🔴 É HOJE: CHANCE DE BUSCAR ATÉ R$ 1 MILHÃO PARTINDO DE R$ 3.125 NO DESAFIO MIL MILIONÁRIOS – PARTICIPE AQUI

Felipe Miranda: Entre “O fim do Brasil —parte 2” e o começo da terceira via

Depois do desastre com o teto de gastos, o que podemos esperar de uma resolução que não envolva nem Lula nem Bolsonaro?

25 de outubro de 2021
11:14 - atualizado às 11:36
Imagem mostra duas setas pintadas no asfalto com um pé sobre cada uma delas
Imagem: Shutterstock

“Seja como for o começo da carreira de cada um de vocês, é importante saber que a vida não se move em linha reta. Vocês precisam estar cientes de que o mundo é um lugar imprevisível. Muitas vezes, até as pessoas mais capazes, como vocês, acabam caindo do cavalo. É inevitável, vocês vão se deparar com muitas dificuldades e adversidades ao longo da vida. Quando tiverem algum revés, precisarão reunir forças e se obrigar a seguir em frente. A resiliência que exibirem diante das adversidades, mais do que a adversidade em si, definirá que tipo de pessoas vocês são.”

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Stephen Schwarzman 

As pessoas me pedem para escrever “O Fim do Brasil - Parte 2”. Na verdade, elas não sabem, mas eu já publiquei a continuidade do primeiro episódio. Se fosse o caso, este seria o terceiro capítulo da trilogia.

Sejamos sinceros: essas pessoas têm alguma razão. Até podemos encontrar um bom paralelo nas últimas semanas com a desastrada “Nova Matriz Econômica” — além da esquerda e da direita está o populismo. Com a perda da âncora fiscal, perdemos também um dos pés do tripé macroeconômico.

Confesso, porém, que, dada a maneira atabalhoada de condução de nossas mazelas fiscais, tenho me lembrado mais de outro episódio da história já não tão recente. Em 13 de janeiro de 1999, Chico Lopes assumiu a presidência do Banco Central no lugar de Gustavo Franco. No meio de um ataque especulativo, veio com uma terminologia “simples”, lançar uma “banda diagonal endógena”.

A proposta até fazia algum sentido. Era uma forma de transição do regime de câmbio fixo para o flutuante. A banda é diagonal (pra cima) porque determina um intervalo de variação para a taxa de câmbio, supondo desvalorização do real contra o dólar ao longo do tempo. Você começa com uma banda curtinha e, à medida que a taxa toca nos limites de cima ou de baixo, a banda vai se alargando. Por isso, ela é endógena, ou seja, é o próprio comportamento do câmbio quem vai ditando a largura da banda. Com o passar do tempo, a banda ficaria tão alargada que teríamos uma banda infinita. Ou seja, é o câmbio flutuante.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na teoria, até o socialismo funciona. Mas, meu amigo, no meio de um ataque especulativo, até você explicar “banda diagonal endógena” pro gringo, já era. Chico Lopes foi demitido do BC em 2 de fevereiro de 1999. Passagem do tipo “velozes e furiosos” pela autoridade monetária. Aí veio o Armínio com o tripé e o resto é conhecido.

Leia Também

Contabilidade criativa

Na semana passada, parece que lançamos o teto diagonal endógeno. Ele também só sobe com a passagem do tempo. Funciona assim: você cria o teto. E, daí, para não falar que abandonou de vez a âncora fiscal, cada vez que os gastos se aproximam do teto, ele se move para cima. O alcance do teto provoca um novo teto, endogenamente.

As consequências são conhecidas. Em linhas gerais, as mesmas da nova matriz econômica. Dólar pra cima, pressão sobre os juros de mercado, deterioração das perspectivas de crescimento. Obviamente, muito ruim.

Mas seria mesmo “O Fim do Brasil”?

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Tenho uma teoria já manifestada aqui algumas vezes: o Brasil é obviamente problemático. Dificilmente será uma grande potência. Ao mesmo tempo, há uma certa tendência de reversão à média. Somos medíocres, macunaímicos e complacentes. E somos também antifrágeis.

Explico a ideia. A partir de um determinado tamanho de choque negativo, a corda estica a certo ponto que catalisa um processo de mudança positiva. Talvez tenhamos cruzado essa linha na semana passada.

Com a perda de qualquer esperança de algo positivo material até o final de 2022, emerge uma potencial solução inesperada. Alguma coisa ainda percebida como de baixa probabilidade (lembra do áudio do Bessias? Antes disso, ninguém acreditava no impedimento de Dilma Rousseff; vale ler aquela fatídica entrevista nas Páginas Amarelas de “flertando com o abismo”) acaba emergindo e retira o país do aparente inferno. Não se pode matar a esperança, porque ela ficou presa na Caixa de Pandora. Ela resiste, portanto.

O olhar atento começa a perceber os primeiros sinais mais materiais de união em prol de uma candidatura única de centro, evitando uma fragmentação da chamada terceira via e aumentando a, por ora ainda baixa, probabilidade de sua eleição. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Outras opiniões

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Ian Bremmer, da Eurasia, faz importantes considerações nesse sentido, à luz dos acontecimentos recentes: “A implicação mais interessante que pode haver seria Bolsonaro perder tanto apoio a ponto de abrir espaço para uma terceira via. Sabemos que Lula será um dos candidatos que deve chegar no segundo turno, e seria natural de se esperar que o atual presidente também conseguisse chegar lá, mas esse pode não ser o caso. As barreiras ainda são altas para uma terceira via, mas Bolsonaro tem cometido muitos equívocos, e isso em um contexto em que ainda estamos em uma grave crise”.

Bremmer ainda: “Acho que é extremamente improvável que o Bolsonaro seja reeleito, e vejo como uma possibilidade crescente um candidato do centro disputando contra Lula. A terceira via é um evento que com certeza seria muito bem recebido por empresários e investidores”.

Eliane Cantanhêde, em sua coluna no Estadão, vai por caminho semelhante: “Quanto mais golpeia a economia, mais Bolsonaro abre a trilha da terceira via”. 

Amanhã vai ao ar o novo episódio do nosso podcast RadioCash, com Luciano Bivar. Das minhas conversas recentes, considero esta uma das mais relevantes e reveladoras. Bivar, à frente do União Brasil, foi categórico ao projetar uma terceira via forte e unida. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Um possível caminho agora seria a superação das prévias do PSDB em novembro, com aumento do favoritismo de Eduardo Leite sobre João Doria. Esse é o primeiro trigger positivo para os mercados. Na sequência, talvez ainda este ano, a publicação de um documento confirmando a convergência de União Brasil, PSDB, MDB e Cidadania em torno de uma só candidatura forte. 

Por enquanto, é só uma possibilidade, mas ela se torna cada vez mais real. 

Os eventos bastante negativos da semana passada foram tão ruins que podem ter criado um caminho bem positivo para a frente, numa manifestação concreta de nossa antifragilidade macunaímica. 

Entre o fim do Brasil e um possível novo começo, talvez enfrentemos um pequeno purgatório até 21 de novembro. Até lá, juros de mercado na lua, dólar alto e penalização sobre todas as ações cujos fluxos de caixa estão muito lá na frente. Estamos terminando nossos estudos para propor novas recomendações short para o curto prazo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

As vantagens da holding familiar para organizar a herança, a inflação nos EUA e o que mais afeta os mercados hoje

18 de dezembro de 2025 - 8:55

Pagar menos impostos e dividir os bens ainda em vida são algumas vantagens de organizar o patrimônio em uma holding. E não é só para os ricaços: veja os custos, as diferenças e se faz sentido para você

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: De Flávio Day a Flávio Daily…

17 de dezembro de 2025 - 20:00

Mesmo com a rejeição elevada, muito maior que a dos pares eventuais, a candidatura de Flávio Bolsonaro tem chance concreta de seguir em frente; nem todas as candidaturas são feitas para ganhar as eleições

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Veja quanto o seu banco paga de imposto, que indicadores vão mexer com a bolsa e o que mais você precisa saber hoje

17 de dezembro de 2025 - 8:38

Assim como as pessoas físicas, os grandes bancos também têm mecanismos para diminuir a mordida do Leão. Confira na matéria

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

As lições do Chile para o Brasil, ata do Copom, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje

16 de dezembro de 2025 - 8:23

Chile, assim como a Argentina, vive mudanças políticas que podem servir de sinal para o que está por vir no Brasil. Mercado aguarda ata do Banco Central e dados de emprego nos EUA

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Chile vira a página — o Brasil vai ler ou rasgar o livro?

16 de dezembro de 2025 - 7:13

Não por acaso, ganha força a leitura de que o Chile de 2025 antecipa, em diversos aspectos, o Brasil de 2026

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Uma visão de Brasil, por Daniel Goldberg

15 de dezembro de 2025 - 19:55

O fundador da Lumina Capital participou de um dos episódios de ‘Hello, Brasil!’ e faz um diagnóstico da realidade brasileira

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Dividendos em 2026, empresas encrencadas e agenda da semana: veja tudo que mexe com seu bolso hoje

15 de dezembro de 2025 - 7:47

O Seu Dinheiro traz um levantamento do enorme volume de dividendos pagos pelas empresas neste ano e diz o que esperar para os proventos em 2026

VISÃO 360

Como enterrar um projeto: você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?

14 de dezembro de 2025 - 8:00

Talvez você ou sua empresa já tenham sua lista de metas para 2026. Mas você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Flávio Day: veja dicas para proteger seu patrimônio com contratos de opções e escolhas de boas ações

12 de dezembro de 2025 - 8:26

Veja como proteger seu patrimônio com contratos de opções e com escolhas de boas empresas

SEXTOU COM O RUY

Flávio Day nos lembra a importância de ter proteção e investir em boas empresas

12 de dezembro de 2025 - 6:07

O evento mostra que ainda não chegou a hora de colocar qualquer ação na carteira. Por enquanto, vamos apenas com aquelas empresas boas, segundo a definição de André Esteves: que vão bem em qualquer cenário

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A busca pelo rendimento alto sem risco, os juros no Brasil, e o que mais move os mercados hoje

11 de dezembro de 2025 - 8:23

A janela para buscar retornos de 1% ao mês na renda fixa está acabando; mercado vai reagir à manutenção da Selic e à falta de indicações do Copom sobre cortes futuros de juros

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: E olha que ele nem estava lá, imagina se estivesse…

10 de dezembro de 2025 - 19:46

Entre choques externos e incertezas eleitorais, o pregão de 5 de dezembro revelou que os preços já carregavam mais política do que os investidores admitiam — e que a Bolsa pode reagir tanto a fatores invisíveis quanto a surpresas ainda por vir

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A mensagem do Copom para a Selic, juros nos EUA, eleições no Brasil e o que mexe com seu bolso hoje

10 de dezembro de 2025 - 8:10

Investidores e analistas vão avaliar cada vírgula do comunicado do Banco Central para buscar pistas sobre o caminho da taxa básica de juros no ano que vem

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os testes da família Bolsonaro, o sonho de consumo do Magalu (MGLU3), e o que move a bolsa hoje

9 de dezembro de 2025 - 8:17

Veja por que a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à presidência derrubou os mercados; Magazine Luiza inaugura megaloja para turbinar suas receitas

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O suposto balão de ensaio do clã Bolsonaro que furou o mercado: como fica o cenário eleitoral agora?

9 de dezembro de 2025 - 7:25

Ainda que o processo eleitoral esteja longe de qualquer definição, a reação ao anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro deixou claro que o caminho até 2026 tende a ser marcado por tensão e volatilidade

RALI, RUÍDO E POLÍTICA

Felipe Miranda: Os últimos passos de um homem — ou, compre na fraqueza

8 de dezembro de 2025 - 19:58

A reação do mercado à possível candidatura de Flávio Bolsonaro reacende memórias do Joesley Day, mas há oportunidade

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Bolha nas ações de IA, app da B3, e definições de juros: veja o que você precisa saber para investir hoje

8 de dezembro de 2025 - 8:14

Veja o que especialista de gestora com mais de US$ 1,5 trilhão em ativos diz sobre a alta das ações de tecnologia e qual é o impacto para o mercado brasileiro. Acompanhe também a agenda da semana

TRILHAS DE CARREIRA

É o fim da pirâmide corporativa? Como a IA muda a base do trabalho, ameaça os cargos de entrada e reescreve a carreira

7 de dezembro de 2025 - 8:00

As ofertas de emprego para posições de entrada tiveram fortes quedas desde 2024 em razão da adoção da IA. Como os novos trabalhadores vão aprender?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

As dicas para quem quer receber dividendos de Natal, e por que Gerdau (GGBR4) e Direcional (DIRR3) são boas apostas

5 de dezembro de 2025 - 8:05

O que o investidor deve olhar antes de investir em uma empresa de olho dos proventos, segundo o colunista do Seu Dinheiro

SEXTOU COM O RUY

Tsunami de dividendos extraordinários: como a taxação abre uma janela rara para os amantes de proventos

5 de dezembro de 2025 - 6:02

Ainda que a antecipação seja muito vantajosa em algumas circunstâncias, é preciso analisar caso a caso e não se animar com qualquer anúncio de dividendo extraordinário

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar