🔴 NO AR: ONDE INVESTIR EM DEZEMBRO – CONFIRA MAIS DE 30 RECOMENDAÇÕES – VEJA AQUI

Um meteoro passageiro chamado juros

O que fez a curva de juros norte-americana empinar tanto nos últimos meses e de uma maneira tão vigorosa nos últimos dias?

6 de março de 2021
9:07 - atualizado às 14:08
Montagem de meteoro no espaço em direção para baixo com o texto juros em cima; investimentos
Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock

Nos últimos dias, forças externas mexeram com os mercados globais e nosso querido Brasil não ficou alheio a este ataque.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Quem diria, os juros americanos voltaram a dar as caras e mexer com as alocações de investimentos ao redor do mundo.

Para quem está por fora do assunto, os juros norte-americanos de 10 anos, considerados como a principal referência de um título público sem risco de calote, subiram expressivamente nas últimas semanas e romperam o patamar de 1,5% ao ano, nível que não atingiam desde o início da pandemia em março de 2020.

A grande preocupação com uma recessão econômica global e a grande incerteza em relação a uma retomada da atividade produtiva fizeram com que esta taxa, conhecida também como Treasuries de 10 anos, chegasse a 0,50% ao ano em agosto de 2020, um dos menores pontos na sua história.

Mas então o que fez esta curva empinar tanto nos últimos meses e de uma maneira tão vigorosa nos últimos dias?

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Dados melhores de varejo nos EUA divulgados recentemente e uma retomada consistente do mercado de trabalho norte-americano contribuíram para uma maior expectativa dos agentes de mercado quanto à inflação dos EUA.

Leia Também

Neste contexto, somado a uma liquidez sem precedentes proporcionada pelo Fed (banco central americano), estímulos fiscais que vêm sendo aprovados nos EUA e mais um plano de US$ 1,9 trilhão que Biden está tentando aprovar junto ao Congresso, é normal esperar uma inflação mais alta mesmo nos próximos meses.

E para o Fed, tudo bem, já que ele mantém a visão da necessidade de aumento dos juros básicos somente em 2023. O banco central americano sabe que a inflação será mais alta, mas que estará sob controle. Provavelmente, o equilíbrio sustentável das taxas de juros de longo prazo deve permanecer mais próximo de 2% ao longo de 2022. Mas, até lá, os juros ficarão baixos em comparação ao seu histórico.

É importante pensar sob outro prisma. Juros mais altos são um sinal de que a economia está se recuperando, a confiança está sendo restabelecida e empregos voltaram a ser gerados. E isto é muito bom. Queremos logo virar a página desta pandemia e normalizar as nossas vidas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Portanto, penso que não devemos nos preocupar tanto e que este estresse nos juros americanos seja algo pontual. Por outro lado, é fato que esta alta significativa causou impactos relevantes nas bolsas mundiais.

Com juros mais altos, há uma migração da renda variável para a renda fixa, principalmente nos EUA, onde os dividendos atuais das empresas listadas geram uma taxa média anual de 1,5%, mesmo patamar dos juros de 10 anos norte-americanos.

Quem tomou o maior tombo nesta nova dinâmica foram as ações da Nasdaq, bolsa onde estão listadas as principais companhias de tecnologia do mundo. Aqui no Brasil, o impacto maior se deu nos juros de longo prazo, nas ações do setor imobiliário e nas empresas tech que fizeram IPO recentemente.

Estes dois segmentos da economia são muito sensíveis ao aumento da taxa de juros de longo prazo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Acompanhe o meu raciocínio.

Para a ampla maioria dos brasileiros, a compra de um imóvel depende de acesso ao crédito imobiliário. Trata-se de uma das decisões mais importantes da vida de uma pessoa, pois envolve o comprometimento de uma boa parte da renda por um longo período, que pode durar mais de 20 anos.

Por isso, a confiança de que a prestação de um imóvel continuará cabendo no bolso é determinante para a tomada de decisão de compra de um apartamento ou de uma casa. O que impacta a prestação do imóvel? Os juros cobrados pela instituição financeira.

Se os juros de longo prazo lá fora sobem, fazendo com que os juros de longo prazo aqui acompanhem esta alta, há a expectativa de que essa prestação possa ficar mais cara nos próximos anos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Isso pode afetar a decisão de compra no presente, logo as ações das construtoras perdem valor. Vimos o setor imobiliário ser dizimado na Bolsa brasileira nas últimas semanas, apesar de eu achar que o movimento foi um tanto exagerado.

Este movimento revelou boas oportunidades pontuais no setor, como as ações de Cury (CURY3), Mitre (MTRE3), Direcional (DIRR3) e Cyrela (CYRE3).

Com relação às empresas tech, os juros também as pegaram em cheio, mas por outro motivo.

Empresas de tecnologia são conhecidas como negócios atrelados a um grande crescimento nos anos adiante. Assim, a maior parte do fluxo de caixa futuro de uma tech está no longo prazo, já que no presente ela ainda investe muito em marketing e inovação para aumentar suas receitas, não tendo tanta geração de caixa nesse momento.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Se as taxas de juros de longo prazo sobem, quer dizer que este fluxo de caixa futuro vale menos hoje, pois ele será trazido a valor presente a uma taxa maior. Em outras palavras, reduz-se o valor justo de uma empresa de tecnologia.

Por este motivo, vimos o índice Nasdaq cair mais de 6%, enquanto o S&P 500 ficou próximo da estabilidade no último mês.

Aqui no Brasil, o movimento foi semelhante. As ações de tecnologia, principalmente as que fizeram os seus IPOs nos últimos meses, também sofreram bem com a alta dos juros. Vimos Neogrid (NGRD3), Sinqia (SQIA3), Méliuz (CASH3), Enjoei (ENJU3) e Mosaico (MOSI3) registrar quedas acentuadas, superiores à retração do Ibovespa no mesmo período.

Costumo dizer que dos exageros surgem as grandes oportunidades e, com base no cenário de que este estresse nos juros seja algo momentâneo, entendemos que as ações de tecnologia e do setor imobiliário guardam grande potencial de valorização nos níveis atuais.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Fiquem calmos, pois o meteoro é passageiro e ficará mais fraco com o tempo. Aproveite para aumentar posição nestes ativos em que os investidores erraram a mão na realização. Tem barganha aí.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Mais empresas no nó do Master e Vorcaro, a escolha do Fed e o que move as bolsas hoje

2 de dezembro de 2025 - 8:16

Titan Capital surge como peça-chave no emaranhado de negócios de Daniel Vorcaro, envolvendo mais de 30 empresas; qual o risco da perda da independência do Fed, e o que mais o investidor precisa saber hoje

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

A sucessão no Fed: o risco silencioso por trás da queda dos juros

2 de dezembro de 2025 - 7:08

A simples possibilidade de mudança no comando do BC dos EUA já começou a mexer na curva de juros, refletindo a percepção de que o “jogo” da política monetária em 2026 será bem diferente do atual

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: Bolhas não acabam assim

1 de dezembro de 2025 - 19:55

Wall Street vivencia hoje uma bolha especulativa no mercado de ações? Entenda o que está acontecendo nas bolsas norte-americanas, e o que a inteligência artificial tem a ver com isso

DÉCIMO ANDAR

As lições da Black Friday para o universo dos fundos imobiliários e uma indicação de FII que realmente vale a pena agora

30 de novembro de 2025 - 8:00

Descontos na bolsa, retorno com dividendos elevados, movimentos de consolidação: que tipo de investimento realmente compensa na Black Friday dos FIIs?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os futuros dividendos da Estapar (ALPK3), o plano da Petrobras (PETR3), as falas de Galípolo e o que mais move o mercado

28 de novembro de 2025 - 8:25

Com mudanças contábeis, Estapar antecipa pagamentos de dividendos. Petrobras divulga seu plano estratégico, e presidente do BC se mantém duro em sua política de juros

SEXTOU COM O RUY

Jogada de mestre: proposta da Estapar (ALPK3) reduz a espera por dividendos em até 8 anos, ações disparam e esse pode ser só o começo

28 de novembro de 2025 - 6:01

A companhia possui um prejuízo acumulado bilionário e precisaria de mais 8 anos para conseguir zerar esse saldo para distribuir dividendos. Essa espera, porém, pode cair drasticamente se duas propostas forem aprovadas na AGE de dezembro.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A decisão de Natal do Fed, os títulos incentivados e o que mais move o mercado hoje

27 de novembro de 2025 - 8:23

Veja qual o impacto da decisão de dezembro do banco central dos EUA para os mercados brasileiros e o que deve acontecer com as debêntures incentivadas, isentas de IR

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Corte de juros em dezembro? O Fed diz talvez, o mercado jura que sim

27 de novembro de 2025 - 7:49

Embora a maioria do mercado espere um corte de 25 pontos-base, as declarações do Fed revelam divisão interna: há quem considere a inflação o maior risco e há quem veja a fragilidade do mercado de trabalho como a principal preocupação

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: O mercado realmente subestima a Selic?

26 de novembro de 2025 - 19:30

Dentro do arcabouço de metas de inflação, nosso Bacen dá mais cavalos de pau do que a média global. E o custo de se voltar atrás para um formulador de política monetária é quase que proibitivo. Logo, faz sentido para o mercado cobrar um seguro diante de viradas possíveis.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

As projeções para a economia em 2026, inflação no Brasil e o que mais move os mercados hoje

26 de novembro de 2025 - 8:36

Seu Dinheiro mostra as projeções do Itaú para os juros, inflação e dólar para 2026; veja o que você precisa saber sobre a bolsa hoje

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os planos e dividendos da Petrobras (PETR3), a guerra entre Rússia e Ucrânia, acordo entre Mercosul e UE e o que mais move o mercado

25 de novembro de 2025 - 8:20

Seu Dinheiro conversou com analistas para entender o que esperar do novo plano de investimentos da Petrobras; a bolsa brasileira também reflete notícias do cenário econômico internacional

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: O paradoxo do banqueiro central

24 de novembro de 2025 - 19:59

Se você é explicitamente “o menino de ouro” do presidente da República e próximo ao ministério da Fazenda, é natural desconfiar de sua eventual subserviência ao poder Executivo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Hapvida decepciona mais uma vez, dados da Europa e dos EUA e o que mais move a bolsa hoje

24 de novembro de 2025 - 7:58

Operadora de saúde enfrenta mais uma vez os mesmos problemas que a fizeram despencar na bolsa há mais dois anos; investidores aguardam discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE) e dados da economia dos EUA

BOMBOU NO SD

CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3), o ‘terror dos vendidos’ e mais: as matérias mais lidas do Seu Dinheiro na semana

23 de novembro de 2025 - 17:13

Matéria sobre a exposição da Oncoclínicas aos CDBs do Banco Master foi a mais lida da semana; veja os destaques do SD

MERCADOS HOJE

A debandada da bolsa, pessimismo global e tarifas de Trump: veja o que move os mercados hoje

21 de novembro de 2025 - 9:27

Nos últimos anos, diversas empresas deixaram a B3; veja o que está por trás desse movimento e o que mais pode afetar o seu bolso

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Planejamento, pé no chão e consciência de que a realidade pode ser dura são alguns dos requisitos mais importantes de quem quer ser dono da própria empresa

20 de novembro de 2025 - 8:36

Milhões de brasileiros sonham em abrir um negócio, mas especialistas alertam que a realidade envolve insegurança financeira, mais trabalho e falta de planejamento

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Será que o Fed já pode usar AI para cortar juros?

19 de novembro de 2025 - 20:00

Chegamos à situação contemporânea nos EUA em que o mercado de trabalho começa a dar sinais em prol de cortes nos juros, enquanto a inflação (acima da meta) sugere insistência no aperto

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A nova estratégia dos FIIs para crescer, a espera pelo balanço da Nvidia e o que mais mexe com seu bolso hoje

19 de novembro de 2025 - 8:01

Para continuarem entregando bons retornos, os Fundos de Investimento Imobiliários adaptaram sua estratégia; veja se há riscos para o investidor comum. Balanço da Nvidia e dados de emprego dos EUA também movem os mercados hoje

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O recado das eleições chilenas para o Brasil, prisão de dono e liquidação do Banco Master e o que mais move os mercados hoje

18 de novembro de 2025 - 8:29

Resultado do primeiro turno mostra que o Chile segue tendência de virada à direita já vista em outros países da América do Sul; BC decide liquidar o Banco Master, poucas horas depois que o banco recebeu uma proposta de compra da holding Fictor

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Eleição no Chile confirma a guinada política da América do Sul para a direita; o Brasil será o próximo?

18 de novembro de 2025 - 6:03

Após a vitória de Javier Milei na Argentina em 2023 e o avanço da direita na Bolívia em 2025, o Chile agora caminha para um segundo turno amplamente favorável ao campo conservador

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar