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Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril.
Juros em alta

Perdendo dinheiro no Tesouro Direto? Veja quanto os títulos públicos se desvalorizaram desde a eleição de Lula

Sinalizações do presidente para a economia, com PEC da Transição e nomeações, elevaram o risco fiscal e jogaram os juros futuros lá para cima

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
15 de dezembro de 2022
6:40 - atualizado às 8:11
Arte mostrando um homem segurando um cartão com uma bandeira do Brasil; no primeiro plano, um gráfico em queda, simbolizando o mau desempenho da bolsa e dos ativos brasileiros nos mercados internacionais, como o EWZ
Pressão nos juros futuros derruba preços dos títulos públicos no último mês e meio. - Imagem: Shutterstock

Desde que Lula foi eleito para o seu terceiro mandato como presidente da República, em 30 de outubro de 2022, os títulos públicos prefixados e atrelados à inflação vêm passando por intensa volatilidade e acumulam perdas que variam de 2% a 11% nesse período de um mês e meio.

Eleito com um discurso de frente ampla e indicativos de um direcionamento mais de centro na economia, o petista não demorou a deixar o mercado nervoso.

Logo após o segundo turno das eleições, a notícia de que o governo de transição pretendia fazer uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que furasse o teto de gastos em quase R$ 200 bilhões deixou os investidores preocupados com a trajetória da dívida pública brasileira.

A piora do risco fiscal, com uma perspectiva de aumento das despesas, e a ameaça ainda viva da inflação levaram a uma alta dos juros futuros em todos os vencimentos.

Se antes os investidores esperavam que a Selic permanecesse em 13,75% até meados do ano que vem e, então, começasse a cair, a perspectiva passou a ser de queda somente a partir do fim de 2023, com parte do mercado apostando até em uma nova alta para mais de 14%.

Quando os juros sobem, os títulos prefixados e atrelados à inflação sofrem: suas taxas se elevam, mas seus preços, caem. Entenda como funciona a precificação dos títulos públicos.

Após uma certa desidratação da PEC da Transição no Senado, os juros futuros passaram até por algum alívio, com consequente recuperação dos preços dos títulos.

Mas a nomeação de Fernando Haddad para o Ministério da Fazenda, o rumor - depois confirmado - de mudança na Lei das Estatais, e a escolha de Aloizio Mercadante para a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) voltaram a deixar o mercado tenso, levando as taxas para cima de novo.

A impressão do investidor é de que "o governo de frente ampla", afinal, não vai acontecer, ao menos não na economia.

A equipe econômica está ficando com a cara do PT, levantando temores de um governo mais gastador e intervencionista da economia do que o esperado inicialmente, como já foram as gestões de Dilma e o segundo mandato de Lula.

Veja na tabela a seguir o desempenho dos títulos prefixados (Tesouro Prefixado) e atrelados à inflação (Tesouro IPCA+ ou NTN-B), ainda disponíveis para compra no Tesouro Direto, desde que Lula ganhou a eleição:

TítuloVariação desde 30 de outubroTaxa de juros atual (remuneração)*
Tesouro IPCA+ 2045-11,33%IPCA + 6,35%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2055-9,51%IPCA + 6,41%
Tesouro Prefixado 2029-7,83%13,65%
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2033-6,96%13,60%
Tesouro IPCA+ 2035-6,17%IPCA + 6,42%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2040-5,89%IPCA + 6,39%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2032-3,54%IPCA + 6,44%
Tesouro Prefixado 2025-2,45%13,91%
Tesouro IPCA+ 2026-2,13%IPCA + 6,52%
(*) Taxa de juros manhã em 14/12/2022
Fonte: Tesouro Direto

Repare que os títulos mais longos, mais voláteis e sensíveis à variação do risco fiscal do país, foram os que mais sofreram, enquanto os mais curtos caíram menos.

Momento é bom para a compra de títulos públicos

Por outro lado, quem adquirir esses papéis agora, contratará taxas gordas até seus vencimentos - lembre-se de que as desvalorizações só são realizadas por quem vende o papel antes do vencimento em um momento de mercado desfavorável; quem fica com o título até o vencimento embolsa exatamente a rentabilidade contratada na compra.

Isso significa que é possível travar, por vários anos, rendimentos superiores a 13% ao ano em prefixados ou de mais de 6% ao ano acima da inflação em Tesouro IPCA+, que são retornos historicamente elevados para esses tipos de títulos.

Para quem prefere não encarar a dor de barriga do sobe e desce dos juros (e preços), basta lembrar que o bem menos volátil e mais conservador Tesouro Selic, cuja remuneração é indexada à taxa básica de juros, está se beneficiando da taxa de 13,75% ao ano neste momento, que deve permanecer neste patamar até o final do ano que vem.

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