Não espere uma mudança de cenário para mexer suas peças: o mercado sempre se antecipa ao noticiário
Por mais que o ciclo de alta de juros não tenha acabado, o mercado já se mexeu para surfar a estabilização na Selic. Saiba como se posicionar
José não trabalha no mercado financeiro, mas vem cuidando dos seus próprios investimentos nos últimos dez anos. Um pouco porque ele gosta dessa tarefa, mas também por causa de algumas escolhas ruins feitas pelo seu antigo gerente.
Depois de estudar muito o mercado e entender que a taxa de juros é importantíssima no valor dos ativos, ele definiu a seguinte estratégia: quando os juros da renda fixa estiverem baixos, ele coloca o dinheiro em ações. Por outro lado, quando os juros estiverem fazendo o Tesouro Selic render mais de 10% ao ano, ele migra a carteira para a renda fixa.
Estratégia (aparentemente) perfeita
Não há nada de errado na teoria por trás dessa estratégia. Juros altos atrapalham as ações; a parcela do lucro que fica na mão dos bancos é maior, já que o juro sobre a dívida aumenta. Neste cenário, o Tesouro Selic tende a trazer retornos melhores mesmo.
O oposto também acontece: os juros "no chão" são muito favoráveis para a renda variável, já que o Tesouro Selic não rende tanto e as companhias pagam muito menos juros sobre a dívida, sobrando mais para os acionistas. Na prática, porém, essa teria sido uma péssima estratégia. Veja só:

Se ele tivesse esperado seus rendimentos em Tesouro Selic (linha verde) caírem para 2% e só então começar a comprar ações, teria perdido uma enorme valorização da Bolsa (linha preta).
Da mesma forma, se ele tivesse esperado a Selic subir acima dos 10% para trocar ações pela renda fixa, provavelmente iria ter de vender as suas ações com boas perdas.
Leia Também
Rodolfo Amstalden: De Flávio Day a Flávio Daily…

O que deu errado na estratégia do José?
O problema é que o mercado antecipa: no menor sinal de que a taxa Selic vai cair — ou, pelo menos, parar de subir —, os gestores saem correndo para comprar ações, antecipando o movimento e chegando na frente do resto dos investidores.
Na sexta-feira passada (25), tivemos uma boa amostra desse comportamento. Em uma entrevista por volta das 12h, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, declarou que o ciclo de alta da Selic deveria acabar no meio deste ano.
Ele não afirmou que a Selic vai parar de subir, muito menos que ela vai cair a partir de então. Mas isso bastou para o Ibovespa ganhar 600 pontos em poucos minutos, pelo simples fato de que o mercado já está tentando antecipar o que vai acontecer lá na frente.

É por isso que, apesar dos juros em patamares elevadíssimos neste momento, você não deveria esperar os juros caírem para começar a procurar por ativos de renda variável. Se você fizer isso, vai correr o risco de chegar tão atrasado que vai perder boa parte da valorização.
Já está acontecendo
Na verdade, essa "reprecificação" está acontecendo neste exato momento com o Ibovespa, que já sobe mais de 20% no ano — em partes, por causa desse sentimento de que os juros não vão subir muito mais.
Ainda dá tempo de comprar ações, se essa é a sua dúvida. Mas o início da queda dos juros deve afetar muito um outro mercado que, por enquanto, parece ter sido esquecido pelos investidores: os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs).

Olha só como o IFIX, índice que mede o desempenho do setor, ficou muito para trás do Ibovespa nas últimas semanas.
Mas não é só isso que está chamando a atenção neste mercado: depois de analisar o rendimento dos fundos imobiliários nos últimos cinco anos, o Caio Araujo, nosso especialista nessa classe de ativos, observou que a vantagem (spread) dos rendimentos dos FIIs sobre os rendimentos oferecidos pela NTN-b 2035 está no maior patamar dos últimos seis anos para quem investir neste momento.

