A Vale registrou uma alta de 14,2% na produção de finos de minério de ferro, totalizando 68,0 milhões de toneladas, segundo relatório de produção do primeiro trimestre de 2021 divulgado nesta segunda-feira (19).
Os volumes de vendas de finos de minério de ferro e pelotas também aumentaram, 11%, chegando a 65,6 milhões de toneladas no terceiro trimestre.
A empresa foi beneficiada pela recuperação da demanda dos mercados globais, preços mais altos do carvão metalúrgico na China e necessidade de produtividade elevada nos altos-fornos. O prêmio de minério de ferro foi US$ 8,30 por tonelada no período.
Maior produtora mundial de minério de ferro e pelotas, matérias-primas essenciais para a fabricação de aço, a Vale foi desde o início da pandemia apontada como uma opção "defensiva" para investidores na bolsa.
A companhia se beneficiaria de uma recuperação do continente asiático, enquanto empresas mais expostas ao Ocidente, em diferentes setores, ainda teriam dificuldade para retomar a demanda pré-crise.
No ano passado, a Vale registrou US$ 4,9 bilhões de lucro, ante um prejuízo de US$ 1,7 bilhão em 2019. Nos últimos 12 meses, as ações da empresa subiram 160%.
Retomada
O aumento da produção de finos de minério na base anual é atribuído à retomada gradual das operações nos complexos Timbopeba, Fábrica e Vargem Grande, disse a Vale.
O resultado também seria reflexo da operação em Serra Norte, menor volume de chuvas em janeiro, aumento das compras de terceiros e reinício das operações em Serra Leste.
Em relação ao quatro trimestre, a empresa registrou queda de 19,5% na produção, atribuindo o desempenho à sazonalidade.
A produção de pelotas da Vale totalizou 6,3 milhões de toneladas no primeiro trimestre, 9,2% menor do que um ano antes, segundo a empresa.
O resultado reflete uma menor disponibilidade de fino do minério de ferro da Vale em Itabira e Brucutu, principalmente. Apesar de um trimestre mais fraco, a empresa espera aumentar gradualmente a produção durante 2021.
A produção de níquel acabado ex-VNC foi de 48,4 kt no 1T21, 6,8% acima do primeiro trimestre e 4,7% abaixo do quarto trimestre.
O aumento na base anual foi resultado de uma operação estável em Onça Puma e do forte desempenho nas refinarias do Atlântico Norte, com Long Harbour atingindo níveis recordes de produção no primeiro trimestre.
Em comparação com o quarto trimestre, a produção diminuiu como resultado da menor produção proveniente de feed de PTVI, devido à manutenção programada na refinaria de Matsusaka.
"A queda foi parcialmente compensada por um sólido desempenho nas operações do Atlântico Norte", disse a empresa.
Cobre e carvão
Ainda de acordo com a Vale, a produção de cobre atingiu 76,5 kt no primeiro trimestre, 19% inferior ao ano anterior. "A redução foi resultado de mudanças nas rotinas de manutenção para aumentar a segurança e melhorar as condições operacionais, o que restringiu a movimentação da mina e impactou o teor de alimentação, em Salobo", disse a companhia.
Manutenção "que levou mais tempo do que o esperado, já que a Covid-19 limitou a capacidade de mobilização de terceiros, nas operações do Sossego" também está entre as influências.
"Esperamos que a produção de cobre se situe próxima ao nível inferior do guidance [projeções] para este ano", disse a companhia. "No entanto, reconhecemos que a situação da Covid-19 pode causar mais atrasos na manutenção programada da planta".
No primeiro trimestre, a Vale Base Metals passou por uma "ampla revisão de segurança dos processos operacionais, resultando em uma revisão completa dos padrões de manutenção, procedimentos, treinamento e supervisão", disse a empresa.
As medidas impactaram a disponibilidade de equipamentos de mineração em todas as operações durante o trimestre. "Esperamos que as melhorias das atividades de manutenção se materializem por todo o negócio na segunda metade de 2021.
O negócio do carvão concluiu suas atividades de manutenção em abril e está progredindo com o comissionamento de equipamentos novos e remodelados, segundo a empresa.