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Larissa Vitória

Larissa Vitória

É repórter do Seu Dinheiro. Formada em jornalismo na Universidade de São Paulo (ECA-USP), já passou pelo portal SpaceMoney e pelo departamento de imprensa do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

A NATA DA B3

As ações favoritas na carteira recomendada de 14 corretoras para investir em março

Guerra chega à B3 e mantém Vale (VALE3) e outras ações ligadas às commodities entre as mais indicadas pelos analistas para o mês

Larissa Vitória
Larissa Vitória
4 de março de 2022
7:02 - atualizado às 10:01
Ações do mês | ação JBS JBSS3
Confira todos os papéis apontados pelas 14 corretoras consultadas pelo Seu Dinheiro. Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock

Quando inicia-se um conflito militar entre dois países de peso na geopolítica internacional, como é o caso da Ucrânia e, principalmente, da Rússia, os estilhaços liberados no combate respingam por todo o globo. 

Até mesmo para nós, que estamos a mais de 10 mil quilômetros de distância do leste europeu: não há como escapar dos efeitos secundários que conseguem atravessar continentes e oceanos e chegam ao Brasil.

Mas, longe dos tanques e das bombas que dominam a paisagem e aterrorizam a população ucraniana, um desses efeitos pode ser positivo para quem conta com o elemento certo no portfólio: as commodities.

Isso porque as ações ligadas a essa classe de ativos — que negocia matérias-primas não-industrializadas e produzidas em larga escala — têm sido o ponto de apoio da bolsa brasileira desde o início do conflito.

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Há uma percepção de que a guerra entre os dois membros da extinta União Soviética pode afetar a oferta global dos produtos, especialmente do minério de ferro e do petróleo.

A matéria-prima do aço já sobe 11% em março e, com preços que voltaram a superar o nível de US$ 150 por tonelada, negocia nos maiores níveis dos últimos seis meses.

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Já no caso do petróleo — base para a fabricação de produtos como a gasolina, o diesel, o gás de cozinha, o plástico e até mesmo a goma de mascar —, o barril do Brent e do WTI são negociados acima dos US$ 110, maior patamar em 10 anos. 

É importante destacar que a Rússia é um dos maiores países exportadores de petróleo. Portanto, as consequências do prolongamento do conflito e das sanções econômicas sobre a produção russa ainda não estão definidas e completamente precificadas.

Com esse cenário servindo de pano de fundo para as negociações do mercado acionário brasileiro, não é surpresa nenhuma que as ações mais recomendadas para março estejam ligadas às commodities.

Em primeiro lugar está a Vale (VALE3). Se antes da guerra ela já era uma queridinha das corretoras, aparecendo na seleção do Seu Dinheiro há mais de dois anos, agora que os preços do minério estão em disparada, a posição de favorita para o páreo foi ratificada com oito indicações.

A segunda colocação ficou novamente com a PetroRio (PRIO3). A maior produtora independente de petróleo do país surfa tão bem a alta da commodity que, com cinco indicações, desbancou a Petrobras (PETR4) na opinião das corretoras.

A estatal, por sua vez, enfrenta um duro teste que dirá até que ponto ela aguenta a alta do petróleo sem reajustar o preço dos combustíveis. Ainda assim, os papéis chegaram nesta semana a negociar nos maiores níveis desde o início do Plano Real, em 1994, e conquistam o terceiro lugar no pódio das Ações do Mês, com três indicações.

Confira aqui todos os papéis apontados pelas 14 corretoras consultadas pelo Seu Dinheiro:

Entendendo a Ação do Mês: todos os meses, o Seu Dinheiro consulta as principais corretoras do país para descobrir quais são suas apostas para o período. Dentro das carteiras recomendadas, normalmente com até 10 ações, os analistas indicam as suas três prediletas. Com o ranking nas mãos, selecionamos as que contaram com pelo menos duas indicações.

Vale (VALE3) — minério de ferro, medalha de ouro

Depois de um balanço do quarto trimestre que, sozinho, já poderia garantir mais uma medalha de ouro para a Vale (VALE3), a mineradora ainda contou com o impulso da alta do minério de ferro.

Indicada novamente por Mirae Asset, Necton, Nova Futura Investimentos, Planner e Santander, a companhia também entrou no top três da Guide Investimentos, Inter e Terra Investimentos neste mês.

Por falar em balanço, a Vale encerrou 2021 com um lucro líquido de US$ 22,4 bilhões, salto de 360% em relação ao valor registrado no ano anterior.

É verdade que a base de comparação é fraca: durante 2020, respingaram no caixa da mineradora os impactos da pandemia e indenizações após o rompimento da barragem de Brumadinho. Ainda assim, a cifra impressionou investidores e analistas.

O resultado também indica que a estratégia de value over volume — ou seja, de priorizar o valor sobre o volume produzido — adotada pela companhia tem sido bem-sucedida. Apesar da queda de produção no quarto trimestre, por exemplo, o lucro da mineradora saltou 634,4% em relação ao mesmo período de 2020, para US$ 5,4 bilhões.

Conhecida por ser uma das maiores pagadoras de dividendos da B3, a companhia também não decepcionou nesse quesito e, junto ao balanço, anunciou que distribuirá US$ 3,5 bilhões aos acionistas.

E, se o minério de ferro cumprir as previsões e continuar a escalada, a soma paga em proventos deve crescer. As ações VALE3 já sobem mais de 19% desde o início do conflito no leste europeu e, segundo a Guide, podem se beneficiar mais que outras gigantes da mineração mundial.

“Seus produtos possuem um desconto em relação ao minério internacional e, na hipótese de paridade entre esses valores, a empresa conseguiria capitalizar ganhos relativamente maiores que seus concorrentes estrangeiros”, destacam os analistas.

PetroRio (PRIO3) — reinventando a roda do petróleo brasileiro

Só um petróleo mais caro não garante o sucesso de uma petroleira na bolsa: é preciso também que as ações tenham fundamento e potencial para crescer ao longo do tempo. E, na visão das corretoras, a PetroRio (PRIO3) é quem melhor se encaixa nessa definição, pelo segundo mês consecutivo.

Os analistas da Elite Investimentos resumem o diferencial da companhia: “Com as oil majors mudando seu foco para o pré-sal e Petrobras se desfazendo de campos maduros, a PetroRio conseguiu criar um negócio que não existia no Brasil até recentemente: a petroleira que opera e revitaliza ativos cujos melhores dias já ficaram para trás”.

Por isso, ela é novamente a aposta de Nova Futura, Terra e Warren em março e também passa a integrar as favoritas de Elite e Toro Investimentos. Quem apostou na ação desde que ela estreou no pódio do Seu Dinheiro capturou uma valorização de 8% no período.

Além da estratégia inovadora, a companhia também tem números sólidos para dar segurança aos investidores. A maior petroleira privada do país lucrou R$ 894,3 milhões no quarto trimestre, alta de 32% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

No ano, o lucro líquido avançou 152%, para R$ 1,3 bilhão, enquanto a receita aumentou 131%, para R$ 4,4 bilhões — a maior já registrada pela PetroRio.

Os resultados já refletem a incorporação da disparada do petróleo no período e uma redução nos custos operacionais. 

Petrobras (PETR4) — entre a cruz e a espada, mas lucrando alto

Depois de meses desaparecida do pódio das Ações do Mês, a Petrobras (PETR4) contou com um empurrãozinho internacional para retornar às favoritas, em terceiro lugar. A estatal é uma das três escolhas de Guide, Mirae e Planner para março.

A titã nacional do setor de óleo e gás tem tudo para lucrar com as cotações elevadas do petróleo, mas esbarra em um obstáculo: a pressão do governo e da sociedade para conter os preços dos combustíveis.

A defasagem entre os preços cobrados pela estatal e os das principais bolsas de negociação do mundo já é de 24% para a gasolina e 27% para o óleo diesel, segundo cálculo do consultor em Gerenciamento de Risco da consultoria Stonex, Pedro Shinzato.

Se sua política de preços, que também considera o dólar, fosse seguida à risca, a diferença deveria ser corrigida em breve. Mas a direção da empresa, que se reuniu nesta semana para acompanhar de perto as oscilações da commodity, ainda define os próximos passos.

Por enquanto, para evitar que o caixa seja corroído pelo cenário, a estatal conta com estoques comprados há cerca de dois meses, a preços mais baixos. A estratégia é eficaz, porém gera riscos de que a reserva acabe e o abastecimento interno seja afetado.

Mas, mesmo entre a cruz da alta do petróleo e a espada da opinião pública, a petroleira ainda apresenta resultados que agradam o mercado. A companhia encerrou 2021 com o maior lucro líquido de sua história, de R$ 106,7 bilhões — salto de 1.400% na comparação com o ano anterior.

No quarto trimestre, o indicador chegou a R$ 31,5 bilhões, queda de 47,4% na comparação com o mesmo período de 2020. A cifra, porém, superou o consenso da Refinitiv, que previa R$ 23 bilhões nessa linha do balanço.

E, além de ser uma gigante da bolsa e do petróleo, a Petrobras, assim como a Vale, também é uma das grandes pagadores de dividendos do país. Com os números do quarto trimestre em mãos, encaminhou uma proposta de distribuição de R$ 2,8610762 brutos por ação em dividendos complementares.

Somado aos pagamentos antecipados em agosto e dezembro do ano passado, o valor eleva a R$ 7,773202 a remuneração total proposta para o exercício social de 2021.

Repercussão — campeãs em alta

O mês foi positivo para o Ibovespa. O principal índice acionário brasileiro recebeu um caminhão de dinheiro gringo e encerrou fevereiro com um avanço de 0,89%.

O mesmo não pode ser dito sobre as ações mais recomendadas do mês passado: predominou o vermelho na tabela de desempenho. Na ponta negativa, a Via (VIIA3) lidera as perdas com um recuo de 21,68%, seguida por outras varejistas.

Já a Vale, campeã do mês, subiu 13,23% e liderou os destaques positivos. As outras integrantes do pódio, PetroRio e Itaú Unibanco (ITUB4) também fecharam o mês com ganhos. Veja a lista completa:

Antes de ir, veja também se, com conflito na Ucrânia, o petróleo pode chegar a US$ 150 e inscreva-se no canal do Seu Dinheiro no Youtube para mais conteúdos exclusivos:

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