Preste muita atenção aos CPFs — não só aos CNPJs — na hora de investir em bolsa
Executivos competentes, confiáveis e energéticos transformam o negócio em algo completamente diferente, e não destroem valor para o acionista
Nesta semana, assistimos ao anúncio do Santander Brasil (SANB11) de que seu CEO, Sérgio Rial, será alçado ao posto de chairman (presidente do conselho de administração). Em seu lugar, assume Mario Leão, que liderou o Corporate (área de grandes empresas) nos últimos quatro anos.
Rial acompanha o movimento de nomes como Jeff Bezos, que recentemente saiu do posto de CEO para se tornar chairman da gigante Amazon.
Durante a semana, circulou nos aplicativos de mensagens uma emocionada mensagem de Sérgio, que descreve sua enorme alegria em fazer esse movimento, e em poder reconhecer o trabalho da sua equipe direta, que sobe de posto quase em bloco, junto com ele. Merecido, não só por ele, mas por toda a equipe. Ninguém chega a lugar nenhum sozinho.
Como Rial muito bem coloca em seu texto, o Santander Brasil “abriu lojas quando a maioria fechava, acelerou [a concessão de crédito] quando muitos temiam” e fechou a torneira dos empréstimos quando todos estavam otimistas demais, logo antes da pandemia.
Com isso, o banco abriu uma série de lojas de crédito focadas no produtor rural Brasil afora, se consolidou como o líder em financiamento de veículos, com uma participação de mercado de mais de 25%, e mostrou grande resiliência na receita de serviços, a linha de receita sob intenso ataque das fintechs, por meio da sua bem-sucedida GetNet.
Com efeito, o Santander apresentou um dos maiores retornos totais ao acionista dentre os grandes bancos brasileiros ao longo dos últimos cinco anos. Fruto do trabalho de uma grande equipe, liderada por Rial. Se ele não tivesse uma equipe competente, não teria para onde ir depois de sete anos como CEO — não teria ninguém para substituí-lo.
Leia Também
Flávio Day: veja dicas para proteger seu patrimônio com contratos de opções e escolhas de boas ações
Não acha incrível que um patinho feio, um “bancão sob ataque das fintechs”, conseguiu performar tão bem ao longo dos últimos anos?
Esse é meu ponto. A importância do fator gente.
Executivos competentes, confiáveis e energéticos transformam o negócio em algo completamente diferente, e não destroem valor para o acionista. Gente boa muda o negócio, muda a estratégia, mas não deixa a peteca cair.
Por outro lado, pessoas que carecem de qualquer um desses três traços — competência, caráter ou energia — são capazes de transformar um excelente negócio em uma destruição de valor para o acionista.
Leia também:
- Assumindo riscos, Sérgio Rial levou Santander da lanterna para a liderança de rentabilidade entre os bancos
- Enquanto troca de comando, Santander tem maior lucro da sua história
- Méliuz compra Alter Pagamentos. Cashback em bitcoin vale a pena?
Muito além do cashback
O caso de Méliuz (CASH3), é outro exemplo bem-sucedido do poder das pessoas à frente de uma empresa.
Já gostamos da tese de investimentos desde quando a empresa era majoritariamente de cashback, serviço que fica dentro da vertical “marketplace” da companhia.
À época do seu IPO, a vertical de serviços financeiros era tida pela maioria dos investidores como “opcionalidade” – algo que não colocamos na conta, mas, se executado, traz upside adicional ao case.
Pois bem. A maioria das opcionalidades ou não são executadas nunca, ou são executadas alguns anos depois de prometidas. No caso de Méliuz, entretanto, a companhia já entregou um serviço financeiro novo desde que veio para a bolsa — há menos de um ano — o Méliuz Empréstimos. Mas não parou por aí.
Também fez duas aquisições relevantes nessa vertical nesse meio tempo: o AcessoBank, um banco digital completo, e, ontem, o AlterBank, banco digital especializado na negociação de criptomoedas.
Se os serviços financeiros já eram opcionalidades aos olhos dos investidores, imagine criptoativos. Para mim, não estava nem no radar. E a companhia surpreendeu positivamente.
Quem sabe daqui a pouco o Israel Salmen também não vira chairman? A acompanhar…
Enfim.
Atente-se, sempre, a quem está por trás daquela marca, daquele ticker, daquele negócio. O cérebro, o caráter e a energia são frequentemente mais relevantes que o negócio.
Preste muita atenção aos CPFs – não só aos CNPJs.
Um abraço,
Larissa
A mensagem do Copom para a Selic, juros nos EUA, eleições no Brasil e o que mexe com seu bolso hoje
Investidores e analistas vão avaliar cada vírgula do comunicado do Banco Central para buscar pistas sobre o caminho da taxa básica de juros no ano que vem
Os testes da família Bolsonaro, o sonho de consumo do Magalu (MGLU3), e o que move a bolsa hoje
Veja por que a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à presidência derrubou os mercados; Magazine Luiza inaugura megaloja para turbinar suas receitas
O suposto balão de ensaio do clã Bolsonaro que furou o mercado: como fica o cenário eleitoral agora?
