🔴 SD EXPLICA: COMO GARANTIR 1% AO MÊS NA RENDA FIXA ANTES QUE A SELIC CAIA – VEJA AQUI

Liliane de Lima

É repórter do Seu Dinheiro. Jornalista formada pela PUC-SP, já passou pelo portal DCI e setor de análise política da XP Investimentos.

CRISE TECH?

É o fim das big techs? Saiba por que as gigantes de tecnologia estão demitindo

Google, Apple, Amazon e Microsoft demitiram mais de 10 mil funcionários no último mês; o cenário macroeconômico não é o único motivo

Liliane de Lima
23 de novembro de 2022
6:20 - atualizado às 15:13
Ícones das empresas big techs - Google, Amazon, Facebook e Apple - em uma tela de celular
Ícones das big techs: Google, Amazon, Facebook e Apple. - Imagem: Shutterstok

Novembro é o mais novo mês oficial das demissões nas gigantes de tecnologiabig techs, em inglês. Google, Apple, Amazon e Microsoft, juntas, desligaram aproximadamente 12 mil funcionários. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Os cortes não são apenas uma coincidência — ou, muito menos, um momento passageiro. As sucessivas reduções nos quadros de pessoal acontecem por diversos motivos. 

O cenário macroeconômico contribui — negativamente — com a maior percepção de risco nos investimentos em tecnologia. Soma-se a isso a incerteza de quanto a guerra na Ucrânia há de durar, além da escalada da inflação global após a pandemia. 

E, nesse contexto, as grandes corporações precisaram reorganizar seus negócios, ainda que bastante sólidos, de modo a compensar a queda de receita nos últimos meses. 

A Alphabet, dona do Google, por exemplo, encerrou o último trimestre  com lucro líquido de US$ 13,9 bilhões, uma queda de 26,5% na receita em relação ao mesmo período do ano anterior.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

No caso da Microsoft, a receita da companhia foi de US$ 50,12 bilhões, alta de 11% no comparativo anual e acima das expectativas de mercado. O lucro líquido, no entanto, foi de US$ 17,56 bilhões, uma queda de 14%. 

Leia Também

Já a Amazon acumulou um prejuízo de US$ 3 bilhões entre janeiro e setembro, revertendo o lucro líquido de US$ 19 bilhões registrado nos primeiros nove meses de 2021

A Apple foi a única que saiu ilesa no terceiro trimestre. Mesmo diante do cenário desafiador, a empresa de Steve Jobs conseguiu bater o recorde de receita, atingindo a marca de US$ 90,1 bilhões. Em relação ao mesmo período do ano passado (3T21), falamos de  um crescimento de 8%. 

Já o lucro líquido no período foi de US$ 20,7 bilhões e representou um avanço de 4% na comparação anual.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Contratação excessiva nas big techs

O “boom” da tecnologia nos primeiro meses de isolamento social em razão da Covid-19 impulsionou as contratações de profissionais do setor em todo o mundo  — e com maior volume nas gigantes americanas. 

O Google, por exemplo, adicionou cerca de 30 mil pessoas ao seu quadro de funcionários em um período de 12 meses, encerrado em setembro. “Nem tudo isso foi gente contratada organicamente. Teve algumas aquisições que trouxeram funcionários para a empresa”, explica Richard Camargo, analista da Empiricus. 

Também sob o contexto da pandemia, com as pessoas mais reclusas em suas próprias casas, o e-commerce vivenciou os seus tempos áureos — e a Amazon ficou entre as beneficiadas. 

A empresa de Jeff Bezos expandiu sua capacidade, em resposta ao aumento da demanda. Contudo, 24 meses depois, a infraestrutura tornou-se ociosa, já que, segundo Camargo, foi fruto de um momento de “empolgação” do mercado, já que não houve nenhuma mudança estrutural no setor. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“A demanda já convergiu de volta para a linearidade esperada. [...] A Amazon tem mais capacidade do que ela precisa agora”, afirma o analista. 

Ou seja: essa expansão quase que imediata nos quadros de funcionários foi “mal calculada”. Sendo assim, a correção calhou com um momento econômico mais incerto e com menor liquidez no mercado. 

“Então é natural que a crise seja uma boa oportunidade para as grandes empresas fazerem uma readequação do quadro [de funcionários]”, afirma Camargo. 

Twitter e Meta não entram na conta

A rede social do passarinho azul não é considerada um big tech — e a aquisição por Elon Musk não tem nada a ver com a classificação do Twitter. A Meta, dona do Facebook, é outra que fica de fora do grupo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Mas, antes de saber o porquê, é importante retomar um pouco de história. As grandes empresas de tecnologia tiveram o seu “boom” nos anos 2010, com a escalada do crescimento do setor, investimentos bilionários e com a região de origem em comum: o Vale do Silício. 

Na época, o seleto grupo era composto por Netflix, Facebook — antes de mudar para Meta em 2021 —, Amazon, Google, Apple e Microsoft. 

Ao longo da última década, Google, Amazon, Apple e Microsoft se sobressaíram e alcançaram lucros bilionários, deixando as demais para trás. 

Em um breve resumo, apenas essas quatro corporações hoje compõem o que chamamos de big techs. O Twitter, em geral, nunca fez parte do grupo restrito, embora seja considerado uma grande empresa do setor de tecnologia. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Mas, no contexto de demissões, Meta e Twitter também integram o clube das “demissões em massa” por “contratação excessiva” durante a pandemia. 

A Meta empregou mais de 15 mil novos funcionários em um período de nove meses — e o “excesso” foi identificado há aproximadamente um semestre. Em junho, Mark Zuckerberg disse, em uma reunião interna, que a empresa teria “provavelmente, um monte de pessoas que não deveriam estar aqui”.

Meses depois, em setembro, antes da divulgação dos resultados do terceiro trimestre, surgiram rumores de que a controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp planejava cortar despesas em ao menos 10% nos próximos meses — sendo uma das medidas, o corte no quadro de funcionários.

O quadro se confirmou após o balanço do terceiro trimestre, divulgado há menos de um mês. Na teleconferência de resultados, o dono da empresa afirmou que os investimentos, no próximo ano, devem se concentrar em um “pequeno número de áreas de crescimento de alta prioridade”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Isso significa que algumas equipes crescerão significativamente, mas a maioria das outras equipes permanecerá estável ou encolherá no próximo ano. No total, esperamos terminar 2023 com aproximadamente o mesmo tamanho ou até mesmo uma organização um pouco menor do que somos hoje”, disse Zuckerberg, à época.

Já no caso do Twitter, as negociações de aquisição e a gestão de Elon Musk resultaram nas demissões e também na “debandada” de colaboradores no último mês. 

Segundo informações da Bloomberg, a equipe do Twitter está esperando por uma redução de 50% na força de trabalho depois que o CEO da Tesla assumiu a chefia da rede social na semana passada.

Se os temores dos funcionários estiverem corretos, estaremos falando de algo próximo de 3,7 mil pessoas na rua.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A fonte está longe de secar 

O cenário macroeconômico com menor liquidez, fruto da crise após a pandemia, e a continuidade da guerra na Ucrânia, de fato, reduziram os investimentos. 

Porém, o dinheiro das big techs está longe de acabar. Como já vimos ao longo dessa matéria, as demissões em massa fazem parte de um movimento de correção do quadro de funcionários — o que é contrário ao que vem acontecendo no universo das startups, por exemplo. 

“Essas empresas [big techs] são absolutamente geradoras de caixa. Independentemente da decisão de reduzir a força de trabalho em 10% ou vice-versa, elas são negócios extremamente rentáveis”, afirma Richard Camargo. 

Com base nos demonstrativos de resultados do último trimestre, as big techs possuem bilhões de dólares em caixa — que reúne, entre outros, investimentos de curto prazo, títulos e valores mobiliários (marketable securities):

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
  • Amazon: US$ 58,662 bilhões;
  • Apple: US$ 262,713 bilhões; 
  • Google: US$ 116,259 bilhões; 
  • Microsoft: US$ 104,757 bilhões. 

Como exemplo, o Google “definitivamente, não é uma empresa com problema de caixa. A questão é que a empresa tem alocado 100% da geração de caixa livre só para recomprar ações”, explica Camargo. Da mesma forma, a Apple faz recompra de ações anualmente, com valores bilionários. 

A Meta, apesar de não ser mais considerada uma big tech e ter realizado demissões, têm direcionado o capital para investimentos no metaverso. 

Big techs versus startups? O que esperar a partir de agora 

Se por um lado, dinheiro não é (ainda) um problema para as gigantes de tecnologia, mesmo com quedas nas receitas nos últimos trimestres, a realidade é diferente para as startups. 

Antes da pandemia, pode-se dizer que a disputa por profissionais de tecnologia entre as empresas do Vale do Silício e as startups estavam em pé de igualdade. Porém, o avanço dos juros, atrelado à escalada da inflação, colocou fim à época do “dinheiro fácil” — grandes volumes de investimentos e liquidez no mercado internacional, a uma taxa baixa de juros. O cenário mudou. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Antes, as big techs eram obrigadas a pagar cada vez mais [para reter talentos]; os profissionais de tecnologia recebiam propostas para ganhar o dobro em startups. O mercado agora é outro: se o funcionário recebe uma proposta para sair [de uma big tech], hoje, ele recebe um ‘boa sorte’ e não mais uma contraproposta", explica Camargo. 

Na visão do analista, as startups, por sua vez, não devem voltar a “brigar” por profissionais de tecnologia no mesmo pé de igualdade das big techs. “O modelo de crescer sem dar lucro, à moda Uber, acabou. As empresas estão em uma etapa de readaptar a própria estrutura organizacional para refletir essa mudança.” 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
OPERAÇÃO RESGATE

‘Socorro’ de R$ 10 bilhões à Raízen (RAIZ4) está na mesa da Cosan (CSAN3) e da Shell, segundo agência

19 de dezembro de 2025 - 19:08

Estresse no mercado de crédito pressiona a Raízen, que avalia aporte bilionário, desinvestimentos e uma reestruturação financeira com apoio dos controladores

A QUERIDINHA DO MERCADO

WEG (WEGE3) abre o cofre e paga R$ 5,2 bilhões em dividendos

19 de dezembro de 2025 - 18:19

Os proventos autorizados nesta sexta-feira (19) serão divididos em três parcelas anuais de R$ 1,732 bilhão cada; confira os detalhes

NOVIDADE NOS CÉUS

Embraer (EMBJ3) testa protótipo de “carro voador” elétrico e inicia fase de certificação; ações chegam a subir 3%

19 de dezembro de 2025 - 17:31

Aeronave eVTOL da Eve Air Mobility inicia campanha de certificação com quase 3 mil encomendas; ações da Embraer avançam após voo inaugural

FOCO NA DESALAVANCAGEM

Raízen (RAIZ4) acelera desinvestimentos e vende carteira de comercialização de energia para Tria Energia, da Patria Investimentos

19 de dezembro de 2025 - 16:58

O negócio envolve o portfólio de contratos de trading de energia mantido pela Raízen no mercado livre; entenda

ENGORDANDO O BOLSO

Mais um presente aos acionistas: Axia Energia (AXIA6) vai distribuir R$ 30 bilhões em bonificação com nova classe de ações

19 de dezembro de 2025 - 16:10

A distribuição ocorrerá com a criação de uma nova classe de ações preferenciais, a classe C (PNC). Os papéis serão entregues a todos os acionistas da Axia, na proporção de sua participação no capital social

FIM DE UMA ERA

Do campo de batalha ao chão da sala: a empresa de robôs militares que virou aspirador de pó — e acabou pedindo falência 

19 de dezembro de 2025 - 14:50

Criadora dos robôs Roomba entra em recuperação judicial e será comprada por sua principal fabricante após anos de prejuízos

DE NEUTRO PARA VENDA

É para esvaziar o carrinho: o que levou o JP Morgan rebaixar o Grupo Mateus (GMAT3); ações caem mais de 2%

19 de dezembro de 2025 - 13:31

Embora haja potencial para melhorias operacionais, o banco alerta que o ruído de governança deve manter a ação da varejista fora do radar de muitos investidores

NA CONTA DOS ACIONISTAS

Sabesp (SBSP3), C&A (CEAB3), Hypera (HYPE3), Sanepar (SAPR11), Alupar (ALUP11), Ourofino (OFSA3) e outras 3 empresas anunciam R$ 2,5 bilhões em dividendos e JCP

19 de dezembro de 2025 - 12:40

Quem lidera a distribuição polpuda é a Sabesp, com R$ 1,79 bilhão em JCP; veja todos os prazos e condições para receber os proventos

ENTENDA

Com dívidas bilionárias, Tesouro entra como ‘fiador’ e libera empréstimo de até R$ 12 bilhões aos Correios

19 de dezembro de 2025 - 12:15

Operação terá juros de 115% do CDI, carência de três anos e prazo de 15 anos; uso dos recursos será limitado em 2025 e depende de plano de reequilíbrio aprovado pelo governo

TÍTULOS DE DÍVIDA

Banco Inter (INBR32) vai a mercado e reforça capital com letras financeiras de R$ 500 milhões

19 de dezembro de 2025 - 11:45

A emissão das “debêntures dos bancos” foi feita por meio de letras financeiras Tier I e Tier II e deve elevar o índice de Basileia do Inter; entenda como funciona a operação

FELIZ, TRUMP?

Sob ameaça de banimento, TikTok é vendido nos EUA em um acordo cheio de pontos de interrogação

19 de dezembro de 2025 - 10:50

Após anos de pressão política, TikTok redefine controle nos EUA, com a Oracle entre os principais investidores e incertezas sobre a separação da ByteDance

MAIS AÇÕES NA CONTA

O “presente de Natal” do Itaú (ITUB4): banco distribui ações aos investidores e garante dividendos turbinados

19 de dezembro de 2025 - 10:15

Enquanto os dividendos extraordinários não chegam, o Itaú reforçou a remuneração recorrente dos investidores com a operação; entenda

SINERGIAS

Petrobras (PETR4) e Braskem (BRKM5) fecham contratos de longo prazo de quase US$ 18 bilhões

19 de dezembro de 2025 - 9:36

Os contratos são de fornecimento de diferentes matérias primas para várias plantas da Braskem pelo país, como nafta, etano, propano e hidrogênio

DIVIDENDOS E BONIFICAÇÕES

Bradesco (BBDC4), Cemig (CMIG4), PetroRecôncavo (RECV3), Cogna (COGN3) e Tenda (TEND3) pagam R$ 5 bilhões em proventos; Itaú (ITUB4) anuncia bônus em ações

18 de dezembro de 2025 - 20:21

A maior fatia dessa distribuição farta ficou com o Bradesco, com R$ 3,9 bilhões, enquanto o Itaú bonifica acionistas em 3%; confira todos os prazos e condições para receber

DE VOLTA AO RADAR

CVM reabre caso da Alliança e mira fundo de Nelson Tanure e gestora ligada ao Banco Master 2 anos depois de OPA

18 de dezembro de 2025 - 16:08

O processo sancionador foi aberto mais de dois anos após a OPA que consolidou o controle da antiga Alliar, na esteira de uma longa investigação pela autarquia; entenda

CORRIDA TECNOLÓGICA

Dona do Google recebe uma forcinha de Zuckerberg na ofensiva para destronar a Nvidia no mercado de IA

18 de dezembro de 2025 - 14:55

Com o TorchTPU, a Alphabet tenta remover barreiras técnicas e ampliar a adoção de suas TPUs em um setor dominado pela gigante dos chips

DEVO NÃO NEGO, PAGO QUANDO PUDER...

Casas Bahia (BHIA3) aprova plano que estica dívidas até 2050 e flexibiliza aumento de capital; ações sobem mais de 2%

18 de dezembro de 2025 - 13:08

Plano aprovado por acionistas e credores empurra vencimentos, reduz pressão de caixa e amplia a autonomia do conselho

DESTAQUE DO IBOVESPA

Brava Energia (BRAV3) salta mais de 10% após rumores de venda de poços e com previsão de aumento nos investimentos em 2026

18 de dezembro de 2025 - 12:31

Apesar de a empresa ter negado a venda de ativos para a Eneva (ENEV3), o BTG Pactual avalia que ainda há espaço para movimentações no portfólio

FIM DE UMA ERA?

Agora é lei: cardápios de papel serão obrigatórios em bares e restaurantes de São Paulo, dando adeus à hegemonia dos ‘QR Codes’

18 de dezembro de 2025 - 11:45

Cardápios digitais, popularizados durante a pandemia, permaneceram quase que de forma exclusiva em muitos estabelecimentos – mas realidade pode mudar com projeto de lei aprovado pela Alesp

GERANDO VALOR

Presente de Natal da Prio (PRIO3)? Empresa anuncia novo programa de recompra de até 86,9 milhões de ações; confira os detalhes

18 de dezembro de 2025 - 10:33

O conselho da Prio também aprovou o cancelamento de 26.890.385 ações ordinárias mantidas em tesouraria, sem redução do capital social

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar