Queda da bolsa nas últimas semanas foi exagerada, diz Luis Stuhlberger, gestor do Fundo Verde
Em evento promovido pela XP, o gestor do Fundo Verde, Luis Stuhlberger, se mostrou otimista com a economia brasileira, apesar das tensões

Uma das vozes mais respeitadas do mercado financeiro brasileiro, Luis Stuhlberger vê um exagero no movimento de correção da bolsa ao longo de agosto. Para o gestor do Fundo Verde, o avanço na vacinação contra a Covid-19, a surpresa positiva com os números do PIB em 2021 e a melhora nos dados de arrecadação criam um cenário construtivo para o país, apesar da inflação alta — e a queda intensa no preço das ações não combina com esse pano de fundo.
"Se a gente olhar para o lado puramente econômico, e resolvendo-se a questão dos precatórios, não se justifica o valuation [da bolsa], o selloff foi exagerado", disse Stuhlberger, em evento promovido pela XP. Em sua avaliação, o aumento na aversão ao risco por parte dos investidores se deve, quase que inteiramente, à maior tensão entre o governo Bolsonaro e o STF.
Com a cautela tomando conta dos mercados, o Ibovespa chegou a bater os 116.642,62 pontos na mínima do mês, no dia 18 — na ocasião, o índice acumulava perdas de 4,2% em agosto. Desde então, a bolsa passou por uma ligeira recuperação e, nesta quinta (26), o Ibovespa já aparece novamente na casa dos 119 mil pontos.
O gestor do Fundo Verde avalia que, apesar do encaminhamento tumultuado da questão dos precatórios no Congresso, o tema deve ser resolvido sem grandes turbulências e sem o rompimento do teto de gastos. Caso esse cenário se concretize, resta então a reancoragem das expectativas de inflação.
As incertezas quanto à trajetória fiscal fizeram com que as curvas de juros de longo prazo passassem por um movimento de abertura — os vencimentos mais longos, inclusive, romperam a casa dos 10% ao ano. Com isso, as projeções de preço-justo das ações caíram, dados os maiores descontos nos fluxos de caixa das empresas da bolsa.
Embora a inflação siga avançando, contaminando inclusive o setor de serviços, Stuhlberger ressalta que os juros longos já começam a se estabilizar — e os possíveis impactos da crise energética sobre o PIB exercem um papel nesse fenômeno. De qualquer maneira, com os DIs sob controle, o cenário para a bolsa já fica mais estável.
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Guedes é bom?
Presente no mesmo evento, o gestor de estratégia multimercado e previdência da Verde Asset, Luiz Parreiras, não mediu palavras para se referir ao ministro da Economia, Paulo Guedes — que, inclusive, começava naquele momento a fazer sua apresentação num painel paralelo.
"O ministro, na teoria e no slogan, é bom. Mas é ruim na execução", disse Parreiras, afirmando que Guedes "tem deixado muito a desejar" na negociação política e na gestão do ministério e do processo de reformas econômicas.
As críticas do gestor recaíram especialmente sobre a proposta da reforma Tributária — chamada por ele de 'deforma tributária' — e a PEC dos Precatórios, com a proposta de criação de um fundo de regras excessivamente complexas. "São falhas bem severas de execução".
Fundo Verde e Stuhlberger: quais os melhores ativos
Questionado sobre os melhores ativos para se ter em carteira no momento, Stuhlberger afirmou que o Fundo Verde tem cerca de 30% em ações brasileiras — um nível de alocação que está em linha com a média histórica do fundo. Com a correção recente dos mercados, ele também diz ter elevado a posição em NTN-B 2024 e NTB-B 2028.
Em julho, o Fundo Verde contabilizou perdas de 2,16%, com quase todos os books apresentando desempenho negativo:
- Ações: -0,97%
- Moedas + renda fixa + outros: -1,42%
- CDI: +0,36%
- Custos: -1,12%
- Resultado do fundo: -2,16%
No acumulado de 2021, o Fundo Verde tem alta de 1,28%, ficando atrás do CDI, que apresenta rentabilidade de 1,63% no mesmo período.
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