O ciclo vicioso das metas para um novo ano — como escapar e planejar a carreira
Convido você a fazer um exercício de gestão de projetos para que consiga a tão sonhada promoção no trabalho em 2023. Caso este não seja o seu principal objetivo para o ano vindouro, a metodologia poderá ser facilmente utilizada para fazer o seu planejamento de carreira como um todo.
"Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro".
Verso sem autoria confirmada, mas conhecido e cantado pela voz de Belchior.
E chegamos mais uma vez ao final do ano.
Se você, assim como eu, deixou pelo caminho algumas metas estabelecidas no início do ano, incluindo aquelas relacionadas à sua carreira profissional, seja bem-vindo ao meu mundo.
E o pior é que entra ano, sai ano, e essa história de estabelecer metas e não cumprir continua nos frustrando.
Como sair desse ciclo vicioso, Veras?
Se no ano passado morri, definitivamente não quero morrer no próximo. Tenho certeza que você também não. Então meu convite é que a gente se adiante e olhe para a morte como uma bela oportunidade de mudarmos o presente. Assim, o exercício de planejamento de carreira deste ano será uma análise pré-mortem. E faremos isso com uma prática já consagrada de Natal: escrever uma carta com os nossos desejos.
Leia Também
Quais são os FIIs campeões de dezembro, divulgação do PIB e da balança comercial e o que mais o mercado espera para hoje
Copel (CPLE3) é a ação do mês, Ibovespa bate novo recorde, e o que mais movimenta os mercados hoje
Veras, você está de brincadeira, né?
Calma, eu já aceitei e hoje sei que o Papai Noel não existe. Por isso, aceito mudar o destinatário da carta. Que, neste caso, seremos nós mesmos. De Thiago Veras para Thiago Veras. De você para você mesmo.
Afinal, a maturidade nos traz a (triste) consciência de saber que somos nós mesmos os responsáveis por mudar os nossos próprios caminhos — ainda que a sorte e a aleatoriedade possam nos ajudar com um empurrãozinho.
Então, já separa o envelope, a folha e o selo. Eu prometo que vai ser legal. Já usei esse método em outra situação e foi uma experiência, no mínimo, divertida. Além de ter sido altamente eficaz para eu enxergar os obstáculos que surgiriam no futuro e já me adiantar e mitigar uma porrada de coisas, que poderiam ter dado errado naquela ocasião.
Análise pré-mortem é um termo cunhado por Gary Klein e utilizado dentro da temática de projetos. Segundo o autor, um pré-mortem é o oposto hipotético de um post-mortem. Uma autópsia em um ambiente médico permite que os profissionais de saúde e a família saibam o que causou a morte de um paciente. Todos se beneficiam, exceto, é claro, o paciente.
Um pré-mortem em um ambiente de negócios ocorre no início de um projeto e não no final, para que o projeto possa ser melhorado em vez de autopsiado.
Ao contrário de uma sessão clássica de análise de riscos, na qual os membros da equipe do projeto são questionados sobre o que pode dar errado, o pré-mortem opera com base na suposição de que o “paciente” já morreu e, portanto, pergunta o que deu errado. A tarefa dos membros da equipe é gerar razões plausíveis para o fracasso do projeto. Ou seja, pré-mortem é um exercício de perspectiva e retrospectiva.
Agora quero convidar você, leitor(a), para ser minha cobaia e transpor esse exercício de gestão de projetos, adaptando-o para que você consiga a tão sonhada promoção no trabalho em 2023. Caso este não seja o seu principal objetivo para o ano vindouro, essa metodologia poderá ser facilmente utilizada para fazer o seu planejamento de carreira como um todo.
O exercício é bem simples, mas por ser lúdico pode trazer insights interessantes para o seu plano. Use a criatividade, quanto mais livre os pensamentos, mais você poderá acessar as nuances que em planejamentos formais você poderia esquecer facilmente de capturar.
- ESTÁ GOSTANDO DESTE CONTEÚDO? Tenha acesso a ideias de investimento para sair do lugar comum, multiplicar e proteger o patrimônio
O exercício
Imagine-se em janeiro de 2024: seu planejamento de conseguir a tão sonhada promoção falhou completamente e você continua estagnado na mesma posição de hoje.
Você é repórter e correspondente do Seu Dinheiro. E hoje você vai escrever para você, a partir do futuro.
Escreva uma história sobre o que deu errado. Agora, é sua vez de ser criativo. Desenvolva seu próprio pré-mortem respondendo às seguintes perguntas em um formato narrativo:
1. Pense em todos os passos que você precisará dar para a sua promoção e narre como será o encadeamento das ações em um formato de história ou reportagem
Colinha para te ajudar: já está claro para você o que precisará acontecer e o que é necessário para ser elegível a uma promoção? Descreva tudo em seu texto.
Pense nas conversas que você terá com quem precisa saber do seu plano. Não adianta somente você estar comprometido com ele. As coisas só acontecerão quando os responsáveis por essa decisão estiverem engajados no plano.
Pense como será a execução do plano e o reporte dos resultados para quem precisará saber do cumprimento das ações. Ou seja, aquele que dará sim a sua promoção.
2. O que deu errado?
Colinha para te ajudar: repasse por todo o plano e imagine tudo o que poderá dar errado para cada item. Force a criatividade para não deixar escapar nenhum possível futuro erro. Quanto mais trágica a visão, melhor será a captura do que você precisará estar atento para não se auto sabotar ao longo da jornada.
3. Gere razões plausíveis para o fracasso da sua promoção
Colinha para te ajudar: sabe quando a gente já tem em mente o que poderá dar errado? Por exemplo, um chefe com pouca atitude ou passivo demais poderá deixar você na mão e não "te defender" para o chefe dele e/ou RH, e sua promoção ficará a ver navios.
Portanto, o segredo nessa fase do exercício é mapear tudo aquilo que você já sabe que poderá ser um revés. Não tenha medo de escrever nada. As razões do possível fracasso servirão como aliadas para mitigar riscos e criar planos alternativos.
Talvez você esteja se perguntando por que planejar dessa forma. Transpondo essa ferramenta de gestão de projetos para a nossa temática de carreira, este exercício nos sensibiliza para identificar os primeiros sinais de problemas, assim que o plano de conseguir a promoção estiver em andamento.
No final, uma análise pré-mortem pode ser a melhor maneira de mitigar uma necessidade de uma autópsia dolorosa no futuro.
Um abraço e vejo vocês em 2023. Aproveito para desejar um feliz ano novo e uma carreira próspera e de realização para cada um.
Obrigado pela companhia neste ano.
As lições da Black Friday para o universo dos fundos imobiliários e uma indicação de FII que realmente vale a pena agora
Descontos na bolsa, retorno com dividendos elevados, movimentos de consolidação: que tipo de investimento realmente compensa na Black Friday dos FIIs?
Os futuros dividendos da Estapar (ALPK3), o plano da Petrobras (PETR3), as falas de Galípolo e o que mais move o mercado
Com mudanças contábeis, Estapar antecipa pagamentos de dividendos. Petrobras divulga seu plano estratégico, e presidente do BC se mantém duro em sua política de juros
Jogada de mestre: proposta da Estapar (ALPK3) reduz a espera por dividendos em até 8 anos, ações disparam e esse pode ser só o começo
A companhia possui um prejuízo acumulado bilionário e precisaria de mais 8 anos para conseguir zerar esse saldo para distribuir dividendos. Essa espera, porém, pode cair drasticamente se duas propostas forem aprovadas na AGE de dezembro.
A decisão de Natal do Fed, os títulos incentivados e o que mais move o mercado hoje
Veja qual o impacto da decisão de dezembro do banco central dos EUA para os mercados brasileiros e o que deve acontecer com as debêntures incentivadas, isentas de IR
Corte de juros em dezembro? O Fed diz talvez, o mercado jura que sim
Embora a maioria do mercado espere um corte de 25 pontos-base, as declarações do Fed revelam divisão interna: há quem considere a inflação o maior risco e há quem veja a fragilidade do mercado de trabalho como a principal preocupação
Rodolfo Amstalden: O mercado realmente subestima a Selic?
