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As ações que podem sair do marasmo no embalo do ChatGPT e da inteligência artificial

A inteligência artificial pode trazer alguma animação de volta às grandes empresas de software, que estão estagnadas e lutando para preservar suas barreiras de entrada

25 de maio de 2023
6:28 - atualizado às 18:55
Robôs de investimentos e inteligência artificial
Inteligência artificial - Imagem: Shutterstock

Olá, seja bem-vindo à Estrada do Futuro, onde conversamos semanalmente sobre a intersecção entre investimentos e tecnologia. Bom, você deve saber que as big techs são o grande destaque do mercado de ações em 2023.

Elas e as empresas de semicondutores passaram por um enorme ciclo de valorização, na esteira da narrativa de inteligência artificial promovida pelo ChatGPT.

Eu falei bastante sobre isso nas últimas semanas, e não pretendo me estender neste ponto hoje.

Na verdade, quero responder à pergunta de um leitor:

"Ok, as big techs já subiram, mas ainda tem alguma oportunidade num valuation atrativo e que se apropria da narrativa de AI?"

Olha, tem sim…

A inteligência artificial improvável

Com exceção das big techs, tenho dificuldade em identificar qualquer empresa que continuou crescendo num ritmo forte (acima de 15% ao ano), depois de superar a casa dos US$ 30 bilhões em faturamento anual.

Da mesma forma que uma árvore não cresce até o céu, as empresas bem sucedidas naturalmente encontram um platô.

Num determinado momento, elas se tornam tão grandes que elas deixam de crescer capturando mercado, simplesmente porque elas se tornam o mercado!

Um processo como esse aconteceu com as "big techs" de ouro na década de 90 e início dos anos 2000.

Nomes como SAP (a maior empresa de ERPs do mundo), a Oracle e outras precursoras do segmento de softwares.

Veja o exemplo da Oracle: a empresa cresceu exponencialmente enquanto dominava o mercado de bancos de dados relacionais.

Nos últimos 10 anos, porém, seu Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) cresceu num ritmo de apenas 2% ao ano.

A maioria das gigantes de softwares transacionais estão estagnadas, crescendo muito pouco e lutando para preservar suas barreiras de entrada nos setores que dominam.

Existe uma maneira como a inteligência artificial pode trazer alguma animação de volta para essas empresas.

A tecnologia que você não pode abrir mão

Softwares de registro são um mal necessário em qualquer grande organização. 

Não raro, se você perguntar a um gerente financeiro o que ele acha do SAP, ele passará os próximos 30 minutos num monólogo de eloquência invejável, explicando o quanto ele odeia aquele maldito software azul.

Pergunte como seria a vida dele sem o ERP, e talvez ele te responda: que vida? Não vai sobrar tempo para mais nada, nunca.

Softwares como esse são caros, complexos e praticamente impossíveis de serem substituídos.

Os acionistas da SAP sabem disso e não se importam em pagar um múltiplo premium pela empresa.

Os clientes também sabem disso e pensam duas, três, quatro, talvez cinco vezes antes de tomar a inevitável decisão de contratar a empresa.

Esse não é um equilíbrio particularmente atrativo para o investidor de ações: enquanto o Nasdaq subiu cerca de 400% nos últimos 10 anos, a SAP subiu apenas 90%.

E o que a inteligência artificial tem a ver com isso?

Bom, o dia a dia de uma empresa de registro é lidar com dados transacionais (muitos deles) e processos ineficientes. 

Esses são os dois pratos preferidos da inteligência artificial, que ganhou os holofotes com o ChatGPT.

Mais do que "insights estratégicos", internalizar ferramentas de inteligência artificial em softwares tão complexos pode ajudar muito os clientes a encontrarem oportunidades de reduzir custos e melhorar seus processos.

Isso é exatamente o que essas empresas prometiam com o "BI", que ao final do dia era um dashboard colorido e bonito para aprender ao CEO, mas que geralmente não ajudava em muita coisa.

Com o uso de inteligência artificial, estamos enfim nos aproximando da era dos insights estratégicos.

Quem chegou no fim da festa, tem que aproveitar mais rápido

Não é que essas ações tenham ficado para trás: SAP subiu 27% em 2023 — menos que as Big Techs, mas ainda assim um número formidável.

Neste momento, essas ações negociam a múltiplos em linha com o histórico, mas simplesmente não embutem nenhum crescimento futuro relevante (elas ainda são vistas como players em mercados saturados).

Uma nova via de crescimento pode se mostrar algo bastante interessante para novos acionistas, e eu mesmo estou estudando mais profundamente algumas das empresas de softwares transacionais.

Nas próximas semanas, pretendo trazer novidades neste espaço.

Por enquanto, proceda com cautela! O mercado está eufórico demais com AI e há uma série de sinais de excesso. 

Nos próximos meses, podemos ter uma correção importante nos preços.

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