Arezzo compra a BAW, marca queridinha dos influencers, e manda um recado ao varejo de moda
A BAW, marca de sucesso entre jovens e com grande base no Instagram, foi comprada pela Arezzo por R$ 105 mi. Entenda o racional da operação

A Arezzo tem um plano ousado: quer virar uma potência no setor de moda e vestuário, indo muito além dos calçados que lhe deram fama. A ideia é virar uma "casa de marcas" com ampla presença digital — e, sendo assim, a compra da BAW faz todo o sentido do mundo.
Você pode não conhecer a BAW (eu, particularmente, não conhecia). É uma marca voltada ao público jovem, na faixa de 20 a 30 anos, e com um faturamento relativamente modesto: cerca de R$ 40 milhões em vendas no ano passado.
Só que, nem sempre, os números frios dos balanços corporativos contam toda a história. Junto da receita ainda tímida, a BAW traz para a Arezzo uma nada desprezível base de 1,2 milhão de seguidores no Instagram — e um alto nível de engajamento junto aos influencers da rede.
A modelo e atriz Bruna Marquezine veste suas roupas e as mostra para seus mais de 40 milhões de fãs; Rafa Kalimann, ex-participante do BBB com quase 22 milhões de seguidores, faz o mesmo.

A lista é imensa — da atriz Carla Diaz à apresentadora Maísa; do modelo Loïc Koutana à influenciadora digital Gkay — e mostra o apelo da BAW junto à 'geração Z'. Moletons coloridos, peças listradas e roupas sem gênero definido são alguns dos destaques da marca, que diz vender um lifestyle.
Pois esse estilo de vida casa perfeitamente com a Arezzo e sua casa de marcas. O recado é claro: a ponta do lápis não captura todo o valor de uma empresa; há uma qualidade intangível que deve ser levada em conta — e a BAW tem enorme potencial nesse segundo aspecto.
Leia Também
Uma brasileira figura entre as 40 maiores empresas com bitcoin (BTC) no caixa; confira a lista
A estratégia da Arezzo
O plano de expansão da Arezzo começou em 2020 com a compra da Reserva — uma marca de roupas mais despojadas, vendendo desde camisetas até shorts e calçados —, por R$ 715 milhões. Foi o primeiro passo para a construção do seu ecossistema de moda e vestuário.
Em abril desse ano, A Arezzo chegou a oferecer R$ 3,3 bilhões para a Cia Hering, mas teve sua proposta rejeitada — o grupo catarinense acabou comprado pelo Soma, por R$ 5,2 bilhões.
O fracasso nas negociações com a Hering não desanimou a Arezzo e seu fundador, Alexandre Birman, que declarou continuar analisando oportunidades de compra, especialmente entre empresas de pequeno porte — e a operação anunciada nesta manhã se encaixa como uma luva.
Em primeiro lugar, a BAW tem um público-alvo diferente da Reserva: continuamos no mundo do vestuário despojado e casual, mas com um foco num consumidor mais jovem. Em segundo, a marca já tem um posicionamento digital forte, com um sistema de vendas on-line maduro.
E, em terceiro, há um aumento da capilaridade: recentemente, a BAW fechou uma parceria com a C&A para a venda de suas peças — um passo importante para elevar o faturamento da marca.

BAW e os números
Mas deixemos o Instagram de lado por um momento e voltemos ao mundo financeiro. A Arezzo pagou R$ 105 milhões pela BAW, sendo R$ 35 milhões à vista, R$ 50 milhões em ações e R$ 20 milhões daqui cinco anos. Há ainda uma cifra extra de R$ 10 milhões a ser paga caso algumas condições de crescimento da marca sejam atingidas.
As projeções de vendas são animadoras: o faturamento da BAW neste ano deve ficar na casa de R$ 80 milhões — o dobro do visto no ano passado. Ainda assim, estamos falando de uma pequena fração dos R$ 1,6 bilhão de receita líquida da Arezzo em 2020.
Ou seja: a aquisição terá um impacto pequeno em termos financeiros, servindo mais como plataforma estratégica para a Arezzo chegar a um público antes inacessível — um passo que foi elogiado pelo mercado financeiro e que mostra o comprometimento da administração com seu planejamento de longo prazo.
"Por mais que a receita não faça tanta mudança no top-line da Arezzo, vemos a empresa atingindo um mercado endereçável cada vez maior", diz Pedro Serra, gerente de research da Ativa Investimentos, citando que a companhia pagou múltiplos da ordem de 1x a 1,3x a receita bruta — métricas bastante atraentes.
Acreditamos que a marca Arezzo possa ser alavancada bastante em um mundo que a presença e o engajamento nos canais digitais será extremamente importante
Pedro Serra, gerente de research da Ativa Investimentos
O BTG Pactual também segue linha semelhante, destacando que a BAW tem uma importância mais estratégica para o portfólio de marcas. Em comentário enviado a clientes, os analistas do banco ressaltam que a Arezzo é o top pick entre as ações do setor de varejo de moda.

Tenda (TEND3): prévia operacional do segundo trimestre agrada BTG, que reitera construtora como favorita do setor, mas ação abre em queda
De acordo com os analistas do BTG, os resultados operacionais foram positivos e ação está sendo negociada a um preço atrativo; veja os destaques da prévia o segundo trimestre
Mais um acionista da BRF (BRFS3) pede a suspensão da assembleia de votação da fusão com a Marfrig (MRFG3). O que diz a Previ?
A Previ entrou com um agravo de instrumento na Justiça e com um pedido de arbitragem para contestar a relação de troca proposta, segundo jornal
Jeff Bezos vende mais US$ 666 milhões em ações da Amazon (AMZN34); saiba para onde está indo esse dinheiro
Fundador da Amazon já se desfez de quase 3 milhões de papéis só em julho; bilionário planeja vender cerca de 25 milhões de ações até maio de 2026
Ação do Inter (INTR) ainda tem espaço para subir bem, segundo o Citi — mas rentabilidade de 30% em 2027 ainda não convence
O Citi elevou estimativas para lucro e rentabilidade do Inter, além de aumentar o preço-alvo das ações, mas acha que plano 60-30-30 não deve se concretizar por completo
Produção pode salvar o segundo trimestre da Vale (VALE3)? Citi faz as contas e mantém cautela
Para o banco americano, os resultados do 2T25 devem apresentar melhora da produção e potencial alta no minério de ferro, que está sob pressão
BitChat: fundador do Twitter lança app que rivaliza com o WhatsApp e funciona sem internet
Aplicativo criado por Jack Dorsey permite trocar mensagens via Bluetooth ou Wi-Fi local; projeto mira privacidade, descentralização e resistência à censura
JBS (JBSS32) cai mais de 3% na B3 após previsões nada saborosas para o segundo trimestre
Goldman, XP e Itaú BBA cortam projeções e destacam a pressão nos EUA em um trimestre amargo para a gigante das carnes
Itaú BBA eleva projeção para o Ibovespa até o fim de 2025; saiba até onde o índice pode chegar
Banco destaca cenário favorável para ações brasileiras com ciclo de afrouxamento monetário e menor custo de capital
Falta de OPA na Braskem não é o que preocupa o BTG: o principal catalisador da petroquímica está em outro lugar — e não tem nada a ver com Tanure
Embora as questões de governança e mudança de controle não possam ser ignoradas, o verdadeiro motor (ou detrator) é outro; veja o que dizem os analistas
Enquanto Banco do Brasil (BBAS3) sofre o peso do agronegócio, Bradesco (BBDC4) quer aumentar carteira agrícola em até 15% na safra 2025/26
O Bradesco traçou uma meta ousada: aumentar sua carteira agrícola entre 10% e 15% para a safra 2025/2026; veja os detalhes da estratégia
XP cobra na Justiça a Grizzly Research por danos milionários após acusações de esquema de pirâmide
A corretora acusa a Grizzly Research de difamação e afirma que o relatório causou danos de mais de US$ 100 milhões, tanto em perdas financeiras quanto em danos à sua reputação
Fundador da Hypera (HYPE3) estabelece acordo para formar bloco controlador — e blindar a empresa contra a EMS; entenda
Mesmo com a rejeição da oferta pela Hypera em outubro do ano passado, a EMS segue demonstrando interesse pela aquisição da rival
IPO da pressão: Shein faz pedido de abertura de capital em Hong Kong para “colocar na parede” os reguladores do Reino Unido
A gigante do fast fashion busca acelerar sua estreia internacional e contornar impasse com reguladores britânicos sobre riscos ligados à cadeia de suprimentos na China.
Oi (OIBR3) abre brecha para recuperação judicial nos EUA, depois de pedir para encerrar Chapter 15
A empresa avaliou que, dado o avanço do processo de Recuperação Judicial no Brasil, o Chapter 15 não seria mais necessário. Mas isso não significa que os problemas acabaram
IPO de ouro: Aura Minerals (AURA33) quer brilhar em Wall Street com oferta de ações milionária. O que isso significa para os acionistas?
A partir dessa listagem, as ações ordinárias da Aura Minerals passarão a ser negociadas na Nasdaq, sob o ticker AUGO. Entenda a estratégia da mineradora
Tesla (TSLA34) paga o preço pela língua de Elon Musk e perde mais de US$ 60 bilhões em valor de mercado
O tombo acontece após bilionário afirmar no último sábado (5) que criaria um novo partido sob sua tutela: o America Party
Carrefour (CAFR31): saiba quem é o argentino que assumirá o comando da rede no Brasil
Stéphane Maquaire, atual CEO, deixa o cargo após seis anos à frente das operações e do processo de incorporação da empresa pela matriz francesa
Assaí (ASAI3): segundo trimestre deve ser mais fraco, mas estes são os 5 motivos para ainda acreditar na ação
Em relatório, o Itaú BBA revisou para baixo as estimativas para o Assaí. O banco projeta um segundo trimestre mais fraco, mas ainda acredita nas ações — e um dos motivos é a potencial aprovação da venda de medicamentos nos supermercados
Embraer (EMBR3): CEO confirma negociações sigilosas com até dez países interessados no cargueiro militar KC-390; veja o que se sabe até o momento
A Lituânia foi o comprador mais recente, juntando-se a Portugal, Hungria, Áustria e Coreia do Sul na lista de clientes do modelo
Ações do Banco do Brasil (BBAS3) somam R$ 5 bi em posições vendidas e XP projeta menos lucros e dividendos a partir de agora
Analistas da XP sinalizam problemas persistentes na qualidade de crédito do setor agrícola do banco estatal e mantém cautela para os próximos trimestres