Segue o líder: mesmo em tempo de guerra, juros reais no Brasil ainda são os maiores do mundo, na prática; enriquecer na renda fixa voltou a ser possível
Com disparada da Selic, Brasil voltou a ser o paraíso dos rentistas, mesmo com inflação elevada; e nem a guerra na Ucrânia lhe tirou o título

A rápida escalada da Selic para combater a inflação levou o Brasil de volta à condição de paraíso dos rentistas, onde ganhos fabulosos acima da inflação, na segurança e no conforto da renda fixa, voltaram a ser possíveis. Em fevereiro, quando a taxa básica de juros subiu de 9,25% para 10,75% ao ano, o país retornou à primeira posição do ranking mundial de juros reais, com uma taxa acima da inflação de 6,41%.
Naquele momento, vale lembrar, a Rússia ainda não havia invadido a Ucrânia. Agora em março vivemos oficialmente em tempo de guerra, pois o conflito entre os dois países do leste europeu é um daqueles que trazem consequências econômicas para o mundo inteiro. E, mesmo assim, com a perspectiva de nova alta na Selic nesta quarta-feira (16), o juro real brasileiro ainda se mantém, virtualmente, como o maior do mundo.
É que, segundo o ranking mundial de juros reais elaborado pela Infinity Asset, só quem "ganha" do Brasil neste momento é a Rússia, com um juro real (acima da inflação) de mais de 30% ao ano.
Só que, do ponto de vista do investidor, a Rússia é carta fora do baralho, por conta das duras sanções econômicas que vem sofrendo do Ocidente desde que suas tropas invadiram a Ucrânia.
Assim, o Brasil, com seus juros reais superiores a 7%, se mantém, na prática, como o líder do ranking de março, seguido de Colômbia, Chile e México. Parece que o campeão voltou pra ficar.
Até fevereiro, a Rússia tinha um juro real bem mais "normal", de apenas 4,61%, ficando em segundo lugar no ranking daquele mês, logo atrás do Brasil. Mas, em razão da guerra, das sanções econômicas e da brutal desvalorização do rublo, o país precisou elevar radicalmente sua taxa de juros.
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Três cenários para a Selic
O ranking elaborado pela Infinity Asset considera três possíveis cenários para a taxa Selic após a decisão de hoje.
No caso de um aumento de 1 ponto percentual (indo para 11,75%), considerado improvável pela gestora, o juro acima da inflação subiria para 7,10%; com um aumento de 1,25 ponto (indo para 12,00%), o juro real subiria para 7,34%; e com um aumento de 1,50 ponto (indo para 12,25%), considerado o cenário mais provável pela gestora, o juro real iria para 7,39%.
Em todos os casos, o Brasil se mantém em segundo lugar de fato e primeiro lugar "de direito", logo atrás da Rússia. Confira o ranking na íntegra:
Ranking mundial de juros reais de março de 2022
- Rússia: 30,07%
- Brasil: 7,10%, 7,34% ou 7,39%
- Colômbia: 3,65%
- Chile: 3,64%
- México: 2,62%
- Turquia: 1,44%
- Hungria: 1,22%
- Indonésia: 1,00%
- África do Sul: 0,46%
- China: -0,01%
- Malásia: -0,05%
- Filipinas: -0,14%
- Hong Kong: -0,74%
- Índia: -0,90%
- Japão: -0,95%
- Suíça: -0,98%
- Israel: -1,40%
- Tailândia: -1,49%
- Nova Zelândia: -1,76%
- República Checa: -1,76%
- Coreia do Sul: -1,79%
- Reino Unido: -1,86%
- Polônia: -1,89%
- Suécia: -2,14%
- Cingapura: -2,20%
- Dinamarca: -2,30%
- Austrália: -2,34%
- Grécia: -2,62%
- Áustria: -3,19%
- Portugal: -3,38%
- Taiwan: -3,48%
- Canadá: -2,31%
- França: -3,84%
- Estados Unidos: -4,28%
- Alemanha: -4,85%
- Holanda: -5,03%
- Espanha: -5,12%
- Itália: -5,35%
- Bélgica: -5,48%
- Argentina: -15,20%
O que os juros reais elevados representam para o investidor
Juros reais altos representam uma diferença positiva grande entre a taxa básica de juros do país e sua inflação projetada. O retorno real de um ativo - ou seja, seu retorno acima da inflação - é o que dita a capacidade daquele ativo de tornar seu investidor mais rico de fato.
Repare que algumas taxas do ranking são negativas. Isso significa que, naqueles países, a inflação supera a taxa de juros, seja porque os juros estão muito baixos (caso dos Estados Unidos, por exemplo), seja porque a inflação está assustadoramente alta, ainda que a taxa de juros também esteja (caso da Argentina).
No ranking da Infinity, o cálculo de juros reais leva em conta a taxa de juros referencial do dia da elaboração do ranking no seu vencimento mais líquido, dentro de um ano, e o indicador de inflação oficial projetada para os próximos 12 meses, conforme divulgado pela autoridade monetária de cada país.
No Brasil, portanto, considera-se a taxa do Depósito Interbancário (DI) de um ano (vencimento em março de 2023, neste ranking), e o IPCA para 12 meses do último Boletim Focus do Banco Central (que foi de 5,69%, no caso).
Renda fixa com retorno de 1% ao mês
Assim, o que esse juro real elevado significa para o investidor? Significa que há boas oportunidades de retorno na renda fixa, cuja rentabilidade costuma estar, em maior ou menor grau, atrelada à taxa de juros do país.
Além disso, significa que está dando para preservar o capital e de fato ficar mais rico investindo em renda fixa, pois a pré-condição para enriquecer é, no fim das contas, conseguir ganhar acima da inflação.
Com a Selic em dois dígitos e ainda em processo de alta, as aplicações pós-fixadas (atreladas à Selic e ao CDI) voltaram a pagar o tão sonhado 1% ao mês de que o investidor brasileiro tanto gosta. São casos como o título público Tesouro Selic, negociado no Tesouro Direto, e dos CDBs, LCIs e LCAs que pagam um percentual do CDI.
Já a inflação elevada e ainda pressionada pela guerra na Ucrânia faz com que despontem as aplicações indexadas à inflação, que têm pago taxas prefixadas gordas, mais a variação de um também gordo IPCA.
No Tesouro Direto, os títulos Tesouro IPCA+, também conhecidos como NTN-Bs, estão pagando entre 5,70% e 5,91% ao ano mais IPCA, remunerações historicamente elevadas. Já nos bancos médios, é possível encontrar CDBs, LCIs e LCAs indexados ao IPCA com remunerações ainda maiores para prazos equivalentes, e tudo com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
Nesta outra matéria, eu falo mais sobre o título do Tesouro Direto ideal para ganhar dinheiro e ainda proteger o dinheiro da inflação, neste momento. E aqui eu listo alguns investimentos atrelados à inflação para enfrentar a época de preços elevados.
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