Adeus, dividendos? Petrobras (PETR4) não é mais a maior pagadora de proventos do mundo — e a tendência é ‘piorar’
No terceiro trimestre de 2022, a petrolífera pagou US$ 9,7 bilhões a seus acionistas, o maior valor distribuído no período na história da estatal
Os dias de glória da Petrobras (PETR4) mal haviam recomeçado e já parecem dar lugar a uma dura temporada de novos dias de luta. Depois de conquistar a coroa de maior pagadora de dividendos do mundo no trimestre passado, a petroleira perdeu a liderança entre julho e setembro — e passou a ocupar apenas o terceiro lugar no ranking da gestora Janus Henderson.
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O Índice Global de Dividendos da gestora analisa os proventos pagos trimestralmente pelas 1.200 maiores empresas do mundo por capitalização de mercado.
Isso não significa que a estatal entregou proventos pífios no trimestre. Muito pelo contrário, na realidade.
No terceiro trimestre de 2022, a petrolífera pagou US$ 9,7 bilhões a seus acionistas — igualando os megadividendos pagos nos três meses anteriores, no maior valor da Petrobras para o período.
O motivo que levou a estatal brasileira a ser ultrapassada pelas gigantes mundiais China Construction Bank (CCB) e BHP Group Limited na corrida pelos dividendos foi justamente o crescimento dos proventos das rivais.
Confira a lista das 10 maiores pagadoras de dividendos do mundo:
| Posição | Empresa | País | Setor |
|---|---|---|---|
| 1º | China Construction Bank | China | Banco |
| 2º | BHP Group Limited | Austrália | Petróleo e mineração |
| 3º | Petrobras | Brasil | Petróleo |
| 4º | China National Offshore Oil Corporation (Cnooc) | China | Petróleo |
| 5º | China Mobile | China | Telecomunicações |
| 6º | Microsoft Corporation | Estados Unidos | Tecnologia |
| 7º | Rio Tinto | Austrália | Mineração |
| 8º | Evergreen Marine Corporation | Taiwan | Transporte |
| 9º | Media Tek | Taiwan | Tecnologia |
| 10º | Industrial & Commercial Bank of China | China | Banco |
Vale lembrar ainda que a Vale (VALE3), que geralmente acompanha a Petrobras (PETR4) na lista de pagadoras de dividendos favoritas dos investidores, deixou de figurar na lista da gestora Janus Henderson no último trimestre.
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Atualmente, a mineradora brasileira ocupa apenas o 15º lugar no ranking de maiores distribuidoras de proventos do mundo.
A Petrobras e os proventos no mundo
Para quem costuma escolher as ações para investir pela sua capacidade de fazer pingar proventos no final do trimestre, os últimos três meses foram de encantar.
O mundo como um todo assistiu a distribuição de dividendos disparar 7% — em termos nominais, considerando a variação em dólares — de um ano para o outro entre julho e setembro de 2022, para o recorde trimestral de US$ 415,9 bilhões.
Se analisada a variação subjacente — que considera o efeito cambial, que afetou a distribuição por todo o planeta, e os dividendos não recorrentes —, o aumento anual foi de 10,3%.
O crescimento na distribuição de dividendos não foi pontual ou exclusivo de empresas como a Petrobras (PETR4), diga-se de passagem.
De acordo com a gestora Janus Henderson, aproximadamente 90% das empresas no planeta viram seus proventos crescerem ou pelo menos se manterem estáveis no terceiro trimestre — levemente abaixo dos 94% vistos na primeira metade deste ano.
Isso levou a gestora a revisar para cima as projeções para 2022 como um todo. “Esperamos agora dividendos de US$ 1,56 trilhão, um aumento de 8,3% [na base nominal] em relação ao mesmo período do ano passado. O crescimento subjacente deve ser de 8,9%.”
A melhora das estimativas ainda alcançou a Petrobras (PETR4). A Janus Henderson acredita que, com o total acumulado da estatal brasileira de US$ 19,4 bilhões em 2022, “é provável que seja suficiente para torná-la a segunda maior pagadora do mundo este ano, depois da BHP”.
Adeus, Vale (VALE3) e mineradoras?
Enquanto o mundo vivenciou um aumento dos dividendos no terceiro trimestre, os setores econômicos tiveram desempenhos “desarmônicos”.
Isso porque, ao passo em que os proventos ligados a empresas de energia dispararam no período, a chuva de dividendos de mineradoras tornou-se uma mera garoa.
O setor de mineração registrou queda de US$ 20,1 bilhões na distribuição de proventos.
Segundo a gestora Janus Henderson, a redução tem origem na “mudança do ciclo de commodities”, que levou as companhias do setor a cortarem os pagamentos com o passar do ano.
“Os dividendos da mineração estiveram em níveis recordes ao longo de 2021 e no primeiro semestre de 2022, então é inevitável que eles desçam dessas altas”, explica a gestora, em relatório.
No Brasil, o dividendo da Vale (VALE3) do terceiro trimestre despencou 56% em relação ao mesmo período do ano passado, caindo do terceiro lugar de maior pagadora de dividendos do mundo no 3T21 para a 15ª posição no ranking atual.
Os dividendos da Petrobras (PETR4) e outras petroleiras
Já do lado das petroleiras como a Petrobras (PETR4), os pagamentos de dividendos cresceram 75,1% na base nominal, para o recorde de US$ 46,4 bilhões no terceiro trimestre.
A razão do crescimento díspar do setor está ligada ao aumento dos preços do petróleo no mercado global.
Apesar de terem caído dos “níveis excepcionais” vistos no começo de 2022, os contratos da commodity seguem em patamares elevados, o que impulsionou a remuneração aos acionistas das petroleiras.
O Índice Global de Dividendos destaca que, sem o aumento dos pagamentos do setor de petróleo, o total de dividendos do terceiro trimestre teria ficado estável em relação a 2021.
De acordo com o relatório, o setor de petróleo registrou as maiores altas em mercados emergentes, com destaque para o Brasil, Hong Kong, Estados Unidos e Canadá.
No Brasil, a Petrobras (PETR4) foi o maior destaque, com o pagamento de US$ 9,7 bilhões de dividendos. Com a chuva de proventos da petroleira, as empresas do país distribuíram o total de US$ 13,1 bilhões no terceiro trimestre de 2022.
Vale lembrar, porém, que essa possivelmente foi a última distribuição da era dos ‘megadividendos’ da estatal brasileira.
Isso porque o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que assumirá o governo em janeiro de 2023, já deixou avisado que quer que a petroleira reduza o pagamento de proventos para voltar a investir em atividades além do pré-sal, como o refino.
VEJA TAMBÉM - Lula acabará com a era dos 'dividendos monstruosos" da Petrobras?
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