Já pensou em ganhar US$ 5 bilhões (R$ 24 bilhões, no câmbio atual) com bitcoin (BTC) em um ano? Para muitas pessoas, essa seria uma meta impensável, mas não para o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
O chefe da Casa Branca pretende ir além: encher os cofres do Tesouro norte-americano com US$ 11 bilhões (R$ 52 bilhões) graças às criptomoedas nos próximos dez anos.
Como Biden pretende alcançar essa façanha? Com certeza não é com um passe de mágica. Ele vai contar com a ajuda da modernização de regras e aplicação de práticas financeiras e de contabilidade a ativos digitais.
A iniciativa tem endereço certo: cobrir o rombo fiscal dos Estados Unidos. Segundo o orçamento divulgado na segunda-feira (28), Biden quer que o novo esforço de arrecadação reduza o déficit norte-americano em mais de US$ 1 trilhão na próxima década.
O abracadabra de Biden para o bitcoin
O abracadabra de Biden nada tem a ver com encantamento ou ilusionismo. Entre as regras que ele pretende atualizar está a alteração das normas que regem a marcação a mercado para incluir ativos digitais.
A marcação a mercado nada mais é que atualização, normalmente diária, do preço de um ativo. Grosso modo, ela permite que você saiba o preço de mercado atual do ativo, isto é, quanto obteria se o vendesse ou o resgatasse hoje.
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No caso de Biden e do bitcoin, a marcação a mercado será uma forma de tributar ganhos não realizados. Isso significa que o contribuinte estará na mira do leão norte-americano quando, por exemplo, o bitcoin passar de US$ 40 mil para US$ 50 mil — mesmo que ele não venda.
Outras exigências previstas no orçamento de Biden e que atingem os investidores de bitcoin e criptoativos:
- Relatórios de certos contribuintes sobre contas estrangeiras de ativos digitais;
- Fornecimento de relatórios de informações por instituições financeiras e corretores de criptomoedas;
- Endereçamento de empréstimos de títulos como isentos de impostos para incluir outras classes de ativos.
Ameaças cibernéticas não foram esquecidas
O governo de Biden também pretende gastar US$ 52 milhões adicionais em seus esforços para combater ameaças cibernéticas, principalmente o ransomware — ataque que sequestra dados em troca do pagamento de resgates, geralmente em criptomoedas.
Os US$ 52 milhões iriam para a contratação de mais agentes do FBI e aumento da capacidade de resposta e de análise, de acordo com o documento orçamentário.
Mas tirar esse coelho da cartola não será fácil para o presidente norte-americano. Mudanças nas leis tributárias relacionadas às criptomoedas geralmente são controversas nos Estados Unidos dadas as divisões no Congresso sobre benefícios e prejuízos dos ativos digitais.
*Com informações do Decrypt