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Análise: Lemonade (LMND) e a lição das possíveis ações exponenciais

Quase seis meses após a nossa recomendação, em 12 de janeiro, as ações tinham subido 162%; sugerimos que os investidores embolsassem o lucro

15 de agosto de 2021
16:48 - atualizado às 17:08
Imagem: Lemonade / Divulgação

Uma coisa que sempre falamos na Empiricus é que, dentro de uma carteira diversificada, é interessante ter um pedacinho em ações de empresas de tecnologia inovadoras e disruptivas com potencial de gerar ganhos exponenciais. 

Logicamente, essas companhias embutem risco elevado também – por isso, precisam ser acompanhadas com lupa.

Tivemos um case nessa linha em uma das séries que eu lidero a FIRE – Financial Independence, Retire Early – com foco em indicações de investimentos para quem deseja viver de renda em qualquer idade. 

Refiro-me à Lemonade (NYSE:LMND), uma empresa de seguros, na verdade, uma insurtech, que começou suas operações em 2017, recebeu investimentos do Softbank e da Allianz e realizou IPO no início de julho do ano passado, levantando US$ 319 milhões. 

Menos de um mês após a abertura de capital, eu e minha equipe de analistas sugerimos um aporte pequeno na startup.

Baseamos essa indicação em diversos pontos. Primeiramente, vimos que, globalmente, o setor de seguros movimenta cerca de US$ 5 trilhões ao ano e que nesse mercado gigantesco, o maior player tem apenas 4% de market share. 

Essa fragmentação é explicada sobretudo pela reduzida diferenciação – quase nenhuma - entre os produtos oferecidos. A briga entre as companhias ainda se concentra nos preços. Por exemplo, se você ou alguém da sua família tem seguro de carro, basta uma outra seguradora oferecer um preço menor para o mesmo nível de cobertura, que a troca acontece sem peso na consciência. 

Por isso, surgem cada vez mais novos serviços agregados, cartões de crédito sem anuidade e programas de fidelização – estratégias diversas para reter os clientes. O mercado de seguros clama por inovações.

Lemonade (LMND): estudo de caso

Voltando à Lemonade. Diferentemente de empresas tradicionais, ela é 100% digital e dotada de inteligência artificial. Os seguros são contratados via aplicativo ou site e todo o processo é guiado pela Maya, um bot. A concepção do projeto contou com o professor Dan Ariely, um dos maiores expoentes em finanças comportamentais. 

Inclusive, ele desenvolveu um modelo de incentivo atrelado a iniciativas de impacto social. Quando o cliente não aciona o seguro, isto é, quando não há sinistro, parte do dinheiro que ele pagou é destinado à uma instituição de caridade ou projeto social que ele escolher. Com isso, o objetivo da empresa é diminuir o desconforto ou o “ódio” que as pessoas têm ao pagar seguro por não verem valor no produto.  

Ao avaliá-la, vimos ainda alguns atributos como custo marginal zero para incorporar novos clientes, a possibilidade de construção de novas receitas recorrentes acompanhando o ciclo de vida dos clientes e os efeitos positivos de rede, pois quando mais segurados, mais dados são acumulados melhorando os algoritmos e toda a inteligência da plataforma.

A Lemonade vinha avançando em um ritmo absurdo desde a sua fundação, chegando a dobrar de um ano para outro. 

Contudo, como destaquei, estávamos com os pés no chão, diante de uma empresa nova e relativamente pequena, um caso binário: com potencial de multiplicar várias vezes o capital investido ou de valer zero. 

O que aconteceu com as ações?

Quase seis meses após a nossa recomendação, em 12 de janeiro, as ações tinham subido 162%, mas sem que a empresa tivesse apresentado resultados compatíveis com essa alta. 

Assim, sugerimos que os investidores embolsassem o lucro e prosseguissem somente com o valor principal investido, isto é, o montante inicialmente aportado nas ações da companhia. Naquela ocasião, os sinais eram de que os negócios da empresa estavam desacelerando.

E na semana passada, quando as ações caíam -55%, negociadas a US$ 80, mas ainda +21% acima do preço de entrada, recomendamos encerramento da posição em Lemonade. 

Os fundadores e gestores da insurtech têm testado várias hipóteses com o intuito de conquistar os consumidores, mas na nossa visão, elas não tiveram fit de mercado, isto é, não está acontecendo a adesão necessária. 

As receitas entraram em uma trajetória decrescente – veja a variação trimestral: 

  Elaboração: Empiricus – fonte: Koyfin

Hoje, a Lemonade tem uma receita anual de somente US$ 100 milhões – sem apresentar crescimento consistente e com margens reduzidas. 

Portanto, a performance operacional da insurtech não condiz com o seu valor de mercado de US$ 5 bilhões. Esse patamar costuma ser atribuído às empresas disruptivas de margens elevadas e que que irão maturar em negócios bilionários no futuro. 

Para se ter uma ideia, se considerássemos um avanço de 30% nos próximos 12 meses – o que parece pouquíssimo provável, estaríamos falando de um múltiplo de 25 vezes receitas. 

Para justificar esse preço, na nossa visão, a Lemonade deveria estar crescendo num ritmo pelo menos três vezes maior do que o atual. 

Pelo que ela está entregando, deveria valer US$ 500 milhões ou 10 vezes menos. 

Diante disso tudo, a empresa perdeu sentido para a gente.

Claro, saímos dessa história desapontados com a performance da companhia, mas podemos dizer que ficamos felizes por termos encerrado essa recomendação mais arrojada com excelente rentabilidade. Além disso, conseguimos apresentar o mercado internacional aos assinantes do FIRE. 

Sim, desmistificamos o investimento no exterior. Isso é fundamental para estratégias realmente diversificadas. Principalmente em relação às techs e aos casos de empresas inovadoras que podem gerar retornos exponenciais, há um imenso leque de alternativas nas bolsas dos Estados Unidos. 

Quando indicamos a Lemonade no final de julho do ano passado, aqui na B3 não havia nenhuma dessas novas empresas de tecnologia listadas como a Méliuz, Mosaico, GetNinjas e Enjoei.

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