Tesouro Direto sai vitorioso das eleições com queda forte dos juros futuros; veja os títulos públicos que mais se valorizaram
Força mostrada pelo Bolsonarismo no primeiro turno sugere que o próximo governo, ainda que de esquerda, não poderá ser muito irresponsável fiscalmente

Os mercados reagem aos resultados do primeiro turno das Eleições 2022 nesta segunda-feira (03) e sobrou até para o Tesouro Direto, no bom sentido. Os títulos públicos prefixados e atrelados à inflação têm forte alta hoje, com o alívio visto na curva de juros e nas suas taxas de remuneração.
Esses papéis tendem a se desvalorizar quando os juros futuros e suas taxas sobem e a se valorizar quando os juros futuros e as suas taxas caem. Hoje os juros operam em forte queda, principalmente os de prazos mais longos, com o resultado surpreendentemente positivo do bolsonarismo no pleito de ontem.
O mercado entende que um governo mais à esquerda seria pior do ponto de vista fiscal do que um governo mais à direita, como o atual.
Assim, o fato de Bolsonaro ainda se manter competitivo nas eleições para presidente foi bem recebido, uma vez que o esperado era uma diferença de votos muito maior entre Lula e o capitão - ou mesmo uma eleição do petista no primeiro turno.
Da mesma forma, o fato de o bolsonarismo ter mostrado força nas votações para os governos estaduais e no Congresso - e talvez principalmente isso - também foi bem recebido pelo mercado.
Os investidores entendem que, mesmo que Lula vença no segundo turno, o que é o cenário mais provável, ele não terá muito espaço para dar um "cavalo de pau" na economia e na responsabilidade fiscal.
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Títulos mais longos do Tesouro Direto têm alta mais acentuada
Assim, vemos a queda dos juros e a valorização dos títulos mais fortes nos vencimentos mais distantes, uma vez que os juros mais longos são os mais afetados pelo risco-país e a política fiscal.
Veja as taxas e os preços dos títulos prefixados e indexados à inflação ainda disponíveis para compra no Tesouro Direto na manhã de hoje, bem como a sua valorização de sexta-feira para esta segunda:
Título | Taxa de compra | Preço unitário | Desempenho |
Tesouro Prefixado 2025 | 11,48% | R$ 784,09 | +0,30% |
Tesouro Prefixado 2029 | 11,58% | R$ 505,93 | +1,57% |
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2033 | 11,73% | R$ 929,02 | +1,70% |
Tesouro IPCA+ 2026 | 5,57% + IPCA | R$ 3.203,85 | +0,22% |
Tesouro IPCA+ 2035 | 5,52% + IPCA | R$ 2.010,50 | +1,08% |
Tesouro IPCA+ 2045 | 5,52% + IPCA | R$ 1.176,53 | +1,94% |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2032 | 5,55% + IPCA | R$ 4.115,47 | +0,65% |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2040 | 5,52% + IPCA | R$ 4.197,06 | +0,96% |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2055 | 5,58% +IPCA | R$ 4.293,84 | +1,26% |
O cálculo da rentabilidade foi feito levando-se em conta o preço de venda na manhã de hoje e o preço de compra na manhã de sexta-feira, como se o investidor tivesse comprado o papel no Tesouro Direto no dia 30 e vendido hoje. Trata-se apenas da rentabilidade bruta, sem considerar impostos ou taxa de custódia.
Ao se considerar o preço de venda, lembre-se de que há ainda um spread, que em geral torna a compra de títulos num dia e a venda no dia seguinte desvantajosa, com retorno negativo. Mas o ganho foi tão forte que, mesmo com spread, o desempenho ainda é positivo, em alguns casos beirando os 2% num único dia. A alta percebida por um investidor que tivesse comprado o papel na sexta e ainda o mantivesse na carteira hoje seria ainda maior.
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Diante da valorização recente, a pergunta verdadeiramente relevante é se apenas antecipamos o rali esperado para o segundo semestre, já tendo esgotado o espaço para a alta, ou se, somada à apreciação do começo de 2025, teremos uma nova pernada até o fim do ano?