Pouco mais de duas semanas após a 3R Petroleum (RRRP3) pegar o mercado de “surpresa” com a proposta de aumento de capital privado em até R$ 900 milhões — e causar dúvidas sobre a sua saúde financeira—, os investidores puderam recuperar o fôlego nesta quinta-feira (27).
A petroleira júnior reverteu o prejuízo — de R$ 335,17 milhões — em lucro líquido de R$ 16,103 milhões no primeiro trimestre deste ano, de acordo com o balanço divulgado pela companhia.
A receita líquida de janeiro a março foi de R$ 573,698 milhões, 52,9% maior ante o mesmo período do ano anterior, quando foi reportada receita de R$ 375,294 milhões.
Confira outros números:
- Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciação) ajustado: R$ 155,603 milhões, recuo de 21,6% em relação ao mesmo período do ano anterior;
- Margem Ebitda ajustado: 27,1%, queda de 25,8 pontos porcentuais na mesma base de comparação;
- Resultado financeiro líquido encerrou o primeiro trimestre negativo em R$ 18,179 milhões, uma queda de 95,8%.
E, num primeiro momento, a reação do mercado foi positiva. As ações da 3R Petroleum encerraram a sessão com alta de 11,91%, a R$ 30,44, liderando a ponta positiva do Ibovespa na maior parte da sessão e apagando as perdas do mês, segundo o TradeMap.
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O que levantou a 3R Petroleum?
Na visão dos analistas da XP investimentos, a melhora dos números da 3R Petroleum devem-se à produção do campo Papa Terra — ativo da Petrobras (PETR4) adquirido em julho de 2021 por US$ 105,6 milhões e que iniciou as operações sob comando da 3R em dezembro do ano passado.
“O primeiro vislumbre de Papa-terra nos resultados da 3R foi positivo, embora com muito espaço para melhorias pela frente com produção mais estável e descontos menores (quando a questão do armazenamento do FPSO for resolvida)”, escreveram os analistas Andre Vidal e Helena Kelm.
Os analistas do JP Morgan, por sua vez, destacaram que a paralisação das atividades no campo entre fevereiro e março limitou os ganhos operacionais da companhia, já que a pausa elevou os custos de extração do óleo.
“Sinalizamos que tal ocorrência elevou o custo de extração consolidado para $ 23,1/boe (+19,4% t/t), dos quais Papa Terra contribuiu com $ 32,3/boe (acima do nível esperado pela empresa de $ 25/boe para o campo).”
Expectativas futuras
Em geral, os bancos e corretoras que fazem a cobertura dos papéis da 3R Petroleum agora esperam por resultados melhores no segundo trimestre deste ano, com as atenções concentradas no Campo Potiguar, ativo que também fazia parte do plano de desinvestimento da Petrobras.
O JP Morgan e o BTG Pactual projetam que a transação de compra do ativo pela 3R Petroleum seja concluída em maio, com a aprovação da licença ambiental do IDEMA — órgão ambiental do Rio Grande do Norte (RN) — na semana passada. A operação depende apenas do crivo do IBAMA.
E, para o BTG Pactual, essa operação é o principal ponto de atenção sobre os papéis.
“O mercado continuará cético em relação ao caso de investimento até que a aquisição da Potiguar seja concluída e a empresa apresente resultados operacionais mais sólidos”, aponta o relatório.
Recomendações dos ativos RRRP3
Confira a seguir as recomendações dos papéis da 3R Petroleum, a partir dos relatórios que o Seu Dinheiro teve acesso:
BANCO/CORRETORA | RECOMENDAÇÃO | PREÇO-ALVO |
JP Morgan | Compra | R$ 27,20 |
BTG Pactual | Compra | R$ 27,79 |
XP Investimentos | Compra | R$ 79,30 |