Deflação é boa para quem? Não para o Inter. Queda de preços motiva JP Morgan a cortar preço-alvo do BDR INBR32
Banco americano cortou estimativa para resultados do Inter de lucro para prejuízo, em razão de grande exposição do banco digital a índices de inflação
Se está tudo caro no Brasil, uma queda de preços até que vai bem, certo? Depende. As recentes baixas no IPCA trazem um mais que bem-vindo alívio à inflação brasileira, mas podem não ser tão benéficas para certas empresas, como é o caso do banco Inter (INBR32).
Segundo o JP Morgan, a deflação brasileira pode machucar os resultados do Inter no terceiro trimestre, uma vez que o banco digital tem uma grande exposição a índices inflacionários, tanto nos seus investimentos em renda fixa quanto na concessão de crédito.
Por essa razão, os analistas reduziram um pouco o preço-alvo dos BDRs INBR32 para dezembro de 2023, de R$ 44 para R$ 41. Ainda assim, trata-se de um potencial de valorização de cerca de 116% em relação ao fechamento de ontem. O JP mantém recomendação overweight (equivalente a compra) para os recibos de ações do Inter. Nesta quarta (28), porém, os papéis recuam por volta de 5%. Acompanhe a nossa cobertura completa de mercados.
Aplicações e carteira de crédito com grande exposição ao IPCA
Para os analistas do JP Morgan, a deflação projetada para o terceiro trimestre - uma queda de 1,4% no IPCA - deve impactar negativamente os resultados do Inter no período, uma vez que 33% dos seus investimentos financeiros e 10% dos seus empréstimos estão atrelados à inflação.
Em relatório publicado nesta quarta-feira (28), o banco americano lembra que, no segundo trimestre, o Inter tinha uma carteira de aplicações no valor de R$ 12,7 bilhões.
Deste valor, os analistas do JP estimam que R$ 4,3 bilhões sejam títulos públicos do Tesouro Nacional ou outros ativos de renda fixa indexados à inflação, que devem sofrer um impacto negativo de R$ 150 milhões com a deflação esperada.
Leia Também
Já na frente dos empréstimos e financiamentos, o impacto negativo da deflação deve ficar em torno de R$ 70 milhões, estima o JP Morgan.
O banco lembra que, em 2021, o Inter tinha uma carteira de R$ 1,7 bilhão em empréstimos e financiamentos concedidos cujo indexador era um índice de inflação, sendo R$ 1,45 bilhão atrelados ao IPCA e o restante ao IGP-M.
"Se o ritmo de crescimento tiver se mantido, a exposição atual pode estar em torno de R$ 1,85 bilhão, o que representa cerca de 10% dos empréstimos do Inter, bem acima da média da indústria, de 1,5%", estimam os analistas, destacando que o Inter é o terceiro maior player na concessão desse tipo de crédito, atrás apenas da Caixa e do BNDES.
De lucro para prejuízo no terceiro trimestre
Assim, o banco americano revisou para baixo as estimativas para o resultado líquido do Inter no terceiro tri, de lucro líquido de R$ 55 milhões para um prejuízo líquido de R$ 30 milhões.
Além disso, os analistas esperam que a margem financeira do banco digital recue 10% em relação ao segundo trimestre. As projeções para 2023, no entanto, não foram alteradas.
"Nós mantemos nossa recomendação de compra, apesar de estarmos desapontados com mais um potencial atraso na monetização. Em teoria, a inflação mais baixa deveria ser positiva para nomes de crescimento, mas este pode não ser o caso, dado o ALM [asset liability management, o gerenciamento de ativos e passivos da empresa]", diz relatório do JP.
Mas nem tudo são más notícias para o Inter (INBR32)
O JP Morgan destaca, no entanto, que nem tudo são más notícias para os resultados do Inter. Os analistas acreditam que a Selic mais alta (média de 13,5% no terceiro trimestre, ante uma média de 12,5% no segundo trimestre) e a reprecificação dos cartões de crédito podem gerar um ganho de R$ 100 milhões para o Inter no período, o que reduziria um pouco a pressão da deflação sobre os resultados.
Maiores quedas e altas do Ibovespa na semana: com cenário eleitoral e Copom ‘jogando contra’, índice caiu 1,4%; confira os destaques
Com Copom firme e incertezas políticas no horizonte, investidores reduziram risco e pressionaram o Ibovespa; Brava (BRAV3) é maior alta, enquanto Direcional (DIRR3) lidera perdas
Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking
Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel
De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar
“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237
Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)
‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus
CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.
Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem
Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México
O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”
A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação
2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque
As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%
Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano
Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque
Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição
