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Lucia Camargo Nunes

Automóveis

Carro com câmbio automático: você ainda vai dirigir um; saiba como escolher e ainda economizar gasolina

Eles ficaram mais modernos, inteligentes e econômicos. Entenda mais sobre os diferentes tipos de câmbios automáticos e por que eles estão dominando o mercado

Lucia Camargo Nunes
26 de março de 2022
11:33 - atualizado às 8:42
Câmbio automático do Honda City Hatchback 2022- foto Honda
Câmbio automático do Honda City Hatchback 2022 - Imagem: Divulgação Honda

O câmbio automático cresce na preferência dos consumidores e hoje já é maioria entre os carros novos. De acordo com um estudo da Bright Consulting, em 2021, 55% dos automóveis e comerciais leves (autoveículos) emplacados no país vinham equipados com o câmbio automático. 

Isso acontece, primeiramente, porque eles não estão mais tão caros como ocorria no passado. Além disso, trazem conforto e comodidade ao motorista. E convenhamos: eles fazem toda a diferença quando se pega um congestionamento. 

Conforme foram ganhando tecnologia, ficaram mais acessíveis. A maior demanda, por sua vez, gerou escala e as montadoras, em algumas linhas, passaram a oferecer apenas transmissão automática. 

Hoje você não encontra mais, como zero-km, Toyota Corolla e Corolla Cross, Volkswagen Nivus, Fiat Toro, Hyundai Creta e Peugeot 2008, entre outros, manuais: apenas com câmbio automático.

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Tipos de câmbio automático

Entre carros novos e usados, o consumidor pode ficar na dúvida entre as diferentes caixas de câmbio. No chamado câmbio automático convencional, ou conversor de torque, as marchas são trocadas automaticamente, dispensando o pedal da embreagem. 

Já a transmissão CVT (sigla de Transmissão Continuamente Variável) não possui marchas pré-definidas porque são variáveis, operando de forma mais gradual e suave. Sem trancos, o CVT tem menor custo e seu sistema ajuda a reduzir o consumo. 

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Carros com câmbio automatizado

Há alguns anos, as montadoras trouxeram para o Brasil, em carros de menor custo, os câmbios automatizados, que também dispensavam o terceiro pedal, embora tivessem embreagem. 

São câmbios mecânicos com mudanças de marchas automáticas. Sensores ajudam a atuar na troca da marcha. E quando isso ocorre é preciso tirar o pé do acelerador, como num carro manual. Alguns carros apresentavam delay, e era comum sentir o tranco nas passagens de marchas. 

Com o tempo, foram vencidos pelos automáticos muito em função da rejeição do consumidor brasileiro, ao mesmo tempo em que os automáticos, fabricados em maior escala, tiveram custo reduzido. Chevrolet, Fiat, Ford, Renault e Volkswagen ofereceram carros de entrada com câmbio automatizado, mas hoje eles são raros.

Há ainda os carros equipados com sistema automatizado, mas de dupla embreagem, encontrado geralmente carros mais esportivos e sofisticados. Nele, dois sistemas de embreagem distintos intercalam as engrenagens de marchas e deixam o conjunto bem mais ágil. 

Tenha um automático e troque as marchas

Algumas pessoas gostam de dirigir de forma mais esportiva e preferem trocar as marchas, como se tivessem o carro mais “à mão”. 

Por terem de dividir o carro com outras pessoas, que preferem o automático, ou por gostarem dos dois tipos de câmbio, a indústria oferece, em alguns modelos, a opção de trocas de marcha para os sistemas automáticos, CVT ou automatizados.

Cada carro tem sua proposta. Os mais acessíveis oferecem as mudanças de marcha pela alavanca, com toques que aumentam ou diminuem as marchas. Os mais esportivos possuem os chamados paddle shift, aletas ou borboletas atrás do volante, para a troca de marchas.

Câmbio e consumo

A transmissão tem influência direta no consumo. Tanto, que na divulgação dos números do Inmetro, boa parte dos carros mais econômicos tem câmbio manual. Mas não se engane. As medições de consumo são feitas por profissionais muito bem preparados para trocar as marchas manuais no tempo correto, no trânsito do dia a dia e não por motoristas comuns. 

Mas se a pergunta for, qual tipo de carro consome mais, é correto afirmar que automático convencional, em geral, gasta mais que o manual. Como a troca de marchas é feita em rotações mais altas, porque ele estica mais as marchas, existe uma tendência do automático consumir entre 10 e 15% a mais que um modelo similar manual. 

As transmissões CVT jogaram esse mito por água abaixo e, conforme o modelo, chegam a ser mais econômicas que seu similar com câmbio manual. 

Na tabela abaixo, fizemos uma comparação de modelos que usam o mesmo motor com caixas de transmissão diferentes (algo cada vez mais raro). Confira a diferença de consumo, levando em conta o uso de gasolina em percursos urbanos e rodoviários. 

Consumo manual x automático (gasolina)


Modelo

Manual (km/l)
cidade / estrada

Automático (km/l)
cidade / estrada
Chevrolet Onix Plus
1.0 Turbo
M613,7 / 17A612 / 15
Hyundai HB20 S
1.0 Turbo 
M613,6 / 16A612,1 /15,3
Fiat Strada 1.4 8V M511,7 / 12,4CVT12,4 /13,9
Nissan Kicks 1.6M511,1 / 13CVT 11,4 / 13,7
Fiat Pulse 1.3M512,6 / 14,7CVT12,9 / 14,3
Fonte: Inmetro

Na prática, as transmissões CVT são mais econômicas que seus similares manuais, nos casos de Strada e Kicks e com vantagem para cidade no CVT do Pulse. O mesmo não ocorre com os câmbios automáticos, mais gastões no Onix Plus e HB20S.

Cada vez mais marchas

Os sistemas evoluem rapidamente e por causa disso os carros mais modernos com transmissão automática têm, no mínimo, 6 marchas. Com isso, ele troca as marchas com a rotação mais baixa e o maior número de marchas entrega mais eficiência. 

Vale lembrar que o sistema Start Stop, que desliga o carro sempre que ele para em semáforos e congestionamentos, por exemplo, e presente em muitos carros, é mais comum nos automáticos. 

Assim que o motorista pisa no freio ou no acelerador, o carro religa. No caso dos manuais, é preciso lembrar de desengatar a marcha. 

Manutenção: câmbio automático continua mais caro?

Sem entrar no mérito da importância da manutenção preventiva, obrigatória para qualquer tipo de carro, transmissões dão pouca manutenção, desde que bem utilizadas. Na comparação, as caixas manuais tendem a pedir mais manutenção, mas o custo é menor. 

Caixas automáticas e CVT têm excelente durabilidade, estimada pelas fabricantes em 300 mil km, desde que obedecidas as revisões periódicas. Mas quando requerem algum reparo, é possível dizer que os modelos automáticos, por seu conjunto, tenham consertos mais caros. E já foram até mais, no passado. A mão de obra, mais especializada, também pesa neste custo. 

Como prevenção, é importante observar o fluido de câmbio e o período de troca, que varia conforme o carro, geralmente a partir de 40 mil km. Consulte sempre o manual do proprietário. 

Conforme o perfil e jeito de dirigir

Por fim, antes de comprar ou se arrepender, estude se o carro automático é adequado ao seu perfil. Até porque, até então, para tirar a habilitação é exigido saber dirigir modelos manuais e não automáticos. 

O câmbio automático é para:

  1. Quem gosta de dirigir de forma mais confortável, principalmente no trânsito, sem se preocupar em trocar as marchas no tempo certo e pisar no pedal da embreagem;
  2. Quem prefere a segurança de prestar a atenção ao percurso, ao invés de se preocupar com o pedal da embreagem ou alavanca de troca de marcha, e manter as duas mãos no volante, mesmo se for executar trocas sequenciais;
  3. Quem estiver com a grana curta e fizer questão do automático, pode optar pelos modelos com câmbio CVT, que hoje são mais econômicos que muitos modelos manuais;
  4. Mesmo quem gosta de trocar as marchas para ter a sensação de controle, pode adquirir um carro automático com opções de trocas sequenciais, seja na alavanca ou pelo paddle shift (borboletas atrás do volante);
  5. Quem viaja bastante, tem nos carros com câmbio automático mais sofisticados o piloto automático, equipamento que mantém a velocidade escolhida, para o motorista descansar o pé direito. Serve também para não exceder a velocidade permitida. Em modelos manuais até existem, mas são bem mais difíceis de encontrar. 

Coisas que você nunca deve fazer com o câmbio automático

  1. Antigamente, quando o carro morria era só engatar a marcha e pegar no “tranco”. Com os câmbios automáticos isso não é possível, porque há grandes chances de quebrar o componente;
  2. Nunca desça na “banguela”. Na descida de uma serra, por exemplo, alguns motoristas de carros manuais descem com o câmbio desengatado (ponto morto), para economizar gasolina. Só que essa prática é ilegal e compromete freios e muitos outros itens do motor. No carro automático, descer na posição N é proibido! Isso porque em N, o câmbio automático não é lubrificado. Nas descidas, o motorista pode colocar o câmbio nas posições L ou S, ou em marchas baixas, como 2 ou 3 presentes em alguns modelos;
  3. Ao parar em semáforos, não coloque a alavanca na posição N: mantenha o carro na posição D e pise no freio. A posição N serve para liberar as rodas no caso de reboque ou de o carro estar na oficina;
  4. Nunca desligue o carro fora da posição a P. Ao estacionar em uma vaga, antes de desligar o carro, acione o freio de estacionamento e coloque a alavanca na posição P;
  5. Cuidado com áreas alagadas: o contato com a água pode danificar seriamente o câmbio automático;
  6. Só acione a ré com o carro totalmente parado: ao usar a transmissão para frear você pode quebrar componentes, como eixo ou pino de trava. O mesmo vale para as saídas: nunca pise no pedal do acelerador antes de colocar a marcha em D;
  7. Manutenção preventiva sempre: faça as revisões periódicas e fique atento aos períodos de troca do óleo do câmbio, que variam conforme o modelo de carro, mas geralmente ocorrem a partir de 30 ou 40 mil km.

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