Letra de Câmbio (LC): entenda o que é, como funciona e se vale a pena investir nesse título de renda fixa
Títulos emitidos por financeiras funcionam de forma muito parecida com os CDBs e também contam com garantia do FGC

O universo da renda fixa com proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), a mesma garantia da poupança, não se restringe aos já razoavelmente conhecidos CDBs, LCIs e LCAs. Existe ainda um quarto tipo de título bastante acessível para as pessoas físicas que funciona de forma muito parecida com os CDBs, mas com uma rentabilidade geralmente "turbinada": a Letra de Câmbio (LC).
As Letras de Câmbio (LC) são títulos de renda fixa privada emitidos por sociedades de crédito, investimento e financiamento, popularmente conhecidas como financeiras. Ao contrário do que o nome pode sugerir, portanto, as LC não têm nada a ver com operações envolvendo moedas estrangeiras.
Elas podem ser caracterizadas como os "CDBs das financeiras" pelo funcionamento semelhante ao dos CDBs e pela proteção do FGC para os valores investidos.
O que é uma Letra de Câmbio (LC)?
Assim como os bancos emitem CDB, as financeiras emitem LC para captar recursos junto a investidores e financiar suas atividades. Ou seja, quem compra uma Letra de Câmbio está emprestando dinheiro para a financeira emprestar para outras pessoas e empresas. Em troca, o investidor que adquiriu a LC recebe uma remuneração.
Assim, as Letras de Câmbio precisam ter lastro, isto é, a financeira precisa ter empréstimos e financiamentos atrelados à LC e que sirvam de garantia para o papel.
Quanto rendem as Letras de Câmbio?
Podemos considerar que as Letras de Câmbio são "CDBs turbinados" porque elas costumam pagar um pouco mais que os CDBs de mesmo prazo, ainda que contem com a mesma proteção do FGC.
Leia Também
É que as financeiras normalmente têm maior dificuldade de captar recursos que os bancos, mesmo os de médio porte, além de normalmente fazerem empréstimos com nível de risco mais elevado. Isso as obriga a oferecer remunerações maiores para atrair os investidores.
A maioria das LC é pós-fixada, com remuneração expressa na forma de um percentual da taxa DI, uma taxa de juros que caminha bem próxima da Selic. Geralmente, as LC pós-fixadas pagam mais de 100% do CDI.
Pode haver também LC prefixadas, que pagam uma taxa acordada no ato do investimento, sem correção por qualquer indexador. Por exemplo, 10% ao ano, 12% ao ano, 8% ao ano, e assim por diante.
Finalmente, a rentabilidade da Letra de Câmbio pode também ser atrelada à inflação, expressa na forma de uma taxa prefixada mais a variação da inflação pelo IPCA.
Quais são os prazos e a liquidez das Letras de Câmbio?
Existem Letras de Câmbio de curto, médio e longo prazo, podendo ultrapassar os cinco anos. Para investir nesses papéis é recomendado casar a data de vencimento com a data em que se pretende usar os recursos, pois em geral não é possível resgatá-los antes do fim do prazo.
Existe um valor mínimo para investimento em Letra de Câmbio?
O investimento mínimo em Letra de Câmbio também costuma variar bastante, mas em geral essa aplicação é bastante acessível à pessoa física.
Mas assim como ocorre com outros títulos de renda fixa privada, quanto maior o valor do investimento, melhores são as remunerações obtidas. Porém, com alguns poucos milhares de reais já é possível comprar uma LC que renda mais de 100% do CDI.
Riscos das Letras de Câmbio
O risco mais evidente das Letras de Câmbio é o de liquidez, uma vez que elas precisam ser levadas até o vencimento. Vendas antecipadas nem sempre são possíveis, e podem sacrificar os rendimentos.
Por isso, não se deve usar esses títulos como reserva de emergência, pois esta deve ser alocada em uma aplicação com liquidez diária.
Outro tipo de risco que precisa ser salientado é o risco de crédito. Basicamente, quando se trata de Letras de Câmbio, o investidor está exposto ao risco de calote da instituição financeira que emitiu o papel. Isso faz com que as LCs sejam, no geral, mais arriscadas que os títulos emitidos por bancos, como os CDBs, LCIs e LCAs.
Afinal, as financeiras são instituições de pequeno e médio porte, cuja atuação é concentrada em setores econômicos específicos, como financiamento de veículos, empréstimo consignado, financiamento de maquinário, entre outros.
Elas costumam fazer empréstimos apenas para determinados tipos de clientes, ficando muito expostas aos riscos específicos dos nichos em que atuam. Também podem trabalhar com mutuários com maior risco de crédito.
Entretanto, a garantia do FGC mitiga esse risco e na prática iguala as LC aos CDB e à caderneta de poupança para quem não for investir acima do limite garantido.
O FGC cobre os investimentos em LC e em outras aplicações garantidas até um limite de 250 mil reais por CPF, por instituição financeira, e até um limite global de R$ 1 milhão de reais, somando-se todas as instituições financeiras.
Assim, respeitando os limites de cobertura, as LC podem ser consideradas tão seguras quanto a poupança e os CDB. Em caso de quebra da financeira que emitiu o papel, o investidor é ressarcido pelo fundo.
Taxas e tributação das Letras de Câmbio
Não há cobrança de taxas para o investimento em Letra de Câmbio. Quanto aos impostos, são válidas as mesmas regras dos CDB. Os rendimentos sofrem a cobrança de imposto de renda na fonte, de acordo com a tabela regressiva válida para as aplicações financeiras:
Prazo da aplicação | Alíquota de IR |
Até 180 dias | 22,5% |
De 181 a 360 dias | 20,0% |
De 361 a 720 dias | 17,5% |
Acima de 720 dias | 15,0% |
Investimentos de prazo inferior a 30 dias também sofrem cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre os rendimentos, porém normalmente as LC têm prazos maiores que um mês.
