Sem a presença da Oi (OIBR3), como esperado, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informou que 15 grupos apresentaram propostas para participar do leilão da internet móvel de quinta geração (5G).
Isso quer dizer, mesmo sem a Oi, as gigantes Vivo, TIM e Claro devem ter concorrência. A abertura dos envelopes com as ofertas será em 4 de novembro. Por ora, ainda não foram tornados públicos quais os ativos visados por cada um dos grupos nem o valor dos lances.
Nos próximos dias, a agência reguladora vai verificar se os proponentes estão devidamente habilitados a participar do certame, ou seja, se apresentaram todas as garantias financeiras e documentos exigidos pelo edital.
A faixa de 3,5 Ghz - a mais visada para o 5G - oferecerá quatro lotes nacionais no leilão. Isso porque o certame foi desenhado numa época em que as quatro grandes teles atuavam no ramo. Mas, com a saída da Oi do setor móvel, sobrará um lote nacional à disposição de quem quiser se aventurar nesse mercado.
Por outro lado, há um desafio grande para novos entrantes. "Esse é um mercado altamente dominado. Para competir será necessário tirar cliente dos concorrentes, o que não é simples", pondera o consultor e ex-presidente da Anatel, Juarez Quadros.
"Um novo entrante vai ter que tomar cliente dos outros para se viabilizar financeiramente. E o edital é rigoroso em exigir que se comprove a instalação da infraestrutura", acrescenta Quadros, referindo-se ao risco elevado de se investir sem ter um retorno à altura.
O que está em disputa
Este será o maior leilão já realizado pela Anatel, podendo movimentar R$ 49,7 bilhões. Desse total, R$ 10,6 bilhões são outorgas pelas faixas e R$ 39,1 bilhões, compromissos de investimentos na implementação das redes. As faixas leiloadas - 700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHZ - servirão tanto para ativar o 5G quanto para ampliar o 4G.
O governo calcula que o 5G vai gerar US$ 1,2 trilhão em investimentos nos próximos 20 anos.
A nova tecnologia promete velocidades até 20 vezes superiores às atuais, além de um tempo de resposta (latência) baixíssimo entre os dispositivos conectados. Isso vai permitir o desenvolvimento de novas aplicações, desde carros sem motorista até inovações na indústria, mineração e agricultura, entre outros setores.
Quem está na briga
Além de operadoras regionais como Brisanet, Secomtel e Algar Telecom, foram confirmados também grupos ligados a grandes investidores, como o Pátria Investimentos.
Participam ainda a Mega Net Provedor de Internet e Comércio de Informática Ltda (Iniciativa 5G Brasil, consórcio de 421 provedores), NK 108 Empreendimento e Participações S/A (Highline do Brasil), e Winity II Telecom Ltda (ligado à gestora Pátria Investimentos).
Estão na disputa também Brasil Digital Telecomunicações Ltda, Cloud2u Indústria e Comércio de Equipamentos Eletrônicos Ltda, Consórcio 5G Sul, Fly Link Ltda, Neko Serviços de Comunicações, Entretenimento e Educação Ltda e VDF Tecnologia da Informação Ltda.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Leia também:
- A Oi (OIBR3 e OIBR4) do futuro: cinco pontos para entender a reestruturação da empresa
- Na Oi (OIBR3), as dúvidas vão ficando para trás — e o futuro é feito de fibra ótica e metas ambiciosas
- O bilionário Elon Musk pode investir na internet 5G no Brasil?
- Agora é oficial: Nubank pede registro para IPO duplo nos Estados Unidos e Brasil com oferta de BDRs na B3