🔴 ONDE INVESTIR EM OUTUBRO? MELHORES AÇÕES, FIIS E DIVIDENDOS – CONFIRA AQUI

Preparado para a Super Quarta? O que você precisa saber antes das decisões do Fed e do Copom sobre juros

Um ajuste dos juros, mantendo-os ainda abaixo do neutro (entre 5,5% e 6,5%), seria salutar. Uma alta para além disso, contudo, poderá comprometer a retomada brasileira

15 de junho de 2021
5:33 - atualizado às 13:30
Sede do Banco Central em Brasília | Copom
Sede do Banco Central em Brasília - Imagem: Shutterstock

Logo no início da República de Roma, por volta do ano 280 a.C., quando a expansão de seus territórios ainda se dava pela península itálica, conta-se das derrotas sofridas pelos romanos ao enfrentarem o Rei Pirro, do Épiro e da Macedônia.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A vitória de Pirro, no entanto, foi tão custosa para seu exército e para seu relacionamento com seus comandantes que ele nunca mais conseguiu conquistar nenhum grande triunfo militar — não só isso, como seu território seria no futuro também anexado por Roma.

A esse tipo de vitória se dá o nome de pírrica; isto é, quando o custo é mais do que proporcional ao ganho do êxito — ou com resultado negativo em termos líquidos. Gosto dessa história para tratar do momento atual para a política monetária brasileira.

Nesta semana, teremos o que carinhosamente chamamos de “Super Quarta”, ou quando tanto o Brasil como os EUA apresentam suas decisões de política monetária. Para nós, será o Comitê de Política Monetária (Copom) que indicará o parecer. Já para os americanos, é o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC na sigla em inglês) que sinaliza o resultado.

Ambos os comitês são compostos por membros das respectivas autoridades monetárias de cada país – Banco Central do Brasil (BCB ou Bacen) no nosso caso e Federal Reserve (Fed) no caso deles).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ainda que divulgadas no mesmo dia, o direcionamento de cada uma tenderá a ser bem distinto uma da outra. Nas linhas abaixo, tentarei resumir o horizonte de cada um dos eventos, com suas possíveis implicações.

Leia Também

O caso brasileiro

Ao que tudo indica, teremos mais uma alta de 75 pontos-base na decisão de quarta-feira, levando a taxa básica de juros de curto prazo da economia nacional para o patamar de 4,25% ao ano, frente aos atuais 3,50%. Este movimento, porém, já está mais do que contratado desde o último encontro da autoridade monetária, ficando registrado desde então nos preços.

O que está em jogo aqui é o comunicado que acompanha a decisão.

O que acontece é que desde a última reunião de política monetária, algumas coisas aqueceram as expectativas do mercado. Até o mês de junho, o crescimento econômico do Brasil tem sido bastante positivo em comparação com o consenso de mercado ao final do ano passado.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A maior parte dos economistas, mesmo em 2021, não entendia como viável a recuperação do patamar pré-pandemia antes de 2022. A realidade, porém, foi bem diferente, uma vez que, com o fim do primeiro trimestre, o Brasil se juntou ao grupo de economias que já eliminou a perda deixada pela contração do ano passado.

Fonte: Neo Investimentos

Subestimamos o impacto do boom das commodities que está ocorrendo desde o quarto trimestre do ano passado, fenômeno que promoveu uma disparada das receitas de exportação de matérias-primas, agregando-se ao PIB direta e indiretamente.

Além disso, um aprimoramento das perspectivas políticas, com possibilidade de aprovação das reformas administrativa e tributária, aliviou o contexto no qual estamos inseridos, permitindo sucessivas revisões para cima do crescimento nacional.

Adicionalmente, o país desistiu de restringir a mobilidade de maneira severa para conter a pandemia, antecipando parte da recuperação esperada apenas para a segunda metade do ano.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Hoje, a economia global emite sinais de crescimento superior às expectativas anteriores. A vacinação foi antecipada em um mês no Estado de São Paulo. O PIB brasileiro deve aumentar 5,5% neste ano, talvez 6%. Ninguém esperava isso.

