindo à Estrada do Futuro, onde conversamos semanalmente sobre a intersecção entre investimentos e tecnologia. Bom, essa semana foi bem fácil escolher o tema: em tech, só se fala no lançamento do Vision Pro, o primeiro dispositivo de realidade virtual e aumentada da Apple.
Também, pudera: desde 2014, esse é o primeiro grande lançamento que a empresa realiza. Isso sem falar nos anos de especulação sobre a existência ou não desse óculos de realidade virtual.
Apesar de ainda não ter colocado as minhas próprias mãos no dispositivo, os feedbacks que recebi de várias pessoas que tiveram essa oportunidade é unânime, e pode ser definido em duas frases:
- Minhas expectativas eram altas; e
- Minhas expectativas foram superadas.
As análises e reviews de vários sites especializados em tecnologia deixam claro que a melhor empresa de hardwares do mundo parece ter marcado mais um golaço.
O que o Vision Pro traz de novo ao segmento de realidade virtual e aumentada?
Para responder essa pergunta, preciso falar tanto de hardware, como de software.
Começando pelo primeiro: o Vision Pro parece ser simplesmente insano. Seus displays, que estão em contato com os olhos, possuem resolução superior ao de uma televisão 4k.
Leia Também
Além de poderoso, os displays são turbinados pelos processadores M2 da Apple, os mesmos utilizados em seus computadores mais modernos.
Somando apenas esses dois fatores, o Vision Pro é ordens de magnitude superior aos produtos que hoje dominam o mercado, como o Quest, do Meta — que é famoso pelos seus avatares e gráficos de baixa qualidade.

Também diferente dos demais produtos no mercado, o Vision Pro não faz uso de nenhum joystick (ou controle de mão). As câmeras embarcadas no óculos acompanham o tempo todo a movimentação das mãos do usuário e respondem interativamente a qualquer gesto que esse execute.
Some a tecnologia de "eye tracking", ou seja, a capacidade do Vision Pro em acompanhar o olhar do usuário em tempo real, e a possibilidade de realizar cliques apenas com gestos simples com as mãos, e temos com o que várias pessoas que utilizaram o óculos afirmaram se tratar praticamente de magia.
Além de tudo isso, o dispositivo é capaz de renderizar ambientes num intervalo de apenas 12 milissegundos — o que, de acordo com os executivos da Apple, é o tempo mínimo de latência que permite ao cérebro não fazer distinção entre o que é real e o que não é.
Em resumo: o Vision Pro é o óculos possível nos dias de hoje e que todos estavam esperando.
Leia também
- 3 ações de tecnologia fora do radar que chamaram a atenção (para o bem e para o mal) na temporada de resultados
- As ações que podem sair do marasmo no embalo do ChatGPT e da inteligência artificial
- O império contra-ataca: o Google responde à ameaça do ChatGPT e volta ao jogo (mesmo sem nunca ter ido embora)
Mas nem tudo são flores no mundo da Apple
Bom, tanta tecnologia tem um preço. No caso da Apple, esse preço será de... 3.500 dólares. Como referência, o mais barato entre os dispositivos Quest do Meta custa apenas 300 dólares.
Além do preço altíssimo, que naturalmente restringe o tamanho do mercado, o dispositivo é pesado (bem mais que a concorrência) e possui uma bateria com duração estimada de apenas 120 minutos.
Uma das funcionalidades mais enfatizadas pelos desenvolvedores foi a de como o Vision Pro é capaz de transformar qualquer ambiente num cinema 4k — bem, eles só não falaram que o filme não pode ter mais de duas horas…
Neste momento, com a exceção de uma rápida amostra do Disney+ e da suíte de produtos Office da Microsoft, todas as demonstrações foram realizadas apenas utilizando-se softwares proprietários da Apple.
Existe um motivo: o Vision Pro é como o iPhone de 2007 — ele ainda carece de um ecossistema de desenvolvedores criando aplicativos e testando outros usos potenciais para esse poderoso dispositivo.
E, também pelos feedbacks da mídia de tecnologia, nem toda a inovação da Apple foi capaz de driblar os problemas de náusea e fadiga causados pelo uso excessivo de um dispositivo tão próximo dos olhos.
Tudo isso somado, fica claro que o Vision Pro não é um produto de massas. Ele é destinado a poucos usuários, como os entusiastas de tecnologia.
E a ação da Apple caiu após o anúncio — como assim?
Li alguns comentários superficiais na mídia financeira dizendo que o fato de as ações da Apple terem caído 0,7% no dia do anúncio era um indicativo de que o lançamento tinha sido mal recebido pelo mercado.
Eu tendo a discordar bastante dessa interpretação.
Com as ações da Apple subindo mais de 37% em 2023, esse me parece um clássico clichê do mercado financeiro: compra no boato, vende no fato — não há nada novo aqui…
Ainda assim, é importante deixar claro: o Vision Pro não traz qualquer impacto material de curto prazo aos resultados da Apple.
Como a empresa acumula receitas anuais de aproximadamente US$ 400 bilhões, ela precisaria vender mais de cinco milhões de Vision Pros ao preço de US$ 3,5 mil para fazer suas receitas crescerem menos de 5%.
A realidade é que, para uma empresa desse tamanho, não existem muitos gatilhos de curto prazo. Neste contexto, o Vision Pro é uma nova avenida de crescimento de longo prazo para a Apple.
