O que a recente movimentação da Apple pode ensinar sobre a dura vida do analista de investimentos?

Desde que eu comecei a minha carreira profissional, sempre tive a intenção de trabalhar com análise de investimentos.
Estudar o modelo de negócios de uma companhia, analisar o cenário competitivo do setor, as condições macroeconômicas de um determinado segmento… Horas e horas de estudos, buscando as melhores alternativas naquele momento para a carteira.
Entretanto, também devemos ter o controle de nossos próprios vieses. Nos questionar, constantemente, se a ideia que temos sobre determinada empresa faz sentido ou não.
Outro fator importante é o preço que o investidor paga por uma ação. De nada adianta você comprar um ótimo ativo que esteja caro, reduzindo assim seu potencial de ganhos. Ou até mesmo com um preço considerável bom, mas com sinalizações de condições desafiadoras para a companhia.
Aqui também não quero passar a ideia de que nós, analistas, conseguimos acertar o preço “ótimo”. Buscando entender o cenário à nossa volta, cabe ao profissional descobrir se existe a possibilidade de adquirir o ativo em questão com um preço melhor do que o atual.
Aqueles que conhecem as séries internacionais da Empiricus — seja via MoneyRider, seja via As Melhores Ações do Mundo — sabem da nossa visão positiva no longo prazo para as ações da Apple (B3: AAPL34; Nasdaq: AAPL).
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Nos últimos dias, contudo, dois eventos devem gerar um momentum negativo para as ações da companhia, pelo menos no curto prazo.
Na sexta-feira (10), a empresa teve o seu pior pregão desde maio, devido à decisão de uma juíza do estado da Califórnia no caso impetrado pela desenvolvedora de jogos Epic Games (criadora do “Fortnite”), que impede que a Apple detenha o meio de pagamento exclusivo dos aplicativos desenvolvidos por terceiros e distribuídos na sua plataforma.
Essa medida retira a obrigatoriedade dos desenvolvedores de pagar a taxa de 30% cobrada pela Apple para transações por meio da App Store.
Já ontem a empresa realizou o evento “California Streaming”, no qual anunciou as novas versões do iPhone, iPad e Apple Watch, sem grandes novidades nos aparelhos apresentados.
Desde a cotação de fechamento da quinta-feira (9), a ação se desvalorizou cerca de 4%. Ainda que não soe muito, estamos falando de uma perda de quase US$ 100 bilhões — maior que o valor de mercado de qualquer empresa brasileira listada na B3.
Entretanto, não vejo esses eventos afetando de maneira significativa as perspectivas de longo prazo da companhia. Não acredito que seja necessário zerar uma posição na empresa, por exemplo.
Isso porque, além de dúvidas de como a cobrança dos desenvolvedores será permitida (o que pode gerar experiências ruins aos usuários), a decisão da magistrada não determinou que a criadora do iPhone seja monopolista, conforme julgava o acusador, não impactando a capacidade de determinação do valor cobrado pela Apple em sua loja de aplicativos.
Mesmo que a companhia seja afetada de alguma forma, estimativas de mercado apontam que as receitas provenientes dos 20 maiores desenvolvedores na App Store devem representar algo em torno de 2% das vendas e 5% do lucro por ação no próximo ano fiscal.
Sem falar que ambas as empresas podem recorrer da decisão, o que deve postergar ainda mais o impacto nos resultados da Apple.
Mas como gostamos de lembrar, no mundo dos investimentos, “o longo prazo é formado de diversos curto prazos”. Mesmo que eu ache que a companhia não será severamente impactada, o mercado pode não pensar dessa maneira.
Analisando todos os lançamentos de iPhones, as ações da Apple ficam, na média, no zero a zero no mês seguinte. Das 14 vezes desde o primeiro lançamento, em 2007, houve igualdade na quantidade de vezes que o papel terminou o período no positivo (com retorno médio de 3,9%) e no negativo (-4,3%).
Importante salientar que, nos seis meses seguintes, a ocorrência de resultados positivos é bem superior ao de perdas (10 ante 4), com um ganho médio de 13,1% no período.
Só que, nos próximos 30 dias, achamos melhor analisar outros modelos de negócio, cenários competitivos, condições macroeconômicas de outros setores, etc.
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