SPX diminui aposta no Banco do Brasil e vê oportunidade rara no crédito soberano da Argentina
Com spreads comprimidos travando o mercado local de títulos de dívida, a SPX afina a estratégia para preservar relação risco-retorno em fundos de crédito
Braskem, Vale, Mercado Livre… onde estão os riscos e oportunidades no crédito para quem investe em debêntures, na visão da Moody’s
Relatório da agência de risco projeta estabilidade na qualidade do crédito até o próximo ano, mas desaceleração da atividade em meio a juros altos e incertezas políticas exigem cautela
Prêmio das debêntures de infraestrutura é o menor em cinco anos — quem está comprando esse risco e por quê?
Diferença nas taxas em relação aos retornos dos títulos públicos está cada vez menor, diante da corrida aos isentos impulsionada por uma possível cobrança de imposto
A nova jogada dos gestores de crédito para debêntures incentivadas em meio à incerteza da isenção do IR
Com spreads cada vez mais apertados e dúvidas sobre a isenção do imposto de renda, gestores recorrem ao risco intermediário e reforçam posições em FIDCs para buscar retorno
Tesouro Direto vai operar 24 horas por dia a partir de 2026
Novidades incluem título para reserva de emergência sem marcação a mercado e plataforma mais acessível para novos investidores
Tesouro Direto IPCA ou Prefixado: Qual a melhor opção de renda fixa para lucrar na virada de ciclo dos juros?
Com juros em queda e inflação sob controle, entenda como escolher a melhor opção de rentabilidade para proteger e potencializar os investimentos
Debêntures da Petrobras (PETR4) e prefixados com taxa de 13% ao ano são destaques. Confira as recomendações para renda fixa em agosto
BTG Pactual, Itaú BBA e XP recomendam travar boa rentabilidade agora e levar títulos até o vencimento diante das incertezas futuras
Tesouro Educa+ faz aniversário com taxas de IPCA + 7% em todos os vencimentos; dá para garantir faculdade, material e mais
Título público voltado para a educação dos filhos dobrou de tamanho em relação ao primeiro ano e soma quase 160 mil investidores
De debêntures incentivadas a fundos de infraestrutura, investidores raspam as prateleiras para garantir títulos isentos — e aceitam taxas cada vez menores
A Medida Provisória 1.303/25 tem provocado uma corrida por ativos isentos de imposto de renda, levando os spreads dos títulos incentivados a mínimas históricas
De SNCI11 a URPR11: Calote de CRIs é problema e gestores de fundos imobiliários negociam alternativas
Os credores têm aceitado abrir negociações para buscar alternativas e ter chances maiores de receber o pagamento dos títulos
Renda fixa capta bilhões em dólar e em real e consolida ‘novo normal’ no primeiro semestre de 2025, diz Anbima
Debêntures incentivadas ganham cada vez mais destaque, e até mesmo uma “alternativa exótica” cresce como opção
Ficou mais barato investir em títulos do Tesouro dos EUA e renda fixa global: Avenue amplia variedade de bonds e diminui valor mínimo
São mais de 140 novos títulos emitidos por companhias de países como Canadá, França e Reino Unido
Perdeu a emissão primária de debêntures da Petrobras (PETR4)? Títulos já estão no mercado secundário e são oportunidade para o longo prazo
Renda fixa da Petrobras paga menos que os títulos públicos agora, mas analistas veem a possibilidade de retorno ou ganho de capital no futuro
Renda fixa vai ganhar canal digital de negociação no mercado secundário com aval da CVM; entenda como vai funcionar
O lançamento está previsto para acontecer neste mês, já com acesso a debêntures, CRIs, CRAs, CDBs, LCIs, LCAs e LIGs
Gestores não acreditam que tributação de títulos isentos vai passar, mas aumentam posição em debêntures incentivadas
Pesquisa exclusiva da Empiricus revela expectativa de grandes gestores de crédito sobre a aprovação da MP 1.303 e suas possíveis consequências
Isa Energia e CPFL são compra em julho. Confira as recomendações de debêntures, CRI e CRA, LCD e títulos públicos para o mês
BB Investimentos, BTG Pactual, Itaú BBA e XP recomendam travar boa rentabilidade na renda fixa agora, diante da perspectiva de taxas menores no futuro
CDB ou LCA: títulos mais rentáveis de junho diminuem taxas, mas valores máximos chegam a 105% do CDI com imposto e 13,2% ao ano isento de IR
Levantamento da Quantum Finance traz as emissões com taxas acima da média do mercado e mostra que os valores diminuíram em relação a maio
“Uma pena o Brasil ter entrado nessa indústria de isento”: por que Reinaldo Le Grazie, ex-BC, vê a taxação de títulos de renda fixa com bons olhos?
MP 1.303 reacende uma discussão positiva para a indústria, segundo o sócio da Panamby, que pode melhorar a alocação de capital no Brasil
Nem toda renda fixa, mas sempre a renda fixa: estas são as escolhas dos especialistas para investir no segundo semestre
Laís Costa, da Empiricus, Mariana Dreux, da Itaú Asset, e Reinaldo Le Grazie, da Panamby, indicam o caminho das pedras para garantir os maiores retornos na renda fixa em evento exclusivo do Seu Dinheiro
Crédito privado conquistou os investidores com promessas de alto retorno e menos volatilidade; saiba o que esperar daqui para frente
Ativos de crédito privado, como FIDCs e debêntures, passaram a ocupar lugar de destaque na carteira dos investidores; especialistas revelam oportunidades e previsões para o setor