Monótono, porém lucrativo: O que é preciso para investir bem a longo prazo
Conheça os três princípios que devem estar presentes em toda decisão de investimentos de longo prazo
A cada dois anos, o atual campeão mundial de xadrez defende seu título em um modelo de disputa que seria impossível de ser aplicado a qualquer esporte de contato.
Durante três semanas, campeão e desafiante se enfrentam em 14 partidas diárias, saindo vencedor e com R$ 7,5 milhões a mais na conta aquele que ganhar mais da metade delas — empates contam meio ponto.
Os limites de tempo são bastante flexíveis e a partida entre o norueguês Magnus Carlsen, detentor do título, e o russo Ian Nepomniachtchi, na última sexta-feira, bateu o recorde como a mais longa da história em um campeonato mundial de xadrez, após 7 horas e 45 minutos de muito tédio e pouco risco.
Sim, é um saco. Não há plateia ou torcida, os jogadores passam a maior parte do tempo isolados observando o tabuleiro e não esboçam qualquer reação de felicidade ou preocupação. Nem perca seu tempo.
É, no entanto, uma rara oportunidade de acompanhar, na prática, como se diferenciam os modos de pensar de um bom jogador e de grandes mestres brilhantes. Aprendamos com Real Madrid x Barcelona de 20 anos atrás.
Ser bom ou ser um grande mestre
Um profissional identifica rapidamente oportunidades de atacar o adversário ou de defender suas peças, mas grandes mestres são capazes de encontrar, com precisão de alguns lances à frente, pequenas vantagens posicionais que só se revelarão vencedoras no fim da partida.
Leia Também
Bons investidores também buscam oportunidades imediatas para comprar ativos muito desvalorizados e com gatilhos para se multiplicarem de valor e para vender o que já parece exagerado, especialmente quando narrativas superam premissas.
Mas o que fazem, consistentemente, os maiores investidores do mundo? Onde estão as vantagens posicionais de longo prazo, que revelarão seus benefícios com o passar dos anos?
Felizmente, é muito mais (e cada vez mais) fácil pensar como um grande investidor do que se tornar um grande mestre de xadrez — e, no Brasil, temos apenas 13.
Princípios básicos, 1, 2, 3
Há três princípios que devem estar presentes em toda decisão de investimento de longo prazo: diversificação, estrutura de custos barata e eficiência tributária.
Deixo de fora a liquidez, assumindo que o leitor já separa de 3 a 12 meses de seu custo de vida em um fundo simples com taxa zero de administração para cobrir qualquer emergência ou oportunidade que surgir.
A diversificação é seu hedge emocional. Diversificar corretamente é colocar seu dinheiro em classes de ativos, regiões, moedas e estilos de gestão que tenham uma função específica na carteira e é isso que, na prática, garante um sono mais tranquilo e a liberdade para ser cético e analítico o suficiente em qualquer cenário. Decisões inteligentes não costumam vir do clímax do entusiasmo ou do vale de emoções negativas.
Vale investir um pouquinho em muitas coisas e muito em poucas coisas: renda fixa (prefixados, indexados à inflação e fundos de gestão ativa), fundos de crédito privado, multimercados (macro, sistemáticos e long & short), ações de companhias de tamanhos, setores e estágios diferentes, fundos imobiliários, investimentos globais, criptomoedas, commodities, proteções e investimentos alternativos, como teses específicas, apostas em novas gestoras e private equity.
A vantagem posicional da diversificação é garantir que a carteira do investidor tenha um comportamento não apenas vencedor no longo prazo — afinal, cada classe deve remunerar adequadamente o risco adicional que carrega —, mas também consistente, com quedas de um ativo sendo amortecidas por altas de outros.
Pagar bem para receber bem
O segundo princípio é pagar um valor justo pelo que as coisas valem. Em fundos, a regra é pagar bem pouco pelo acesso a uma classe específica, via fundos indexados ou ETFs, e remunerar bem gestores que, histórica e comprovadamente, entregam um retorno adicional, acima da média — são poucos, acredite.
Depois de vários anos, aqueles décimos de percentual sendo cobrados de seu patrimônio anualmente farão a diferença. Se tiver a opção de se beneficiar de um programa justo de cashback, como o oferecido pela Vitreo para fundos de terceiros, o benefício é maior.
Por último, a implementação importa. Se o investidor prudente se importa com 0,10% ou 0,20% a mais de custo em um fundo, também deve buscar pagar menos impostos em seus investimentos.
Nessa linha, a previdência privada é a melhor e a mais subestimada opção para qualquer investidor. Quem se aproveita de todos os benefícios da previdência, evita pagar o come-cotas semestral do Imposto de Renda, pode deduzir os aportes em PGBL no modelo de declaração completa – economizando até 3,3% de toda sua renda anual imediatamente – e, após dez anos, pode se beneficiar da menor alíquota de Imposto de Renda da indústria, de 10%.
Desde o início, as carteiras locais, globais e de previdência da série Os Melhores Fundos de Investimento foram concebidas considerando cada uma das três vantagens acima. Esses são pequenos passos, mas que mudam completamente o nível do seu jogo.
