Felipe Miranda: Não quero nem pensar em vender Vale tão cedo
Os coaches poderiam aprender com Henry Kissinger. Em sua investigação “Sobre a China”, ele oferece uma definição caprichada e muito menos clichê do que é liderança:
“Os líderes não podem criar o contexto em que operam. Sua contribuição distintiva consiste em operar no limite do que uma dada situação permite. Se excedem esses limites, entram em colisão; se lhes falta o que é necessário, suas políticas ficam estagnadas. Se constroem com solidez, podem criar um novo cenário de relacionamentos que se sustenta ao longo de um período histórico porque todas as partes o consideram de interesse próprio.”
A pergunta que se coloca: poderiam os líderes formuladores de política econômica promover inflação depois de anos de estagnação secular ou essas seriam condições de contexto limitantes para sua operação?
Estávamos — ou será que ainda estamos? — mesmo numa situação limite. O “emerging tech” sofria bastante até a última quinta-feira, testando níveis importantes de suporte, sob receios de uma espiral de resgates nos respectivos ETFs e em fundos especializados em tecnologia.
Houve um alívio na sexta-feira. O Relatório de Emprego norte-americano trouxe a criação de postos de trabalho muito aquém do esperado, diminuindo temores de superaquecimento da economia dos EUA e consequente inflação.
Durou pouco. As commodities voltam a subir com força nesta manhã e devolvem a preocupação com os níveis de preço ao longo de toda a cadeia produtiva. O minério de ferro bate o limite de alta na China, ficando 10% mais caro, empurrado por recrudescimento nas relações sino-australianas, pela robustez do segmento de siderurgia e por movimentos especulativos de pessoas físicas em contratos futuros. O cobre renova recorde histórico, e o alumínio também se aprecia destacadamente. A gasolina chegou a subir 4,2% com ataque cibernético a importante oleoduto nos EUA, embora tenha diminuído o movimento na sequência.
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Estamos em mares nunca dantes navegados. Não é possível saber se, após um ajuste inicial e uma recuperação cíclica, os esforços fiscais e monetários trarão a inflação para patamares mais altos de forma sistemática. Algo chama a atenção, porém: o spread entre o juro real de dez anos nos EUA e a inflação implícita para o mesmo prazo supera 3%. A taxa real está negativa em torno de 1%, para uma inflação esperada em 2,4% (contra uma média de inflação desde 2010 de 1,7%).
Aqui, há algo muito capcioso. Seria razoável supor que, se houver sucesso em levar a inflação para 2,4%, a taxa de juro real continuaria negativa em cerca de 1% para um período de dez anos? Parece-me mais provável que: ou a inflação não sobe para esses níveis (e o juro real aumenta); ou, se a inflação subir mesmo, o juro nominal sobe também, elevando o juro real frente ao projetado.
O apreçamento atual encontra paralelo com aquele de 2013, quando o fatídico episódio chamado de “taper tantrum” pegou muita gente de calça curta. Em depoimento ao Congresso norte-americano, Ben Bernanke afirmou estar pensando em iniciar o processo de redução de compra de ativos pelo Fed (afunilamento, ou “tapering”). As taxas de juro real subiram de forma intensa e súbita, disparando grande realocação de portfólios em nível global.
Jerome Powell tenta rebater a preocupação, em alusão clara ao discurso famigerado de Bernanke, ao dizer que o Fed “is not even thinking about thinking about raising rates” (não está nem pensando em pensar em subir os juros). Ainda estou tentando entender a circularidade do raciocínio. A atitude deliberada de não pensar é, em si, um ato de pensar. Mas segue o jogo.
Líderes estão necessariamente circunscritos às condições de contorno. Podemos não ter um superciclo de commodities, mas há um ciclo em curso, possivelmente rápido e intenso. Havemos de aproveitá-lo. O prognóstico de curto prazo ainda parece indicar a vitória do value sobre o growth, com dias difíceis ao emerging tech mais esticado. Vale me anima fortemente. Banco Inter me preocupa. Os monstros estão por aí, inclusive no Leblon.
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