Aprender com a experiência é difícil no mercado financeiro; entenda como a sorte e a sabedoria podem te ajudar a investir
A sorte é a chance de enriquecer quando o mercado sobe; a sabedoria é a chance de enriquecer quando o mercado cai

"We rise, we fall.
Guy Davenport
We may rise by falling.
Defeat shapes us.
Our only wisdom is tragic,
known too late,
and only to the lost."
Eu quis testar a noção geral de que sabedoria é algo que só vislumbramos através da intimidade.
Na época, eu era jovem.
Apresentei-me ao lúdico desafio de tentar identificar pessoas sábias à distância, superficialmente.
Busca por sábios
No pátio do colégio, nas filas de cinema, na piscina de domingo do clube, eu olhava ao redor em busca dos mínimos múltiplos comuns à sabedoria.
Por força da repetição, gosto de pensar que cheguei perto de algumas conclusões não espúrias.
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Ao contrário do que eu imaginava antes de iniciar esse exercício impossível, o semblante sábio não é um semblante feliz. Não predomina a paz.
Acúmulo de idade e sabedoria
Estatisticamente, a sabedoria vem acompanhada de um cenho carregado por rugas, manchas na pele, o olho esquerdo um pouco mais fechado que o direito (ou vice-versa).
Com o acúmulo da idade necessária à sabedoria, os indivíduos sábios tornam-se colecionadores de derrotas, e isso transparece em seus físicos cansados.
Como diz Davenport, a sabedoria decorre única e exclusivamente das ocorrências trágicas e tardias. Só pode ser sábio aquele que erra, que sente o peso do erro, que se perde completamente e, ainda assim, encontra seus restos e sobrevive dos restos.
Isso nada tem a ver com a impressão amadora de que é possível aprender com a experiência.
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Experiência e investimentos
Aprender com a experiência custa caro ao investidor.
A experiência não se oferece como aprendizado, pois foge ao utilitarismo assim como o indivíduo sagaz foge da pobreza de espírito.
"Aprendi, pode acreditar. Nunca mais erro dessa maneira" — diz o financista, agora seguro de si, duas vezes mais sujeito ao erro.
Sim, todos nós vamos cometer exatamente os mesmos equívocos, over and over again. Mas não se preocupe: vamos cometer outros erros também, novos, para evitar o tédio.
Escolher a sorte
Essas pessoas da sala de jantar, sempre ocupadíssimas, não têm escolha a não ser nascer e morrer de tédio.
O erro é, portanto, a moeda que se cobra daqueles que chegaram até aqui devido à vontade de fazer escolhas.
Entre a sorte e a sabedoria, eu escolheria mil vezes a sorte.
A sorte é a chance de enriquecer quando o mercado sobe.
A sabedoria é a chance de enriquecer quando o mercado cai.
Pena que não deu sorte, até o momento. Uma hora ela vem.
Quanto à sabedoria, sou aquele mesmo jovem, da época em que eu era jovem, olhando superficialmente ao redor.
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