Um abraço,
Bruno Mérola
O que a motosserra de Milei significa para a América Latina, e o que mais mexe com seu bolso hoje
A Argentina surpreendeu nesta semana ao dar vitória ao partido do presidente Milei nas eleições legislativas; resultado pode ser sinal de uma mudança política em rumo na América Latina, mais liberal e pró-mercado
A maré liberal avança: Milei consolida poder e reacende o espírito pró-mercado na América do Sul
Mais do que um evento isolado, o avanço de Milei se insere em um movimento mais amplo de realinhamento político na região
Os balanços dos bancos vêm aí, e mercado quer saber se BB pode cair mais; veja o que mais mexe com a bolsa hoje
Santander e Bradesco divulgam resultados nesta semana, e mercado aguarda números do BB para saber se há um alçapão no fundo do poço
Só um susto: as ações desta small cap foram do céu ao inferno e voltaram em 3 dias, mas este analista vê motivos para otimismo
Entenda o que aconteceu com os papéis da Desktop (DESK3) e por que eles ainda podem subir mais; veja ainda o que mexe com os mercados hoje
Por que o tombo de Desktop (DESK3) foi exagerado — e ainda vejo boas chances de o negócio com a Claro sair do papel
Nesta semana os acionistas tomaram um baita susto: as ações DESK3 desabaram 26% após a divulgação de um estudo da Anatel, sugerindo que a compra da Desktop pela Claro levaria a concentração de mercado para níveis “moderadamente elevados”. Eu discordo dessa interpretação, e mostro o motivo.
Títulos de Ambipar, Braskem e Raízen “foram de Americanas”? Como crises abalam mercado de crédito, e o que mais movimenta a bolsa hoje
Com crises das companhias, investir em títulos de dívidas de empresas ficou mais complexo; veja o que pode acontecer com quem mantém o título até o vencimento
Rodolfo Amstalden: As ações da Ambipar (AMBP3) e as ambivalências de uma participação cruzada
A ambição não funciona bem quando o assunto é ação, e o caso da Ambipar ensina muito sobre o momento de comprar e o de vender um ativo na bolsa
Caça ao Tesouro amaldiçoado? Saiba se Tesouro IPCA+ com taxa de 8% vale a pena e o que mais mexe com seu bolso hoje
Entenda os riscos de investir no título público cuja remuneração está nas máximas históricas e saiba quando rendem R$ 10 mil aplicados nesses papéis e levados ao vencimento
Crônica de uma tragédia anunciada: a recuperação judicial da Ambipar, a briga dos bancos pelo seu dinheiro e o que mexe com o mercado hoje
Empresa de gestão ambiental finalmente entra com pedido de reestruturação. Na reportagem especial de hoje, a estratégia dos bancões para atrair os clientes de alta renda
Entre o populismo e o colapso fiscal: Brasília segue improvisando com o dinheiro que não tem
O governo avança na implementação de programas com apelo eleitoral, reforçando a percepção de que o foco da política econômica começa a se deslocar para o calendário de 2026
Felipe Miranda: Um portfólio para qualquer clima ideológico
Em tempos de guerra, os generais não apenas são os últimos a morrer, mas saem condecorados e com mais estrelas estampadas no peito. A boa notícia é que a correção de outubro nos permite comprar alguns deles a preços bastante convidativos.
A temporada de balanços já começa quente: confira o calendário completo e tudo que mexe com os mercados hoje
Liberamos o cronograma completo dos balanços do terceiro trimestre, que começam a ser divulgados nesta semana
CNH sem autoescola, CDBs do Banco Master e loteria +Milionária: confira as mais lidas do Seu Dinheiro na semana
Matérias sobre o fechamento de capital da Gol e a opinião do ex-BC Arminio Fraga sobre os investimentos isentos de IR também integram a lista das mais lidas
Como nasceu a ideia de R$ 60 milhões que mudou a história do Seu Dinheiro — e quais as próximas apostas
Em 2016, quando o Seu Dinheiro ainda nem existia, vi um gráfico em uma palestra que mudou minha carreira e a história do SD
A Eletrobras se livrou de uma… os benefícios da venda da Eletronuclear, os temores de crise de crédito nos EUA e mais
O colunista Ruy Hungria está otimista com Eletrobras; mercados internacionais operam no vermelho após fraudes reveladas por bancos regionais dos EUA. Veja o que mexe com seu bolso hoje
Venda da Eletronuclear é motivo de alegria — e mais dividendos — para os acionistas da Eletrobras (ELET6)
Em um único movimento a companhia liberou bilhões para investir em outros segmentos que têm se mostrado bem mais rentáveis e menos problemáticos, além de melhorar o potencial de pagamento de dividendos neste e nos próximos anos
Projeto aprovado na Câmara permite divórcio após a morte de um dos cônjuges, com mudança na divisão da herança
Processos iniciados antes do falecimento poderão ter prosseguimento a pedido dos herdeiros, deixando cônjuge sobrevivente de fora da herança
A solidez de um tiozão de Olympikus: a estratégia vencedora da Vulcabras (VULC3) e o que mexe com os mercados hoje
Conversamos com o CFO da Vulcabras, dona das marcas Olympikus e Mizuno, que se tornou uma queridinha entre analistas e gestores e paga dividendos mensais
Rodolfo Amstalden: O que o Nobel nos ensina sobre decisões de capex?
Bebendo do alicerce teórico de Mokyr, Philippe Aghion e Peter Howitt se destacaram por estudar o papel das inovações tecnológicas nas economias modernas
A fome de aquisições de um FII que superou a crise da Americanas e tudo que mexe com o seu bolso nesta quarta (15)
A história e a estratégia de expansão do GGRC11, prestes a se tornar um dos cinco maiores FIIs da bolsa, são os destaques do dia; nos mercados, atenção para a guerra comercial, o Livro Bege e balanços nos EUA
