Um dos maiores especialistas em inflação do país diz que não há motivos para o Banco Central elevar a taxa Selic em setembro; entenda
Heron do Carmo, economista e professor da FEA-USP, prevê que o IPCA registrará a terceira deflação consecutiva em setembro

Um dos maiores especialistas em inflação do Brasil não descarta a possibilidade de uma nova variação negativa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste mês. Se a previsão de Heron do Carmo, professor sênior da FEA-USP se concretizar, essa seria a terceira deflação consecutiva, após os resultados de julho e agosto.
Por conta disso, o economista não vê razão para uma nova alta da taxa Selic na reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central marcada para os próximos dias 20 e 21.
Vale destacar que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, declarou no início desta semana que a autoridade monetária não pensa em queda de juros neste momento e indicou que uma nova alta pode estar por vir.
Campos Neto destacou que a situação atual dos preços ainda inspira cuidados. Segundo ele, o Banco Central “continua navegando em um ambiente de alta incerteza” e a batalha contra o dragão inflacionário não está ganha.
Confira a seguir os principais trechos da entrevista com Heron do Carmo.
EXCLUSIVO "BOLSONARO X LULA": com 7 de setembro e ânimos à flor da pele para eleições, saiba como as eleições podem mexer com o Ibovespa daqui para frente e o que aconteceu com a Bolsa nas últimas 6 eleições, de 1998 a 2018. Basta liberar o material gratuito neste link
Leia Também
Como o sr. avalia o quadro atual de preços e a deflação pelo segundo mês seguido?
De 2020 para cá, tivemos quatro choques que não foram naturais que afetaram os preços. O choque da pandemia que foi deflacionário. O segundo choque foi o da saída da pandemia, que puxou preços para cima, como o do petróleo. O terceiro choque foi a guerra da Ucrânia, que impulsionou combustíveis e alimentos.
E, agora, no Brasil tivemos um choque deflacionário, com a redução de impostos sobre serviços de utilidade pública e combustíveis. O fato de a guerra da Ucrânia entrar numa certa estabilidade e o mercado de produtos agrícolas reagir com oferta maior por conta de várias safras acabou contribuindo para o arrefecimento dos alimentos.
Qual sua previsão para a inflação no ano?
Em torno de 6%. Cheguei a projetar mais de 10%. Mas, depois das medidas de corte de impostos e da mudança do comportamento do câmbio, reduzi a projeção.
A deflação veio para ficar?
Há possibilidade de termos deflação em setembro, mas, depois, a meu ver, não.
A deflação registrada em agosto, a segunda consecutiva, deve frear a intenção do BC de elevar os juros?
Não vejo razão para aumentar juros. A taxa real de juros já está positiva em relação à inflação passada: é de 13,75% ao ano para uma inflação em 12 meses abaixo de 9%. O efeito de mais uma alta seria muito pequeno.
Como explicar essa dissonância entre a deflação registrada pelos índices e o fato de a população não ter dinheiro para fazer compras no supermercado?
A situação está um pouco mais confortável, mas de jeito nenhum está normalizada. Apesar da deflação, as pessoas vão continuar sentindo desconforto entre a sua renda e os preços. É preciso um tempo suficientemente mais longo para que os preços relativos voltem ao padrão anterior ao das crises.
*Com informações do Estadão Conteúdo
O real digital vem aí: saiba quando os testes vão começar e quanto tempo vai durar
Originalmente, o laboratório do real digital estava previsto para começar no fim de março e acabar no final de julho, mas o BC decidiu suspender o cronograma devido à greve dos servidores
O ciclo de alta da Selic está perto do fim – e existe um título com o qual é difícil perder dinheiro mesmo se o juro começar a cair
Quando o juro cair, o investidor ganha porque a curva arrefeceu; se não, a inflação vai ser alta o bastante para mais do que compensar novas altas
Banco Central lança moedas em comemoração ao do bicentenário da independência; valores podem chegar a R$ 420
As moedas possuem valor de face de 2 e 5 reais, mas como são itens colecionáveis não têm equivalência com o dinheiro do dia a dia
Nubank (NUBR33) supera ‘bancões’ e tem um dos menores números de reclamações do ranking do Banco Central; C6 Bank lidera índice de queixas
O banco digital só perde para a Midway, conta digital da Riachuelo, no índice calculado pelo BC
Economia verde: União Europeia quer atingir neutralidade climática até 2050; saiba como
O BCE vai investir cerca de 30 bilhões de euros por ano; União Europeia está implementado políticas para reduzir a emissão de carbono
A escalada continua: Inflação acelera, composição da alta dos preços piora e pressiona o Banco Central a subir ainda mais os juros
O IPCA subiu 0,67% em junho na comparação com maio e 11,89% no acumulado em 12 meses, ligeiramente abaixo da mediana das projeções
Focus está de volta! Com o fim da greve dos servidores, Banco Central retoma publicações — que estavam suspensas desde abril
O Boletim Focus volta a ser publicado na próxima segunda-feira (11); as atividades do Banco Central serão retomadas a partir de amanhã
Greve do BC termina na data marcada; paralisação durou 95 dias
Os servidores do Banco Central cruzaram os braços em abril e reivindicavam reajuste salarial e reestruturação da carreira — demandas que não foram atendidas a tempo
Vai ter cartinha: Banco Central admite o óbvio e avisa que a meta de inflação para 2022 está perdida
Com uma semana de atraso, Banco Central divulgou hoje uma versão ‘enxuta’ do Relatório Trimestral da Inflação
Greve do BC já tem data pra acabar: saiba quando a segunda mais longa greve de servidores da história do Brasil chegará ao fim — e por quê
A data final da greve dos servidores do BC leva em consideração a Lei de Responsabilidade Fiscal, sem previsão de acordo para a categoria
O fim da inflação está próximo? Ainda não, mas para Campos Neto o “pior momento já passou”
O presidente do BC afirmou que a política monetária do país é capaz de frear a inflação; para ele a maior parte do processo já foi feito
O Seu Dinheiro pergunta, Roberto Campos Neto responde: Banco Central está pronto para organizar o mercado de criptomoedas no Brasil
Roberto Campos Neto também falou sobre real digital, greve dos servidores do Banco Central e, claro, política monetária
O Banco Central adverte: a escalada da taxa Selic continua; confira os recados da última ata do Copom
Selic ainda vai subir mais antes de começar a cair, mas a alta do juro pelo Banco Central está próxima do pico
A renda fixa virou ‘máquina de fazer dinheiro fácil’? Enquanto Bitcoin (BTC) sangra e bolsa apanha, descubra 12 títulos para embolsar 1% ao mês sem estresse
O cenário de juros altos aumenta a tensão nos mercados de ativos de risco, mas faz a renda fixa brilhar e trazer bons retornos ao investidor
Sem avanços e no primeiro dia de Copom, servidores do BC mantêm greve
A greve já dura 74 dias, sem previsão de volta às atividades; o presidente do BC, Roberto Campos Neto, deve comparecer à Câmara para esclarecer o impasse nas negociações com os servidores
Precisamos sobreviver a mais uma Super Quarta: entenda por que a recessão é quase uma certeza
Não espere moleza na Super Quarta pré-feriado; o mundo deve continuar a viver a tensão de uma realidade de mais inflação e juros mais altos
Greve do BC: Vai ter reunião do Copom? A resposta é sim — mesmo com as publicações atrasadas
A reunião do Copom acontece nos dias 14 e 15 de junho e os servidores apresentaram uma contraproposta de reajuste de 13,5% nos salários
Nada feito: sem proposta de reajuste em reunião com Campos Neto, servidores do BC seguem em greve
Mais uma vez, a reunião do Copom de junho se aproxima: o encontro está marcado para os dias 14 e 15 e ainda não se sabe em que grau a paralisação pode afetar a divulgação da decisão
Inflação no Brasil e nos EUA, atividade e juros na Europa; confira a agenda completa de indicadores econômicos da semana que vem
Nesta semana, o grande destaque no Brasil fica por conta do IPCA, o índice de inflação que serve de referência para a política monetária do BC
Agora vai? Presidente do Banco Central vai se reunir com sindicatos dos servidores ainda hoje
O encontro virtual deve começar daqui a pouco, às 18h30; esse é o primeiro avanço da greve dos servidores do Banco Central