Mercado em 5 Minutos: Estaria o mercado local mais tranquilo sobre as eleições?
Investidores repercutem dois vetores políticos: a pesquisa de intenção de votos, que mostrou consolidação do favoritismo de Lula, e o apoio de Henrique Meirelles à candidatura do petista

Bom dia, pessoal. Lá fora, os mercados asiáticos encerraram o pregão predominantemente em alta nesta terça-feira (20), seguindo os sinais positivos dos ativos ocidentais durante o dia de ontem (19), com alguns investidores crendo que o sell-off da semana passada possa ter sido exagerado.
Na China, em linha com o que se esperava, o Banco Central manteve a taxa de juros — o governo chinês parece querer trabalhar mais com estímulos fiscais agora.
Com uma agenda mais leve, os investidores acompanham o início da reunião do Fomc (EUA) e do Copom (Brasil), que definirão a política monetária de seus respectivos países amanhã.
Na Europa, a manhã é ruim, com os futuros americanos também em queda. O contexto internacional é um pouco difícil, mas há espaço para um descolamento positivo no Brasil, em linha com o que vimos na segunda-feira.
A ver...
00:40 — Chama o Meirelles?
No Brasil, paralelamente ao início da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que poderá encerrar o ciclo de aperto monetário no país na conclusão de seu encontro amanhã, o mercado passa a repercutir dois vetores políticos — internacionalmente, o Brasil abre a 77ª Assembleia-Geral da ONU nesta manhã, seguindo a tradição.
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Entre o rali eleitoral e o malabarismo fiscal: o que já está nos preços?
O primeiro deles deriva da pesquisa de intenção de votos para presidente, que ontem mostrou consolidação do favoritismo do ex-presidente Lula nas eleições presidenciais de 2022.
A menos que as pesquisas estejam absurdamente erradas, há pouco espaço para o presidente Bolsonaro virar essa eleição, ainda que não seja impossível.
Os ruídos de uma eventual vitória no primeiro turno podem esquentar os ânimos eleitorais, mesmo que o histórico do ex-presidente nunca o tenha agraciado com algo do gênero (o único presidente que levou a eleição no primeiro turno até hoje foi FHC).
O segundo foi o apoio de Henrique Meirelles, ex-presidente do BC e ministro da Fazenda do governo Temer, à candidatura de Lula.
O movimento tranquilizou o mercado, aliviando parte do risco local e impulsionando os ativos de risco — o apoio de Meirelles é recebido com bons olhos; afinal, é uma figura mercadológica, liberal e alinhada à responsabilidade fiscal (criou o teto de gastos).
01:40 — Se preparando para um tom agressivo de Powell
Nos EUA, com o Federal Reserve se preparando para aumentar as taxas novamente nesta semana, os yields dos títulos do Tesouro voltaram a subir.
O rendimento dos títulos do Tesouro de 10 anos cruzou brevemente 3,5% ontem pela primeira vez desde 2011 — mesmo que tenha recuado, ainda encerrou o pregão no nível mais alto desde abril de 2011.
De maneira similar, o yield de dois anos ficou em 3,946%, seu maior nível desde outubro de 2007, na espera de um juro americano acima de 4% no curto prazo.
São duas as principais visões do mercado:
- Os pessimistas enxergam uma inflação que não deixa escolha ao Fed a não ser continuar elevando as taxas para forçar a economia a uma recessão significativa, de modo a estabilizar os preços; e
- Os otimistas entendem que muito do trabalho pesado já foi feito, sendo que os impactos dos aumentos deste ano ainda não surtiram efeito, o que permitiria um arrefecimento no ciclo de aperto monetário.
Entre os dois, os primeiros parecem mais sensatos.
02:30 — As falas dos europeus
Com uma agenda mais tranquila, os investidores europeus aguardam a fala da presidente do BCE, Christine Lagarde, que participa da Karl-Otto Pöhl-Lecture, organizada pela Sociedade de Frankfurt para Comércio, Indústria e Ciência.
No evento, a autoridade deverá reforçar os seus últimos discursos, em que foi evidenciado o ímpeto do BCE na luta contra a inflação, apesar dos desafios.
O dia já começou com inflação ao produtor alemão, que não para de subir e superar as expectativas.
O índice sobe em agosto 45,8% na comparação anual, uma aceleração frente aos 37,2% de julho e acima dos 37,1% esperados pelo mercado.
Apesar de ter identificado deflação em boa parte dos setores, a alta de 139% na comparação anual dos preços de energia não permite outro resultado.
A situação é crítica no velho continente e não há muita perspectiva de melhora.
Na quinta-feira, teremos reunião do Banco da Inglaterra, o Banco Central do Reino Unido, que deverá manter o discurso agressivo contra a inflação, assim como fazem, por exemplo, o BCE e o Banco Central Sueco; este último, por sinal, tomou hoje a decisão inédita de subir a taxa de juros em 1 ponto percentual (foi uma surpresa para o mercado). Ações europeias caem hoje.
03:29 — Nem os japoneses escapam da inflação elevada
No Japão, nesta terça-feira, o mercado recebeu a inflação ao consumidor com alta de 3% na comparação anual — o núcleo, que contempla a inflação sem os itens mais voláteis, sobe 2,8% na comparação anual (acelerando e acima do esperado).
Pode ser baixo para o mundo, mas muito elevado considerando o histórico japonês.
Se trata da inflação mais elevada desde 2014. Antes desse período, precisaríamos voltar para o início da década de 90 para ver índices de preços como os atuais.
A história é a mesma: alta dos alimentos e combustível. Contudo, como vemos elevação do núcleo, percebe-se também desafios em estabilizar a economia no contexto pós-pandemia.
04:01 — Mudança de eixo
Enquanto acompanhamos a abertura da Assembleia-Geral da ONU, muito se especula sobre o futuro de algumas relações entre países para os próximos anos.
Na semana passada, os laços entre China e Rússia foram exibidos em um encontro no Uzbequistão, durante a reunião da Organização de Cooperação de Xangai (OCX).
Sabemos que a relação entre os países vem crescendo na última década, à medida que as duas nações buscam combater a força econômica dos EUA e seus aliados.
A OCX é uma das maiores organizações regionais do mundo, cobrindo quase 60% da área da Eurásia, 40% da população mundial e mais de 30% do PIB global.
Diante das mudanças históricas no mundo, a China está disposta a trabalhar em conjunto com a Rússia para desempenhar um papel de liderança e injetar estabilidade no mundo turbulento.
O comércio bilateral entre as duas nações, que superou US$ 140 bilhões em 2021, cresceu cerca de 30% até julho de 2022, com commodities, como o petróleo russo, representando uma quantidade significativa dos fluxos.
A última vez que Putin se encontrou com Xi Jinping foi durante sua visita a Pequim para os Jogos Olímpicos de Inverno em fevereiro.
Nesse encontro, os dois líderes estruturaram sua parceria chamada de "sem limites" e compartilharam sua oposição à "nova ampliação da OTAN".
Os crescentes laços econômicos entre a China e a Rússia são uma preocupação para o Ocidente e devem moldar parte relevante dos fluxos de capitais na próxima década, podendo dividir o mundo em dois eixos mais uma vez.
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