Trump anunciou que vai concorrer em 2024, mas ele tem as mesmas chances de vencer que antes?
Em 2016, Trump era um quadro em branco na política norte-americana. Agora, o cenário mudou e embora o ex-presidente tenha conquistas notáveis, ele também teve fracassos proeminentes

Donald Trump anunciou na terça-feira (15) sua terceira candidatura seguida — uma rara tentativa de um ex-presidente de reconquistar a Casa Branca após perder uma eleição.
Diferente do que aconteceu em 2016, os tempos são outros. Há oito anos, Trump era um quadro em branco na política norte-americana. Sem registro como titular do cargo, os eleitores podiam projetar nele suas esperanças e desejos. Ele poderia fazer promessas sem o dedo dos críticos apontando falhas do passado.
Esse não é mais o caso agora. Embora Trump tenha tido algumas conquistas políticas notáveis durante os quatro anos como presidente dos EUA, incluindo os cortes de impostos e a reforma da justiça criminal, ele também teve alguns fracassos proeminentes.
Mais que isso: ele anuncia a sua candidatura para 2024 depois de tomar um caldo em uma onda vermelha que, para muitos, acabou virando uma marolinha.
Trump até tentou defender o desempenho morno do Partido Republicano nas eleições de meio de mandato da semana passada e seu apoio a candidatos derrotados — o que levou a críticas crescentes de setores conservadores.
Consciente da onda vermelha que não veio, Trump disse que a tarefa que os republicanos têm pela frente não é para um candidato convencional, mas para um movimento de milhões de pessoas.
Leia Também
Ele montou esse movimento para a presidência há seis anos, mas há motivos para acreditar que os obstáculos que sua última candidatura à Casa Branca enfrentará são mais assustadores desta vez — e vamos mostrar os principais motivos.
A marolinha vermelha traz lembranças
A vitória retumbante que era esperada nas eleições de meio de mandato e que não veio traz lembranças dolorosas para os republicanos.
A falta de uma maioria significativa nas duas casas do Congresso traz à tona o fracasso do que até então era uma questão de honra para Trump: revogar a lei da saúde do governo de Barack Obama, batizada de Obamacare.
Além disso, ressalta as repetidas promessas de investimento em infraestrutura de Trump que nunca se concretizaram.
Há ainda a forma como Trump lidou com a pandemia do novo coronavírus. Os democratas há muito criticam sua resposta como insuficientemente agressiva, enquanto uma parte dos republicanos acredita que ele foi longe demais ao apoiar os esforços de mitigação.
Trump à sombra do Capitólio
Trump não sentirá apenas o peso do histórico político como presidente. Ele terá que defender a maneira como lidou com o fim de sua gestão e seu papel na invasão do Capitólio — o prédio que abriga o Congresso dos EUA — no dia 6 de janeiro de 2021.
As imagens daquele dia, com apoiadores agitando bandeiras de Trump em meio ao gás lacrimogêneo enquanto invadiam o Capitólio e suspendiam temporariamente a transição pacífica de poder, não serão facilmente esquecidas.
As eleições de meio de mandato demonstraram que o que aconteceu naquele 6 de janeiro — e as palavras e ações de Trump nas semanas anteriores — ainda podem estar influenciando o comportamento do eleitor.
Muitos candidatos republicanos que ofereceram apoio total à recusa de Trump em aceitar os resultados da eleição de 2020 perderam agora. Vários deles tiveram desempenho inferior a outros candidatos republicanos em seus estados, que não foram francos na negação das urnas.
Os problemas legais de Trump
Uma das possíveis razões para Trump parecer tão apressado em lançar outra candidatura presidencial é porque isso permitirá que ele classifique de forma mais eficaz suas múltiplas investigações criminais e civis como parte de uma vingança política maior.
Embora isso possa funcionar para fins de relações públicas, a exposição legal de Trump nesses casos é real. Atualmente, o ex-presidente está se defendendo das seguintes investigações criminais:
- Adulteração de eleições na Geórgia
- Fraude civil visando seu império comercial em Nova York
- Difamação envolvendo uma alegação de agressão sexual
- Investigações federais sobre seu papel no ataque ao Capitólio
- Tratamento pós-presidencial de material sigiloso
Qualquer uma dessas investigações poderia levar a julgamentos completos que dominariam as manchetes e, pelo menos temporariamente, inviabilizariam os planos de campanha de Trump.
Na melhor das hipóteses, para ele, seria uma distração cara. O pior cenário incluiria grandes penalidades financeiras ou até mesmo a prisão.
Um adversário mais difícil
Há oito anos, quando o Partido Republicano decidiria quem seria o seu candidato na disputa à Casa Branca, Trump enfrentou Jeb Bush, então governador da Flórida, considerado o favorito.
Mas o enorme arsenal político de Bush e o sobrenome famoso não foram suficientes. Ele estava fora de sintonia, por exemplo, com a base republicana na questão da imigração e da educação — e, por essas e outras, Trump acabou levando a melhor.
Se quiser a indicação em 2024, Trump pode mais uma vez ter que enfrentar um governador da Flórida.
Ao contrário de Bush, no entanto, Ron DeSantis acaba de obter uma vitória esmagadora na reeleição, o que sugere que ele está em sintonia com os principais apoiadores de seu partido, ainda que não tenha sido testado no cenário nacional.
Não está claro se DeSantis concorrerá ou quem mais entrará na disputa presidencial republicana neste momento.
Problemas de popularidade
Na véspera do anúncio da candidatura de Trump, um grupo conservador divulgou uma série de pesquisas que mostravam o ex-presidente atrás de Ron DeSantis em uma disputa frente a frente por dois dígitos entre os eleitores republicanos em Iowa e New Hampshire.
Esses estados mantêm votos no início do processo de indicação republicana.
DeSantis também lidera com 26 pontos na Flórida e 20 na Geórgia, que tem segundo turno no Senado marcado para dezembro. Em todos esses estados, os números de Trump estavam bem abaixo das pesquisas anteriores.
De acordo com as pesquisas de boca de urna das eleições de meio de mandato recentemente concluídas, Trump simplesmente não é muito popular.
Em New Hampshire, apenas 30% dos eleitores disseram que queriam que Trump concorresse à presidência novamente. Mesmo na Flórida, esse número subiu apenas para 33%.
O peso da idade de Trump
Se ele ganhar a presidência, Trump terá 78 anos quando for empossado. E embora tenha a mesma idade que Joe Biden tinha quando ocupou a Casa Branca, isso o tornaria o segundo presidente mais velho da história dos EUA.
O tempo cobra seu preço de maneiras diferentes em pessoas diferentes, mas os fardos crescentes da idade são inevitáveis.
Não há garantia de que Trump possa suportar o tipo de campanha rigorosa necessária para ganhar a indicação republicana — particularmente uma em que ele provavelmente enfrentará candidatos muito mais jovens.
Mas nem tudo é ruim para Trump
No discurso de ontem no qual apresentou sua candidatura, Trump destacou seus pontos fortes — e que para muitos especialistas são inegáveis.
Ele tem, por exemplo, um senso inigualável de quais questões são importantes para os conservadores de base, como imigração e criminalidade.
Seu estilo imprevisível e inflamatório pode gerar cobertura de notícias e retirar os holofotes de seus concorrentes.
Além disso, Trump tem uma base de apoiadores leais e pode motivar os norte-americanos normalmente não engajados a votar.
E é importante lembrar que, depois de quatro anos no cargo, muitos dos apoiadores de Trump ocupam posições de autoridade dentro do Partido Republicano.
*Com informações da BBC
Quanto vale um jantar com Trump? Para Zuckerberg, Cook e figurões do Vale do Silício pode custar bilhões de dólares
Executivos das big techs estiveram reunidos na noite de quinta-feira (4) com o presidente norte-americano, que fez questão de reforçar o aviso: em breve o governo norte-americano taxará a importação de semicondutores
“O mundo deve escolher entre a paz e a guerra”, diz Xi Jinping em discurso aberto — mas um microfone capta o que ninguém deveria ter ouvido
A quarta-feira (3) foi marcada por um dos maiores desfiles militares que a China já fez e contou com a presença de dezenas de autoridades, entre elas Vladimir Putin e Kim Jong-un; enquanto a parada acontecia em Pequim, Trump usava as redes sociais para falar de conspiração
O quarteto fantástico contra Trump: como Xi, Putin, Modi e Kim articulam o novo eixo que quer tirar os EUA do tabuleiro global
Enquanto o republicano enaltece suas relações próximas com os presidentes de China, Rússia e Índia, eles se juntam ao líder norte-coreano para reforçar os planos de uma nova ordem mundial
US Open 2025: Mesmo eliminados de maneira precoce, Bia Haddad e João Fonseca embolsaram juntos mais de R$ 3 milhões
Enquanto João Fonseca subiu no ranking da ATP, Bia Haddad perderá algumas posições, mas seguirá no Top 30 ao término do US Open 2025
US Open 2025: após bater freguesa, Bia Haddad encara a 9ª melhor do mundo, Amanda Anisimova; veja horário e onde assistir
Após vencer a ‘freguesa’ Maria Sakkari, Bia Haddad enfrenta Amanda Anisimova nas oitavas-de-final do US Open
Como uma minúscula ilha do Caribe está aproveitando um bônus acidental da inteligência artificial para faturar milhões de dólares
Assim como ocorreu com Tuvalu e o domínio .tv nos anos 1990, Anguilla recorre ao boom da inteligência artificial para capitalizar o domínio .ai, mas com uma estratégia diferente
A maioria das tarifas de Trump é ilegal, afirma Tribunal Federal dos EUA. O republicano vai ter que voltar atrás das sobretaxas?
Decisão do Tribunal de Apelações dos EUA aponta uso excessivo de poderes de emergência por Trump; entenda o que esperar dos próximos capítulos
Brasil tem muito o que ensinar aos EUA, diz The Economist; para revista, julgamento de Jair Bolsonaro é “lição de democracia”
Reportagem de capa da publicação britânica traça paralelo entre os dois países e elogia a postura da Suprema Corte brasileira — também diz que julgamento do ex-presidente será exemplo para o mundo
A aliança global dos bancos contra o aquecimento global subiu no telhado; o que isso significa?
Entidade enfrentou debandada de grandes instituições financeiras, principalmente dos Estados Unidos
US Open 2025: Depois de ‘virar a chave’ na estreia, Bia Haddad Maia enfrenta Viktorija Golubic hoje; veja horário e onde assistir
Bia Haddad Maia busca embalar no US Open depois de quebrar sequência de derrotas em sua estreia no Grand Slam
Oneflip: o método que ‘hipnotiza’ a inteligência artificial — e é quase impossível de defender ou rastrear
A boa notícia é que o método de invasão analisado exige conhecimento técnico avançado e algum nível de acesso ao sistema onde opera o modelo de inteligência artificial
Natal em risco? Depois de café, suco de laranja e manga, tarifaço dos EUA também pode atingir panetone
Quem aponta este problema iminente é a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias, Pães e Bolos Industrializados (Abimapi)
Filho do bilionário George Soros entra na mira de Trump e pode cair na lei antimáfia — e o motivo tem a ver com o Brasil
O presidente norte-americano ameaçou nesta quarta-feira (27) acusar Alex Soros na lei de organizações corruptas e influenciadas por extorsão
Taylor Swift, Travis Kelce e um anel de noivado avaliado em quase R$ 3 milhões
Anel de noivado de Taylor Swift, com diamante raro de 8 quilates, transforma a joia em peça única e repercute até no mercado financeiro
US Open 2025: após vitória em estreia João Fonseca enfrenta campeão olímpico nesta quarta (27); veja onde assistir
João Fonseca, invicto em estreias de Grand Slam, enfrenta Tomas Machac, campeão olímpico, na segunda rodada do US Open 2025, nesta quarta-feira (27)
Os EUA vão virar a Turquia? O cenário traçado por Paul Krugman, bancos e corretoras após crise no Fed
Depois que o republicano demitiu a diretora Lisa Cook e ela decidiu se defender na justiça, especialistas passaram a questionar a independência do BC norte-americano e tentar saber até onde o chefe da Casa Branca pode ir nessa história
O que está em jogo para Trump com a demissão de Lisa Cook, diretora do Fed?
As tentativas de interferência do republicano no banco central norte-americano adiciona pressão sobre a autarquia, que vem sendo cobrada pelo início da queda de juros nos EUA
Bia Haddad Maia enfrenta ‘carrasca’ em estreia no US Open; veja quanto ela vai faturar caso consiga a revanche e onde assistir
Brasileira Bia Haddad estreia no US Open 2025 em busca do maior prêmio da história do tênis; só por entrar na quadra ela vai receber US$ 110 mil
Quem é a mulher que quer desafiar a ordem de demissão de Trump
Apesar de Trump afirmar que a decisão tem efeito imediato, a diretora do Federal Reserve diz que não pretende sair do cargo
João Fonseca estreia hoje no US Open; veja quanto ele vai faturar se vencer o melhor tenista sérvio depois de Djokovic
Brasileiro João Fonseca estreia no US Open 2025 em busca do maior prêmio da história do tênis; só por entrar na quadra ele vai receber US$ 110 mil