Dia do professor: cinco lições sobre fundos de investimento para o primeiro dia de aula
Dos brinquedos à maçã (virtual), comemora-se nesta semana as datas dos dois agentes de mudanças mais importantes de uma sociedade.
Crianças têm, claro, suas aptidões naturais por exatas, humanas, ciências biológicas e artes em todas as suas formas de expressão. Mas são os professores que catalisam e alavancam esse interesse pelo conhecimento, ensinam a pensar por conta própria e a se comunicar de forma estruturada e simples.
Nossa relação com os professores, porém, é cada vez mais distante ao longo da vida.
Na infância, respeitamos a autoridade de quem tem licença para educar além de ensinar. Na faculdade, buscamos modelos de profissionais entre acadêmicos e pesquisadores. No trabalho, precisamos procurá-los ativamente, mentores que já estiveram em nosso lugar e podem indicar o caminho das pedras.
Como investidores, há uma questão adicional. Ganhos relevantes, de curto prazo e originados de decisões erradas podem transformar qualquer um em “coach”, príncipes do bull market que jamais erraram e com dinheiro infinito para comprar ao som dos canhões.
Princípios importam
Ganhar muito dinheiro, ganhar no curto prazo e acertar mesmo quando a decisão é errada são cenários possíveis. Porém, para ter consistência, no longo prazo e com um processo robusto, há valores que o bom investidor deve conhecer.
Leia Também
Tony Volpon: Uma economia global de opostos
Fundos de investimento costumam ser um bom ponto de partida para muitos investidores pela conveniência de delegar a gestão a equipes altamente qualificadas, com décadas de experiência
Por isso, gostaria de dividir os cinco princípios que acredito serem os mais importantes para o investidor que está começando a conhecer fundos de investimento.
Essas são lições valiosas ao longo da minha carreira e que tenho o hábito de repetir exaustivamente para os assinantes da série Os Melhores Fundos de Investimento, adaptando-as para quase todas as dúvidas que recebemos.
1 - Fundos enquanto ativos
O primeiro princípio é que fundos não são uma classe de ativos.
Diariamente, vejo investidores (às vezes, por influência de corretoras) separarem os investimentos em reserva de emergência, renda fixa, ações, investimentos alternativos, previdência e... fundos.
Na prática, isso faz tanto sentido quanto classificar um gasto mensal como “cartão de crédito”, ao lado de alimentação, combustível, cinema, academia ou plano de saúde.
A decisão de ir ao cinema independe da forma de pagamento do ingresso.
Primeiro, decide-se o quanto ter em cada classe de ativos: pós-fixados, prefixados, indexados à inflação, multimercados, ações, investimentos no exterior, etc.
Depois, o investidor escolhe a melhor maneira de se posicionar na classe, seja via fundos, ativos diretos, derivativos, previdência, levando em conta características operacionais e tributárias.
Comprar ações ou investir em fundos de ações tem vantagens e desvantagens, mas ambos partem da mesma origem, que é ter exposição à renda variável.
2 - Trade é para ações
Não existem traders de fundos é a segunda lição. Respeite sua decisão inicial e não se traia no meio do caminho.
Ao decidir investir em um gestor renomado de fundo multimercado ou de ações, por exemplo, guarde os motivos que o levaram a fazê-lo e, caso um desempenho de curto prazo como seis meses ou até dois anos desperte preocupação, revisite essas anotações para ter certeza de que os motivos iniciais da alocação ainda estão lá.
Valorize pessoas, processos de investimento e produtos. Se a equipe com histórico de longo prazo vencedor continua lá, o processo de investimento se mantém robusto e as características do fundo ainda fazem sentido, ignore sumariamente o desempenho de curto prazo e evite cair em tentação.
3 - Mão no bolso
O terceiro princípio é aceitar pagar caro pelos melhores gestores.
Os melhores times de gestão do país, com resultados muito acima da média há mais de dez anos, por exemplo, devem ser bem recompensados.
Não espere que seja mais barato investir em um fundo de ações do que montar sua carteira por conta própria, mas sim que você seja recompensado com um retorno maior e uma gestão de risco mais profissional do que sua planilha de Excel.
Por outro lado, jamais pague caro por fundos passivos, indexados a índices facilmente replicáveis, como é o caso de ETFs. Se não há inteligência por trás e o custo do ETF ultrapassa 0,5% ao ano, há duas hipóteses principais: ou está caro demais ou esse é um mercado em desenvolvimento e paga-se pelo acesso.
4 - Processo X Resultados
Em quarto lugar, consistência importa. Tudo o que você vê não é tudo o que existe.
Em outras palavras, é irrelevante o fato de um investidor ter entrado em um dos melhores fundos de ações da indústria uma semana antes da pandemia.
Se a decisão do gestor de reduzir risco foi correta, o processo importa mais do que o resultado de curto prazo. Mantenha-se firme.
5 - A soma das partes
Por último, a soma das partes é mais relevante do que cada fundo individualmente.
Leve a sério uma diversificação bem-feita, é isso que vai te permitir ter acertos mais frequentes e maiores do que os erros no longo prazo.
Se todos os fundos do seu portfólio estão ganhando ou se todos estão perdendo dinheiro em 2021, há algo errado e é provável que você não esteja suficientemente diversificado. Um corolário disso é não resgatar os perdedores de curto prazo apenas pelo desempenho.
Todos os dias, sem exceção, um ou mais desses princípios surgem no processo de seleção da equipe da série Os Melhores Fundos de Investimento.
Se você ainda não começou a investir em fundos e quer conhecer a fundo tudo o que avaliamos para escolher os poucos gestores recomendados, deixo um convite especial.
Rodolfo Amstalden: De Flávio Day a Flávio Daily…
Mesmo com a rejeição elevada, muito maior que a dos pares eventuais, a candidatura de Flávio Bolsonaro tem chance concreta de seguir em frente; nem todas as candidaturas são feitas para ganhar as eleições
Veja quanto o seu banco paga de imposto, que indicadores vão mexer com a bolsa e o que mais você precisa saber hoje
Assim como as pessoas físicas, os grandes bancos também têm mecanismos para diminuir a mordida do Leão. Confira na matéria
As lições do Chile para o Brasil, ata do Copom, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje
Chile, assim como a Argentina, vive mudanças políticas que podem servir de sinal para o que está por vir no Brasil. Mercado aguarda ata do Banco Central e dados de emprego nos EUA
Chile vira a página — o Brasil vai ler ou rasgar o livro?
Não por acaso, ganha força a leitura de que o Chile de 2025 antecipa, em diversos aspectos, o Brasil de 2026
Felipe Miranda: Uma visão de Brasil, por Daniel Goldberg
O fundador da Lumina Capital participou de um dos episódios de ‘Hello, Brasil!’ e faz um diagnóstico da realidade brasileira
Dividendos em 2026, empresas encrencadas e agenda da semana: veja tudo que mexe com seu bolso hoje
O Seu Dinheiro traz um levantamento do enorme volume de dividendos pagos pelas empresas neste ano e diz o que esperar para os proventos em 2026
Como enterrar um projeto: você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?
Talvez você ou sua empresa já tenham sua lista de metas para 2026. Mas você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?
Flávio Day: veja dicas para proteger seu patrimônio com contratos de opções e escolhas de boas ações
Veja como proteger seu patrimônio com contratos de opções e com escolhas de boas empresas
Flávio Day nos lembra a importância de ter proteção e investir em boas empresas
O evento mostra que ainda não chegou a hora de colocar qualquer ação na carteira. Por enquanto, vamos apenas com aquelas empresas boas, segundo a definição de André Esteves: que vão bem em qualquer cenário
A busca pelo rendimento alto sem risco, os juros no Brasil, e o que mais move os mercados hoje
A janela para buscar retornos de 1% ao mês na renda fixa está acabando; mercado vai reagir à manutenção da Selic e à falta de indicações do Copom sobre cortes futuros de juros
Rodolfo Amstalden: E olha que ele nem estava lá, imagina se estivesse…
Entre choques externos e incertezas eleitorais, o pregão de 5 de dezembro revelou que os preços já carregavam mais política do que os investidores admitiam — e que a Bolsa pode reagir tanto a fatores invisíveis quanto a surpresas ainda por vir
A mensagem do Copom para a Selic, juros nos EUA, eleições no Brasil e o que mexe com seu bolso hoje
Investidores e analistas vão avaliar cada vírgula do comunicado do Banco Central para buscar pistas sobre o caminho da taxa básica de juros no ano que vem
Os testes da família Bolsonaro, o sonho de consumo do Magalu (MGLU3), e o que move a bolsa hoje
Veja por que a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à presidência derrubou os mercados; Magazine Luiza inaugura megaloja para turbinar suas receitas
O suposto balão de ensaio do clã Bolsonaro que furou o mercado: como fica o cenário eleitoral agora?
Ainda que o processo eleitoral esteja longe de qualquer definição, a reação ao anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro deixou claro que o caminho até 2026 tende a ser marcado por tensão e volatilidade
Felipe Miranda: Os últimos passos de um homem — ou, compre na fraqueza
A reação do mercado à possível candidatura de Flávio Bolsonaro reacende memórias do Joesley Day, mas há oportunidade
Bolha nas ações de IA, app da B3, e definições de juros: veja o que você precisa saber para investir hoje
Veja o que especialista de gestora com mais de US$ 1,5 trilhão em ativos diz sobre a alta das ações de tecnologia e qual é o impacto para o mercado brasileiro. Acompanhe também a agenda da semana
É o fim da pirâmide corporativa? Como a IA muda a base do trabalho, ameaça os cargos de entrada e reescreve a carreira
As ofertas de emprego para posições de entrada tiveram fortes quedas desde 2024 em razão da adoção da IA. Como os novos trabalhadores vão aprender?
As dicas para quem quer receber dividendos de Natal, e por que Gerdau (GGBR4) e Direcional (DIRR3) são boas apostas
O que o investidor deve olhar antes de investir em uma empresa de olho dos proventos, segundo o colunista do Seu Dinheiro
Tsunami de dividendos extraordinários: como a taxação abre uma janela rara para os amantes de proventos
Ainda que a antecipação seja muito vantajosa em algumas circunstâncias, é preciso analisar caso a caso e não se animar com qualquer anúncio de dividendo extraordinário
Quais são os FIIs campeões de dezembro, divulgação do PIB e da balança comercial e o que mais o mercado espera para hoje
Sete FIIs disputam a liderança no mês de dezembro; veja o que mais você precisa saber hoje antes de investir