Ainda que o processo eleitoral esteja longe de qualquer definição, a reação ao anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro deixou claro que o caminho até 2026 tende a ser marcado por tensão e volatilidade
Felipe Miranda: Os últimos passos de um homem — ou, compre na fraqueza
A reação do mercado à possível candidatura de Flávio Bolsonaro reacende memórias do Joesley Day, mas há oportunidade
Bolha nas ações de IA, app da B3, e definições de juros: veja o que você precisa saber para investir hoje
Veja o que especialista de gestora com mais de US$ 1,5 trilhão em ativos diz sobre a alta das ações de tecnologia e qual é o impacto para o mercado brasileiro. Acompanhe também a agenda da semana
É o fim da pirâmide corporativa? Como a IA muda a base do trabalho, ameaça os cargos de entrada e reescreve a carreira
As ofertas de emprego para posições de entrada tiveram fortes quedas desde 2024 em razão da adoção da IA. Como os novos trabalhadores vão aprender?
As dicas para quem quer receber dividendos de Natal, e por que Gerdau (GGBR4) e Direcional (DIRR3) são boas apostas
O que o investidor deve olhar antes de investir em uma empresa de olho dos proventos, segundo o colunista do Seu Dinheiro
Tsunami de dividendos extraordinários: como a taxação abre uma janela rara para os amantes de proventos
Ainda que a antecipação seja muito vantajosa em algumas circunstâncias, é preciso analisar caso a caso e não se animar com qualquer anúncio de dividendo extraordinário
Quais são os FIIs campeões de dezembro, divulgação do PIB e da balança comercial e o que mais o mercado espera para hoje
Sete FIIs disputam a liderança no mês de dezembro; veja o que mais você precisa saber hoje antes de investir
Copel (CPLE3) é a ação do mês, Ibovespa bate novo recorde, e o que mais movimenta os mercados hoje
Empresa de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, a Copel é a favorita para investir em dezembro. Veja o que mais você precisa saber sobre os mercados hoje
Mais empresas no nó do Master e Vorcaro, a escolha do Fed e o que move as bolsas hoje
Titan Capital surge como peça-chave no emaranhado de negócios de Daniel Vorcaro, envolvendo mais de 30 empresas; qual o risco da perda da independência do Fed, e o que mais o investidor precisa saber hoje
A sucessão no Fed: o risco silencioso por trás da queda dos juros
A simples possibilidade de mudança no comando do BC dos EUA já começou a mexer na curva de juros, refletindo a percepção de que o “jogo” da política monetária em 2026 será bem diferente do atual
Tony Volpon: Bolhas não acabam assim
Wall Street vivencia hoje uma bolha especulativa no mercado de ações? Entenda o que está acontecendo nas bolsas norte-americanas, e o que a inteligência artificial tem a ver com isso
As lições da Black Friday para o universo dos fundos imobiliários e uma indicação de FII que realmente vale a pena agora
Descontos na bolsa, retorno com dividendos elevados, movimentos de consolidação: que tipo de investimento realmente compensa na Black Friday dos FIIs?
Os futuros dividendos da Estapar (ALPK3), o plano da Petrobras (PETR3), as falas de Galípolo e o que mais move o mercado
Com mudanças contábeis, Estapar antecipa pagamentos de dividendos. Petrobras divulga seu plano estratégico, e presidente do BC se mantém duro em sua política de juros
Jogada de mestre: proposta da Estapar (ALPK3) reduz a espera por dividendos em até 8 anos, ações disparam e esse pode ser só o começo
A companhia possui um prejuízo acumulado bilionário e precisaria de mais 8 anos para conseguir zerar esse saldo para distribuir dividendos. Essa espera, porém, pode cair drasticamente se duas propostas forem aprovadas na AGE de dezembro.
A decisão de Natal do Fed, os títulos incentivados e o que mais move o mercado hoje
Veja qual o impacto da decisão de dezembro do banco central dos EUA para os mercados brasileiros e o que deve acontecer com as debêntures incentivadas, isentas de IR
Corte de juros em dezembro? O Fed diz talvez, o mercado jura que sim
Embora a maioria do mercado espere um corte de 25 pontos-base, as declarações do Fed revelam divisão interna: há quem considere a inflação o maior risco e há quem veja a fragilidade do mercado de trabalho como a principal preocupação
Rodolfo Amstalden: O mercado realmente subestima a Selic?
Dentro do arcabouço de metas de inflação, nosso Bacen dá mais cavalos de pau do que a média global. E o custo de se voltar atrás para um formulador de política monetária é quase que proibitivo. Logo, faz sentido para o mercado cobrar um seguro diante de viradas possíveis.
As projeções para a economia em 2026, inflação no Brasil e o que mais move os mercados hoje
Seu Dinheiro mostra as projeções do Itaú para os juros, inflação e dólar para 2026; veja o que você precisa saber sobre a bolsa hoje