Isso significa que os FIIs estão muito baratos, só que essa janela deveria começar a se fechar assim que o mercado começar a acreditar no fim do ciclo de alta da Selic. O problema é que você já sabe que esperar por essa confirmação vai te fazer perder boa parte do movimento de valorização — como já vimos, o mercado sempre antecipa.
O Caio sabe muito bem disso, e por isso resolveu elaborar uma publicação especial com os três fundos imobiliários que você deveria comprar agora mesmo para poder se antecipar à retomada do mercado imobiliário.
Com um rendimento anualizado de mais de 8%, eu gosto do Vinci Logística (VILG11), do segmento de galpões logísticos, que têm se aproveitado da forte demanda das varejistas no processo de melhoria nos prazos de entrega.
Mas o Caio é que é o especialista, e ele conseguiu encontrar três fundos ainda melhores, com preços mais interessantes e que pagam rendimentos elevados e isentos de imposto de renda. Você pode ver aqui essas três indicações especiais do Renda Imobiliária.
Um grande abraço e até a semana que vem!
Ruy
Dividendos em 2026, empresas encrencadas e agenda da semana: veja tudo que mexe com seu bolso hoje
O Seu Dinheiro traz um levantamento do enorme volume de dividendos pagos pelas empresas neste ano e diz o que esperar para os proventos em 2026
Como enterrar um projeto: você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?
Talvez você ou sua empresa já tenham sua lista de metas para 2026. Mas você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?
Flávio Day: veja dicas para proteger seu patrimônio com contratos de opções e escolhas de boas ações
Veja como proteger seu patrimônio com contratos de opções e com escolhas de boas empresas
Flávio Day nos lembra a importância de ter proteção e investir em boas empresas
O evento mostra que ainda não chegou a hora de colocar qualquer ação na carteira. Por enquanto, vamos apenas com aquelas empresas boas, segundo a definição de André Esteves: que vão bem em qualquer cenário
A busca pelo rendimento alto sem risco, os juros no Brasil, e o que mais move os mercados hoje
A janela para buscar retornos de 1% ao mês na renda fixa está acabando; mercado vai reagir à manutenção da Selic e à falta de indicações do Copom sobre cortes futuros de juros
Rodolfo Amstalden: E olha que ele nem estava lá, imagina se estivesse…
Entre choques externos e incertezas eleitorais, o pregão de 5 de dezembro revelou que os preços já carregavam mais política do que os investidores admitiam — e que a Bolsa pode reagir tanto a fatores invisíveis quanto a surpresas ainda por vir
A mensagem do Copom para a Selic, juros nos EUA, eleições no Brasil e o que mexe com seu bolso hoje
Investidores e analistas vão avaliar cada vírgula do comunicado do Banco Central para buscar pistas sobre o caminho da taxa básica de juros no ano que vem
Os testes da família Bolsonaro, o sonho de consumo do Magalu (MGLU3), e o que move a bolsa hoje
Veja por que a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à presidência derrubou os mercados; Magazine Luiza inaugura megaloja para turbinar suas receitas
O suposto balão de ensaio do clã Bolsonaro que furou o mercado: como fica o cenário eleitoral agora?
Ainda que o processo eleitoral esteja longe de qualquer definição, a reação ao anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro deixou claro que o caminho até 2026 tende a ser marcado por tensão e volatilidade
Felipe Miranda: Os últimos passos de um homem — ou, compre na fraqueza
A reação do mercado à possível candidatura de Flávio Bolsonaro reacende memórias do Joesley Day, mas há oportunidade
Bolha nas ações de IA, app da B3, e definições de juros: veja o que você precisa saber para investir hoje
Veja o que especialista de gestora com mais de US$ 1,5 trilhão em ativos diz sobre a alta das ações de tecnologia e qual é o impacto para o mercado brasileiro. Acompanhe também a agenda da semana
É o fim da pirâmide corporativa? Como a IA muda a base do trabalho, ameaça os cargos de entrada e reescreve a carreira
As ofertas de emprego para posições de entrada tiveram fortes quedas desde 2024 em razão da adoção da IA. Como os novos trabalhadores vão aprender?
As dicas para quem quer receber dividendos de Natal, e por que Gerdau (GGBR4) e Direcional (DIRR3) são boas apostas
O que o investidor deve olhar antes de investir em uma empresa de olho dos proventos, segundo o colunista do Seu Dinheiro
Tsunami de dividendos extraordinários: como a taxação abre uma janela rara para os amantes de proventos
Ainda que a antecipação seja muito vantajosa em algumas circunstâncias, é preciso analisar caso a caso e não se animar com qualquer anúncio de dividendo extraordinário
Quais são os FIIs campeões de dezembro, divulgação do PIB e da balança comercial e o que mais o mercado espera para hoje
Sete FIIs disputam a liderança no mês de dezembro; veja o que mais você precisa saber hoje antes de investir
Copel (CPLE3) é a ação do mês, Ibovespa bate novo recorde, e o que mais movimenta os mercados hoje
Empresa de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, a Copel é a favorita para investir em dezembro. Veja o que mais você precisa saber sobre os mercados hoje
Mais empresas no nó do Master e Vorcaro, a escolha do Fed e o que move as bolsas hoje
Titan Capital surge como peça-chave no emaranhado de negócios de Daniel Vorcaro, envolvendo mais de 30 empresas; qual o risco da perda da independência do Fed, e o que mais o investidor precisa saber hoje
A sucessão no Fed: o risco silencioso por trás da queda dos juros
A simples possibilidade de mudança no comando do BC dos EUA já começou a mexer na curva de juros, refletindo a percepção de que o “jogo” da política monetária em 2026 será bem diferente do atual
Tony Volpon: Bolhas não acabam assim
Wall Street vivencia hoje uma bolha especulativa no mercado de ações? Entenda o que está acontecendo nas bolsas norte-americanas, e o que a inteligência artificial tem a ver com isso
As lições da Black Friday para o universo dos fundos imobiliários e uma indicação de FII que realmente vale a pena agora
Descontos na bolsa, retorno com dividendos elevados, movimentos de consolidação: que tipo de investimento realmente compensa na Black Friday dos FIIs?