Como “falar mal” da empresa onde você trabalha em uma entrevista de emprego
Não precisamos mentir, mas direcionar o foco da entrevista de emprego para o que realmente queremos como próximo passo na nossa carreira; saiba como
Muita gente me procura para saber qual a melhor forma de tratar alguns temas tabus durante uma entrevista de emprego. Selecionei algumas para abordar aqui na coluna de hoje.
Mas antes de partir para essa lista que selecionei, é importante ressaltar que um recrutador experiente já sabe que todas as empresas têm luzes e sombras.
E, por isso, também sabe que o candidato diante dele deve ter juízos de valor bons e ruins sobre a empresa atual.
O grande pulo do gato é como o candidato traz na entrevista esses aspectos de maneira respeitosa e consistente em relação ao contexto em que ele está.
Não precisamos mentir, mas direcionar o foco da conversa para o que realmente queremos como próximo passo na nossa carreira.
Introdução feita, vamos a quatro temas comumente questionados pelas pessoas nas minhas vivências de mundo corporativo.
Leia Também
1. “Veras, eu quero trocar de emprego porque acho que ganho muito mal.”
Remuneração é obviamente importante, mas focar demais nesse tópico durante a entrevista pode dar a impressão de que o único direcionador que importa na sua carreira é o dinheiro.
No fundo, os recrutadores querem ir além e entender os demais motivadores que te fazem querer aquela vaga e empresa.
Minha recomendação nesse caso é que você aborde os motivos que evidenciem as suas principais entregas, destaque os projetos que você superou expectativas e fale sobre os demais elementos que tornam o seu perfil único.
Essa abordagem traz informações para o recrutador, para que ele consiga avaliar o seu nível de senioridade.
Ou seja, coloque os elementos que fundamentam a sua pretensão salarial dentro da história que você vai contar.
“Mas, Veras, eu não posso falar objetivamente quanto quero ganhar?” Claro, e deve. Mas navegue na entrevista sem pressa, respondendo às perguntas de forma ampliada, sempre abordando o que é importante que o recrutador saiba sobre você.
A pergunta sobre pretensão costuma vir ao final da entrevista, e aí será mais fácil trazer seu desejo, porque os fundamentos já terão sido contados previamente.
2. “Como eu trato que quero sair de um lugar tóxico, com uma liderança péssima?”
Bem, essa avaliação já revela alguns filtros que são importantes para você sobre ambiente de trabalho e estilo de liderança.
Evite trazer o seu julgamento já no início da sua fala, sem antes contextualizar. O que é tóxico para você pode não ser na régua do recrutador, concorda? Portanto, foque sobre o ambiente e liderança ideias.
Por exemplo, se você tem um líder que faz microgestão e é muito controlador, você não precisa abordar sob a ótica de como o percebe, mas mudar o foco para o estilo de gestão que seria ideal para você. Nesse caso, poderia ser algo como “eu valorizo demais lideranças que dão autonomia e acompanham o trabalho de forma estratégica.”
Além de falar da gestão, tente trazer na conversa o contexto maior em que você está inserido. Fale sobre a cultura, a estratégia e a forma como as coisas são gerenciadas na empresa como um todo.
Isso mostra sua capacidade de analisar sistemicamente a organização, colocando a liderança dentro de uma visão sua mais ampliada.
3. “Como eu abordo o fato de que já não acredito mais na empresa atual e na estratégia que eles traçaram?”
Primeiramente, evite trazer informações e dados confidenciais sobre a empresa que você está atualmente.
Além de não ser uma postura ética com a organização onde você está, o recrutador ou gestor contratante da vaga poderiam pensar que você poderá reproduzir a mesma postura no futuro em novas entrevistas de trabalho.
E estou destacando esse ponto, porque vejo muitos candidatos na ânsia de explicar em detalhes o contexto em que estão e, nesse movimento, se perdem em dar mais informação que o necessário.
Um jeito de trazer esse ponto de insatisfação com o rumo ou estratégia da empresa atual é falar sobre a indústria e o segmento no qual você gostaria de trabalhar. Mais uma vez, é inverter a lógica de falar sobre algo ruim e mirar no mundo do trabalho ideal para você.
Por exemplo: imagine que você atua em uma empresa que não é líder de mercado em seu segmento e você está em um processo seletivo para uma corporação que é.
Diga que você enxerga o potencial disso e que gostaria de estar em um ambiente que domina boa parte do mercado, e que você acredita que esse fator provavelmente irá se refletir em um espaço de muito desenvolvimento para você.
Além disso, investigue e aprofunde com o recrutador sobre a estratégia e planos de futuro para a empresa a qual está aplicando. É fundamental que você esteja alinhado com o que está por vir e se isso se conecta aos seus desejos de carreira.
4. “Quero desafios novos e não aguento mais o que eu faço. Como falar a respeito na entrevista?”
Esteja preparado para ser chamado para posições que você já tem experiência. Afinal, recrutadores naturalmente vão em busca por profissionais com competências já comprovadas em uma determinada área.
Isso vale como regra geral, mas obviamente há outras variáveis que envolvem o candidato ideal para uma posição.
Mas por que comecei falando sobre estar preparado para o recrutamento de posições similares às que você ocupa? Para que você não feche portas às oportunidades que podem estar associadas à posição em questão.
Ou seja, quando um recrutador entra em contato para falar sobre uma vaga muito similar a sua, explore mais sobre o contexto, plano estratégico e expectativa de crescimento.
Às vezes, esse entorno pode ser mais promissor do que o atual, e aí se desenha uma porta de entrada interessante.
O cansaço e desânimo extremo com o emprego atual podem te levar a um deslize durante a entrevista. Fique atento sobre a sua própria fala.
De novo — não me chamem de prolixo, é por uma boa causa —, foque sobre o escopo ideal e sobre quais responsabilidades você gostaria de assumir.
Perceba que, mais uma vez, você deveria dar ênfase na entrevista sobre o que você quer como desafio de carreira – é uma conversa de se abrir às possibilidades e não de trazer queixas sobre o trabalho atual.
Embora eu tenha feito uma seleção enxuta com apenas quatro tabus que rodeiam as dúvidas sobre os processos seletivos, sabemos que esta é uma lista bem mais extensa.
E, por isso, queria fazer um convite para que você escreva para nós com mais sugestões e perguntas que poderíamos abordar aqui no Seu Dinheiro.
Até a próxima!
Crônica de uma tragédia anunciada: a recuperação judicial da Ambipar, a briga dos bancos pelo seu dinheiro e o que mexe com o mercado hoje
Empresa de gestão ambiental finalmente entra com pedido de reestruturação. Na reportagem especial de hoje, a estratégia dos bancões para atrair os clientes de alta renda
Entre o populismo e o colapso fiscal: Brasília segue improvisando com o dinheiro que não tem
O governo avança na implementação de programas com apelo eleitoral, reforçando a percepção de que o foco da política econômica começa a se deslocar para o calendário de 2026
Felipe Miranda: Um portfólio para qualquer clima ideológico
Em tempos de guerra, os generais não apenas são os últimos a morrer, mas saem condecorados e com mais estrelas estampadas no peito. A boa notícia é que a correção de outubro nos permite comprar alguns deles a preços bastante convidativos.
A temporada de balanços já começa quente: confira o calendário completo e tudo que mexe com os mercados hoje
Liberamos o cronograma completo dos balanços do terceiro trimestre, que começam a ser divulgados nesta semana
CNH sem autoescola, CDBs do Banco Master e loteria +Milionária: confira as mais lidas do Seu Dinheiro na semana
Matérias sobre o fechamento de capital da Gol e a opinião do ex-BC Arminio Fraga sobre os investimentos isentos de IR também integram a lista das mais lidas
Como nasceu a ideia de R$ 60 milhões que mudou a história do Seu Dinheiro — e quais as próximas apostas
Em 2016, quando o Seu Dinheiro ainda nem existia, vi um gráfico em uma palestra que mudou minha carreira e a história do SD
A Eletrobras se livrou de uma… os benefícios da venda da Eletronuclear, os temores de crise de crédito nos EUA e mais
O colunista Ruy Hungria está otimista com Eletrobras; mercados internacionais operam no vermelho após fraudes reveladas por bancos regionais dos EUA. Veja o que mexe com seu bolso hoje
Venda da Eletronuclear é motivo de alegria — e mais dividendos — para os acionistas da Eletrobras (ELET6)
Em um único movimento a companhia liberou bilhões para investir em outros segmentos que têm se mostrado bem mais rentáveis e menos problemáticos, além de melhorar o potencial de pagamento de dividendos neste e nos próximos anos
Projeto aprovado na Câmara permite divórcio após a morte de um dos cônjuges, com mudança na divisão da herança
Processos iniciados antes do falecimento poderão ter prosseguimento a pedido dos herdeiros, deixando cônjuge sobrevivente de fora da herança
A solidez de um tiozão de Olympikus: a estratégia vencedora da Vulcabras (VULC3) e o que mexe com os mercados hoje
Conversamos com o CFO da Vulcabras, dona das marcas Olympikus e Mizuno, que se tornou uma queridinha entre analistas e gestores e paga dividendos mensais
Rodolfo Amstalden: O que o Nobel nos ensina sobre decisões de capex?
Bebendo do alicerce teórico de Mokyr, Philippe Aghion e Peter Howitt se destacaram por estudar o papel das inovações tecnológicas nas economias modernas
A fome de aquisições de um FII que superou a crise da Americanas e tudo que mexe com o seu bolso nesta quarta (15)
A história e a estratégia de expansão do GGRC11, prestes a se tornar um dos cinco maiores FIIs da bolsa, são os destaques do dia; nos mercados, atenção para a guerra comercial, o Livro Bege e balanços nos EUA
Um atalho para a bolsa: os riscos dos IPOs reversos, da imprevisibilidade de Trump e do que mexe com o seu bolso hoje
Reportagem especial explora o caminho encontrado por algumas empresas para chegarem à bolsa com a janela de IPOs fechada; colunista Matheus Spiess explora o que está em jogo com a nova tarifa à China anunciada por Trump
100% de tarifa, 0% de previsibilidade: Trump reacende risco global com novo round da guerra comercial com a China
O republicano voltou a impor tarifas de 100% aos produtos chineses. A decisão foi uma resposta direta ao endurecimento da postura de Pequim
Felipe Miranda: Perdidos no espaço-tempo
Toda a Ordem Mundial dos últimos anos dá lugar a uma nova orientação, ao menos, por enquanto, marcada pela Desordem
Abuse, use e invista: C&A queridinha dos analistas e Trump de volta ao morde-assopra com a China; o que mexe com o mercado hoje?
Reportagem especial do Seu Dinheiro aborda disparada da varejista na bolsa. Confira ainda a agenda da semana e a mais nova guerra tarifária do presidente norte-americano
ThIAgo e eu: uma conversa sobre IA, autenticidade e o futuro do trabalho
Uma colab entre mim e a inteligência artificial para refletir sobre três temas quentes de carreira — coffee badging, micro-shifting e as demissões por falta de produtividade no home office
A pequena notável que nos conecta, e o que mexe com os mercados nesta sexta-feira (10)
No Brasil, investidores avaliam embate após a queda da MP 1.303 e anúncio de novos recursos para a construção civil; nos EUA, todos de olho nos índices de inflação
Esta ação subiu mais de 50% em menos de um mês – e tem espaço para ir bem mais longe
Por que a aquisição da Desktop (DESK3) pela Claro faz sentido para a compradora e até onde pode ir a Microcap
Menos leão no IR e mais peru no Natal, e o que mexe com os mercados nesta quinta-feira (9)
No cenário local, investidores aguardam inflação de setembro e repercutem derrota do governo no Congresso; nos EUA, foco no discurso de Powell