Howard Marks, ‘guru’ de Warren Buffett, nega bolha de ativos, mas vê crescimento lento como desafio
Cofundador da Oaktree Capital diz ver mundo mais desafiador para investidores; para quem planeja mais precaução, gestor recomenda aumento de caixa e mudança em sortimento de ativos

A intensa alta dos ativos globais de maior risco, com dinheiro jorrando pelos bancos centrais e as economias ainda em recuperação, levou parte do mercado financeiro a questionar se não estaria sendo formada uma "bolha de liquidez".
Para Howard Marks, cofundador da Oaktree Capital e uma das referências para grandes investidores como o bilionário Warren Buffett, ao menos nos Estados Unidos a atividade econômica apoiará a alta dos ativos.
Especialista em ciclos de mercado, o gestor foi uma das vozes que defendeu a compra de ativos no auge do pânico entre os investidores provocado pela pandemia do coronavírus, em março do ano passado.
Agora, o executivo da gestora que administra US$ 110 bilhões em ativos entende que, apesar da forte valorização dos ativos, incluindo as bolsas, o forte desempenho da economia sustenta a avaliação positiva. Para este ano, a previsão é de que o PIB dos Estados Unidos cresça até 7%.
"A economia pode virar pela 'psicologia' das pessoas, com influência de alguma variante [da covid-19], mas não acho que seja esse o caso", disse Marks em entrevista ao estrategista-chefe da Empiricus, Felipe Miranda, transmitida ao vivo nesta segunda-feira (19).
O gestor também lembrou que o Fed, o banco central dos EUA, indicou que manterá a taxa básica de juros em patamares baixos por bastante tempo — hoje está entre 0% e 0,25%.
Leia Também
Conhecido pelos famosos "memos", cartas aos investidores que se tornaram leitura obrigatória pelo mercado, Marks disse que, apesar do desempenho acima da média neste ano, a economia deve crescer em ritmo menor em relação a décadas anteriores à da crise de 2008, quando a atividade foi puxada pelo aumento da globalização, avanço da tecnologia e ausência de grandes guerras.
"As pessoas que viveram esse período podem se perguntar quando voltaremos ao normal. Acho que não voltaremos a ter isso", disse Marks. "Teremos crescimento lento, o que criará desafios para todos".
Para os investidores o desafio diria respeito a ganhar dinheiro em um mundo com farta informação. Marks lembrou que no início de sua carreira, no final dos anos 1960, investir não era popular e não havia computadores ou uma grande base de dados sobre as empresas.
"Hoje todo mundo sabe de tudo. Ter toda a informação não pode ser a definição do sucesso. O mercado é mais competitivo", disse. "Para encontrar barganhas, você tem que fazer um trabalho superior em analisar e interpretar a informação".
A outra opção de busca por bons investimentos seria tentar prever o futuro, mas "não é um bom caminho", comentou o "guru" de Buffett.
Para o gestor, todo investimento se trata de um julgamento sobre o futuro, mas com desafios, como o de saber se o fluxo de caixa de uma empresa vai se manter com as mudanças tecnológicas.
Como se proteger
O executivo da Oaktree Capital deu ao menos duas dicas para o investidor que deseja ser mais precavido diante das incertezas: aumentar o caixa e mudar o sortimento de ativos na carteira.
"Bonus [títulos de dívida] são mais seguros que ações, baixas aspirações são mais seguras que a busca por alto crescimento", disse. "No curto prazo, as empresas [do setor de] alimentos são de menor risco se comparadas às de tecnologia".
Marks seguiu com o exemplo de ações de países desenvolvidos, que seriam mais seguras que as de países emergentes. "Mesmo sem mudar a sua alocação de ativo, você pode ir para táticas mais seguras", disse.
Segundo ele, há poucos gestores que tem grande potencial para lidar com cenários agressivos e defensivos. "Em geral, sou um gestor defensivo de alto nível", disse.
O americano fundou a Oaktree com mais quatro sócios em 1995, aplicando ao longo do tempo principalmente em investimentos alternativos, como títulos de dívidas problemáticas. "O mais importante é ser realista e ter uma expectativa razoável", disse.
Ele também deu uma dica preciosa para quem pretende ter sucesso no mercado financeiro:
"Tem que investir começando cedo, ser disciplinado, manter as despesas contidas e deixar esse dinheiro sem perturbá-lo. O investidor individual não deve achar que ele vai ser melhor que todo mundo."
Marks vê poucas chances de um investidor bater o mercado operando sozinho, ainda mais sem se dedicar inteiramente a essa atividade.
"A maioria das pessoas não se medica sozinha, não conserta seu carro por conta própria. Você tem que ser ajudada por quem sabe fazer isso — ou entrar em um fundo de índice", disse o gestor da Oaktree, cujos fundos podem ser encontrados pelos investidores em plataformas de investimento, como BTG Digital, Vitreo e XP.
Commodities e chance de juro menor dão suporte, mas julgamento de Bolsonaro limita ganhos e Ibovespa cai
O principal índice da bolsa brasileira chegou a renovar máximas intradia, mas perdeu força no início da tarde; dólar à vista subiu e ouro renovou recorde na esteira do ataque de Israel ao Catar
Fundo imobiliário GARE11 anuncia compra de dois imóveis por R$ 32,3 milhões; confira os detalhes da operação
O anúncio da compra dos imóveis vem na esteira da venda de outros dez ativos, reforçando a estratégia do fundo imobiliário
FII vs. FI-Infra: qual o melhor fundo para uma estratégia de renda com dividendos e isenção de imposto?
Apesar da popularidade dos FIIs, os fundos de infraestrutura oferecem incentivos fiscais extras e prometem disputar espaço nas carteiras de quem busca renda mensal isenta de IR
Rubens Ometto e Luiza Trajano bem na fita: Ações da Cosan (CSAN3), do Magalu (MGLU3) e da Raízen (RAIZ4) lideram altas da semana no Ibovespa
Se as ações da Cosan, do Magazine Luiz e da Raizen brilharam no Ibovespa, o mesmo não se pode dizer dos papéis da Brava, da Marfrig e da Azzas 2154
É recorde atrás de recorde: ouro sobe a US$ 3.653,30, renova máxima histórica e acumula ganho de 4% na semana e de 30% em 2025
O gatilho dos ganhos de hoje foi o dado mais fraco de emprego dos EUA, que impulsionou expectativas por cortes de juros pelo banco central norte-americano
Ibovespa renova máximas e dólar cai a R$ 5,4139 com perspectiva de juro menor nos EUA abrindo as portas para corte na Selic
O Departamento do Trabalho dos EUA divulgou, nesta sexta-feira (5), o principal relatório de empregos dos Estados Unidos, o payroll, que veio bem abaixo do esperado pelo mercado e dá a base que o Fed precisava para cortar a taxa, segundo analistas
Ibovespa volta a renovar máxima na esteira de Nova York e dólar acompanha; saiba o que mexe com os mercados
Por aqui, os investidores seguem de olho nas articulações do Congresso pela anistia, enquanto lá fora a chance de corte de juros pelo Fed é cada vez maior
Ouro bate recorde pelo segundo dia seguido e supera US$ 3.600. Hype ou porto seguro?
A prata segue a mesma trajetória de ganhos e renova o maior nível em 14 anos a US$ 42,29 a onça-troy; saiba se vale a pena entrar nessa ou ficar de fora
BARI11 se despede dos cotistas ao anunciar alienação de todos os ativos — mas não é o único FII em vias de ser liquidado
O processo de liquidação do BARI11 faz parte da estratégia da gestora Patria Investimentos, que busca consolidar os FIIs presentes na carteira
GGRC11 quer voltar a encher o carrinho: FII negocia aquisição de ativos do Bluemacaw Logística, e cotas reagem
A operação está avaliada em R$ 125 milhões, e o pagamento será quitado por meio de compensação de créditos
Onde investir em setembro: Cosan (CSAN3), Petrobras (PETR4) e mais opções em ações, dividendos, FIIs e criptomoedas
Em novo episódio da série, analistas da Empiricus Research compartilham recomendações de olho nos mercados interno e externo na esteira das máximas do mês passado
Abre-te, sésamo! Mercado deve ver retorno de IPOs nos EUA com tarifas de Trump colocadas para escanteio
Esse movimento acontece quando o mercado de ações norte-americano oscila perto de máximas históricas, apoiando novas emissões e desafiando os ventos políticos e econômicos contrários
Quando nem o Oráculo acerta: Warren Buffett admite frustração com a separação da Kraft Heinz e ações desabam 6% em Nova York
A divisão da Kraft Heinz marca o fim de uma fusão bilionária que não deu certo — e até Warren Buffett admite que o negócio ficou indigesto para os acionistas
Ibovespa cai com julgamento de Bolsonaro e PIB; Banco do Brasil (BBAS3) sofre e dólar avança
O Ibovespa encerrou o pregão com queda de 0,67%, aos 140.335,16 pontos. Já o dólar à vista (USBRL) terminou as negociações a R$ 5,4748, com alta de 0,64%
Petrobras (PETR4), Bradesco (BBDC4) e mais: 8 empresas pagam dividendos e JCP em setembro; confira
Oito companhias listadas no Ibovespa (IBOV) distribuem dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) aos acionistas em setembro
Agora seria um bom momento para a Rede D’Or (RDOR3) comprar o Fleury (FLRY3), avalia BTG; banco vê chance mais alta de negócio sair
Analistas consideram que diferença entre os valuations das duas empresas tornou o negócio ainda mais atrativo; Fleury estaria agora em bom momento de entrada para a Rede D’Or efetuar a aquisição
As três ações do setor de combustíveis que podem se beneficiar da Operação Carbono Oculto, segundo o BTG
Para os analistas, esse trio de ações na bolsa brasileira pode se beneficiar dos desdobramentos da operação da Polícia Federal contra o PCC; entenda a tese
XP Malls (XPML11) vende participação em nove shoppings por R$ 1,6 bilhão, e quem sai ganhando é o investidor; cotas sobem forte
A operação permite que o FII siga honrando com as contas à pagar, já que, em dezembro deste ano, terá que quitar R$ 780 milhões em obrigações
Mercado Livre (MELI34) nas alturas: o que fez os analistas deste bancão elevarem o preço-alvo para as ações do gigante do e-commerce
Os analistas agora projetam um preço-alvo de US$ 3.200 para as ações do Meli ao final de 2026; entenda a revisão
As maiores altas e quedas do Ibovespa em agosto: temporada de balanços 2T25 dita o desempenho das ações
Não houve avanços ou recuos na bolsa brasileira puxados por setores específicos, em um mês em que os olhos do mercado estavam sobre os resultados das empresas