O ultimato de Mark Zuckerberg: se não quiser pagar, pare de reclamar — por que a Meta quer cobrar mensalidade de usuários, é o fim da era da internet de graça?

Recentemente, a Meta (dona do Facebook e Instagram), de Mark Zuckerberg, deu duas opções para os usuários de vários países da Europa: ou vocês pagam para usar nossas redes sociais, ou param de reclamar que nós usamos seus dados para anúncios.
Quem escolher a primeira alternativa terá que desembolsar quase 10 euros (R$ 52,80 na cotação atual) por mês para versão web das duas redes ou 12,99 euros (R$ 68) para iOS e Android.
Mas nem mesmo quem optar pelo pagamento vai estar livre de ser decodificado pela empresa. Isso porque a mensalidade garante que suas informações não serão usadas em anúncios, mas não quer dizer que a Meta vai desistir delas.
A rede social ainda vai saber por onde você anda, do que você gosta, sua etnia, gênero, opiniões políticas, terá uma estimativa da sua renda e assim por diante.
No comunicado, a companhia praticamente parece deixar claro que está fazendo isso a contragosto. “Acreditamos em uma internet baseada em anúncios, que dá às pessoas acesso a produtos e serviços personalizados, independentemente da sua situação econômica”, afirma a empresa.
A impressão é de que, com isso, a Mark Zuckerberg dá um ‘cala boca’ na União Europeia, que vinha encrencando com a política de dados da Meta há um tempo.
Leia Também
Não dá para esquecer que o Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR, na sigla em inglês), que vigora nos países do bloco desde 2016, é a legislação de privacidade e segurança mais rígida do mundo.
Mark Zuckerberg, inclusive, já teve que ficar de frente com o Parlamento Europeu por causa da suspeita de uso indevido de dados pessoais dos usuários na esteira do escândalo da Cambridge Analytica.
Além disso, é possível olhar para a medida da Meta como uma forma de testar se os internautas são realmente tão contra o uso de dados assim.
No final a questão é a seguinte:
Se é isso que Mark Zuckerberg quer, você se importa tanto assim em ser um … produto?
“Se você não está pagando por um produto, o produto é você”. A frase resume o acordo tácito entre sociedade e as big techs. Todos nós meio que sabemos que o Facebook ou o Instagram nunca foram de graça mesmo, os usuários são a commodity.
O famoso documentário de Jeff Orlowski, O Dilema das Redes, mostra exatamente como funciona o mecanismo de recompensa que nos vicia nos aplicativos e usa isso para vender cada vez mais informações para quem puder pagar melhor.
É uma simples questão hormonal.
A série de likes, compartilhamentos e comentários faz nosso cérebro liberar a substância que todos nós buscamos: a dopamina, carinhosamente apelidada de a Kim Kardashian dos hormônios pelo psicólogo britânico Vaughan Bell, por ser um hormônio bem famoso.
Quanto mais vício, mais dados. E assim a máquina de Mark Zuckerberg e outros bilionários se alimenta.
Não me entenda mal, eu adoro trocar minhas informações mais sensíveis por alguns minutos (ou algumas horas) de vídeos divertidos e rápidos, ou posts motivacionais. Afinal, além de tudo, esse é meu trabalho.
Mas a questão é que esse mecanismo parece não estar sendo mais o suficiente. A Meta não é a primeira empresa a começar a cobrar pelos seus serviços — mesmo que a mensalidade para Facebook e Instagram só esteja em vigor em países da Europa, por enquanto.
Decisão de Mark Zuckerberg sinaliza para o fim da era da internet de graça?
A primeira plataforma entre as gigantes que capturou esse movimento foi o YouTube, que começou a cobrar uma mensalidade para você poder curtir seus vídeos sem anúncios.
O serviço já havia alcançado mais de 80 milhões de pessoas no final de 2022 e eu conheço muita gente que se gaba de estar muito mais feliz na plataforma depois de se tornar pagante.
Mesmo assim, o número não chega nem a 4% do total de usuários ativos do YouTube, que já ultrapassa os 2 bilhões globalmente.
Outras redes sociais também já estão de olho na cobrança. Recentemente, o TikTok confirmou que está fazendo testes como esses em um país que ainda não foi revelado. O que se sabe até agora é que o serviço poderia custar em torno dos US$ 4,99 (pouco mais de R$ 24, na cotação atual).
E nem o X (ex-Twitter) está à salvo. De uns tempos para cá, Elon Musk vem ventilando a ideia de cobrar um dinheiro mensal dos usuários. Supostamente, a intenção seria evitar os bots na plataforma. A rede social já cobra cerca de R$ 38 pelo selo de verificação.
O Reddit também oferece a opção paga por US$ 5,99 ao mês (R$ 29,17).
Até pode dar certo, mas…
Ou seja, a internet baseada unicamente em anúncios que conhecíamos parece estar dando indícios de fraqueza. Será que esse é o começo de uma mudança estrutural ou não vai colar?
Por ser um movimento relativamente novo, ainda precisamos de mais testes para saber se essa é uma tendência de fato.
Mas 3 pontos podem ser considerados, um ‘a favor’ e dois ‘contra:
1- A cobrança, em teoria, pode sim ser lucrativa: de acordo com os cálculos do The Washington Post, a empresa de Mark Zuckerberg lucra menos de US$ 8 por mês por cada pessoa usando o Facebook. O que significa que uma mensalidade de US$ 17 faria a companhia arrecadar mais do que com os anúncios.
2- Tem quem não se importe: eu, por exemplo, não ligo o suficiente para o compartilhamento dos meus dados ou em ver anúncios a ponto de estar disposta a pagar. Por ser uma péssima decisão? Sim, mas não me convence.
3 - Nem todo mundo será capaz de pagar: o que não dá para deixar fora da jogada é que uma parte relevante dos usuários simplesmente não vai ter condições de pagar.
De acordo com Nina Jankowicz, pesquisadora e escritora americana, a extensão que o Facebook possui entre as camadas mais pobres da população global é impressionante.
Países como Índia e Filipinas estão entre os mercados em que a Meta mais se expande, onde milhões de pessoas acessam as redes de empresas pelo celulares, pois os planos de telefonia garantem o acesso gratuito às plataformas.
Ou seja, essas pessoas usam o Facebook e afins para estar em contato com o mundo. Não é tão simples assim abandonar as redes.
O que significa que, para boa parte dos usuários, não é uma opção reservar seus dados. Isso coloca em questão se realmente seria uma escolha dos usuários ou, como eu disse, uma forma das big techs fugirem da discussão com legisladores sobre o tópico.
Algo do tipo: “vamos fazer uma para inglês ver”.
A conclusão, por enquanto, parece ser uma internet ainda gratuita, mas que segrega quem quer ou não ter seus dados compartilhados. E você, pagaria para as redes sociais não usarem os seus dados? Mande um e-mail pra gente com o seu comentário.
O Seu Dinheiro segue (de graça) em todas as redes
Enquanto isso, o Seu Dinheiro continua postando conteúdos exclusivos e relevantes para o seu bolso em todas as redes sociais. Fica o convite para se inscrever no nosso canal do YouTube. Basta clicar aqui.
Publicamos diariamente conteúdos e análises de mercado que te ajudam no processo de acumulação de capital. Clique aqui e se inscreva.
Nós ainda temos um canal no WhatsApp para quem quer ficar ainda mais próximo da nossa redação. Clique aqui e faça parte desse grupo.
Mesmo com petroleiras ‘feridas’, Ibovespa sobe ao lado das bolsas globais; dólar avança a R$ 5,5189
Cessar-fogo entre Israel e Irã fez com que os preços da commodity recuassem 6% nesta terça-feira (24), arrastando as empresas do setor para o vermelho
Não é hora de comprar Minerva (BEEF3): BTG corta preço-alvo das ações, mas revela uma oportunidade ainda mais suculenta
Os analistas mantiveram recomendação neutra para as ações BEEF3, mas apontaram uma oportunidade intrigante que pode mexer com o jogo da Minerva
CVC (CVCB3) decola na B3: dólar ajuda, mas otimismo do mercado leva ação ao topo do Ibovespa
A recuperação do apetite ao risco, o fim das altas da Selic e os sinais de trégua no Oriente Médio renovam o fôlego das ações ligadas ao consumo
É hora do Brasil: investidores estrangeiros estão interessados em ações brasileiras — e estes 4 nomes entraram no radar
Vale ficou para trás nos debates, mas uma outra empresa que tem brilhado na bolsa brasileira mereceu uma menção honrosa
Ações da São Martinho (SMTO3) ficam entre as maiores quedas do Ibovespa após resultado fraco e guidance. É hora de pular fora?
Do lado do balanço, o lucro líquido da companhia encolheu 83,3% no quarto trimestre da safra 2024/2025 (4T25); veja o que dizem os analistas
Porto Seguro (PSSA3) e Grupo Mateus (GMAT3) vão distribuir mais de R$ 450 milhões em JCP; confira os detalhes
A seguradora ainda não tem data para o pagamento, já o Grupo Mateus deposita os proventos ainda neste ano, mas vai demorar
Retaliação: Irã lança mísseis contra bases dos EUA, e petróleo desaba no exterior; Petrobras (PETR4) cai na B3
Após a entrada dos EUA no conflito, o Irã lançou mísseis contra a base aérea norte-americana no Catar, segundo agências de notícias
Comprado em Brasil: UBS eleva recomendação para ações e vê país como segundo mercado mais atraente entre os emergentes; veja o porquê
Banco suíço considera as ações do Brasil “baratas” e vê gatilhos para recuperação dos múltiplos de avaliação à frente
Por que o mercado não se apavorou com o envolvimento dos EUA no conflito entre Irã e Israel? Veja como está a repercussão
Mesmo com envolvimento norte-americano no conflito e ameaça de fechamento do estreito de Ormuz, os mercados estão calmos. O que explica?
Petróleo a US$ 130 e Petrobras (PETR4) nas alturas? Como a guerra entre Israel e Irã após o ataque histórico dos EUA mexe com seu bolso
Casas de análise e especialistas dão pistas do que pode acontecer com os mercados a partir desta segunda-feira (23), quando as negociações são retomadas; confira os detalhes
O que pensa uma das mentes mais importantes de Wall Street sobre a escalada do conflito entre Israel e Irã
Mohamed El-Erian, um dos economistas mais renomados do mundo, arrisca algumas previsões sobre a reação das bolsas daqui para frente
Dólar cai na semana e fecha a R$ 5,52; gatilhos de alta e queda se confrontam no curto prazo
Alta dos juros pelo Copom ensaiou favorecer o real na semana, mas confronto geopolítico mundial limitou os ganhos e ajudou o dólar
Ibovespa fecha semana no zero a zero, com correção após Copom; Embraer (EMBR3) e Cosan (CSAN3) são destaques
Em semana marcada por Super Quarta e conflito internacional, o Ibovespa andou de lado, mas com repercussões significativas; entenda
Bolsas derretem: o que fez o Ibovespa cair 1,15% e dólar subir a R$ 5,5249
Na B3, ações mais sensíveis ao ciclo econômico operaram no vermelho. No topo da lista de piores desempenhos, estiveram Cosan, Vamos, Petz, Hapvida e Magazine Luiza.
Investidor não gostou do que Powell disse: bolsas devolvem ganhos em Nova York e Ibovespa acompanha; dólar sobe a R$ 5,5009
O Fed manteve a taxa de juros na faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano, como era esperado, mas a declaração do chefe do banco central norte-americano jogou um balde de água fria nos mercados
Por que você deveria comprar as ações da RD Saúde (RADL3) mesmo após a grande decepção no 1T25, segundo o Bradesco BBI
Para analistas, é justamente o desempenho fraco que oferece uma oportunidade para quem deseja se tornar sócio da rede de farmácias a preços atrativos
“Ozempic à brasileira” pode ajudar a engordar ainda mais as ações desta farmacêutica — e você deveria comprar os papéis agora, diz o Itaú BBA
Na visão dos analistas, a chegada da “caneta do emagrecimento” nas farmácias brasileiras pode ajudar esta ação a ganhar novos impulsos em 2025
Follow-on do Méliuz (CASH3) movimenta R$ 180 milhões com adesão de 239 investidores; veja os detalhes da emissão
A oferta de ações primárias faz parte da estratégia da plataforma de cashback para intensificar seus investimentos em bitcoin (BTC)
Não compre BBAS3 agora: ação do Banco do Brasil está barata, mas o JP Morgan avisa que é melhor não se deixar levar pelo desconto
Os analistas optaram por manter uma recomendação neutra e revisar para baixo as expectativas sobre as ações BBAS3. Entenda os motivos por trás dessa visão cautelosa
Possibilidade de Trump entrar no conflito entre Irã e Israel faz petróleo disparar mais de 4% e bolsas do mundo todo fecham no vermelho
O petróleo avança nesta tarde com a notícia de que os EUA poderiam se meter no conflito; postagens de Trump adicionam temor