Os usos e aplicativos que terceiros irão criar nos próximos anos, bem como o próprio avanço de tecnologias como sensores e lentes, permitirão que ao longo do tempo o Vision se torne mais barato, mais poderoso e também expanda consideravelmente seu potencial de mercado.
Minha opinião sobre o lançamento é muito positiva e eu sigo recomendando as ações da Apple no portfólio Investidor Internacional da Empiricus.
Projeto aprovado na Câmara permite divórcio após a morte de um dos cônjuges, com mudança na divisão da herança
Processos iniciados antes do falecimento poderão ter prosseguimento a pedido dos herdeiros, deixando cônjuge sobrevivente de fora da herança
A solidez de um tiozão de Olympikus: a estratégia vencedora da Vulcabras (VULC3) e o que mexe com os mercados hoje
Conversamos com o CFO da Vulcabras, dona das marcas Olympikus e Mizuno, que se tornou uma queridinha entre analistas e gestores e paga dividendos mensais
Rodolfo Amstalden: O que o Nobel nos ensina sobre decisões de capex?
Bebendo do alicerce teórico de Mokyr, Philippe Aghion e Peter Howitt se destacaram por estudar o papel das inovações tecnológicas nas economias modernas
A fome de aquisições de um FII que superou a crise da Americanas e tudo que mexe com o seu bolso nesta quarta (15)
A história e a estratégia de expansão do GGRC11, prestes a se tornar um dos cinco maiores FIIs da bolsa, são os destaques do dia; nos mercados, atenção para a guerra comercial, o Livro Bege e balanços nos EUA
Um atalho para a bolsa: os riscos dos IPOs reversos, da imprevisibilidade de Trump e do que mexe com o seu bolso hoje
Reportagem especial explora o caminho encontrado por algumas empresas para chegarem à bolsa com a janela de IPOs fechada; colunista Matheus Spiess explora o que está em jogo com a nova tarifa à China anunciada por Trump
100% de tarifa, 0% de previsibilidade: Trump reacende risco global com novo round da guerra comercial com a China
O republicano voltou a impor tarifas de 100% aos produtos chineses. A decisão foi uma resposta direta ao endurecimento da postura de Pequim
Felipe Miranda: Perdidos no espaço-tempo
Toda a Ordem Mundial dos últimos anos dá lugar a uma nova orientação, ao menos, por enquanto, marcada pela Desordem
Abuse, use e invista: C&A queridinha dos analistas e Trump de volta ao morde-assopra com a China; o que mexe com o mercado hoje?
Reportagem especial do Seu Dinheiro aborda disparada da varejista na bolsa. Confira ainda a agenda da semana e a mais nova guerra tarifária do presidente norte-americano
ThIAgo e eu: uma conversa sobre IA, autenticidade e o futuro do trabalho
Uma colab entre mim e a inteligência artificial para refletir sobre três temas quentes de carreira — coffee badging, micro-shifting e as demissões por falta de produtividade no home office
A pequena notável que nos conecta, e o que mexe com os mercados nesta sexta-feira (10)
No Brasil, investidores avaliam embate após a queda da MP 1.303 e anúncio de novos recursos para a construção civil; nos EUA, todos de olho nos índices de inflação
Esta ação subiu mais de 50% em menos de um mês – e tem espaço para ir bem mais longe
Por que a aquisição da Desktop (DESK3) pela Claro faz sentido para a compradora e até onde pode ir a Microcap
Menos leão no IR e mais peru no Natal, e o que mexe com os mercados nesta quinta-feira (9)
No cenário local, investidores aguardam inflação de setembro e repercutem derrota do governo no Congresso; nos EUA, foco no discurso de Powell
Rodolfo Amstalden: No news is bad news
Apuração da Bloomberg diz que os financistas globais têm reclamado de outubro principalmente por sua ausência de notícias
Pão de queijo, doce de leite e… privatização, e o que mexe com os mercados nesta quarta-feira (8)
No Brasil, investidores de olho na votação da MP do IOF na Câmara e no Senado; no exterior, ata do Fomc e shutdown nos EUA
O declínio do império americano — e do dólar — vem aí? Saiba também o que mexe com os mercados hoje
No cenário nacional, investidores repercutem ligação entre Lula e Trump; no exterior, mudanças políticas na França e no Japão, além de discursos de dirigentes do Fed
O dólar já não reina sozinho: Trump abala o status da moeda como porto seguro global — e o Brasil pode ganhar com isso
Trump sempre deixou clara sua preferência por um dólar mais fraco. Porém, na prática, o atual enfraquecimento não decorre de uma estratégia deliberada, mas sim de efeitos colaterais das decisões que abalaram a confiança global na moeda
Felipe Miranda: Lições de uma semana em Harvard
O foco do curso foi a revolução provocada pela IA generativa. E não se engane: isso é mesmo uma revolução
Tudo para ontem — ou melhor, amanhã, no caso do e-commerce — e o que mexe com os mercados nesta segunda-feira (6)
No cenário local, investidores aguardam a balança comercial de setembro; no exterior, mudanças de premiê na França e no Japão agitam as bolsas
Shopping centers: é melhor investir via fundos imobiliários ou ações?
Na última semana, foi divulgada alteração na MP que trata da tributação de investimentos antes isentos. Com o tema mais sensível retirado da pauta, os FIIs voltam ao radar dos investidores
A volta do campeão na ação do mês, o esperado caso da Ambipar e o que move os mercados nesta sexta-feira (3)
Por aqui, investidores ainda avaliam aprovação da isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil; no exterior, todos de olho no shutdown nos EUA, que suspendeu a divulgação de dados econômicos