Embraer (EMBR3) desaba após mais um prejuízo — e nem um financiamento bilionário do BNDES anima as ações
A Embraer reportou o terceiro prejuízo seguido e uma receita líquida abaixo das projeções — números que ofuscaram pontos positivos do balanço

A Embraer tem um dia vermelho, tanto na bolsa quanto no balanço. Mais cedo, a empresa reportou prejuízo líquido de R$ 160,4 milhões entre julho e setembro deste ano, marcando o terceiro trimestre seguido de resultados negativos — e, com isso, as ações EMBR3 despontaram entre as maiores baixas do Ibovespa nesta segunda (14).
Ao fim da sessão, os papéis da fabricante de aeronaves recuavam 6,10%, a R$ 13,08 — entre as integrantes do principal índice da B3, apenas a Marfrig (MRFG3) teve um desempenho pior. Com a queda de hoje, a Embraer agora acumula perdas de 45% desde o começo do ano; o Ibovespa, por outro lado, sobe mais de 8% em 2022.
E, em linhas gerais, o comportamento das ações EMBR3 reflete a tendência mostrada nos balanços. Nos três primeiros meses do ano, a Embraer teve prejuízo de R$ 171 milhões; no trimestre seguinte, o resultado líquido ficou negativo em R$ 741 milhões. Assim, com os dados divulgados hoje, as perdas acumuladas em 2022 já chegam a R$ 912,4 milhões.
A preocupação do mercado não vem só da última linha do balanço. A receita líquida da Embraer no terceiro trimestre deste ano, de R$ 4,87 bilhões, ficou abaixo das projeções dos analistas — Goldman Sachs e XP mostraram-se preocupados com a dinâmica de vendas no trimestre.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, de R$ 485,4 milhões, também ficou aquém das expectativas; a margem Ebitda ajustada, de 10%, mostrou uma piora sequencial — no segundo trimestre do ano, ela estava em 12,3%.
Isso, no entanto, não quer dizer que o balanço da Embraer tenha trazido apenas más notícias. No que diz respeito às previsões para os próximos trimestres, as sinalizações foram animadoras: a companhia reafirmou suas projeções para 2022, dando a entender que os três últimos meses do ano serão fortes em volume de vendas e entregas.
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Ainda assim, a cautela com o que foi apresentado no terceiro trimestre ofusca qualquer indicação mais otimista para o futuro: as ações EMBR3 até chegaram a abrir o dia no campo positivo, mas rapidamente perderam força e, agora, já despontam entre uma das piores do Ibovespa neste início de semana.
Embraer (EMBR3): mais um trimestre fraco
Um dos grandes pontos negativos do balanço da Embraer (EMBR3) no terceiro trimestre foi o segmento de Defesa e Segurança, cuja receita líquida foi de R$ 533,7 milhões — uma baixa de 42% em relação ao mesmo intervalo de 2021 e de 15% em relação ao período anterior.
Esse mau desempenho já vem sendo verificado ao longo dos últimos trimestres: a divisão de Defesa responde por uma fatia cada vez menor da receita líquida total da Embraer. Por outro lado, o segmento de Serviços e Suporte vê sua importância crescer, assim como as áreas de Aviação Comercial e Executiva.
"Defesa e Segurança reportou uma queda de receita de 42% para R$ 533,7 milhões, impactada principalmente pelo menor reconhecimento de receita no sistema contábil PoC (Percentagem of Completion) do programa A29 em comparação ao 3T21", diz a Embraer. A justificativa, no entanto, não comoveu a XP, que classificou o desempenho do segmento como "o principal destaque negativo" do balanço.

O setor de Aviação Comercial também não teve um desempenho particularmente bom no terceiro trimestre: com receita líquida de R$ 1,331 bilhão, sua margem bruta consolidada ficou em 5,4%, abaixo dos 6,5% reportados no mesmo período do ano passado, em meio a um mix de vendas menos rentável.
O segmento de Aviação Executiva mostrou um comportamento semelhante: as receitas cresceram 6% em um ano, chegando a R$ 1,419 bilhão, mas a margem bruta também encolheu, passando de 21% para 19,7% — aqui, a Embraer ressalta que um volume maior de vendas e entregas de aeronaves mais rentáveis será concentrado na reta final de 2022.
Já a área de Serviços e Suporte foi bem: as receitas somaram R$ 1,549 bilhão, alta de 7% na base anual, com margem bruta crescendo de 25,9% para 31% — atualmente, essa é a divisão de atividade mais importante para a Embraer, em termos de geração de receita.
E o futuro?
Em termos de sinalização para o curto prazo, no entanto, analistas destacam que há motivos para ficar otimista com a Embraer (EMBR3). E muito disso se deve a uma afirmação feita pela companhia, em paralelo à divulgação do balanço: a de que as previsões feitas para o ano estão mantidas.
E que projeções são essas? Bem, a fabricante de aeronaves espera fechar 2022 com uma receita líquida consolidada entre US$ 4,5 bilhões e US$ 5 bilhões — no acumulado dos primeiro três trimestres, a linha chega a US$ 2,548 bilhões. Ou seja: a Embraer dá a entender que, somente no quarto trimestre, conseguirá pelo menos US$ 2 bilhões em receita.
E como ela vai conseguir isso? Basta olhar para as previsões de entregas de aeronaves: a companhia continua trabalhando com um cenário de 60 a 70 aviões comerciais e de 100 a 110 jatos executivos. Portanto, estamos falando de um cenário em que, no quarto trimestre, serão entregues ao menos 33 aeronaves comerciais e 48 executivas.
Sendo assim, a mensagem é clara: o quarto trimestre será o mais forte de todos, com mais aviões sendo vendidos — e com um mix mais rentável. Assim, a receita líquida irá disparar e a geração de caixa tende a crescer; tanto é que a única linha alterada do guidance foi a de fluxo de caixa livre, que agora é de US$ 150 milhões ou mais no ano, uma alta de US$ 100 milhões.
Nesse sentido, uma segunda notícia também pode ser interpretada como um sinal animador para o futuro: a Embraer assinou uma linha de financiamento de R$ 2,2 bilhões com o BNDES, de modo a incentivar a produção e exportação de aeronaves comerciais.
“As operações de crédito são importantes para retomada da produção de aeronaves pela Embraer nos patamares pré-pandemia de Covid-19 e também reforçam a parceria estratégica entre o BNDES e a Embraer iniciada em 1997, consolidando o apoio do BNDES à indústria aeronáutica e à exportação de aeronaves brasileiras”, destacou Bruno Aranha, diretor do BNDES, em nota.
Vale lembrar que o setor de Aviação Comercial é justamente o que seria adquirido pela Boeing — a empresa brasileira é especialista em aeronaves de cabine curta e média, uma categoria em que a empresa americana não tem grande expertise. Mas, com a negociação sendo cancelada na última hora após anos de ajuste, o segmento passou por enorme turbulência e dificuldade para retomada.
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