HCTR11 e fundos imobiliários do caso Gramado Parks despencam até 70% no ano e se tornam os mais baratos da B3, segundo ranking da Órama; vale a pena investir?
A ferramenta da Órama atribuiu uma nota para os FIIs com base em duas métricas quantitativas: o dividend yield e a relação entre preço e valor patrimonial
No mercado de fundos imobiliários, há uma categoria particular que pode ser chamada de “caçadores de pechincha”, formada por investidores sempre em busca de oportunidades de comprar bons ativos a preços descontados.
E, dentro da indústria, ninguém está mais descontado do que os FIIs Tordesilhas EI (TORD11), Versalhes Recebíveis Imobiliários (VSLH11), Hectare CE (HCTR11), Devant Recebíveis Imobiliários (DEVA11) e XP Properties (XPPR11).
É o que indica a edição de setembro do "Quem tá barato?", ranking produzido pela Órama que elege os fundos mais descontados no mês.
Exceto pelo XPPR11, os fundos mais baratos da lista têm uma característica em comum: possuem exposição à Gramado Parks, grupo de turismo que deu calote e derrubou a distribuição de dividendos de vários FIIs que investiram em títulos de crédito da companhia.
A ferramenta da Órama atribuiu uma nota para os FIIs com base em duas métricas quantitativas:
- O dividend yield — indicador que mede o retorno de um ativo com o pagamento de dividendos — dos últimos 12 meses; e
- A relação entre preço e valor patrimonial (P/VP).
"Quanto mais alta a nota, maior a potencial oportunidade de acordo com uma visão quantitativa", afirma a corretora.
Leia Também
A virada dos fundos de ações e multimercados vem aí: Fitch projeta retomada do apetite por renda variável no próximo ano
As 10 melhores small caps para investir ainda em 2025, segundo o BTG
O ranking, porém, não considera todos os fundos imobiliários listados na B3 — o número já ultrapassa os 430 FIIs. Há um filtro que barra ativos com liquidez média diária abaixo dos R$ 300 mil.
Feita a ressalva, confira abaixo os cinco primeiros colocados e suas respectivas pontuações — o ranking completo está disponível no blog da Órama.
| Segmento | Fundo | Nota |
| Híbrido | Tordesilhas EI (TORD11) | 8,14 |
| Recebíveis Imobiliários | Versalhes RI (VSLH11) | 6,72 |
| Recebíveis Imobiliários | Hectare CE (HCTR11) | 5,12 |
| Recebíveis Imobiliários | Devant RI (DEVA11) | 3,78 |
| Lajes Corporativas | XP Properties (XPPR11) | 3,01 |
Vale a pena investir nos fundos imobiliários?
Segundo a Órama, quanto mais alta a nota de um FII em comparação aos demais, “maior a potencial oportunidade de acordo com uma visão quantitativa”. Então vale a pena investir em TORD11, VSLH11, HCTR11 e outros fundos no pódio?
É importante destacar que a própria Órama afirma que o ranking não é uma recomendação de investimento, já que os números utilizados são de períodos passados e não representam garantia de retorno futuro.
E uma análise mais cuidadosa de alguns desses FIIs indica que um dos motivos pelos quais eles aparecem nas primeiras posições é justamente a expectativa de queda no pagamento de dividendos aos investidores, o que provoca uma fuga das cotas.
O TORD11, por exemplo, cancelou a distribuição de proventos pelo sétimo mês consecutivo. O fundo não deposita rendimentos desde março, quando o aumento da inadimplência e o cancelamento de pedidos em empreendimentos que compõem a carteira prejudicaram os resultados.
Um dos responsáveis pelos calotes que atrapalham a distribuição de dividendos do FII é a Gramado Parks, grupo de turismo, hotelaria e multipropriedades.
O Tordesilhas EI investe em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) lastreados por empreendimentos do grupo e deixou de receber os pagamentos de juros e amortizações dos títulos em março deste ano. Três das holdings do grupo entraram em recuperação judicial no mês seguinte.
O HCTR11, que também tem CRIs da empresa no portfólio, foi um dos destaques negativos da semana após anunciar corte de mais de 65% nos dividendos na última segunda-feira (11). Além dos dois, VSLH11 e DEVA11 estão expostos à Gramado Parks.
Já o XPPR11 é o único da lista que não está ligado ao grupo. Mas o fundo de lajes corporativas enfrenta seus próprios demônios — como a vacância e alavancagem elevadas — e também cortou dividendos neste ano.
A DINHEIRISTA - Ajudei minha namorada a abrir um negócio e ela me deixou! Quero a grana de volta, o que fazer?
TORD11, HCTR11 e outros FIIs do caso Gramado Parks despencam na B3
As cotas dos cinco fundos imobiliários são penalizadas pelo impasse nos portfólios e, com isso, dominam outro ranking com um pódio mais amargo: o de maiores quedas entre os ativos que compõem a carteira do IFIX — índice que reúne os principais FIIs da B3 — em 2023.
Os quatro fundos ligados ao caso Gramado Parks chegaram a esboçar uma reação positiva em maio, quando uma decisão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul autorizou a Forte Securitizadora, emissora dos CRIs do grupo, a executar as garantias dos títulos.
Mas o ímpeto de recuperação não foi duradouro e os FIIs logo voltaram à ponta negativa IFIX, aprofundando ainda mais as perdas após as confirmações de corte ou retenção de dividendos.
Confira as maiores quedas do índice até agora:
| Fundo | Variação das cotas em 2023* |
| Tordesilhas EI (TORD11) | -70,72% |
| Hectare CE (HCTR11) | -66,92% |
| Versalhes RI (VSLH11) | -64,62% |
| Devant RI (DEVA11) | -49,11% |
| XP Properties (XPPR11) | -27,28% |
Dados: Broadcast | *Desempenho até às 11h de 15/09/2023
O “ano de Troia” dos mercados: por que 2026 pode redefinir investimentos no Brasil e nos EUA
De cortes de juros a risco fiscal, passando pela eleição brasileira: Kinea Investimentos revela os fatores que podem transformar o mercado no ano que vem
Ibovespa dispara 6% em novembro e se encaminha para fechar o ano com retorno 10% maior do que a melhor renda fixa
Novos recordes de preço foram registrados no mês, com as ações brasileiras na mira dos investidores estrangeiros
Ibovespa dispara para novo recorde e tem o melhor desempenho desde agosto de 2024; dólar cai a R$ 5,3348
Petrobras, Itaú, Vale e a política monetária ditaram o ritmo dos negócios por aqui; lá fora, as bolsas subiram na volta do feriado nos EUA
Ações de Raízen (RAIZ4), Vibra (VBBR3) e Ultrapar (UGPA3) saltam no Ibovespa com megaoperação contra fraudes em combustíveis
Analistas avaliam que distribuidoras de combustíveis podem se beneficiar com o fim da informalidade no setor
Brasil dispara na frente: Morgan Stanley vê só dois emergentes com fôlego em 2026 — saiba qual outro país conquistou os analistas
Entenda por que esses dois emergentes se destacam na corrida global e onde estão as maiores oportunidades de investimentos globais em 2026
FII Pátria Log (HGLG11) abocanha cinco galpões, com inquilinos como O Boticário e Track & Field, e engorda receita mensal
Segundo o fundo, os ativos adquiridos contam com características que podem favorecer a valorização futura
Bolsa nas alturas: Ibovespa fecha acima dos 158 mil pontos em novo recorde; dólar cai a R$ 5,3346
As bolsas nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia também encerraram a sessão desta quarta-feira (26) com ganhos; confira o que mexeu com os mercados
Hora de voltar para o Ibovespa? Estas ações estão ‘baratas’ e merecem sua atenção
No Touros e Ursos desta semana, a gestora da Fator Administração de Recursos, Isabel Lemos, apontou o caminho das pedras para quem quer dar uma chance para as empresas brasileiras listadas em bolsa
Vale (VALE3) patrocina alta do Ibovespa junto com expectativa de corte na Selic; dólar cai a R$ 5,3767
Os índices de Wall Street estenderam os ganhos da véspera, com os investidores atentos às declarações de dirigentes do Fed, em busca de pistas sobre a trajetória dos juros
Ibovespa avança e Nasdaq tem o melhor desempenho diário desde maio; saiba o que mexeu com a bolsa hoje
Entre as companhias listadas no Ibovespa, as ações cíclicas puxaram o tom positivo, em meio a forte queda da curva de juros brasileira
Maiores altas e maiores quedas do Ibovespa: mesmo com tombo de mais de 7% na sexta, CVC (CVCB3) teve um dos maiores ganhos da semana
Cogna liderou as maiores altas do índice, enquanto MBRF liderou as maiores quedas; veja o ranking completo e o balanço da bolsa na semana
JBS (JBSS3), Carrefour (CRFB3), dona do BK (ZAMP3): As empresas que já deixaram a bolsa de valores brasileira neste ano, e quais podem seguir o mesmo caminho
Além das compras feitas por empresas fechadas, recompras de ações e idas para o exterior também tiraram papéis da B3 nos últimos anos
A nova empresa de US$ 1 trilhão não tem nada a ver com IA: o segredo é um “Ozempic turbinado”
Com vendas explosivas de Mounjaro e Zepbound, Eli Lilly se torna a primeira empresa de saúde a valer US$ 1 trilhão
Maior queda do Ibovespa: por que as ações da CVC (CVCB3) caem mais de 7% na B3 — e como um dado dos EUA desencadeou isso
A combinação de dólar forte, dúvida sobre o corte de juros nos EUA e avanço dos juros futuros intensifica a pressão sobre companhia no pregão
Nem retirada das tarifas salva: Ibovespa recua e volta aos 154 mil pontos nesta sexta (21), com temor sobre juros nos EUA
Índice se ajusta à baixa dos índices de ações dos EUA durante o feriado e responde também à queda do petróleo no mercado internacional; entenda o que afeta a bolsa brasileira hoje
O erro de R$ 1,1 bilhão do Grupo Mateus (GMAT3) que custou o dobro para a varejista na bolsa de valores
A correção de mais de R$ 1,1 bilhão nos estoques expôs fragilidades antigas nos controles do Grupo Mateus, derrubou o valor de mercado da companhia e reacendeu dúvidas sobre a qualidade das informações contábeis da varejista
Debandada da B3: quando a onda de saída de empresas da bolsa de valores brasileira vai acabar?
Com OPAs e programas de recompras de ações, o número de empresas e papéis disponíveis na B3 diminuiu muito no último ano. Veja o que leva as empresas a saírem da bolsa, quando esse movimento deve acabar e quais os riscos para o investidor
Medo se espalha por Wall Street depois do relatório de emprego dos EUA e nem a “toda-poderosa” Nvidia conseguiu impedir
A criação de postos de trabalho nos EUA veio bem acima do esperado pelo mercado, o que reduz chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro; bolsas saem de alta generalizada para queda em uníssono
Depois do hiato causado pelo shutdown, Payroll de setembro vem acima das expectativas e reduz chances de corte de juros em dezembro
Os Estados Unidos (EUA) criaram 119 mil vagas de emprego em setembro, segundo o relatório de payroll divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Departamento do Trabalho
Sem medo de bolha? Nvidia (NVDC34) avança 5% e puxa Wall Street junto após resultados fortes — mas ainda há o que temer
Em pleno feriado da Consciência Negra, as bolsas lá fora vão de vento em poupa após a divulgação dos resultados da Nvidia no terceiro trimestre de 2025
