Um McPicanha na bolsa: entenda os cuidados que você precisa tomar ao investir em ações pagadoras de dividendos
Assim como o McPicanha sem picanha, é preciso ter cuidado para não comprar gato por lebre na hora de ir atrás de dividendos na bolsa
Quem aí nunca fez uma compra e acabou descobrindo que foi enganado pouco tempo depois? Acho que os consumidores do McPicanha entendem muito bem sobre o que eu estou falando.
O sanduíche tinha nome de picanha, era vendido por preço de picanha, mas não tinha um grama de picanha em sua composição.
Entretanto, não é só em redes de fast-food que o pessoal costuma levar gato por lebre.
Já pensou comprar uma ação com promessas de enormes dividendos e não receber nem metade do que foi combinado? Pois saiba que isso acontece na bolsa. E muito.
Quem não gosta de dividendos?
Um dos temas que mais atrai interesse no mundo das finanças é o investimento em ações que pagam grandes quantias em dividendos.
A maneira mais fácil de verificar o retorno dos dividendos de um investimento é através do Dividend Yield, que pode ser calculado da seguinte forma:
Leia Também
Dividendos por ação no ano / preço da ação = Dividend Yield.
Por exemplo, a Vale (VALE3), sobre a qual conversamos na semana passada, teve uma cotação média de R$ 95 em 2021. E pagou um total de R$ 14,60 em dividendos por ação referente àquele exercício.
Isso equivale a um Dividend Yield (DY) de 15,2%. Se você tivesse R$ 100 mil investidos em VALE3, por exemplo, receberia R$ 15,2 mil na forma de dividendos em 2021.
- SIGA A GENTE NO INSTAGRAM: análises de mercado, insights de investimentos e notícias exclusivas sobre finanças.
Quando parecer fácil demais, lembre do McPicanha
Sendo assim, quanto maior o DY, maior a distribuição de dividendos.
E o que a maioria das pessoas faz é baixar uma planilha com dados de centenas de ações, ordenar pelas que têm o maior Yield e, pronto, saem comprando as mais bem posicionadas no ranking.
Às vezes é ainda pior do que isso: essas pessoas confiam cegamente nos tais "gurus dos dividendos" que divulgam no YouTube ou qualquer outra rede social carteiras de dividendos seguindo este mesmo método de seleção.
Deixa eu te contar uma verdade inconveniente: essas carteiras de dividendos baseadas apenas em DY são tão promissoras quanto um McPicanha.
Não olhe para o retrovisor para prever o futuro
O simples fato de uma companhia ter pago bons dividendos no ano passado ou nos últimos cinco anos não indica a capacidade de ela pagar bons proventos nos próximos exercícios.
A Cielo (CIEL3) distribuiu ótimos dividendos durante anos. E dividendos excelentes em 2017 e 2018, pouco antes de o negócio ruir e de os dividendos minguarem junto com o preço das ações.
Quer um exemplo mais atual na bolsa?
O caso da Cielo pode parecer um exemplo dramático e antigo demais. Mas tem uma outra queridinha dos dividendos que deve começar a ter dificuldades de manter yields campeões nos próximos anos.
A transmissora Taesa (TAEE11) possui um dividend yield elevado hoje, reflexo de concessões antigas ainda muito rentáveis.
O problema é que algumas dessas concessões têm começado a sofrer com a redução de 50% da receita a partir do 16º ano de operação. Outras concessões vão começar a expirar a partir de 2030, e a companhia vai precisar arrematar novos lotes de transmissão se quiser manter esses resultados.
No entanto, o setor de transmissão está muito muito mais concorrido agora do que era antigamente. Estabilidade regulatória e retornos polpudos para players como a própria Taesa atraíram para o setor um mar de concorrentes nos últimos leilões.
Repare como o deságio aumentou brutalmente desde 2015.
Isso significa que nos últimos anos as vencedoras estão aceitando receber receitas cada vez menores para construir seus empreendimentos de transmissão. O que também implica em uma menor rentabilidade.
É nesse ambiente que companhias como a Taesa vão tentar renovar seu portfólio e manter suas altas taxas de retorno. Não será uma tarefa fácil.
Quando buscar dividendos, tente entender melhor o futuro
Por isso, se você quer construir um portfólio de ações pagadoras de dividendos, precisa tentar entender o futuro dos setores e dos negócios. Se os resultados vão continuar bons, se elas geram caixa e têm um baixo nível de dívida.
E também precisa entender se elas negociam por múltiplos atrativos, porque ações caras também acabam tendo mais chances de enfrentar grandes desvalorizações caso os resultados decepcionem por um ou mais trimestres (lembra da Cielo?).
Apesar de a Taesa neste momento não nos agradar, mesmo com yields vistosos, no portfólio do Vacas Leiteiras, a série da Empiricus focada em dividendos, indicamos uma outra transmissora com concessões atrativas e vencimentos mais distantes, o que implica em uma capacidade de distribuição de bons dividendos por um longo período.
Se quiser conferir essa e todas as outras ações com alta capacidade de distribuição de proventos, deixo aqui o convite para o Empiricus Pass. Com ele, você tem o direito de acessar todas as séries básicas da Empiricus pelo preço de uma, inclusive a do Vacas Leiteiras.
Um grande abraço e até a semana que vem!
Esquenta dos mercados: Investidores ajustam posições antes do Natal; saiba o que esperar da semana na bolsa
A movimentação das bolsas na semana do Natal, uma reportagem especial sobre como pagar menos imposto com a previdência privada e mais
O dado que pode fazer a Vale (VALE3) brilhar nos próximos dez anos, eleições no Brasil e o que mais move seu bolso hoje
O mercado não está olhando para a exaustão das minas de minério de ferro — esse dado pode impulsionar o preço da commodity e os ganhos da mineradora
A Vale brilhou em 2025, mas se o alerta dessas mineradoras estiver certo, VALE3 pode ser um dos destaques da década
Se as projeções da Rio Tinto estiverem corretas, a virada da década pode começar a mostrar uma mudança estrutural no balanço entre oferta e demanda, e os preços do minério já parecem ter começado a precificar isso
As vantagens da holding familiar para organizar a herança, a inflação nos EUA e o que mais afeta os mercados hoje
Pagar menos impostos e dividir os bens ainda em vida são algumas vantagens de organizar o patrimônio em uma holding. E não é só para os ricaços: veja os custos, as diferenças e se faz sentido para você
Rodolfo Amstalden: De Flávio Day a Flávio Daily…
Mesmo com a rejeição elevada, muito maior que a dos pares eventuais, a candidatura de Flávio Bolsonaro tem chance concreta de seguir em frente; nem todas as candidaturas são feitas para ganhar as eleições
Veja quanto o seu banco paga de imposto, que indicadores vão mexer com a bolsa e o que mais você precisa saber hoje
Assim como as pessoas físicas, os grandes bancos também têm mecanismos para diminuir a mordida do Leão. Confira na matéria
As lições do Chile para o Brasil, ata do Copom, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje
Chile, assim como a Argentina, vive mudanças políticas que podem servir de sinal para o que está por vir no Brasil. Mercado aguarda ata do Banco Central e dados de emprego nos EUA
Chile vira a página — o Brasil vai ler ou rasgar o livro?
Não por acaso, ganha força a leitura de que o Chile de 2025 antecipa, em diversos aspectos, o Brasil de 2026
Felipe Miranda: Uma visão de Brasil, por Daniel Goldberg
O fundador da Lumina Capital participou de um dos episódios de ‘Hello, Brasil!’ e faz um diagnóstico da realidade brasileira
Dividendos em 2026, empresas encrencadas e agenda da semana: veja tudo que mexe com seu bolso hoje
O Seu Dinheiro traz um levantamento do enorme volume de dividendos pagos pelas empresas neste ano e diz o que esperar para os proventos em 2026
Como enterrar um projeto: você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?
Talvez você ou sua empresa já tenham sua lista de metas para 2026. Mas você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?
Flávio Day: veja dicas para proteger seu patrimônio com contratos de opções e escolhas de boas ações
Veja como proteger seu patrimônio com contratos de opções e com escolhas de boas empresas
Flávio Day nos lembra a importância de ter proteção e investir em boas empresas
O evento mostra que ainda não chegou a hora de colocar qualquer ação na carteira. Por enquanto, vamos apenas com aquelas empresas boas, segundo a definição de André Esteves: que vão bem em qualquer cenário
A busca pelo rendimento alto sem risco, os juros no Brasil, e o que mais move os mercados hoje
A janela para buscar retornos de 1% ao mês na renda fixa está acabando; mercado vai reagir à manutenção da Selic e à falta de indicações do Copom sobre cortes futuros de juros
Rodolfo Amstalden: E olha que ele nem estava lá, imagina se estivesse…
Entre choques externos e incertezas eleitorais, o pregão de 5 de dezembro revelou que os preços já carregavam mais política do que os investidores admitiam — e que a Bolsa pode reagir tanto a fatores invisíveis quanto a surpresas ainda por vir
A mensagem do Copom para a Selic, juros nos EUA, eleições no Brasil e o que mexe com seu bolso hoje
Investidores e analistas vão avaliar cada vírgula do comunicado do Banco Central para buscar pistas sobre o caminho da taxa básica de juros no ano que vem
Os testes da família Bolsonaro, o sonho de consumo do Magalu (MGLU3), e o que move a bolsa hoje
Veja por que a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à presidência derrubou os mercados; Magazine Luiza inaugura megaloja para turbinar suas receitas
O suposto balão de ensaio do clã Bolsonaro que furou o mercado: como fica o cenário eleitoral agora?
Ainda que o processo eleitoral esteja longe de qualquer definição, a reação ao anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro deixou claro que o caminho até 2026 tende a ser marcado por tensão e volatilidade
Felipe Miranda: Os últimos passos de um homem — ou, compre na fraqueza
A reação do mercado à possível candidatura de Flávio Bolsonaro reacende memórias do Joesley Day, mas há oportunidade
Bolha nas ações de IA, app da B3, e definições de juros: veja o que você precisa saber para investir hoje
Veja o que especialista de gestora com mais de US$ 1,5 trilhão em ativos diz sobre a alta das ações de tecnologia e qual é o impacto para o mercado brasileiro. Acompanhe também a agenda da semana