🔴 +30 RECOMENDAÇÕES DE ONDE INVESTIR EM DEZEMBRO – VEJA AQUI

O raio não cai duas vezes no mesmo lugar: das big techs à PEC da Transição

Do lado das big techs, é difícil reconhecer o próximo bull market. Do lado da PEC da Transição, estamos emperrados no valor a ser considerado fora do teto e o prazo.

28 de novembro de 2022
19:50
Imagem de um raio caindo sob uma cidade
Imagem: Andre Furtado/Pexels

Em clima de Cyber Monday, lançamos a promoção dois por um. Este Day One trata de duas questões distintas. Sim, sim, você tem razão. Hoje falhamos em coesão. As ideias nos visitam quando elas querem. Quem poderá nos defender das avalanches psíquicas? Escrever também é um ato terapêutico.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Vamos para o primeiro tema. Coisa rápida.

Ao conversar com investidores, logo que penetramos o ambiente internacional pula a pergunta: “O que você acha das FAANGs?” Sejamos honestos: é muito difícil termos uma opinião qualificada sobre as FAANGs (sigla para Meta — dona do Facebook —, Apple, Amazon, Netflix e Alphabet — a dona do Google).

Deve haver centenas, talvez milhares de analistas debruçados sobre essas companhias, escrutinizando cada detalhe operacional, financeiro e da tecnologia dessas empresas. Em outras palavras, nesses nomes muito conhecidos ou estudados, o mercado deveria ser bastante eficiente.

Fora minha incapacidade de oferecer qualquer edge (vantagem informacional ou analítica) nas grandes empresas de tecnologia dos EUA, outra coisa chama atenção nesse enorme interesse em torno das FAANGs: a dificuldade de reconhecer que muito possivelmente o próximo bull market será diferente do anterior.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A onda já passou

A grande onda de valorização das empresas techs americanas já aconteceu. A tendência é de que a nova rodada ofereça outros clusters de supermultiplicação.

Leia Também

Historicamente, há raras evidências de repetição sucessiva do padrão do bull market anterior. Se, de alguma maneira, a história rima, deveríamos estar mais interessados no setor de energia e petróleo e nos mercados emergentes do que nas techs americanas. Ali, em termos de grandes tendências, já foi. Vamos para a próxima.

A ideia de que o raio não cai duas vezes no mesmo lugar vale também para o governo eleito. Ninguém assalta o mesmo banco na sequência. Quando me falam dos temores do FIES ou do medo de um segundo Petrolão envolvendo a Petrobras, não me parece vir daí a fonte de potenciais problemas graves. O escrutínio sobre essas duas coisas seria enorme e as condições materiais hoje são diferentes.

O que vejo como bastante possível, talvez até provável de mudança na Petrobras, envolve uma entrada pesada em renováveis. Se vier algo nessa direção, poderíamos falar de um capex anual em torno de R$ 15/20 bilhões, o que representaria importante expansão da capacidade de eólica e solar, com impactos expressivos sobre oferta e, por conseguinte, os preços da energia.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

PEC da Transição: um outro olhar

Então, chegamos ao segundo tema deste texto: a PEC da Transição, que, até por etimologia, deveria ser algo conjuntural. Aqui, no entanto, gostaria de olhar sobre uma perspectiva mais abrangente e estrutural.

Basicamente, nas negociações da PEC da Transição estamos emperrados no valor a ser considerado fora do teto e por quanto tempo. Pelo que se circula, não há consenso para votação do texto, cuja apresentação fica pra amanhã, algo ruim para quem corre contra o relógio. Cada dia conta.

O Congresso se organiza para barrar até mesmo o prazo de dois anos dentro da PEC da Transição, enfatizando apenas o prazo de um ano, com algo potencialmente em torno de R$ 130 bilhões fora do teto.

O PT alega, contudo, que o projeto mais social-democrata venceu a proposta liberal nas eleições. Sendo um desejo da sociedade, haveria de ser implementado. Portanto, as tais promessas de campanha, como Bolsa Família de R$ 600 mais o adicional de R$ 150 por filho, reajuste da tabela do IR, recomposição real do salário mínimo, entre outras coisas precisariam ser aprovados no Congresso, porque, segundo argumenta, os elementos teriam sido validados na eleição.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Vejo um problema grave nessa argumentação. Na verdade, é só um caso particular de um problema geral, que, no meu entendimento, ajuda a explicar a crise das democracias.

Boa intenção precisa caber no orçamento

É verdadeiro que as tais promessas de campanha foram comunicadas à população e aprovadas. Contudo, essa aprovação se deu sob duas condições adversas.

A primeira: não houve qualquer tipo de informação a respeito das fontes de financiamento desses maiores gastos. Ninguém combinou esse jogo. Para aumentar esses dispêndios públicos, precisaríamos aumentar a carga tributária, emitir mais dívida ou cortar outros gastos. No mundo em que eu vivo, há restrição orçamentária para as coisas.

Como sabemos, o inferno está cheio das boas intenções. Essas boas intenções precisam caber no orçamento. Não há milagre da multiplicação do dinheiro da viúva. A esquerda precisa aprender a fazer conta. Se já aprendeu, haverá de comunicar isso devidamente à sociedade e negociar conflitos. Será que a eleição teria o mesmo resultado se falássemos em aumento da carga tributária, redução de outros gastos públicos ou ciclo vicioso de endividamento?

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A segunda: os efeitos colaterais e as consequências indesejadas de primeira e segunda ordem dos maiores gastos públicos, muitas vezes, não são conhecidos do eleitor médio.

Eis um problema central da democracia (para ficar claro: não é uma defesa de qualquer regime diferente; não há saída além da democracia, mas isso não significa a inexistência de rachaduras importantes): você só pode escolher devidamente uma coisa (no caso, quem serão nossos representantes no Executivo e no Congresso, com seus respectivos projetos e suas agendas) diante de informação completa.

Na presença de assimetria de informação, como escolher bem? O eleitor pode gostar de mais gasto público. Ele entende isso. Foi devidamente comunicado sobre isso. Mas ele não gosta de mais imposto, dólar mais alto, inflação mais alta, juros mais altos, crise fiscal contratada pra frente e recessão. Os mercados já projetam a taxa básica de juro indo a 15% ao ano. O eleitor votou mesmo nesse projeto? Será? Ele foi avisado disso? Estava ciente?

Talvez isso explique um pouco o sucesso eleitoral de projetos populistas. A falta de conhecimento sobre os reais impactos e desdobramentos de suas políticas lhes confere uma vantagem. Efeitos secundários e indiretos são sempre mais difíceis de mensurar e identificar. Só o conhecimento poderia resolver essa lacuna, mas é um projeto a longuíssimo prazo, claro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Por enquanto, temos um único alento: o eleitor entende a inflação. Isso tira voto. Lula, que, não é passageiro ou caronista, mas, sim, piloto, será o verdadeiro ministro da Fazenda. Ele é sensível a potenciais perdas de popularidade, que, por sua vez, podem derivar de uma inflação mais alta. Nova matriz econômica e inflação baixa são imiscíveis.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os testes da família Bolsonaro, o sonho de consumo do Magalu (MGLU3), e o que move a bolsa hoje

9 de dezembro de 2025 - 8:17

Veja por que a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à presidência derrubou os mercados; Magazine Luiza inaugura megaloja para turbinar suas receitas

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O suposto balão de ensaio do clã Bolsonaro que furou o mercado: como fica o cenário eleitoral agora?

9 de dezembro de 2025 - 7:25

Ainda que o processo eleitoral esteja longe de qualquer definição, a reação ao anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro deixou claro que o caminho até 2026 tende a ser marcado por tensão e volatilidade

RALI, RUÍDO E POLÍTICA

Felipe Miranda: Os últimos passos de um homem — ou, compre na fraqueza

8 de dezembro de 2025 - 19:58

A reação do mercado à possível candidatura de Flávio Bolsonaro reacende memórias do Joesley Day, mas há oportunidade

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Bolha nas ações de IA, app da B3, e definições de juros: veja o que você precisa saber para investir hoje

8 de dezembro de 2025 - 8:14

Veja o que especialista de gestora com mais de US$ 1,5 trilhão em ativos diz sobre a alta das ações de tecnologia e qual é o impacto para o mercado brasileiro. Acompanhe também a agenda da semana

TRILHAS DE CARREIRA

É o fim da pirâmide corporativa? Como a IA muda a base do trabalho, ameaça os cargos de entrada e reescreve a carreira

7 de dezembro de 2025 - 8:00

As ofertas de emprego para posições de entrada tiveram fortes quedas desde 2024 em razão da adoção da IA. Como os novos trabalhadores vão aprender?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

As dicas para quem quer receber dividendos de Natal, e por que Gerdau (GGBR4) e Direcional (DIRR3) são boas apostas

5 de dezembro de 2025 - 8:05

O que o investidor deve olhar antes de investir em uma empresa de olho dos proventos, segundo o colunista do Seu Dinheiro

SEXTOU COM O RUY

Tsunami de dividendos extraordinários: como a taxação abre uma janela rara para os amantes de proventos

5 de dezembro de 2025 - 6:02

Ainda que a antecipação seja muito vantajosa em algumas circunstâncias, é preciso analisar caso a caso e não se animar com qualquer anúncio de dividendo extraordinário

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quais são os FIIs campeões de dezembro, divulgação do PIB e da balança comercial e o que mais o mercado espera para hoje

4 de dezembro de 2025 - 8:29

Sete FIIs disputam a liderança no mês de dezembro; veja o que mais você precisa saber hoje antes de investir

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Copel (CPLE3) é a ação do mês, Ibovespa bate novo recorde, e o que mais movimenta os mercados hoje

3 de dezembro de 2025 - 8:24

Empresa de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, a Copel é a favorita para investir em dezembro. Veja o que mais você precisa saber sobre os mercados hoje

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Mais empresas no nó do Master e Vorcaro, a escolha do Fed e o que move as bolsas hoje

2 de dezembro de 2025 - 8:16

Titan Capital surge como peça-chave no emaranhado de negócios de Daniel Vorcaro, envolvendo mais de 30 empresas; qual o risco da perda da independência do Fed, e o que mais o investidor precisa saber hoje

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

A sucessão no Fed: o risco silencioso por trás da queda dos juros

2 de dezembro de 2025 - 7:08

A simples possibilidade de mudança no comando do BC dos EUA já começou a mexer na curva de juros, refletindo a percepção de que o “jogo” da política monetária em 2026 será bem diferente do atual

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: Bolhas não acabam assim

1 de dezembro de 2025 - 19:55

Wall Street vivencia hoje uma bolha especulativa no mercado de ações? Entenda o que está acontecendo nas bolsas norte-americanas, e o que a inteligência artificial tem a ver com isso

DÉCIMO ANDAR

As lições da Black Friday para o universo dos fundos imobiliários e uma indicação de FII que realmente vale a pena agora

30 de novembro de 2025 - 8:00

Descontos na bolsa, retorno com dividendos elevados, movimentos de consolidação: que tipo de investimento realmente compensa na Black Friday dos FIIs?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os futuros dividendos da Estapar (ALPK3), o plano da Petrobras (PETR3), as falas de Galípolo e o que mais move o mercado

28 de novembro de 2025 - 8:25

Com mudanças contábeis, Estapar antecipa pagamentos de dividendos. Petrobras divulga seu plano estratégico, e presidente do BC se mantém duro em sua política de juros

SEXTOU COM O RUY

Jogada de mestre: proposta da Estapar (ALPK3) reduz a espera por dividendos em até 8 anos, ações disparam e esse pode ser só o começo

28 de novembro de 2025 - 6:01

A companhia possui um prejuízo acumulado bilionário e precisaria de mais 8 anos para conseguir zerar esse saldo para distribuir dividendos. Essa espera, porém, pode cair drasticamente se duas propostas forem aprovadas na AGE de dezembro.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A decisão de Natal do Fed, os títulos incentivados e o que mais move o mercado hoje

27 de novembro de 2025 - 8:23

Veja qual o impacto da decisão de dezembro do banco central dos EUA para os mercados brasileiros e o que deve acontecer com as debêntures incentivadas, isentas de IR

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Corte de juros em dezembro? O Fed diz talvez, o mercado jura que sim

27 de novembro de 2025 - 7:49

Embora a maioria do mercado espere um corte de 25 pontos-base, as declarações do Fed revelam divisão interna: há quem considere a inflação o maior risco e há quem veja a fragilidade do mercado de trabalho como a principal preocupação

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: O mercado realmente subestima a Selic?

26 de novembro de 2025 - 19:30

Dentro do arcabouço de metas de inflação, nosso Bacen dá mais cavalos de pau do que a média global. E o custo de se voltar atrás para um formulador de política monetária é quase que proibitivo. Logo, faz sentido para o mercado cobrar um seguro diante de viradas possíveis.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

As projeções para a economia em 2026, inflação no Brasil e o que mais move os mercados hoje

26 de novembro de 2025 - 8:36

Seu Dinheiro mostra as projeções do Itaú para os juros, inflação e dólar para 2026; veja o que você precisa saber sobre a bolsa hoje

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os planos e dividendos da Petrobras (PETR3), a guerra entre Rússia e Ucrânia, acordo entre Mercosul e UE e o que mais move o mercado

25 de novembro de 2025 - 8:20

Seu Dinheiro conversou com analistas para entender o que esperar do novo plano de investimentos da Petrobras; a bolsa brasileira também reflete notícias do cenário econômico internacional

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar