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Camille Lima

Camille Lima

Repórter de empresas no Seu Dinheiro. Formada em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Já passou pela redação do TradeMap.

ROTA DO BILHÃO

A mulher mais rica do Brasil: Como Lucia Maggi, fundadora do Grupo Amaggi, acumulou uma fortuna de quase US$ 7 bilhões?

A matriarca de uma das maiores exportadoras de soja do mundo é a sétima pessoa mais rica do Brasil e ultrapassa a dona do Magalu no ranking da Forbes

Camille Lima
Camille Lima
1 de maio de 2022
8:15 - atualizado às 9:33
Lucia Maggi, fundadora do grupo Amaggi
Lucia Maggi, fundadora do grupo Amaggi - Imagem: Divulgação/Montagem Brenda Silva

Agro é tech, agro é pop, agro é… bilionário. O Brasil conta com oito mulheres bilionárias, mas só uma delas ocupa o posto de mulher mais rica do país: Lucia Maggi. A fundadora do Grupo Amaggi, uma das maiores empresas produtoras de soja do Brasil, possui a 7ª maior fortuna do país, segundo o ranking da Forbes.

De acordo com a lista, a magnata ultrapassou até mesmo a dona do Magazine Luiza. Com a queda das ações da varejista, Luiza Trajano ocupa agora o 26º lugar entre os maiores bilionários do Brasil e o 5º entre as brasileiras mais ricas, com um patrimônio líquido de US$ 1,4 bilhão (R$ 6,5 bilhões).

Mas acumular um patrimônio de US$ 6,9 bilhões (R$ 32 bilhões) como a empresária Maggi fez não é uma tarefa fácil, e muito menos acontece da noite para o dia.

Quer saber como uma jovem do interior do Rio Grande do Sul criou um império no agronegócio? Então me acompanhe no nosso especial da Rota do Bilhão.

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Lucia Maggi: Do interior aos holofotes da Forbes

A história de Lucia Borges Maggi começa em Lajeadinho, um bairro da cidade de Três Cachoeiras, no Rio Grande do Sul, em 1933. 

A fundadora do Grupo Amaggi tinha uma vida simples, onde dividia seu dia entre estudar pelas manhãs e trabalhar durante a tarde, lavando roupa da família, alimentando o gado, cortando cana, recolhendo ovos das galinhas e tirando leite das vacas.

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Na época, quem se formava no quinto ano poderia se tornar professor e começar a dar aulas. Porém, Lucia reprovou não só uma, como duas vezes — a primeira vez por uma birra da professora e a outra porque a jovem perdeu o exame final (e a vontade de fazê-lo) após passar por uma cirurgia.

Mas foi na pequena cidade, em 1945, que Lucia conheceu André, o sobrinho de seu cunhado, que futuramente viria a se tornar seu marido e parceiro na criação da Amaggi.

Uma nova vida para Lucia e André Maggi no Paraná

Quando Lucia e André Maggi se casaram, em 1952, a situação financeira do casal era precária. Eles se mudaram para o Paraná, em São Miguel do Iguaçu, onde criaram os cinco filhos e, 23 anos depois, fundaram a própria empresa. 

Lá, André se estabeleceu e, em 1961, criou o primeiro negócio da família, uma serraria chamada de Fazenda São Vicente, onde também plantava feijão e começou com a pecuária. Com o lucro do feijão e do gado, o gaúcho juntava o dinheiro e comprava mais pedaços de terra.

O negócio do produtor rural foi evoluindo, incluindo o comércio de grãos por outras cidades, contratando mais e mais funcionários. 

Em 1977, criou-se a Sementes Maggi, considerado o verdadeiro início do que hoje é o notório Grupo Amaggi no agronegócio brasileiro.

Sementes Maggi no Mato Grosso

Dois anos depois, a família expandiu as compras de terra para o Mato Grosso, com a as primeiras aquisições no município de Itiquira. André chamou o feito de uma “rentável descoberta”.

Em 1984, a sede da Sementes Maggi passou para Rondonópolis (MT), e lá se tornou o símbolo do cultivo de sementes de soja — grão no qual o Amaggi é um dos maiores exportadores do mundo atualmente.

Conquistado o Sul do Estado, o foco da família Maggi foi investir no Noroeste, onde não existia qualquer infraestrutura, e tornar Sapezal, uma cidade da região, um município central e importante. 

Foi aí que criou-se a Agropecuária Maggi, uma empresa feita para adquirir uma fazenda do município de Sapezal.

Em 1992, André construiu uma usina hidrelétrica na cidade, a Pequena Central Hidrelétrica (PCH) batizada de Santa Lucia.

Cinco anos depois, criou-se a Fundação André Maggi (que hoje é chamada de Fundação André e Lucia Maggi), com o intuito de inaugurar um hospital em Sapezal.

Lucia se torna a principal acionista do Grupo Amaggi

Em 2001, o patriarca da família Maggi faleceu. Com a morte de André, Lucia assumiu a posição de principal acionista do Grupo Amaggi. Já seu filho Blairo se tornou o presidente e principal executivo da empresa.

Apenas três anos depois, a viúva descobriu que tinha câncer, e, em 2005, iniciou a quimioterapia — tudo isso cuidando dos negócios da família.

Desde então, o Grupo Amaggi diversificou a produção, passando a incluir, além do plantio, o processamento de grãos, comércio de insumos agrícolas e geração de energia elétrica.

Em 2009, o Grupo Amaggi mudou novamente a sede da companhia, desta vez para a cidade de Cuiabá. Os motivos foram a expansão da empresa, tanto física quanto logística e estratégica.

A princípio, foram transferidas para a nova sede as áreas de produção e engenharia corporativa e os departamentos de Meio Ambiente, Segurança do Trabalho e Suprimentos.

Em 2008, a companhia inaugurou o primeiro escritório comercial no exterior, na Holanda, e expandiu o seu processo de internacionalização três anos depois, com a chegada do Amaggi na Argentina, onde deu início às atividades de trading da empresa.

O sobrenome Maggi na política

Além de ser referência no agronegócio hoje, o sobrenome Maggi ficou ainda mais famoso pela presença na política brasileira.

O terceiro filho de André e Lucia, Blairo Maggi, foi tão influente na trajetória da empresa Amaggi que o reconhecimento no agronegócio o apelidou de “rei da soja". 

Segundo a Forbes, ele ainda é considerado uma das pessoas mais influentes do mundo agro. 

Porém, em 2002, a política entrou novamente no caminho da família Maggi, e Blairo decidiu concorrer para governador do Mato Grosso. 

O filho de Lucia governou por dois mandatos: primeiro, ele venceu a eleição de 2002, depois a reeleição de 2006. 

Em 2016, ele se tornou senador e foi escolhido como ministro da Agricultura no governo Michel Temer, depois do impeachment de Dilma Rousseff.

O Grupo Amaggi hoje

Hoje, a empresa atua em quatro principais áreas de negócio: agronegócio, commodities, logística e energia.

O segmento Amaggi Agro contempla a produção agrícola de soja, milho e algodão. Já na Amaggi Commodities, o foco é a compra, venda e o beneficiamento dos grãos de soja e milho, além da importação e comercialização de insumos agrícolas.

Para realizar o escoamento de grãos tanto no cenário doméstico quanto no exterior, a companhia criou a Amaggi Logística e Operações, com operações portuárias, fluviais, rodoviárias e ferroviárias.  

No setor de energia, a Amaggi Energia conta com cinco Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), com potência instalada de aproximadamente 70 mega-watts. 

Atualmente, as operações do Amaggi estão presentes no Brasil, Holanda, Argentina, Paraguai, Suíça, Noruega e China.

De acordo com a Forbes, o Grupo Amaggi hoje ocupa o 13º lugar na lista das 100 maiores empresas do agronegócio no Brasil, com uma receita de R$ 23,51 bilhões. 

Atualmente, Lucia Maggi possui cargo de membro consultivo no Conselho de Administração da companhia.

“Daqui, só vou pra frente. Voltar, jamais”

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