Por que Alpargatas (ALPA4) é uma das principais apostas do Rodolfo Amstalden na bolsa
A Alpargatas (ALPA4), dona das Havaianas, teve um trimestre ainda mais forte que o esperado. Mas há mais motivos para estar otimista

Em meio à temporada de balanços do segundo trimestre, vimos que a Alpargatas (ALPA4), dona das marcas Havaianas e Osklen, apresentou excelente resultado — acima das expectativas. Tanto que suas ações chegaram a subir 16,65% no pregão seguinte à divulgação do seu desempenho.
No primeiro trimestre, os indicadores financeiros registrados pela companhia também foram positivos. E, para se ter uma ideia, no acumulado do ano até 6/08, ALPA4 teve uma alta de 43,58% contra 2,2% do Ibovespa.
Isso é a reação do mercado de um dia. O que eu quero neste texto é te dar uma visão mais ampla sobre as transformações na Alpargatas, que faz parte do book de ações do Programa Riqueza Permanente (PRP) (conheça o projeto aqui).
Vou explicar por que a companhia pode andar muito mais, retomando aqui um pouco da sua trajetória.
A empresa atravessou um período desafiador, especialmente entre 2014 e 2017, com margens baixas. Vale destacar que, em 2015, o resultado internacional da Alpargatas foi puxado pelo câmbio — o real teve uma desvalorização de 47% frente ao dólar. Portanto, não foi impulsionado por um incremento do volume de produtos comercializados.
Ao longo desse período, vigorou a falta de foco do antigo management. Entre alguns problemas, a forte aposta no mercado argentino — que não foi assertiva — e a falta de sinergia entre as marcas. Por sua vez, as vendas se mantiveram em patamares praticamente estagnados no Brasil.
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Isso sem falar do isolamento social da companhia: há seis anos, praticamente não se ouvia falar sobre ela na mídia. Posso dizer até que se tratava de um caso “terminal”: uma empresa rumo à irrelevância e remunerando bem seus acionistas pela paciência — com dividend yield acima de 5%.
O que mudou na Alpargatas (ALPA4)?
Essa narrativa começou a mudar a partir de meados de 2017 com a saída do grupo controlador, isto é, da J&F, a holding dos irmãos Batista.
Além das alterações no board, houve mudanças na gestão executiva. Roberto Funari assumiu o posto de CEO no início de 2019. Muito experiente, ele é administrador de empresas e teve grande parte da sua carreira ligada a marcas globais.
A companhia realizou desinvestimentos, se desfez das operações da Topper e da Mizuno, concentrando-se na tradicional Havaianas e na Osklen. Funari passou a tocar com êxito um plano estratégico que tem como principais pilares o aumento do mix de produtos, a expansão internacional e a digitalização.
E a Alpargatas intensificou o diálogo com consumidores e investidores, aparecendo mais na mídia, entre outras iniciativas. Dito tudo isso, mostro aqui o resultado do segundo trimestre de 2021:
- Receita líquida de R$ 1,09 bilhão, +71% sobre o mesmo período de 2020;
- Lucro líquido recorrente de R$ 111 milhões, +229% na mesma base comparativa;
- Margem bruta de 56%.
E observe as performance detalhada por mercados:
Aqui vou analisar o desempenho na base comparativa com o segundo trimestre de 2019, para desconsiderar o efeito intenso da pandemia e do lockdown do ano passado.
O que chama a atenção é que o volume de vendas foi 14% maior do que no segundo trimestre de 2019 no Brasil — imprimindo um ritmo de crescimento quase cinco vezes mais forte do que era visto há seis anos.
Nos Estados Unidos, uma operação que sempre teve dificuldade de ganhar tração, os volumes cresceram 41% frente a 2019.
O fato é que, nos últimos 12 meses, a Alpargatas soma R$ 4,04 bilhões em receitas. Em termos nominais, é quase o mesmo dos anos de 2015 e 2016, mas, dessa vez, o número é explicado por uma nova história sólida.
Cada vez mais suas marcas conversam entre si e os resultados surpreendentes se explicam pelo aumento nos volumes de vendas — e não pelo câmbio, como no passado.
O ritmo de crescimento das receitas da Alpargatas se equipara ao das marcas mais hypadas de moda do mundo.
Ao anunciar o balanço do segundo trimestre, o CEO Roberto Funari deu entrevista ao Valor Econômico e comentou que vai focar em fusões e aquisições na área de soluções digitais. Esse é um exemplo da mudança de postura em relação à comunicação corporativa.
Portanto, essa equação de narrativa mais resultados positivos tem empurrado a expansão dos seus múltiplos.
A Alpargatas negocia a um indicador de EV/Sales (valor da firma sobre as vendas) de 6,9x, superior ao da Nike (5,4x).
E eu e os analistas da minha equipe acreditamos que a companhia pode alcançar o múltiplo da Lululemon (8,6x), uma marca canadense premium de artigos esportivos.
Por isso, a ALPA4 figura entre as nossas principais apostas no PRP, junto com outras ações promissoras do Brasil e exterior, fundos imobiliários e ativos de renda fixa – uma carteira diversificada com foco no longo prazo.
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