Dentro do arcabouço de metas de inflação, nosso Bacen dá mais cavalos de pau do que a média global. E o custo de se voltar atrás para um formulador de política monetária é quase que proibitivo. Logo, faz sentido para o mercado cobrar um seguro diante de viradas possíveis.
As projeções para a economia em 2026, inflação no Brasil e o que mais move os mercados hoje
Seu Dinheiro mostra as projeções do Itaú para os juros, inflação e dólar para 2026; veja o que você precisa saber sobre a bolsa hoje
Os planos e dividendos da Petrobras (PETR3), a guerra entre Rússia e Ucrânia, acordo entre Mercosul e UE e o que mais move o mercado
Seu Dinheiro conversou com analistas para entender o que esperar do novo plano de investimentos da Petrobras; a bolsa brasileira também reflete notícias do cenário econômico internacional
Felipe Miranda: O paradoxo do banqueiro central
Se você é explicitamente “o menino de ouro” do presidente da República e próximo ao ministério da Fazenda, é natural desconfiar de sua eventual subserviência ao poder Executivo
Hapvida decepciona mais uma vez, dados da Europa e dos EUA e o que mais move a bolsa hoje
Operadora de saúde enfrenta mais uma vez os mesmos problemas que a fizeram despencar na bolsa há mais dois anos; investidores aguardam discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE) e dados da economia dos EUA
CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3), o ‘terror dos vendidos’ e mais: as matérias mais lidas do Seu Dinheiro na semana
Matéria sobre a exposição da Oncoclínicas aos CDBs do Banco Master foi a mais lida da semana; veja os destaques do SD
A debandada da bolsa, pessimismo global e tarifas de Trump: veja o que move os mercados hoje
Nos últimos anos, diversas empresas deixaram a B3; veja o que está por trás desse movimento e o que mais pode afetar o seu bolso
Planejamento, pé no chão e consciência de que a realidade pode ser dura são alguns dos requisitos mais importantes de quem quer ser dono da própria empresa
Milhões de brasileiros sonham em abrir um negócio, mas especialistas alertam que a realidade envolve insegurança financeira, mais trabalho e falta de planejamento
Rodolfo Amstalden: Será que o Fed já pode usar AI para cortar juros?
Chegamos à situação contemporânea nos EUA em que o mercado de trabalho começa a dar sinais em prol de cortes nos juros, enquanto a inflação (acima da meta) sugere insistência no aperto
A nova estratégia dos FIIs para crescer, a espera pelo balanço da Nvidia e o que mais mexe com seu bolso hoje
Para continuarem entregando bons retornos, os Fundos de Investimento Imobiliários adaptaram sua estratégia; veja se há riscos para o investidor comum. Balanço da Nvidia e dados de emprego dos EUA também movem os mercados hoje
O recado das eleições chilenas para o Brasil, prisão de dono e liquidação do Banco Master e o que mais move os mercados hoje
Resultado do primeiro turno mostra que o Chile segue tendência de virada à direita já vista em outros países da América do Sul; BC decide liquidar o Banco Master, poucas horas depois que o banco recebeu uma proposta de compra da holding Fictor
Eleição no Chile confirma a guinada política da América do Sul para a direita; o Brasil será o próximo?
Após a vitória de Javier Milei na Argentina em 2023 e o avanço da direita na Bolívia em 2025, o Chile agora caminha para um segundo turno amplamente favorável ao campo conservador
Os CDBs que pagam acima da média, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje
Quando o retorno é maior que a média, é hora de desconfiar dos riscos; investidores aguardam dados dos EUA para tentar entender qual será o caminho dos juros norte-americanos
Direita ou esquerda? No mundo dos negócios, escolha quem faz ‘jogo duplo’
Apostar no negócio maduro ou investir em inovação? Entenda como resolver esse dilema dos negócios
Esse número pode indicar se é hora de investir na bolsa; Log corta dividendos e o que mais afeta seu bolso hoje
Relação entre preço das ações e lucro está longe do histórico e indica que ainda há espaço para subir mais; veja o que analistas dizem sobre o momento atual da bolsa de valores brasileira