Claro, com maior crescimento, se tem mais inflação. Não à toa o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), nosso indicador oficial de inflação medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acumula mais de 8% nos últimos 12 meses – isso sem falar do Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que já entregou mais de 37% nos últimos 12 meses.

Claro, parte relevante dessa alta, muito em linha com o que se vê nos EUA, tem uma natureza mais temporária do que estrutural. Ainda assim, o problema da inflação inercial preocupa, bem como o de desancoragem dos patamares de preço.

É com insto em mente que temos visto nossa autoridade monetária dar andamento ao processo de normalização dos juros.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Com isso, dúvidas se formam sobre qual comunicado o Bacen deve adotar. Seria uma abordagem mais hawkish (contracionista), em resposta aos indicadores mais fortes entregues nas últimas semanas, ou mais dovish (flexível), levando em consideração que ainda estamos mais de 3% abaixo do patamar de PIB de 2014 e com dois dígitos de desempregados.

Por isso, resgatei a ideia de vitória pírrica no início do texto. Se o Banco Central se preocupar mais em vencer a inflação neste momento, contratando mais elevações da taxa de juros, colocando a Selic em um patamar além do juro neutro (aquele que não acelera e nem acelera a inflação), podemos conter esse crescimento projetado de 5,5% para 2020.

Em outras palavras, faremos um esforço para ancorar os preços a custo de quê?

Isto é um temor ao mercado.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Um ajuste dos juros, mantendo-os ainda abaixo do neutro (entre 5,5% e 6,5%, a depender do modelo que se utiliza), seria salutar. Um ajuste para além disso, contudo, poderá comprometer a retomada brasileira.

O Banco Central se atentará a essa dinâmica para tomar sua decisão. Para ilustrar o que o mercado olhará, se o comunicado perde as palavras “ajuste parcial” teremos um Copom mais hawkish e assim por diante.

Resta saber até onde vai o ajuste – uma manutenção da noção de mais patamares ainda estimulativos será positivo para os ativos de risco e para o apetite dos investidores.

O caso americano

Na terra do Tio Sam, a situação é um pouco diferente. Por lá, a questão não está na elevação da taxa de juros, mas, sim, na redução da compra de ativos, o que se conhece como “taper”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na última ata do FOMC, descobriu-se que os dirigentes do Fed já teriam interesse em discutir mais seriamente uma redução no nível de compra de ativos (hoje em US$ 120 bilhões por mês), em resposta à inflação e à retomada da economia.

Na verdade, desde que as taxas de ponta longa atingiram o fundo do poço por volta de agosto do ano passado (em 0,5% ao ano nos títulos de 10 anos), muitos aumentos nas taxas de juros já foram incorporados aos preços dos títulos. As ondas perfeitas na figura mostram taxas futuras estimadas desde 1990 (bem como a fatura do Tesouro da 3M real).

As taxas a prazo representam uma combinação de taxas de juros futuras esperadas e um prêmio de risco por assumir o risco de taxa de juros. Como tal, a inclinação significativa desde agosto (de verde para azul) reflete mais aumentos de taxas esperados e uma maior compensação de risco para maior incerteza.

Uma curva de rendimento mais íngreme significa, portanto, retornos esperados mais elevados nos mercados de títulos. Quando o mercado espera aumentos das taxas, você obtém uma recompensa de risco por manter o risco da taxa de juros.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Por enquanto, o mercado comprou a ideia do Fed de que a inflação de hoje é temporária e não enseja em preocupações estruturais, mas mudanças no discurso da autoridade podem ter efeitos no apetite ao risco.

Estima-se, entretanto, que uma retomada verdadeiramente significativa do assunto só aconteça mesmo em agosto, na Conferência de Jackson Hole. De qualquer forma, menções no comunicado de Powell, presidente da instituição, ou na ata daqui a algumas semanas poderão levar o mercado a um novo momento de estresse.

Leia também:

Conclusão

Veja que, mesmo tomando caminhos diferentes neste primeiro momento, a grande questão que se coloca é quando os países desenvolvidos terão que realizar o aperto monetário já iniciado pelos países emergentes, como o caso brasileiro.

A inflação de hoje, mesmo que temporária, não indica que a inflação de 2022 ou 2023 seja parecida com a da última década. Se o mundo flertar realmente com mais crescimento nos próximos anos, como se espera derivando os estímulos fiscais e monetárias sem precedentes, mais inflação seria natural. Agora, uma maior inflação não significa necessariamente descontrole de preços.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Gradualmente, deveremos ter normalização das taxas de juros e das políticas monetárias. O importante é mensurar o quanto isso impacta os ativos de risco e, consequentemente, nossas alocações. O mercado está viciado em liquidez, logo muita transparência e previsibilidade serão fundamentais.

O pessoal do Carteira Empiricus, série best-seller na maior casa de análise de investimentos na América Latina, está preparado para os diferentes cenários que podem surgir a partir desta super quarta-feira, mesmo enfrentando uma vitória pírrica da autoridade monetária.

Para saber o que a equipe de Felipe Miranda, estrategista-chefe da Empiricus, está fazendo, vale muito a pena conferir o produto e surfar da melhor maneira possível as próximas mudanças de política monetária.

E a China?

O governo chinês projetou 6% de crescimento para o país em 2021, uma meta considerada por muitos como conservadora. A economia aos poucos está voltando aos eixos ao redor do mundo, então o país tem espaço para crescer ainda mais.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

No vídeo abaixo, eu mostro como você pode se expor às oportunidades desta superpotência e se preparar para os eventuais riscos que estão aparecendo no cenário mundial econômico.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
BOMBOU NO SD

CNH sem autoescola, CDBs do Banco Master e loteria +Milionária: confira as mais lidas do Seu Dinheiro na semana

19 de outubro de 2025 - 15:02

Matérias sobre o fechamento de capital da Gol e a opinião do ex-BC Arminio Fraga sobre os investimentos isentos de IR também integram a lista das mais lidas

VISAO 360

Como nasceu a ideia de R$ 60 milhões que mudou a história do Seu Dinheiro — e quais as próximas apostas

19 de outubro de 2025 - 8:00

Em 2016, quando o Seu Dinheiro ainda nem existia, vi um gráfico em uma palestra que mudou minha carreira e a história do SD

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A Eletrobras se livrou de uma… os benefícios da venda da Eletronuclear, os temores de crise de crédito nos EUA e mais

17 de outubro de 2025 - 7:55

O colunista Ruy Hungria está otimista com Eletrobras; mercados internacionais operam no vermelho após fraudes reveladas por bancos regionais dos EUA. Veja o que mexe com seu bolso hoje

SEXTOU COM O RUY

Venda da Eletronuclear é motivo de alegria — e mais dividendos — para os acionistas da Eletrobras (ELET6)

17 de outubro de 2025 - 6:07

Em um único movimento a companhia liberou bilhões para investir em outros segmentos que têm se mostrado bem mais rentáveis e menos problemáticos, além de melhorar o potencial de pagamento de dividendos neste e nos próximos anos

VONTADE DOS CÔNJUGES

Projeto aprovado na Câmara permite divórcio após a morte de um dos cônjuges, com mudança na divisão da herança

16 de outubro de 2025 - 15:22

Processos iniciados antes do falecimento poderão ter prosseguimento a pedido dos herdeiros, deixando cônjuge sobrevivente de fora da herança

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A solidez de um tiozão de Olympikus: a estratégia vencedora da Vulcabras (VULC3) e o que mexe com os mercados hoje

16 de outubro de 2025 - 8:09

Conversamos com o CFO da Vulcabras, dona das marcas Olympikus e Mizuno, que se tornou uma queridinha entre analistas e gestores e paga dividendos mensais

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: O que o Nobel nos ensina sobre decisões de capex?

15 de outubro de 2025 - 19:57

Bebendo do alicerce teórico de Mokyr, Philippe Aghion e Peter Howitt se destacaram por estudar o papel das inovações tecnológicas nas economias modernas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A fome de aquisições de um FII que superou a crise da Americanas e tudo que mexe com o seu bolso nesta quarta (15)

15 de outubro de 2025 - 7:47

A história e a estratégia de expansão do GGRC11, prestes a se tornar um dos cinco maiores FIIs da bolsa, são os destaques do dia; nos mercados, atenção para a guerra comercial, o Livro Bege e balanços nos EUA

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um atalho para a bolsa: os riscos dos IPOs reversos, da imprevisibilidade de Trump e do que mexe com o seu bolso hoje

14 de outubro de 2025 - 8:08

Reportagem especial explora o caminho encontrado por algumas empresas para chegarem à bolsa com a janela de IPOs fechada; colunista Matheus Spiess explora o que está em jogo com a nova tarifa à China anunciada por Trump

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

100% de tarifa, 0% de previsibilidade: Trump reacende risco global com novo round da guerra comercial com a China

14 de outubro de 2025 - 7:48

O republicano voltou a impor tarifas de 100% aos produtos chineses. A decisão foi uma resposta direta ao endurecimento da postura de Pequim

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Perdidos no espaço-tempo

13 de outubro de 2025 - 19:58

Toda a Ordem Mundial dos últimos anos dá lugar a uma nova orientação, ao menos, por enquanto, marcada pela Desordem

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Abuse, use e invista: C&A queridinha dos analistas e Trump de volta ao morde-assopra com a China; o que mexe com o mercado hoje?

13 de outubro de 2025 - 7:40

Reportagem especial do Seu Dinheiro aborda disparada da varejista na bolsa. Confira ainda a agenda da semana e a mais nova guerra tarifária do presidente norte-americano

TRILHAS DE CARREIRA

ThIAgo e eu: uma conversa sobre IA, autenticidade e o futuro do trabalho

12 de outubro de 2025 - 7:04

Uma colab entre mim e a inteligência artificial para refletir sobre três temas quentes de carreira — coffee badging, micro-shifting e as demissões por falta de produtividade no home office

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A pequena notável que nos conecta, e o que mexe com os mercados nesta sexta-feira (10)

10 de outubro de 2025 - 7:59

No Brasil, investidores avaliam embate após a queda da MP 1.303 e anúncio de novos recursos para a construção civil; nos EUA, todos de olho nos índices de inflação

SEXTOU COM O RUY

Esta ação subiu mais de 50% em menos de um mês – e tem espaço para ir bem mais longe

10 de outubro de 2025 - 6:03

Por que a aquisição da Desktop (DESK3) pela Claro faz sentido para a compradora e até onde pode ir a Microcap

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Menos leão no IR e mais peru no Natal, e o que mexe com os mercados nesta quinta-feira (9)

9 de outubro de 2025 - 8:06

No cenário local, investidores aguardam inflação de setembro e repercutem derrota do governo no Congresso; nos EUA, foco no discurso de Powell

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: No news is bad news

8 de outubro de 2025 - 19:59

Apuração da Bloomberg diz que os financistas globais têm reclamado de outubro principalmente por sua ausência de notícias

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Pão de queijo, doce de leite e… privatização, e o que mexe com os mercados nesta quarta-feira (8)

8 de outubro de 2025 - 8:10

No Brasil, investidores de olho na votação da MP do IOF na Câmara e no Senado; no exterior, ata do Fomc e shutdown nos EUA

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O declínio do império americano — e do dólar — vem aí? Saiba também o que mexe com os mercados hoje

7 de outubro de 2025 - 8:26

No cenário nacional, investidores repercutem ligação entre Lula e Trump; no exterior, mudanças políticas na França e no Japão, além de discursos de dirigentes do Fed

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O dólar já não reina sozinho: Trump abala o status da moeda como porto seguro global — e o Brasil pode ganhar com isso

7 de outubro de 2025 - 7:37

Trump sempre deixou clara sua preferência por um dólar mais fraco. Porém, na prática, o atual enfraquecimento não decorre de uma estratégia deliberada, mas sim de efeitos colaterais das decisões que abalaram a confiança global na moeda

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar