🔴 SD EXPLICA: COMO GARANTIR 1% AO MÊS NA RENDA FIXA ANTES QUE A SELIC CAIA – VEJA AQUI

Felipe Miranda: O que evitar em tempos de inflação em disparada?

Se os juros vão subir, quem mais sofre são os endividados e alavancados.

12 de maio de 2021
11:44 - atualizado às 13:19
Ibovespa; balanços corporativos
Imagem: Shutterstock

“Leais são os ferimentos causados por um amigo.” Está lá na sabedoria dos Provérbios.  

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Como você recebe as críticas que lhe chegam? Tenho uma forma de avaliar pessoas: dê um feedback negativo — mas construtivo — para seu interlocutor. Se ele reagir de maneira defensiva, ficar bravo ou magoado, mau sinal. Já se receber de forma agradecida e como um caminho para aprimoramento, ponto. 

Um homem é medido pelo tanto de verdade que pode tolerar, resume Nietzsche. E, pra mim, Nassim Taleb é bastante nietzschiano. Ele defende tanto coisas que se beneficiam da desordem e do caos em sua antifragilidade porque, em grande medida, a volatilidade é um instrumento da revelação da verdade. 

Em alguma medida, esta coluna é o último capítulo de uma série de três, iniciada na segunda-feira, quando os mercados começaram a ser assombrados com mais força por temores de disparada da inflação e consequente aumento das taxas de juros de mercado. 

Se ontem dediquei algumas linhas para prescrever elementos a serem perseguidos sob a ótica top-down diante de um novo paradigma, hoje falo do que necessariamente evitar.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Sonhos não envelhecem, segundo o Clube da Esquina. Mas será que a atividade onírica resiste ao índice de preços ao consumidor norte-americano subindo 4,2% em 12 meses? A expectativa de uma alta de 3,6% foi superada com alguma folga. Se pensarmos na meta informal do Fed de 2%, o indicador desperta preocupação.

Leia Também

Há ponderações, claro. Poderíamos argumentar que o CPI não é a medida de inflação predileta do Fed, que prefere o PCE, ou dizer que o banco central norte-americano sinaliza a intenção de trabalhar com a média de inflações anuais, de modo que poderia esperar mais um pouco, ou ainda afirmar que a inflação atual é transitória, resultado de cadeias de suprimento globais muito desarranjadas por conta da Covid-19 e pela típica reação inicial mais rápida da demanda relativamente à oferta. Tudo é possível, mas sejamos diretos: o estímulo monetário e fiscal é o maior em décadas e, objetivamente, observamos um choque importante de commodities com boa dispersão — milho, soja, ferro, alumínio, cobre, aço… todos em níveis recordes.

Convivemos concretamente com o risco de inflação mais alta, a ponto de empurrar os bancos centrais para uma postura mais dura, ainda que não seja de seu desejo. E, se os juros vão subir, quem mais sofre são os endividados e alavancados.

Aqui falo num espectro amplo. Evite tomar empréstimos agora — aquele financiamento imobiliário atrelado à Selic pode ser uma bomba relógio. Fuja de ações cujas empresas estão muito alavancadas, porque você é acionista e só recebe seus fluxos depois do credor, ou seja, vai sobrar menos para você depois do serviço da dívida. E também passe longe de casos em que há posições alavancadas naquela respectiva ação. Enviei um recado cifrado ontem, mas poucos entenderam. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Quando as pessoas se negam a ouvir, infelizmente temos de ser mais literais e explícitos, sob o risco de sermos acusados de agressivos.

Ainda que eu goste bastante da operação de Banco Inter em si e admire profundamente a gestão do João Victor Menin, como, de fato, é verdade, tenho receio de seu valuation e do impacto que uma mudança para as techs lá fora pode causar sobre ações desse segmento aqui. Até aí, tudo dentro de certa razoabilidade circunscrita ao “reflation trade”. Porém, essa movimentação desperta reajuste de portfólios e desalavancagem pesada dos agentes. Como corolário, me preocupa fortemente a posição altamente alavancada do fundo Ponta Sul no Banco Inter.

Se a sangria continuar por mais uns dias, não seria de se espantar uma chamada de margem pelo BTG. Aí a migração setorial vira uma ogiva nuclear, reforçada pela desmontagem compulsória de posições, numa ação que, com os devidos méritos (friso isso pela competência de seu CEO), é cara sob qualquer métrica que você decidir usar. 

Ogivas nucleares me levam, passiva e imageticamente, a uma metáfora talvez pertinente. Alguns fazem um paralelo atual com o New Deal de Roosevelt. Outros ligam a situação corrente à chamada era da Grande Inflação, iniciada em 1965. Tenho pensado na Guerra Fria. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Se você dispõe de armas nucleares capazes de explodir o planeta, as chances de elas serem efetivamente usadas acabam caindo, porque as consequências são muito traumáticas. Com efeito, o conceito de deterrência entrou em ação e impediu que, materialmente, EUA e URSS entrassem em conflito armado. 

Atualmente, o nível de endividamento de países, assim como a alavancagem em alguns mercados em particular, é tão grande que uma subida vigorosa de taxas de juros explodiria o mundo — o Brasil, inclusive, seria um dos primeiros; se esse juro real longo persistir por muito tempo acima de 5%, a coisa explode. É como se criássemos hoje o conceito de deterrência financeira. As evidências de mais inflação já são tão grandes e concretas que o medo da subida destrutiva de juros se instala. 

Se vai ser suficiente para, de fato, não explodirmos o mundo, só o tempo vai dizer. Para desafiar nosso desejo de controle típico da dita racionalidade humana, estamos condenados a conviver com o desconhecido, em mares nunca antes navegados. 

Por ora, já é bom se preparar para mais inflação. Em tempos de pandemia, a Netflix está sintonizada em “Como treinar seu dragão”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

As lições do Chile para o Brasil, ata do Copom, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje

16 de dezembro de 2025 - 8:23

Chile, assim como a Argentina, vive mudanças políticas que podem servir de sinal para o que está por vir no Brasil. Mercado aguarda ata do Banco Central e dados de emprego nos EUA

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Chile vira a página — o Brasil vai ler ou rasgar o livro?

16 de dezembro de 2025 - 7:13

Não por acaso, ganha força a leitura de que o Chile de 2025 antecipa, em diversos aspectos, o Brasil de 2026

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Uma visão de Brasil, por Daniel Goldberg

15 de dezembro de 2025 - 19:55

O fundador da Lumina Capital participou de um dos episódios de ‘Hello, Brasil!’ e faz um diagnóstico da realidade brasileira

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Dividendos em 2026, empresas encrencadas e agenda da semana: veja tudo que mexe com seu bolso hoje

15 de dezembro de 2025 - 7:47

O Seu Dinheiro traz um levantamento do enorme volume de dividendos pagos pelas empresas neste ano e diz o que esperar para os proventos em 2026

VISÃO 360

Como enterrar um projeto: você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?

14 de dezembro de 2025 - 8:00

Talvez você ou sua empresa já tenham sua lista de metas para 2026. Mas você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Flávio Day: veja dicas para proteger seu patrimônio com contratos de opções e escolhas de boas ações

12 de dezembro de 2025 - 8:26

Veja como proteger seu patrimônio com contratos de opções e com escolhas de boas empresas

SEXTOU COM O RUY

Flávio Day nos lembra a importância de ter proteção e investir em boas empresas

12 de dezembro de 2025 - 6:07

O evento mostra que ainda não chegou a hora de colocar qualquer ação na carteira. Por enquanto, vamos apenas com aquelas empresas boas, segundo a definição de André Esteves: que vão bem em qualquer cenário

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A busca pelo rendimento alto sem risco, os juros no Brasil, e o que mais move os mercados hoje

11 de dezembro de 2025 - 8:23

A janela para buscar retornos de 1% ao mês na renda fixa está acabando; mercado vai reagir à manutenção da Selic e à falta de indicações do Copom sobre cortes futuros de juros

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: E olha que ele nem estava lá, imagina se estivesse…

10 de dezembro de 2025 - 19:46

Entre choques externos e incertezas eleitorais, o pregão de 5 de dezembro revelou que os preços já carregavam mais política do que os investidores admitiam — e que a Bolsa pode reagir tanto a fatores invisíveis quanto a surpresas ainda por vir

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A mensagem do Copom para a Selic, juros nos EUA, eleições no Brasil e o que mexe com seu bolso hoje

10 de dezembro de 2025 - 8:10

Investidores e analistas vão avaliar cada vírgula do comunicado do Banco Central para buscar pistas sobre o caminho da taxa básica de juros no ano que vem

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os testes da família Bolsonaro, o sonho de consumo do Magalu (MGLU3), e o que move a bolsa hoje

9 de dezembro de 2025 - 8:17

Veja por que a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à presidência derrubou os mercados; Magazine Luiza inaugura megaloja para turbinar suas receitas

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O suposto balão de ensaio do clã Bolsonaro que furou o mercado: como fica o cenário eleitoral agora?

9 de dezembro de 2025 - 7:25

Ainda que o processo eleitoral esteja longe de qualquer definição, a reação ao anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro deixou claro que o caminho até 2026 tende a ser marcado por tensão e volatilidade

RALI, RUÍDO E POLÍTICA

Felipe Miranda: Os últimos passos de um homem — ou, compre na fraqueza

8 de dezembro de 2025 - 19:58

A reação do mercado à possível candidatura de Flávio Bolsonaro reacende memórias do Joesley Day, mas há oportunidade

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Bolha nas ações de IA, app da B3, e definições de juros: veja o que você precisa saber para investir hoje

8 de dezembro de 2025 - 8:14

Veja o que especialista de gestora com mais de US$ 1,5 trilhão em ativos diz sobre a alta das ações de tecnologia e qual é o impacto para o mercado brasileiro. Acompanhe também a agenda da semana

TRILHAS DE CARREIRA

É o fim da pirâmide corporativa? Como a IA muda a base do trabalho, ameaça os cargos de entrada e reescreve a carreira

7 de dezembro de 2025 - 8:00

As ofertas de emprego para posições de entrada tiveram fortes quedas desde 2024 em razão da adoção da IA. Como os novos trabalhadores vão aprender?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

As dicas para quem quer receber dividendos de Natal, e por que Gerdau (GGBR4) e Direcional (DIRR3) são boas apostas

5 de dezembro de 2025 - 8:05

O que o investidor deve olhar antes de investir em uma empresa de olho dos proventos, segundo o colunista do Seu Dinheiro

SEXTOU COM O RUY

Tsunami de dividendos extraordinários: como a taxação abre uma janela rara para os amantes de proventos

5 de dezembro de 2025 - 6:02

Ainda que a antecipação seja muito vantajosa em algumas circunstâncias, é preciso analisar caso a caso e não se animar com qualquer anúncio de dividendo extraordinário

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quais são os FIIs campeões de dezembro, divulgação do PIB e da balança comercial e o que mais o mercado espera para hoje

4 de dezembro de 2025 - 8:29

Sete FIIs disputam a liderança no mês de dezembro; veja o que mais você precisa saber hoje antes de investir

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Copel (CPLE3) é a ação do mês, Ibovespa bate novo recorde, e o que mais movimenta os mercados hoje

3 de dezembro de 2025 - 8:24

Empresa de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, a Copel é a favorita para investir em dezembro. Veja o que mais você precisa saber sobre os mercados hoje

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Mais empresas no nó do Master e Vorcaro, a escolha do Fed e o que move as bolsas hoje

2 de dezembro de 2025 - 8:16

Titan Capital surge como peça-chave no emaranhado de negócios de Daniel Vorcaro, envolvendo mais de 30 empresas; qual o risco da perda da independência do Fed, e o que mais o investidor precisa saber hoje

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar